Amanda encarou o pai com os olhos chorosos. Ela usava uma camisa branca de botão e um short jeans curto. Seus cabelos estavam um pouco arrepiados e seu rosto estava um pouco sonolento. Ela deu um passo à frente.

– Amanda – começou Erick – o que você ouviu da nossa conversa?

– Poucas coisas. – respondeu ela – Ouvi que você chama esse bebê inocente de “filhota de garçom”. Que quer matar o Nicolas e o pai dele. E que você matou a minha irmã. – mais lágrimas caíram dos seus olhos.

– Volte para cama. – disse ele calmo – Depois nós dois teremos uma conversa melhor... De pai para filha.

– Eu devia ter desconfiado do senhor. – disse ela – Mas não fazia sentido nenhum você ter matado a Natasha, por que – sua voz começou a falhar – ela sempre foi a filha mais perfeita do mundo! – mais um passo a frente. Enxugou um pouco as lágrimas – A Natasha foi a primeira a nascer! A Natasha é muito inteligente! A Natasha é o meu maior orgulho! – Amanda lembrou essas frases porque o Erick vivia usando as.

– Não me contrarie. – falou Erick se afastando do Jonas, que ainda estava vivo. Esse respirou aliviado

– VOCÊ TEM IDEIA DO QUANTO JÁ ME FEZ SOFRER? – gritou ela – Nunca me deu a mesma atenção! Vive me criticando e me pondo para baixo, fazendo com que eu me sinta inferior. Sem contar que me proibiu de ver o garoto que eu amo! – olhei de relance para Nicolas que estava sorrindo de forma sonhadora – Tudo que eu queria ouvir da sua boca era: Amanda eu me orgulho de ser deu pai! Mas não! Nossa! Você matou até a sua própria irmã!

– CALE A SUA BOCA. – rosnou Erick – Você nunca me deu motivos para eu me orgulhar de você. – ele a olhou de maneira malvada – Você abandonou a escola normal para estudar artes. Nunca foi competitiva como a irmã. Se fosse pelo menos a metade do que a Natasha foi, talvez eu tivesse lhe dado um pouco de atenção. Você é uma inútil! É a imperfeição da nossa família perfeita.

– Você usa drogas, mata pessoas, culpa inocentes e EU sou a imperfeição da família? Você é louco! – disse ela.

– Não fale assim comigo! Eu sou o seu pai não se esqueça disso.

Eles dois ficaram frente a frente. Bem próximos a escada.

– Teria sido muito melhor – começou Erick – se você tivesse levado aquele tiro no lugar da sua irmã. Porque eu a amo muito mais do que você. Sempre a amei mais.

Aquilo era um tiro no coração de qualquer filha. Amanda respirou fundo, prendeu e depois soltou o ar de uma vez.

– O senhor não passa de um assassino drogado. – falou ela.

Erick puxou o cabelo da Amanda e a jogou contra escada. Mas ela o segurou e os dois caíram juntos. Ele ainda estava com uma faca na mão.

– AMANDA! – gritei. Senti minha cabeça pesar. Escutei um urro de dor vindo dela.

Nicolas começou a se mexer de forma estranha. Como uma minhoca. Chegou perto da Natalie e ficou de costas para ela. Ele pegou as chaves e começou a testa-las. Conseguiu se soltar. Desfez os nós da corda e já estava livre.

Ele começou a desamarrar o pai. Depois que Jonas estava solto, Nicolas entregou a chave para ele e desceu as escadas rapidamente.

Jonas começou a me soltar. Depois de livre, corremos até Natalie. Abraçamo-la. Jonas tirou o casaco dele e o pôs nela, já que ela estava só de frauda e estava um pouco frio.

Descemos a escada.

O chão da sala estava todo melado de sangue ao redor dos corpos deitados da Amanda e do Erick. Um do lado do outro. Nicolas estava ao lado dela. Ela e o pai estavam ensanguentados e acima de tudo, assustados. Fomos para perto dela.

Fitei Erick. Ele estava com um corte feio no pescoço. Sangue jorrava daquele ferimento profundo. Sua respiração estava ficando cada vez mais fraca e demorada. Ele estava sentindo muita dor enquanto olhava para Amanda. Erick fechou os olhos e aos poucos parou de respirar.

Amanda olhou para o teto e disse:

– Acabou.