O Plano escrita por Jo Snowy


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Aqui está mais um capítulo, bem profundo devo avisar!
Deixem comentário a dizer o que acharam, por favor. Não tenho recebido nenhuns, basta dizerem se gostaram ou não. Não custa nada e deixam-me feliz e com mais vontade de escrever :D
Espero que gostem!



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Narcissa acordou muito cedo na manhã a seguir à audiência, na verdade não tinha a certeza se chegara sequer a adormecer, fora uma daquelas noites em que se está sempre a acordar e nem se tem a certeza se se chegou a adormecer.

Levantou-se da cama e vestiu o roupão de cetim, olhou-se ao espelho, estava um farrapo.

Decidiu ir ver como estava Draco e se ele tinha conseguido dormir durante a noite, mas quando chegou ao quarto do filho encontrou o local destruído, tudo no chão partido e a cama feita. Ficou logo preocupada, que teria ele feito?

Entrou de rompante no quarto de Hermione preparada para a acordar e perguntar por Draco, mas mal abriu a porta a aflição acabou, o seu filho estava deitado no sofá do quarto da rapariga a dormir calmamente. Viu que ele tinha muitos cortes, mas estes estavam limpos. Hermione limpara-os, presumiu.

O que se teria passado naquele quarto na noite anterior? Narcissa sabia que o quer que tivesse acontecido só iria favorecer o plano de Dumbledore.

Tapou o filho e dirigiu-se à cama de Hermione, também ela dormia calmamente. Mentalmente agradeceu-lhe pelo que ela fizera pelo filho, mas não sabia como isso iria alterar a relação entre os dois jovens. Narcissa já sabia como Draco era e pensava e pelo que tinha visto de Hermione, ela era tão teimosa como ele.

A rapariga mexeu-se na cama e isso lembrou Narcissa onde estava e fê-la sair do quarto.

Desceu para a cozinha e encontrou Clarisse já acordada e a preparar o pequeno-almoço.

-Bom dia Clare. – Disse sentando-se ao balcão pesadamente. – Podes-me fazer um chá por favor?

-Bom dia Narcissa. Claro! Mas o que se passa? Para além do óbvio, quero dizer.

-Clare – Começou Narcissa quase a chorar, mas continuando a desabafar com a amiga com quem crescera. – Estou preocupada, muito preocupada com o Draco. Ele está muito afectado com isto do pai. Eles podiam não ter a melhor relação, mas é o pai dele. – Esfregou a cara com as mãos. A amiga deu-lhe o chá e sentou-se à sua frente. – Avisa os elfos que vão ter muito que limpar no quarto do Draco. Ele destrui-o. Está tudo partido. Quando lá cheguei e vi aquilo naquele estado, a cama dele feita e ele não estava lá… receei que ele tivesse ido procurar a Bellatrix para se juntar a eles… por vingança.

-Narcissa, mas ele não estava no quarto, onde é que ele está? – Olhou-a duvidosa.

-No quarto da Miss Granger! – Disse Narcissa com uma pequena gargalhada de descrença a acompanhar. – Está a dormir no sofá dela!

Clarisse conteve uma gargalhada, mas não conseguiu evitar um sorriso.

Nesse momento uma coruja bateu com o bico na janela e Clarisse levantou-se para ir buscar a carta.

-É para Hermione.

- Eu levo-a. Vou para cima, ver se durmo um pouco. – Narcissa ia a sair da cozinha quando se lembrou de um pormenor. – Reparei que Miss Granger ainda não te pediu para pintares o quarto dela e não tem nada nas paredes.

- Pelo que já reparei, ela ainda não se ambientou e talvez por isso não tenha decidido a cor. Quanto às coisas penduradas, só vi uma foto dela comos pais em cima da lareira, muggle, e uma com dois rapazes que pela descrição do Draco suponho que sejam o Weasley e o Potter.

-Clarisse, tomei a decisão certa ao aceitar a oferta do Dumbledore?

-Penso que fizeste o melhor para o Draco.

A mãe do jovem subiu novamente as escadas e dirigiu-se ao quarto da rapariga. Deixou-lhe a carta na mesa-de-cabeceira onde estava uma chapinha a dizer “Crookshanks”, parecia da coleira de um animal. Narcissa iria falar com ela a perguntar por que razão ela não o tinha trazido, talvez ela se sentisse melhor com o seu animal ao pé dela, talvez a ajudasse a ambientar-se. A mulher não sabia por que razão de repente se preocupava com a ambientação da jovem, até agora tinha-lhe sido relativamente indiferente. Ela acreditava que era por causa daquilo que ela fizera pelo seu filho, apesar de não saber concretamente o que foi.

Foi para o quarto e quando se deitou o cansaço apoderou-se dela e adormeceu quase imediatamente, o desabafo com Clarisse tinha-a ajudado a ficar mais tranquila e assim conseguiu dormir.

Quando Hermione acordou viu uma carta na sua mesa-de-cabeceira, era dos seus pais. Levantou-se e leu-a enquanto se dirigia à casa de banho e esfregava os olhos, era uma carta curta, apenas a dizer que estava tudo bem, as aulas estavam a correr lindamente e perguntavam como estavam as coisas com ela e esperavam que ela ainda não tivesse assassinado o Malfoy, pois isso seria muito mau para o seu currículo. Essa última parte tinha sido escrita pelo seu pai de certeza, aquilo fê-la sentir ainda mais saudades deles e de certa maneira fora uma faísca de alegria para começar bem o dia.

Ao acabar de ler a carta, pousou-a em cima da mesa em frente à lareira, constatando que Draco ainda dormia no seu sofá.

Entrou na casa de banho e lavou a cara e os dentes, penteou o cabelo e fez uma trança solta. Viu que estava apenas com uma t-shirt larga vestida, uma que tinha sido do pai dela e ela roubara sem ele saber, e achou que era boa ideia vestir umas calças com um rapaz no quarto.

Abriu a porta da casa de banho e ia avançar em direcção ao armário, mas viu que Draco estava sentado no sofá a olhar para ela. Encostou-se à soleira da porta de braços cruzados a olhar para o rapaz de tronco nu sentado no sofá do seu quarto.

-Estás melhor? – Perguntou enquanto puxava a camisola para baixo, para que a tapasse mais.

Malfoy olhou a rapariga à sua frente, não parecia a mesma que ele desprezara durante anos.

-Aquilo que se passou ontem não muda nada! Continuas a ser uma sangue de lama sabichona, que ajudou o Potter a meter o meu pai em Askaban! – Levantou-se e dirigiu-se a ela até ficarem com as caras a apenas alguns centímetros de distância.

-Eu já disse que lamento o que se passou ontem. – Respondeu-lhe semicerrando os olhos.

Ficaram ali a encarar-se durante o que pareceram ser horas, até que Draco entrou na casa de banho e fechou a porta a atrás dele com tanta força que Hermione quase saltou.

A rapariga nem sabia o que pensar, depois do que se passara na noite anterior ela esperava que Draco mudasse um pouco a maneira como a tratava, tal como ela tinha tentado fazer em relação a ele, mas não ele era mesmo um mesquinha e mal agradecia, pensava que era bom demais para o mundo. Aquela atitude deixara Hermione cheia de raiva pelo rapaz, mas também devastada.

Dirigiu-se ao armário e vestiu umas calças de algodão pretas justas e nem se preocupou em calçar-se. Pegou na carta dos pais, numa caneta e papel e desceu as escadas em direcção à cozinha.

-Bom dia Clarisse. – Cumprimentou quando lá chegou.

-Bom dia Hermione. – A mais velha olhou-a, a rapariga nem parecia a mesma. Normalmente quando descia vinha já arranjada, mas desta vez vinha apenas com o cabelo entrançado e uma cara de quem queria chorar, nem se tinha calçado. Perguntava-se o que se teria passado. Viu que ela tinha a carta na mão. - O que se passa? A carta trazia más notícias?

-Não, não! É do meus pais a dizer que está tudo bem. Não se passa nada. – Fez o sorriso mais convincente que conseguiu. – Hum, Clarisse, pode-me fazer um daqueles seus magníficos sumos de laranja e dar-me uma fatia de tarte? Acho que vou comer lá fora, apanhar algum ar.

-Claro que sim, mas vá buscar um cobertor ao sofá do salão, está uma manhã fresca.

-Sim, sim, claro. – Disse desanimada, saindo.

Clarisse perguntava-se se teria alguma coisa a ver com o Draco. Tinha vontade de perguntar à rapariga o que se passara na noite anterior, mas não queria perturbá-la, para além disso, ela não sabia que ela e Narcissa já sabiam que algo se tinha passado e que ela ajudara Draco.

Hermione voltou com um cobertor e a mulher já tinha tudo pronto e posto num tabuleiro, incluindo um par de meias com uns desenhos originais para ela calçar.

-Está frio. – Disse-lhe sorrindo quando viu a rapariga a olhar para as meias.

-Obrigada. – Agradeceu e saiu pela porta das traseiras da cozinha.

Clarisse tinha razão, estava de facto frio, mas soube-lhe bem a relva fria entre os dedos dos pés e aquela brisa a arrepiar-lhe os baços e cheirava-lhe a terra molhada por causa do ar húmido e Hermione adorava aquele cheiro.

Andou até ao lago e sentou-se encostada a uma árvore de frente para o mesmo. Enrolou-se no cobertor e calçou as meias, bebeu um golo do sumo e pegou no papel e na caneta para começar a sua carta para os pais.

Draco estava debaixo da água quente do chuveiro. Acabava de dizer a Hermione que estava tudo igual, mas não era aquilo que ele sentia, para ele algo estava diferente, ele apenas não conseguia descobrir o quê.

Pensou naquilo que a mãe lhe tinha dito sobre a rapariga não ter culpa de ter nascido numa família muggle, agora ele acreditava nisso, mas ela continuava a ser amiga do Potter, aquele que tinha posto o seu pai em Askaban, aquele que ele desprezava desde que este se tinha recusado a ser seu amigo no primeiro dia em Hogwarts e tinha preferido um Weasley, nunca tinham negado nada a Draco, não daquela forma humilhante como o outro fizera.

Bateu com os punhos na porta de vidro do poliban. Tudo aquilo tinha sido tão importante até àquele momento, Draco odiara-o por razões estúpidas, tinha inveja dele, mas agora, agora era ódio, o pai ia morrer por causa do rapaz que sobreviveu.

No entanto, Hermione era agora outra história, parecia que ela se sentia culpada pelo que estava a acontecer, aquilo estava de facto a afectá-la.

“Mantém a cabeça fria Draco.”, pensou irritado consigo mesmo, “ Estás mesmo a pensar nela com outros assuntos mais importantes como a tua vingança!”

Mas não conseguia. Saiu do banho e vestiu rapidamente umas calças e uma camisola que fora buscar ao quarto, ainda todo desarrumado.

Entrou na cozinha e saiu imediatamente pela porta das traseiras, deixando Clarisse a chamar por ele dentro de casa.

Avançou pelo jardim e continuou a andar, continuou e continuou até estar rodeado apenas por árvores, estava tudo tão confuso na sua cabeça.

Ele sabia, sabia que mais cedo ou mais tarde iam receber uma carta da sua tia Bellatrix a dizer que o Lord das Trevas deseja que Draco se junte a ele e espera que ele diga logo que sim porque é o filho de Lucius Malfoy. Uma parte de Draco queria, mas outra não. Ele bem via como todos aquele que se juntavam a Voldemort aparentavam estar muito bem todos elegantes nas suas roupas de sangues puros, mas todos eles tinham perdido a sanidade mental e não viam mais nada á frente que o seu senhor, mas Draco não era assim, não se deixava dominar por outro apenas por vingança, não.

Deu um grito que assustou os pássaros que naquelas árvores descansavam e recomeçou a andar até chegar ao lago.

Não pensou em mais nada, apenas avançou para a água fria, estava uma manhã fria e os ossos começaram a arder-lhe, ele queria esquecer, mas de repente algo o levou de volta à realidade.

-O QUE É QUE ESTÁS A FAZER?- Ouviu Hermione a gritar.

-A CONGELAR AS IDEIAS! NÃO É ÒBVIO? – Riu-se sarcasticamente.

Hermione estava assustada. Draco não estava em si, estava a passar-se ali algo mais do que aquilo que ela sabia.

Sem pensar entrou dentro de água. Estava gelada, o que a fez parar momentaneamente, depois viu Draco baixar-se e mergulhar e avançou. Puxou-o para cima e começou a puxá-lo para fora do lago.

-LARGA-ME!

-ANDA!

-LARGA-ME SUA NOJENTA! – As palavras saíram-lhe e ele viu o olhar de Hermione passar de determinação a tristeza.

Ela não permitia que a vissem chorar e esta situação não foi excepção, Hermione sentiu que as lágrimas iam cair, portanto baixou-se e mergulhou, ficou lá em baixo algum tempo, até que as lágrimas parassem de correr, mas não foi o suficiente quando Draco a puxou para cima.

Ela lutou para se livrar das mãos dele e afastou-se. Levantou uma mão como sinal para que ele não se chegasse perto dele e começou a recuar para fora do lago, virando-se apenas a meio caminho.

Quando chegou à árvore enrolou-se na manta e pegou nas coisas dela e começou a andar em direcção à casa num passo calmo, mais calmo do que Draco estava à espera, deixando-o dentro do lago a sentir mais raiva com ele mesmo do que antes de entrar neste.

Hermione chegou ao quarto após ter evitado a todo o custo as perguntas de Clarisse. Tomou um banho rápido e vestiu-se. Continuava gelada e por isso acendeu a lareira e sentou-se no sofá a olhar para a carta que estava a escrever aos pais. Nesta ela dizia que estava tudo bem e que as coisas estavam a correr melhor do que esperava, uma ligeira mentira que agora passara a uma mentira de alta escala. A vontade dela era pedir aos pais para falarem com Dumbledore e ele arranjar outro sítio para ela ir, mas não o fez, não ia por os pais naquela posição.

Limitou-se a acabar a carta a dizer que estava com saudades, sentindo-se uma mentirosa e a querer fugir daquele sítio.

Foi nessa altura que bateram à porta do quarto, ela receava que fosse o Malfoy, mas não, era Narcissa.

-Posso entrar?

-Hum, claro, claro que sim.

Narcissa sentou-se ao lado da rapariga no sofá.

-Está tudo bem? Parece triste.

- Não, não. Está tudo bem. Estava a escrever aos meus pais. Eles enviaram-me uma carta. – Mostrou-lhe a carta.

-Eu sei, fui eu que a pus na sua mesa-de-cabeceira. Vi que o meu filho estava a dormir no sofá e que o quarto dele estava destruído.

-Pode-se dizer que ele descarregou na mobília. Aquilo da audiência. – Hermione baixou a cabeça. – Eu ouvi e fui ver o que se passava e encontrei-o sentado no chão a sangrar. Estava cortado. – A rapariga puxava as mangas da camisola enrolando-as nas mãos, em sinal de nervosismo. – Ofereci-me para lhe limpar os cortes e disse que ele podia dormir no sofá. Por causa do estado do quarto dele. – Levantou o olhar para a mulher mais velha que a ouvia atentamente.

-Obrigada, por o ajudares. Ele está a passar um mau bocado. Está muito confuso.

-Sim, eu sei. Eu percebo. – Hermione estava a fazer o máximo para não olhar para Narcissa, achava que se o fizesse ia rebentar a chorar, o que não era normal nela.

-Reparei também que está ali uma chapinha de um animal de estimação.

- O Crookshanks. – Hermione sorriu pela primeira vez nesse dia. – Sim, é o meu gato.

-Porque é que não o trouxe?

-Ele só ia dar trabalho e largar pelo por todo o lado. – Riu-se a rapariga ao lembrar-se do bichinho.

- Por favor! Nós temos elfos a mais nesta casa. Uns pelos para apanhar iam ocupar alguns deles. – Sorriu a mulher. – Vou dizer ao Dumbledore para mandar o animal para cá, tudo bem?

-Sim. Claro! Muito obrigado. – Ela sorriu à mulher que se levantou e saiu.

Quando isto aconteceu, Hermione ouviu um burburinho no corredor, a seguir Draco entrou no quarto.

A rapariga limitou-se a olhar para a lareira e as suas chamas dançantes.

-Desculpa.

Foi tudo o que ela o ouviu dizer antes de entrar para a casa de banho.

Começou a ouvir a água do banho a correr. Abanou a cabeça, não se podia deixar afectar daquela maneira. Ele tinha pedido desculpa, e depois? Ele ia fazer o mesmo no dia a seguir.

Deitou-se no sofá e olhou para o relógio, eram onze da manhã e já se tinha passado tanta coisa, coisas que não são normais.

Era demasiado, ela ia evitar Draco, era o melhor que tinha a fazer.


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Notas finais do capítulo

Entãooooo?
O que acharam?
A minha pergunta é: gostaram?
Só têm de comentar a dizer "sim" ou "não".
Não custa nada.
Até ao pròximo.
Love you all,
Jo



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