O Plano escrita por Jo Snowy


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Agora já acabei as aulas, portanto vou postar mais regularmente, até porque estou muito ansiosa para escrever a história, tenho muitas ideias ;D
Espero que gostem do capítulo e há uma pequena surpresa no fim!



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Tinha-se passada uma semana e tudo o que Hermione tinha feito fora ler livros à beira das árvores do grande jardim dos Malfoy enquanto Draco se vangloriava em cima da sua vassoura.

Tentava a todo o custo evitar o contacto com ele, no entanto a situação da divisão da casa de banho tornava isso quase impossível.

Nessa manhã Malfoy tentara a todo o custo entrar na casa de banho enquanto a rapariga tomava banho e só parou quando ela lhe gritou do lado de dentro que, se ele tentasse mais uma vez, lhe dava outra chapada. Hermione devia ter mais força do que achava, pois o rapaz sentou-se no sofá e esperou que ela saísse.

Ela ainda esperou que ele desistisse e fosse para o quarto dele, mas não, ficou ali sentado e ela teve de sair de toalha para a frente dele, o que a deixou constrangida, mas não mostrou sinal disso.

Nos últimos dias Hermione andava a jantar na cozinha com Clarisse, disse a Mrs. Malfoy que preferia assim e a mulher assentiu, mas naquela noite a anfitriã pediu que ela jantasse com ela e Draco no Salão.

Hermione não sabia a razão deste pedido, mas acedeu ao mesmo.

O jantar decorreu silenciosamente. No fim, Narcissa pediu a atenção dos dois jovens sentados a seu lado.

–Meninos, peço a vossa atenção para um assunto. – A mulher estava com um olhar de tristeza. – Amanhã à noite haverá uma nova audiência no caso do teu pai, Draco.

–O quê? Mais uma? Porquê? Mantê-lo lá o resto da vida não é mau o suficiente? – Na cabeça de Draco surgia uma espiral de preguntas. Para Hermione ele parecia-lhe irritado, confuso, mas sobretudo com medo. – E porque razão estamos a falar disto em frente a ela? Foi ela e os amiguinhos que o puseram lá em primeiro lugar! – Disse com uma voz de nojo e a olhar para a rapariga com uma raiva imensa. – Ainda bem que a tia Bellatrix matou o Black! Vocês acham-se os melhores, mas vai chegar o dia em que se vão dobrar perante nós!

Narcissa não sabia onde o filho tinha ido buscar aquele discurso. Um discurso que ela rezara por não chegar a ouvir da boca dele, mas estava a acontecer, ali, à sua frente.

–Draco! – Chamou-o a mãe em tom baixo e de espanto.- Pede-lhe desculpa e não te quero ouvir dizer esse tipo de coisas outra vez!

Hermione estava ali sentada a assistir a algo que a espantava e assustava. As lágrimas estavam a chegar-lhe aos olhos, mas ela segurou-as. No entanto, sentia os olhos a arder e sabia que os outros sabiam que estava quase a chorar. De certo modo parecia que sentia culpa por aquilo que estava a acontecer, mas o que a deixara naquele estado foi a maneira como Draco falou do Sirius e de todos aqueles que lhe eram importantes.

–Mrs. Malfoy, acho que este é um assunto entre vocês os dois. Se não se importa eu vou para o meu quarto.

–Isso, chora, Granger! – Cuspiu Draco.

Hermione permaneceu sentada. Narcissa olhou-a directamente nos olhos.

–Miss Granger, eu queria que ficasse para saber se nos acompanhava até ao ministério, apenas para não a deixar em casa sozinha.

–Não, desculpe, mas não acompanho. – Respondeu a rapariga, com medo de ser rude. – Acho que isso é um assunto de família e fico bem em casa com a Clarisse. Para além disso a minha presença é indesejada.- Olhou para Draco. – Com licença.

Subiu as escadas a correr e fechou-se no quarto a chorar. Não se lembrava da última vez que tinha chorado tanto. No entanto ela nem sabia bem porque chorava. A morte de Sirius ainda estava muito presente e as palavras de Draco acordaram essa dor. Mas ela via naquela casa algo em que nunca tinha pensado, por muito mal que Lucius Malfoy tivesse feito e por muito arrogante e mesquinha que Draco Malfoy fosse eram pessoas que ainda tinham sentimentos e agora Hermione via como o aprisionamento do pai tinha afectado Draco e isso fazia-a sentir-se mal.

Para além disso aquele discurso que Malfoy tinha feito sobre os bons ajoelharem-se perante os maus tinha-a assustado. Aquilo era um discurso de um rapaz que tinha uma raiva tão profunda por aqueles que aprisionaram o seu pai que estava disposto a fazer tudo para se vingar deles. Hermione perguntava-se se Draco ponderava juntar-se a Voldemort e facto de a resposta poder ser positiva deixava-a a devastada porque ela sabia que parte da culpa de ele se sentir assim era sua.

Todos aqueles pensamentos estavam a deixar Hermione no limite e a única coisa que conseguia fazer era chorar, nem parecia ela, por isso tentou pensar em como as coisas teriam sido se Lucius não tivesse sido preso e achava que isso era impensável porque ele merecia ser preso pelos crimes que tinha cometido.

Aquilo ainda a deixou mais confusa, por isso ela limitou-se a chorar para tentar esvaziar a cabeça. Talvez os pensamentos saíssem com as lágrimas.




Draco permanecia sentado ao pé da sua mãe na mesa do Salão.




–Draco, eu nunca, nunca mais te quero ouvir a falar daquela maneira. Estás a perceber?

–Quem diz a verdade não merece castigo!

–O teu pai fez a cama, agora deita-se nela. – Respondeu a mulher com uma frieza que Draco estranhou. – Não me olhes assim. Eu não gosto desta situação, tal como tu, mas a verdade é que o teu pai fez o mal e agora acata com as consequências. – Draco ia objectar. – Hum, nada. Amanhã vamos à audiência apoiá-lo, mas prepara-te para o pior.

–O pior?

–O beijo do Dementor. – Narcissa baixou o olhar e deixou as lágrimas escorrerem longe do campo de visão do filho.

Draco sentiu os olhos a arder e levantou-se, mas Narcissa agarrou-lhe o braço.

–Aconteça o que acontecer amanhã, não quero que guardes rancor contra ninguém. Não arruínes a tua vida por causa disto.

Draco sabia a que é que a mãe se referia. Ela não queria que ele se tornasse num Devorador da Morte para vingar o que aconteceu ao seu pai.

Subiu para o quarto e antes de entrar olhou durante algum tempo para o quarto da Granger, conseguia ouvir soluços do outro lado, nunca pensou que ela se deixasse afectar daquela maneira.

Entrou no quarto despiu-se e deitou-se, mas não conseguiu dormir, na verdade passou a noite a rebolar na cama e a olhar para o braço onde estaria a sua Marca Negra se se tornasse num devorador da morte. Perguntou-se se valeria a pena.




No dia seguinte, Hermione acordou com os olhos inchados e passou o dia no quarto, saindo apenas para almoçar com Clarisse. Não se queria cruzar com Draco. Foi assim que aconteceu, não lhe pôs a vista em cima, ouvindo apenas ocasionalmente a porta do quarto dele a bater.




No entanto à noite, antes de ir para a audiência, Draco foi usar e casa de banho e Hermione fingiu apenas que estava a dormir.




Draco estava sentado numa das cadeiras da sala de audiência ao lado da sua mãe a ver o seu pai dentro de uma cápsula com espinhos apontados a ele a ser julgado.




O ministério exigia que ele desse informações sobre Voldemort, mas ele não o fazia e Draco já sabia como isso ia acabar. O pai acabaria a ser beijado pelo Dementor.

– Lucius Malfoy estás condenado ao beijo do Dementor. Este deve acontecer no espaço dos próximos dois anos!

Narcissa soltou umas lágrimas, mas ninguém reparou excepto Draco, tal como ela queria. Queria regressar a casa o mais depressa possível.

Quando assim fizeram e já estavam à frente do portão enferrujado da Mansão Draco perguntou à mãe.

–É assim? Acaba assim?

Narcissa pegou-lhe na mão em sinal de confirmação e dirigiram-se a casa.

Draco levou a mãe ao seu quarto e perguntou se queria que ali ficasse com ela. Ela respondeu negativamente, afirmando que preferia ficar sozinha.

O rapaz foi para o seu quarto com a raiva a começar a fervilhar e a vir ao de cima, não quisera mostrar sinais disso ao pé da sua mãe, mas agora nada o impedia.

Assim que fechou a porta atrás de si, despiu-se todo ficando apenas com as calças do pijama e começou a gritar e a chorar ao mesmo tempo, atirando tudo o que estava nas prateleiras para o chão.



Hermione estava sentada no sofá quando ouviu a porta do quarto de Draco bater, pela força com que tinha sido ela percebeu que a audiência não tinha corrido bem.



Porém nada a preparava para o que ouviu a seguir, gritos, gritos de sofrimento e coisas a cair.

Saiu a correr e entrou no quarto para encontrar Draco sentado aos pés da cama com a cabeça encostada aos joelhos a chorar, com os braços todos cortados e a sangrar.

O quarto tinha tudo espalhado pelo chão, incluindo grandes bocados de vidros. Hermione tentou atravessar o quarto até Draco sem os pisar, pois estava descaça, mas este gritou-lhe.

–SAI! SAI DAQUI! Isto é tudo culpa tua e dos teus amiguinhos! – Voltou a por a cabeça no meio dos joelhos.

Hermione atravessou o quarto e foi ter com ele, nunca imaginou vir a ver aquilo. Sentou-se ao lado dele: - Desculpa. – Sussurrou. Não conseguia acreditar que estava a dizer aquilo, mas era de facto aquilo que ela sentia.

–As desculpas não vão servir de nada! O meu pai vai levar o beijo do Dementor! Ainda por cima dizem que é no espaço dos próximos dois anos, nem dizem uma data certa, deixam-no naquela agonia, tanto pode ser amanhã como daqui a seis meses. O que ele fez pode não estar correcto, mas aquilo que lhe estão a fazer também não está correcto.

A rapariga olhava-o surpresa com o que ouvia.

–Malfoy, acho que o teu pai quer te concentres no tempo que ele ainda têm para estarem juntos e não na injustiça que é o facto de não avisarem quanto ainda têm.

–Não quer nada. O meu não pai se preocupa com isso, ele não quer saber como eu fico, desde que ele fique bem visto aos olhos do seu senhor.

Hermione não sabia o que dizer, levantou-se e estendeu-lhe a mão.

–Vamos à casa de banho lavar essas feridas para não infectarem.

–Não preciso da tua simpatia e pena!

–Não é nada disso, só quero ajudar!

Levantou-se contrariado e seguiu-a até ao quarto e sentou-se no sofá a olhar para a lareira, apaticamente.

Hermione encheu uma bacia com água quente e pegou numa toalha para lhe limpar os cortes, eram tantos, ela não sabia como é que ele não se queixava. Tinha nos braços, no peito e nos pés, ela limpou-os a todas e ele não se mexeu, ficou sempre a olhar para a lareira.

–Podes ficar a dormir aí no sofá se quiseres. O teu quarto está uma confusão. Só uma pergunta.Porque é que não veio ninguém quando gritaste?

–O corredor tem um feitiço Muffliato, só quem está no corredor e nos quartos ouve o que se passa.- Respondeu num tom monocórdico e sem olhar para ela.

A rapariga deu-lhe uma manta do armário e foi buscar a almofada dele ao quarto e depois deitou-se, vendo que ele continuava sentado a olhar para a lareira.


http://jovilarinho.deviantart.com/art/Emma-Watson-379020637

^ Link para um desenho que fiz da Emma Watson ♥


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam!
Quero saber tudo, as coisas más, boas, horríveis,espectaculares.
Love you all,
Jo!



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