POV Naty

–Thiago eu tenho que ir sério não posso falar agora.

Saí praticamente correndo e de repente ele segurou a minha mão com força,me girando,eu parei sobre o peito dele,senti a mão dele na minha cintura e o olhar dele me prendia ali.

–Mas eu realmente ia te mostrar a escola...

Me libertei daquele aperto que eu queria que continuasse e falei:

–No recreio eu não posso.

–Por quê?

–Eu não posso contar,tenho que ir,por favor não me siga.

Saí correndo antes que a minha vontade falasse mais alto que a minha consciência.

Cheguei na sala recebida pela coordenadora que apresentou a minha primeira vítima...

Eu só tinha que ouvir e o que parecia fácil começou a ficar difícil.Logo eu que faço piada de tudo não encontrava a graça naquelas histórias horríveis:anorexia,bulimia,automutilação,bullying,Homofobia,separação dos pais,drogas...

Não aguentei e saí correndo pra quadra da escola,lá estava vazio e eu podia chorar.

De repente braços que eu reconheci me envolveram,minhas lágrimas molharam uma boa parte da camisa dele e deixei ele me abraçar porque eu precisava daquilo.

–Ei pequena que foi por quê você ta chorando?Tem haver com a sua saída no recreio?Alguém fez alguma coisa com você porque se fez...

Me afastei dele para olhar seu rosto

–Não Thiago eu fiz comigo mesma,eu me castiguei!

–Como assim me explica...por favor.

Então comecei a contar a minha história,como eu vim parar naquela escola e as histórias horríveis que eu ouvi naquela sala.

Quando terminei ele me abraçou com mais força do que antes e disse:

–Eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você Natalie,eu prometo.

Ele levantou meu rosto,acariciou um lado,chegou mais perto,colocou a mão dele na minha cintura e encostou os lábios dele nos meus.

Pude sentir o hálito quente mais agradável dele na minha boca ele pediu espaço para sua língua e eu cedi,colocou sua outra mão livre na minha nuca e eu coloquei minhas mãos em volta do pescoço dele.O ritmo do beijo foi acelerando e depois diminuindo saí dele com um selinho e no final uma leve mordida.

–Nossa você é pequena mas sabe como beijar.

Nós dois rimos juntos.

–Quer fazer uma loucura?

–Quero.

–Vamos–ele estendeu a mão e eu segurei firme.