POV Thiago

A Naty estava me apresentando a casa toda e em alguns momentos eu achava que podia me perder lá dentro.

Depois de muito rodar ela me mostrou um gabinete,aparentemente queria passar rápido  por lá mas meu olhar ficou fixado em uma pintura:A misteriosa!Desde que eu havia conhecido a Natalie eu não sonhava mais com ela.Não fazia sentido ela estar agora tão bem retratada na minha frente!

–Quem é essa Naty? – perguntei curioso.

–Minha bisavó Catherine Chevalier,ela era francesa. – explicou.

–E como veio parar aqui? – minha curiosidade só aumentava.

–Os pai dela era um grande comerciante e resolveu comprar uma terra no Brasil porque naquela época o café era muito valorizado.Então eles se mudaram pra cá.– ela murmurou se pondo ao meu lado e observando o quadro também.

–Ela  se parece com você. – na verdade olhando tão de perto e podendo  comparar elas eram iguais!Mas a Naty não era ela,não era Catherine!Mas o que eu tinha haver com ela?

–Eu sou mais jovem,literalmente. – ela riu fraco e continuou –Catherine morreu com a minha idade.

–Como ela morreu? – indaguei.

–Essa parte meu pai disse que nunca soube.Ele só sabe que ela teve um bebê antes de morrer,meu avô,ele foi entregue em uma carruagem na casa dela e ela não estava com ele.Depois disso Catherine desapareceu e começaram a procurar ela,as buscas não deram certo,mas alguns anos depois... – ela hesitou – meu tio,dono dessa casa,procurou saber sobre a morte de Catherine e ela estava enterrada mas no túmulo estava escrito de mortes naturais,mas de  que causas naturais ela morreria?É a pergunta que ninguém da família conseguiu responder e assim ela virou uma lenda estampada nesse quadro.

As perguntas e as revelações limitadas da Naty me fizeram refletir e eu queria entender o motivo daquilo estar acontecendo comigo.

–Eu preciso ir. – disse.

–Eu te acompanho até a porta. – ela falou educada.

Descemos,Bibi e Dani estavam sentados no sofá assistindo uma série de tv qualquer.

–Vamos? – perguntei.

–Ta vamos.

A Bibi estava envergonhada ainda e deu pra perceber bastante quando ela de despediu do Dani com um beijo na bochecha.

Eu dei um beijo normal na Naty porque a minha cabeça tava muita confusa...

–Tchau pequena. – me despedi dela.

–Tchau Thi.

Depois disso eu e Bianca seguimos de bicicleta pra casa.Nem ela nem eu falamos nada durante todo o percurso e chegamos rápido em casa.

Eu entrei e me deparei com uma cisa incrivelmente assustadora:meu pai em casa.

–Pai? – perguntei surpreso.

–Há oi Thiago. – ele dizia com um celular na mão,a outra segurando um tablet e usando alguma coisa tecnológica na orelha.

–O que você ta fazendo aqui? – questionei-o.

–Bom eu... – ele parou de falar com o toque do celular – eu tenho que atender é uma ligação importante,depois a gente conversa.

Eu subi as escadas enquanto ele atendia o telefone e falava como sempre sobre trabalho.Mas eu nem queria falar com ele mesmo,precisava descobrir essa ligação misteriosa ente a bisavó da Naty e eu.

Entrei no meu quarto e fui tentar me ocupar com outras coisas.Abri a mochila e vi a autorização do passeio,por sorte eu ouvi a porta se destrancando e era a minha salvação:Joana,era iria assinar,com certeza tanto pra mim quanto pra Bianca,quem sabe um passeio não podia fazer eu esquecer toda essa loucura?