Elesis saiu do banho rapidamente e cobriu-se com uma toalha para ver o que havia acontecido no quarto, à janela estava aberta e o abajur estava caído ao chão.

Elesis fechou a janela, recolocou o abajur em seu lugar, deitou-se na cama, pegou seu diário e uma pequena pena e começou a escrever novamente.

- Querido Diário, acho que nunca irei superar a morte de Ronan, eu o amava, todas as nossas noites juntos, cada dia e cada segundo. Não sei por que isto aconteceu com ele, eu sou tão relapsa que não sei nem ao menos se ele foi assassinado ou suicidou-se...

- Relaxe Elesis, ele não estava tão infeliz assim com você. Bem, de qualquer forma o passado é irreversível, a única coisa que podemos fazer em questão á ele é relembrá-lo.

- Entendo, mas como assim ele não estava “tão infeliz” comigo?

- Não posso lhe falar...
Mas posso mostrar.

Uma luz vermelha começou a sair do diário e cobria Elesis, parecia que estava sendo engolida por algo. O mundo começou a girar.

- Seu amor é ridículo! Não existe amor entre guerreiros! – Diz uma voz misteriosa.
- Mas eu a amo... – Responde Ronan.
- Não a ama! – Berra a voz misteriosa levantando sua mão e apontando para Ronan.
- Amo sim! E sempre amarei! Sua Psicopata! – Responde Ronan enquanto saca sua espada para atacar.
- Insolente, já mandei você não tentar me atacar, agora sofra.

Ronan acaba sendo jogado ao chão, mas nada havia tocado-o parecia uma magia poderosa, ele estava sobre controle de tal pessoa, seus músculos pareciam não reagir a sua vontade.

- Muito bem, é assim que eu gosto insolente, fraco! – Diz a voz misteriosa rindo. – Saia do meu caminho, que não irá acontecer nada com você meu querido.
- Saia de perto de mim! Maldita! – Grita Ronan.
- Está bravinho hoje, em? Que pena, irei matar a sua namoradinha e depois irei fazer você sofrer, riririri. E ai você será obrigado a me amar. Irá amargurar sua existência, riririri.

A cena começou a se distorcer, Elesis estava voltando a si e ao seu pequeno quarto alugado. Suas lágrimas caiam sobre o diário.

Após um longo tempo, Elesis se recompõe e volta a escrever em seu diário, perguntando o que aconteceu.

- O Que aconteceu lá? Quem era ela? Quando isto aconteceu?

- Isto aconteceu uma semana antes de sua morte, e o que aconteceu você já sabe, seu namoradinho tinha uma amante obstinada, acho bom você ir dormir, ainda precisa treinar com Sieghart.

Sendo assim, Elesis fechou seu diário e deitou-se na cama, dormiu com lágrimas em seus olhos, as horas foram se passando até que ela dormiu de cansaço.

Na manhã seguinte, Elesis acordou cansada, vestiu-se rapidamente, pegou sua espada, desceu a longa escadaria do hotel e caminhou em direção a floresta de Canaban. Ao chegar lá Elesis depara-se com Sieghart.

- Olá Elesis, chorou muito ontem á noite? – Diz Sieghart com deboche.
- Cala a boca, minha vida não lhe importa, só preciso treinar. – Responde Elesis.
- Rere, coisa que você não consegue fazer sem mim.
- Tanto faz.
- De qualquer forma, você não tem o mínimo de controle sobre seus golpes, não sabe controlar sua força, e o próximo adversário será muito forte e astuto. – Diz Sieghart.
- Hunf, não vejo nada de errado com minha força. – Diz Elesis.
- Eu vejo tudo, você não tem controle de nada.
- Cale a boca! Você não sabe nada sobre mim! – Grita Elesis dando um soco em Sieghart.
- Hunf, menina vermelha, você não tem controle de nada. – Diz Sieghart segurando o soco de Elesis. – Primeiramente você precisa limpar sua cabeça em batalha, e segundo, eu estou aqui para treiná-la contra os próximos inimigos que estão por vir.

Elesis calou-se e continou a ouvir Sieghart.

- Primeiro você precisa ter controle sobre si mesma, e depois sobre suas habilidades, conforme essas últimas três semanas você irá aprender tudo isto. Mas precisa me ouvir totalmente e fazer tudo o que eu mandar. Lutei muito tempo como você, era nomeado por coisas absurdas, matei pessoas em nome de uma nação hipócrita. Até que fui derrotado e “abençoado” a lutar pelo bem por toda a eternidade, ver a pessoa que eu mais amei na vida morrer na minha frente. Fui amaldiçoado á lutar pelo bem. Agora quero que vá descansar, vejo-a amanhã.


Elesis ouviu as palavras de Sieghart, voltou ás ruas de Canaban desnorteada, estava totalmente abalada. Sentou-se no banco da praça e começou á observar a fonte d’água, até que acabou adormecendo.