POV DE BRUNO
Passei o fim de semana todo tentando falar com Valéria, mas ela não me atendia. Fui até seu quarto, mas não tinha ninguém, pelo menos eu pensava nisso até ela terminar comigo hoje.
Doeu ouvir ela falar aquelas palavras, todas que ela disse:
“Acabou  Brunor”; “A gente”; “Sinto muito Bruno, seu show de pop star chegou ao fim.”
Ela disse que eu estava com pena dela. Eu nunca estaria com pena dela, longe tudo. Eu... eu a amo. 
Alguma coisa aconteceu. Victor e Gil me disseram que as meninas estavam estranhas no fim de semana também, mas que disseram que queriam conversar com nós três depois das aulas. 
- Cara, tem que ter um motivo – disse Victor me olhando.
Eu tinha os olhos meio vermelhos, havia chorado. Pode parecer gay para vocês, mas eu não sabia o que fazer, ela havia terminado comigo e doía muito.
- Tudo ficou estranho desde sexta – eu disse – eu tentei falar com ela, depois que a louca da Sara me ligou, mas ela não atendeu nenhuma das vinte ligações.
- Cara! A Sara! – disse Gil– ela fez alguma coisa. Estava tudo bem até ela aparecer na sua casa.
Se ela aprontou alguma coisa...

Sai dali imediatamente e fui até Sara. Segurei seus pulsos.
- Pode falando. O que você fez com a Fatinha?
- Eu? Quem você pensa que eu sou?
- Não muda de assunto. Pode falar.
- Eu apenas fiz com que ela percebesse que você é muito pra ela. –Sara abriu um sorriso para trás de mim.
Me virei e só pude ver cabelos loiros sumindo.
- Deixa ela em paz, tá me ouvindo? – ameacei – se você não conseguiu me segurar, culpa sua. Eu amo a Fatinha. Me esquece de vez.
Sai dali e voltei para os meninos.
- E ai? –Victor perguntou.
- Eu apenas fiz com que ela percebesse que você é muito pra ela – repeti as palavras de Sara.
Eles me olharam incrédulos.
Peguei meu celular e liguei umas cinqüenta vezes para Fatinha. Na ultima, eu só ouvi “o celular está desligado...”

- Droga! – eu chutei o ar enfurecido.
- Calma cara – falou Gil– as garotas vão te ajudar!
- Eu sei, mas me eu fico com muita raiva! Eu posso perder a Fatinha para sempre.
Meu coração doeu só de pensar nosso.
Quatro horas da tarde, as meninas chegaram. 
E foram direto ao ponto.
- Ok, Bruno, o você acha que aconteceu? –Juliana me perguntou.
Contei a elas tudo que eu sabia.
- E o que a Fatinha acha dessa história? Do ponto de vista dela - eu pedi.
- Que você estava com pena dela. Que só a usou, só se divertiu. Ela está arrasada. – falou Lia suspirando pesadamente.
Meu coração deu um aperto enorme.
- Tenho que fazer a Fatinha me perdoar – eu disse caminhando de um lado para o outro.
- E vamos fazer. Ela só precisa de um tempo pra ela. Ela está realmente arrasada. 
- Eu também estou. Mas, o que eu vou fazer, vai fazer ela ter um tempo.
É, eu tinha uma idéia. E boa.
- O que você pensou? –Victor perguntou.
Falei para eles a idéia.
É, Fatinha iria ver que tudo foi um engano.

POV DE MARIA DE FÁTIMA
Já estava no dia do concurso, ou seja, já fazia quase um mês que eu tinha terminado com Bruno. Ainda dói falar e pensar nele. Juhe Lia nunca mais tocaram no assunto. E a minha amizade com os meninos continuou, mas um tanto mais reservada, pois ainda evito Bruno.
Sara nunca mais falou com ele ou comigo, o que me deixa intrigada.
-MARIA DE FÁTIMA! –Juliana chegou.
- Levanta da cama e se veste – ordenou lIA.
- Posso saber o porquê da ordem?
- Não. Se arruma linda e maravilhosa e vamos – mandou Juliana.
Eu estava tão, sei lá, sem vontade própria, que só as obedeci.
Deixei que elas me vestissem:  http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS4YE36dkNxMlc9t3kZ-ptaiZe8Onzt99YKWYBndya_flkSarti

E que arrumassem meu cabelo. Solto, mas arrumado.
Juliana nos levou naquele carro velho dela, até um local. Que eu reconheci assim que paramos na frente.
- Porque me trouxeram no local da apresentação? – perguntei.
- Porque você precisa entender o que aconteceu – falou Lia sensatamente.
Bufei.

 

- Sem bufar, o Bruno precisa falar com você – disse Juh– e depois, você resolve o que vai fazer. Só o escute.
Será que ele merecia? De certo ponto sim, já que eu não deixei ele falar nada. Mas... AAAAAAHHHH!
- Ok, eu só o escuto. – disse por fim.
Lia mandou uma mensagem para ele.
- O encontre lá atrás. Agora.
Sai do carro, e fui até lá. Bruno me esperava lá. Notei que seu rosto estava meio abatido.
- Bruno– chamei calma. Ou tentando estar calma.
Ele me olhou.
- Maria de Fátima– ele disse.
- Eu vim te escutar. Se tiver alguma coisa pra me falar... – eu disse. Sim, fui dura. Como se ele não tivesse sido comigo.
- Ah, claro – ele vacilou um pouco, mas falou – foi uma armação da Sara. Ela queria nos separar, bem, ela conseguiu. Ela que te mandou aquelas flores, dizendo que era eu, e foi até a minha casa. Eu a expulsei de lá. Mas você já tinha visto ela falando comigo. Eu... Eu nunca faria isso com você. Você é especial de mais pra mim, sabe, é como se com você eu descobrisse um mundo novo. Onde eu sou apenas eu mesmo, e não, um astro famoso. Só queria que você soubesse disso. Seja qual for a sua decisão.
Não olhei em seus olhos. Estava tudo muito confuso.

Abri minha boca pra falar alguma coisa, mas ele fez um não com a cabeça.
- Não fala nada agora. Ou bem, se não quiser, não fale nem depois. Eu já falei o que eu queria, tenho que ir.
Ele olhou por alguns segundos e saiu.
Olhei pro nada e me perdi em pensamentos. Eu havia feito tudo errado. Eu tinha acreditado em uma mentira sem nem mesmo ouvir o que Bruno tinha a dizer. Será que ainda dá tempo de concertar?
Corri de volta pro carro da Juliana.
- Ajuda! – eu falei entrando na lata velha.
Contei pra elas a minha idiotice e a minha idéia. Que concordaram, na hora.
O concurso ia começar em quarenta minutos. Corremos para minha casa, sorte que não tinha ninguém. Eu tomei um banho super rápido, coloquei essa roupa: 

 E, esse anel, era o Bruno quem tinha me dado. Fiz um coque nos meus cabelos, que ficou preso com uma fita vermelha no mesmo tom do sapato. Glós, lápis, blush e rimel. Lia iluminou meus olhos com uma sombra na cor da pele.

- Vamos, faltam vinte minutos. Lia, avise ao Victor– eu disse.
Subimos na lata velha enquanto Lia falava com Victor ao telefone.
Chegamos ao concurso.
- Aqui, pelos fundos – disse Gil chegando.
- Já falamos com o DJ, ele já tem a musica, ou o fundo no caso, e está tudo certo. – disse Gil enquanto caminhávamos para os fundos.
- Será na hora em que Brunor for fazer a apresentação dele – avisou Victor.
- Nós vamos indo. Fique aqui, na hora do show a cortina vai subir – disse Gil– seu microfone.
Peguei e suspirei.
- Boa sorte – disse Juh me abraçando.
Lia me abraçou e os meninos também. E saíram.
Fiquei acho que quase uma hora ali, observando de trás da cortina , até que ouvi o show do Brunor ser anunciado.