Guardiões: O Retorno Das Trevas escrita por Annabel Lee


Capítulo 22
Guardião da Amizade


Notas iniciais do capítulo

QUERO MUUUITO AGRADECER A LEITORA HANNAH POR TER RECOMENDADO A FIC!!!!

Eu fico muuuuito feliz em saber que escrevo bem e que vale a pena a leitura. Além de me deixar feliz, serve como inspiração. Quero te dizer, Hannah, que fica EXTREMAMENTE grata!!!!



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Soluço já havia desistido.

Vasculhou toda a câmara com sua vela, que agora era apenas um quadrado de cera com uma chama, e não encontrou nada... Nem uma janela ou porta... Apenas as paredes de concreto.

Não era possível. Breu o colocou ali. Deve ter uma abertura por onde entrou e pode sair por ela...

Mas esse pensamento também já foi descartado.

O vazio da falta de Banguela está se espalhando pelo seu peito. Soluço estava doente, ele tinha certeza! Poderia ser da fome, da sede ou da depressão. Ele não sabe os dias ou horas que passou naquela câmara, mas sabe que logo, logo sairá dela... E não será vivo.

Ele também se sentia culpado. Havia falhado com os amigos... Falhado com Merida, e provavelmente todos eles estão mortos. Lá fora, o mundo deve estar dominado por Breu e sua esposa/aliada. Talvez seria melhor que ele morresse ali naquela caverna.

Soluço tosse. Qualquer que seja a doença que tinha, era das brabas. Ele procura se aquecer na pequena chama da vela, que daqui a pouco iria embora.

O pior é que ele morreria sem descobrir seu Destino... Seu cerne... E nem sequer imaginava seu dever entre os Guardiões. Mas isso não importava mais agora. O mundo estava sem neve e sem alegria... Jack provavelmente já sumiu. E também o Coelhão, o Norte, o Sand e a Fada. Todos seus amigos mortos. Ou sumindo aos pouquinhos.

Esse pensamento arrancava mais tosses dele.

– Oh, sábio Odin - ele reza - prepare Valhala para minha chegada... diga para minha mãe que me aguarde nos Grandes Portões...

Sua prece é interrompida por mais um ataque de tosse. Ele queimava em febre e morria de frio. Fome não causava essas coisas... Ou causava?

Pouco importa agora.

– Mamãe, eu te amo - ele diz com a voz falhada e fraca.

Ele se deita no chão e se encolhe por conta do frio. A vela não ajudava nem um pouco, mas era melhor que nada por enquanto. Soluço vira o rosto para a pequena chama amarela e sente as pálpebras pesarem. Sua hora estava chegando...

Naquele exato momento, ocorre uma explosão.

Metade da caverna vai para os ares, revelando um céu cinza (quase negro) e vários monstros carregando uma catapulta. Soluço espreme os olhos e consegue ver um dragão negro com grandes olhos verdes.

– BANGUELA.

Soluço começou a se sentir melhor. A visão se adaptou ao ar livre e ele consegue respirar com facilidade. O dragão vem correndo e lambe todo o rosto dele.

Naquele momento, Soluço se sente mais forte. O amigo estava com ele. Tudo ficaria bem... Ele tinha certeza que sim. Naquele momento, Soluço soube. Seu cerne era esse. Jack Frost estava certo afinal de contas... Ele era um perfeito Guardião da Amizade.

– Banguela... - Soluço começa a rir.

Banguela o ajuda a se levantar. Ao lado dele havia uma garota de cabelos negros e dentes afiados. Soluço só precisou de dois segundos para reconhecer a nova amiga.

– Mavis! - ele exclama, sorrindo.

– Ei, Soluço! - ela se aproxima.

– Como me encontraram? - ele pergunta olhando para a manada de monstros atrás dela.

Ela faz um gesto em direção a Banguela e sorri. O sorriso de Soluço também se expande. Ele olha para o amigo e faz carinho em sua cabeça.

– Você é danado, hein amigão - ele diz.

Soluço então se lembra de algo importante, e se vira para Mavis, sério.

– Breu está com a adaga? - ele pergunta.

Mavis faz que sim com a cabeça, também séria.

– Meu pai está rastreando seus amigos com o Homem Invisível. Ele sente que estão numa grande armadilha...

– Eles estão bem? - Soluço se sentiu melhor ainda.

– Estão vivos... mas não muito bem.

Um lobo com postura humana de junta a eles. Vestia uma camisa havaiana e usava uma simples bermuda jeans. Era estranho. Soluço nunca viu um lobo usar roupas normais.

– Mavis - ele diz com uma voz rouca e grave - seu pai mandou uma mensagem por torpedo.

Soluço franziu o cenho. Que diabos era "torpedo"?

– O que ele disse? - Mavis pergunta, preocupada.

– Conseguiu farejar seus amigos no subterrâneo. Devem estar na Toca do Coelhão.

Mavis arregala os olhos de terror.

– Ah não!

– O que foi? - pergunta Soluço - qual é o problema?

– Breu já dominou todo o subterrâneo. Se seus amigos estão lá, certamente estão em perigo.

Soluço monta em Banguela. Estava determinado a salvar os amigos, custe o que custar.

– Onde fica? - ele pergunta.

– A Toca fica a alguns quilômetros pelo o que posso sentir... Mas não conseguirá chegar lá voando.

Soluço consegue dar um sorriso miúdo.

– Não vou voar.

– Então porque montou no dragão?

Soluço coça o pescoço de Banguela.

– Saudades - responde simplesmente.

O dragão faz um som com a garganta. Soluço já conhecia maioria dele. Aquele significava modéstia. Provavelmente um: Ah, pára...

Mavis também sorri. Ela se vira para o lobo com roupas humanas.

– Nós vamos para a Toca.

O lobo franze as grossas sobrancelhas.

– Tem certeza?

Mavis estufou o peito, destemida.

– Tenho. Preciso de cinco de vocês para montarem guarda. O resto se junta a meu pai no plano de ataque.

O lobo assente e se junta aos outros monstros, repassando o que Mavis havia dito.

– Plano de ataque? - Soluço pergunta confuso.

– Vamos lutar.- ela abre um largo sorriso, e seus caninos brilham - Se Breu quer dominar o mundo, não será tão fácil assim.

– Falou e disse.

Cinco monstros se juntaram a eles. A bruxa recepcionista que Soluço havia visto no Hotel (Onilda, ele achava), o lobo com roupas humanas, um sujeito grande e verde e mais uma bruxa (essa mais nova).

Todos seguravam armas. As bruxas com suas longas varinhas de carvalho, o lobo com seus dentes afiados e o cara verde com uma arma estranha e longa. Ele ouviu ele chama-la de "espingarda" ou algo do tipo...

Mavis sorriu para eles, agradecida.

– Eu não pediria monstros mais corajosos - ela diz sorrindo - estão prontos?

– SIM! - eles gritam em uníssono.

– Está pronto, Soluço? - ela pergunta para ele.

Soluço ergue a postura, como seu pai geralmente fazia em batalhas. Pensar nele lhe trouxe boas lembranças, e ele se sentiu mais forte.

– Estou! Pronto Banguela?

O dragão solta uma pequena bola de fogo no chão de pedra, confirmando. Soluço se sentia tão forte que esqueceu que quase morrera alguns minutos atrás... Isso era muito bom. Ele começara a ter esperança.

– Vamos salvar uns amigos, Mavis.

Mavis sorri.

– Vamos, Espirro.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês no prox capitulo..