Guardiões: O Retorno Das Trevas escrita por Annabel Lee


Capítulo 23
Na Toca do Coelhão II


Notas iniciais do capítulo

Então gente, pra vocês um capítulo da... tam tam tam... MAVIS!

Tem uma parte que parece Avengers... ces vão ver...



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Mavis conhecia um atalho para a Toca do Coelhão.

De viver no Hotel Transilvânia ela era boa com o ambiente subterrâneo e túneis. Mas sabia que eles deveriam ser cautelosos. As forças de Breu estavam fortíssimas em locais escuros, portanto deveriam levar tochas ou lanternas.

Ela foi na frente, segurando uma lanterna recém recarregada. Ela conseguia farejar a Toca com seu faro incrivelmente aguçado de vampiro. É como se cada coisa inalasse um cheiro diferente. A Toca do Coelhão cheirava a chocolate e bolo de cenoura... Não a agradava muito.

Soluço caminhava ao lado dela. Ele relutou em sair de cima do dragão, mas Onilda insistiu e disse que o túnel era baixo demais para um garoto montado num dragão. Era lógico! Mas o pobre Soluço quase que dependia dele.

O túnel estava mais frio do que deveria ser. As Trevas deixavam tudo com um ar gélido e sombrio. Com a leve sensação de estar chovendo ou caindo granizo quando, na verdade, é só uma rajada de vento.

Essa sensação a incomodava.

Continuaram caminhando pelo corredor, em linha reta. O túnel leva a apenas UM lugar. Isso significa que curvas são armadilhas. Ela aprendera isso brincando de pique-esconde com Frank quando era criança.

Por falar nele, Frank cobria a retaguarda. De vez ou outro comunicava-se com o pai dela pelo celular que Jonathan dera de presente para eles. Os pais do namorado, de acordo com ele, eram ricos. E os celulares já estavam mofando na estante.

Mavis sentia falta dele.

- Sabe lutar? - Soluço pergunta de repente.

Mavis notou o medo e o nervosismo na voz dele, então prosseguiu com o assunto como se fosse uma conversa natural.

- Sei técnicas de kung fu... E tenho meus dentes.

Soluço desviou os olhos e ficou pálido por um instante. Ela amaldiçoou a si mesma por deixar o pobre menino com mais medo do que já estava.

- Sinto muito - ela diz - saiba que não sugo amigos meus.

- O-obrigado. Fico mais aliviado.

Ele segurava uma tocha que o dragão iluminou. A tocha mais a lanterna deixavam o ambiente luminoso o bastante para não ter muitos ataques... Mas Mavis ainda se sentia insegura.

- Por que o mundo ainda não virou o caos? - Soluço pergunta - Breu já tem a adaga.

Mavis reflete por um momento.

- Pelo o que sei da adaga ela fica em uma Caixa. Os Guardiões chamam de Caixa de Pandora. Até onde sei, a caixa e a adaga se relacionam. Como uma chave e uma porta. Para abrir a porta, é preciso girar a chave.

Soluço fica quieto um tempo, pensando.

- Quer dizer que a Adaga e a Caixa trabalham juntas?

- Sim. Mas ninguém sabe como. É preciso ser muito sábio para compreender.

- Então, ainda temos esperança.

- Sim. Mas não muita. Portas podem ser arrombadas. E, além do mais, a adaga em si tem poderes. Eles podem fazer muito com ela, ainda...

Mavis não queria deixar o amigo mais preocupado, mas tinha que ser sincera. A adaga tem poderes na mente humana. Pode ser algo letal nas mãos de um bruxo ou feiticeiro, embora não cause o dano que a caixa causaria junto dela.

Ela para na frente de uma grande rocha bloqueando a passagem. Então estreita os olhos. Havia um desenho na rocha: um ovo de páscoa.

Eles haviam chegado.

- Frank - ela chama.

- Eu.

- Chega aqui.

O grandalhão se aproxima.

- Pode dar um jeito? - Mavis pergunta.

- Claro!

Frank Stein dá um soco na rocha, transformando-a em vários pedacinhos de pedra pelo chão.

Lá dentro, o que deveria ser a Toca do Coelho da Páscoa havia se transformado em Câmara Sombria Cheia de Entulhos. O lugar estava derrubado, cheio de rochas pelo chão e um ar escuro mais frio do que o corredor alguns momentos atrás.

Não havia cheiro de chocolate. Não havia alegria, nem cor. Apenas a transformação que Breu e as Trevas causaram.

Mavis começou a ficar com muito medo ao ver aquele local.

- O que aconteceu? - ela ouve Soluço sussurrar consigo mesmo (ou seria com Banguela?).

A Bruxa Onilda levantou a mão que segurava a varinha e uma bola de luz saiu dela, iluminando mais o local. Mavis consegue ver alguns ovos de pedra caído ao chão. Porém, mesmo com o feitiço de Onilda, o lugar permanecia escuro.

- Isso é horrível... - Mavis diz consigo mesma.

- Eu discordo - diz uma voz desconhecida.

Da escuridão, uma mulher surge. Era bela e transpirava poder. Seus olhos exibiam um brilho azul claro e seus cabelos cacheados caíam pelas costas. Em suas mãos, haviam uma adaga. Em seu rosto, um sorriso de vitória.

Mavis sabia que ela era uma bruxa. Mas não como Samantha ou Onilda, que haviam acompanhado o grupo.

- Que grupo interessante... - a bruxa diz.

Ao lado dela, a figura escura e sombria de manto negro surge. Mavis a conhecia. Era o Bicho Papão. O traidor imundo que Mavis um dia já chamou de amigo.

- Concordo - ele diz com os olhos fixos em Banguela e Soluço.

- Duas bruxas. Um monstro esquisito. Um dragão. Uma vampira e um adolescente - diz Gothel, rindo consigo mesma.

- Quer que eu chame os leões?

Gothel olha para Mavis, depois para o resto do grupo e esbanje o sorriso.

- Enjaule as bruxas e o monstro. Eu quero falar com esses outros três.

- Como quiser, minha rainha.

Breu estala os dedos e alguma sombras do local tornam a foram de guardas. Elas prendem os amigos de Mavis e os arrastam para dentro. Breu os seguiu, ignorando os gritos dela, pedindo para que ele os poupasse.

Mavis para de gritar quando eles somem na escuridão.

- O que você fez com o Coelhão? - ela escuta Soluço perguntar - e com Merida? Jack? Rapunzel?

Gothel ri.

- Estão em seus devidos lugares.

Um silêncio sombrio e assustador se estende. Então, Mavis reúne toda a sua coragem que havia perdido há alguns momentos para dizer:

- Você vai perder.

Gothel olha para ela, com um brilho sarcástico nos olhos.

- Vou?

- Está na sua natureza.

Mavis não sabia onde havia reunido tanta coragem para aquilo. Mas começou a se sentir melhor. Sentia-se como a guerreira que a mãe era, que o pai sempre acreditou que fosse... Mesmo não tendo participado de toda a aventura que Soluço participou.

Agora o olhar de Gothel tinha amargura e ódio, mas seu tom sarcástico não mudara.

- Seus amigos estão condenados. Todos eles. Cada um está sobre o Poder da Adaga. O que eu tenho a perder?

Dessa vez, quem responde é Soluço:

- Te falta convicção.

O tom sarcástico se fora. Apenas ódio havia sobrado. E a coragem que Mavis reunira começa a escorrer pelo seu corpo, assim que Gothel dá um passo a frente.

- Guardiões! - ela grita.

Mavis e Soluço trocam olhares confusos. Nenhum deles entendia o que acontecia. Então, da escuridão, surgem três figuras conhecidas e obedientes a voz da bruxa. Todas envoltas por uma expressão sombria, com seus olhos brilhando num brilho azul-claro como o da adaga de Gothel.

Mavis quase grita, e ela consegue ouvir o grito abafado de Soluço.

As três figuras eram: Rapunzel, Merida e Jack Frost.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam!!!



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