Suntuoso Passado:A história de Endymion e Serenity escrita por Darin


Capítulo 21
Capítulo 21: O julgamento da Lua...


Notas iniciais do capítulo

Demorei, né?
Correria, meu povo... Estou com muitas coisas complicadas no trabalho...
O calor infelizmente não cessou ainda e mais um capítulo triste...
Mas mesmo ao calor e excesso de trabalho, tenho uma notícia feliz =D
Passei no concurso do BB, agora é aguardar me convocarem, né?



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Uma forte dor invade meu âmago.

Quero sair correndo, quero gritar, quero chorar e espernear igual uma criança.

Mas sei que não posso...

Como pode doer tanto?

Uma lágrima teimosa escorre pelo meu rosto, afasto-a disfarçadamente e elevo a cabeça. Estou sendo escoltada pelas duas Sailors que encontrei mais cedo, Mars e Mercury. O rosto delas está sério, ignoram completamente as lágrimas que banham meus olhos...

Elas não entendem, será que não são capazes de entender?

No longo corredor adornado de cristais e antigas estátuas dos antigos governantes, minhas duas outras guardiãs completam o cortejo.

Jupiter, a sailor de corpo escultural, está com a cabeça baixa, sinto o pesar dela por mim.

O que as outras falaram para ela?

Volto-me para a outra, longos cabelos dourados, cintura marcada pelas correntes que sempre leva.

Será que estes arcos em forma de coração vão me prender aqui depois que encontrar meus pais?

Venus me retribui o olhar, culpada...

Tento identificar um “Vai ficar tudo bem”, mas nada...

Eu sei, estou encrencada.

À medida que vamos andando, mais duas figuras completam o cortejo, Luna e Artemis. Mas eles não estão em sua forma felina habitual. Luna exibe sua forma feminina que possui longos cabelos negros ondulados, enquanto Artemis mostra-se extremamente sóbrio com o paletó branco em total harmonia com seus longos cabelos prateado...

Nenhum dos dois olha para mim...

Elevo o rosto para o meu corredor da morte, soldados trajando vestes brancas e prata estão em duas filas em posição de sentido... Uma trilha humana para guardar os governantes lunares.

A porta da sala do trono está mais próxima, o que farei?

A dor da separação de Endymion parece mais forte a cada passo. Sinto que se eu entrar naquela sala corro o risco de nunca mais vê-lo. Penso no que falamos, já vencemos uma provação, o meteoro sumiu...

Será que meus pais vão entender?

Será que me será permitido amar quem eu amo?

“Não vou desistir dele”. Este é o meu pensamento quando transponho o portal de mármore e cristais e ingresso na imensidão brilhante que é a sala do trono do Milênio de Prata.

No centro da sala há uma imensa escadaria que leva para os tronos, duas grandes poltronas de mármore branco, acolchoadas de veludo alvo, a da minha mãe e a minha. Cada trono é adornado por diversos colares de pérolas e cristais.

Acima do palco, como que demonstrando toda a superioridade daqueles que neles sentam-se, há uma imensa lua esculpida em ametista alva. Esta lua projeta um brilho sutil que deixa aqueles que nos tronos sentam-se uma aura bruxulorenta, quase divina.

É esta a impressão que deixo quando lá estou?

Somente este pensamento invade minha mente quando curvo-me, junto com minhas guerreiras à poderosa governante do Império Lunar, o Milênio de Prata.

Não há mais ninguém na imensa sala do trono, somente minha mãe em seu trono de direito e o grande Tsukuyiomi curvado na escadaria.

Meus pais querem esconder a vergonha de ter-me como filha, por isso devem ter dispensado a corte real...

–- Lady Serenity... – era a voz de minha mãe, a deusa da Lua.

É palpável o pesar e repreensão na voz daquela que amo. Não tenho coragem de elevar meu olhar, sinto vergonha... Vergonha por amar quem não devo, por ter fugido, por não querer voltar.

Sinto braços me envolverem e um cheiro de menta e charuto invade minhas narinas – Minha filha... – os braços me envolvem com mais força – Nunca mais faça isso!

Elevo meus olhos, cheia de culpa, e vejo a figura magra e alta que é Tsukuyiomi, o consorte da Deusa da Lua, meu pai.

No reino Lunar, por ser um reinado inteiramente matriarcal, não existe rei. Somente existe o consorte, o homem que compartilha do poder da Deusa e a fecunda para dar luz à nova divindade...

Meu destino era ter um consorte, uma estrela tão fraca quanto a de meu pai...

Fecho meus olho...

Mais uma razão para Endymion não ser meu... Sua estrela é forte...

– Estou bem, grande Tsukuyiomi – não posso chamá-lo de pai também... Desde quando nasci, não posso ter pai... sou a herdeira do reino lunar.

–- Tu sabes o que fez, Serenity? – a voz de minha mãe era ríspida -- Como ousou fugir?

Abaixo a cabeça, nada posso falar.

–- Deusa, a princesa é muito jovem ainda para compreender as próprias obrigações. – ouço a voz de meu pai.

–- Cale-se, Tsukuyiomi, não lhe permito defender esta criança. Ela teve força suficiente para fugir, então terá forças para se defender!!

Odeio quando minha mãe fala desta forma com meu pai, eu sei que ela o ama, mas por que tem que ser assim?

Ela me olha com rancor.

–- Fale, Lady Serenity, o motivo de manter-se afastada de suas obrigações por semanas!

A tensão no ambiente era palpável, ninguém poderia me ajudar.

Elevo-me, respiro fundo, olho para minha mãe e inicio minha defesa.

–- Há muito, minha Deusa, venho negligenciando minhas obrigações como princesa da Lua. Há muito, venho me encontrando com um homem que é-me proibido. Pelo desejo de estar com este homem, fugi de meu reino por estas semanas.

Os olhos de minha mãe se estreitaram – Isso não é uma defesa, minha cara princesa, é uma confissão. Acredito que Lady Venus, não lhe ensinou oratória, como deveria.

A líder de minhas guardiãs estremeceu ao meu lado, minha mãe atacar-nos-ia a todos – Lady Venus, mã... – gaguejei em seu nome, queria chamá-la de mãe, mas sei que na corte isso não era permitido -- Deusa, Lady Venus não negligenciou as próprias obrigações. Sei perfeitamente o que é uma defesa, porém – olho em seus olhos celestes – Não posso me defender do que não considero ter defesa.

–- Me explique...

–- Amar, Deusa, não considero possível me defender deste sentimento. Amo aquele homem... – respiro fundo – Minha mãe, e o amarei por toda minha vida. Prefiro a morte a deixar de amá-lo.

–- Guardiãs, o que me dizem sobre esta... postura da princesa?

–- Considero que seria impossível a Princesa Serenity se afastar daquele homem – me surpreendo com a colocação de Venus, ela sempre foi tão contra – Mas ela deveria saber de todas as implicações que este amor pode gerar.

–- Sim, muito bem colocado – minha mãe olha a líder das guardiãs com certo rancor – As implicações... Foi você e Mars que vieram a mim para conversar sobre a necessidade de falar a propósito do legado dos dois reinos para a princesa.

–- Conheço o legado – olho para baixo – Endymion me falou sobre ele.

–- E mesmo com este conhecimento se atreveram a prosseguir com o romance?

–- O enunciado da lenda, Deusa – Mercury se prontifica e minha mãe a olha com interesse– Diz que um grande mal surgirá se os poderes dos dois reinos se unirem na superfície... Este grande mal já surgiu... Em uma análise mais profunda, aquele meteoro foi o grande mal e ele desapareceu.

Não acredito que as meninas estão me ajudando e chegaram à mesma conclusão que Endymion... Tenho que agradecê-las depois.

–- Como? – Minha mãe senta-se no trono e cruza as pernas, olhando para nós.

–- O príncipe – Jupiter, ao meu lado, olha tímida para minha mãe, que balança as mãos para que ela prosseguisse – Falando com um dos generais do príncipe, fui informada que na superfície, este começou a atuar para fortalecê-la.

–- Vocês três estão insinuando que a lenda já se concretizou e não há nada a temer?

–- Não, Deusa , há muito a temer – era Mars, será que ela ficaria contra? Olho-a com os olhos lacrimejando. Por favor, Mars, minha mãe está cedendo – Mas imagino que possamos vencer o que for... A princesa merece ser feliz...

Uma grande exasperação toma conta do meu ser, minhas guardiãs estão me ajudando, sorrio para Mars, mas ela não me retribui.

–- Mas isso não quer dizer, Deusa, que devamos apoiar este romance de forma imediata.

–- Sim? – minha mãe arqueia uma das sobrancelhas, ela ainda mostrava-se cética.

–- Até não houver dúvidas sobre a extinção do mal do meteoro e o fortalecimento da superfície – Mars me olha culpada, o que ela está planejando, devolvo o olhar desesperada – Voto na princesa não encontrar o príncipe por este período...

–- O quê? – falo indignada, olhando com fúria para Mars.

–- Algo a falar, Serenity? – minha mãe me olha, nada feliz, abaixo a cabeça – Ok, ok, guerreiras... Vocês apoiam o romance da princesa... Mas e a questão hierárquica da lua?

–- Deusa – mesmo com a cabeça baixa, consigo reconhecer a voz tranquila de Mercury – Imagino que a princesa pode ser a madona da Lua e auxiliar Endymion em Elysion... Nada a impede disso...

–- Certo, Mercury... veremos...—vejo pela voz cansada que minha mãe está se dando por vencida -- Por enquanto, necessito falar com Jimmu-tennou, o imperador de Elysion... Ele não apoia o romance do filho com Serenity e duvido que um dia aceite-o... Há muito em jogo...

Arrisco olhar novamente para minha mãe e é de corta o coração a tristeza que vi nela.

–- À Lua somente ficou o papel de contemplar e proteger a joia azul... Esta é a nossa aliança política... Temo quebrar isso...

–- Deusa, isso significa que minha filha poderá encontrar-se com o homem que ama?

–- Não, Tsukuyiomi, isso quer dizer que pensarei sobre o assunto... – mamãe fala sem emoção com meu pai e olha para mim de forma autoritária -- E que Serenity está terminantemente proibida de ir à superfície da joia azul... Espero, guerreiras, principalmente você, Venus, que façam com que minha filha não vá a terra.

–- Mas – meu pai continuou – como ela falará com ele?

–- Cartas, permito que escreva cartas a ele...

Minha mãe sai sendo seguida de perto por Luna e Artemis...

Meu pai vem me abraçar pela falta que deve ter sentido de mim e para me consolar pela rigidez de minha mãe.

Pobre papai, não é culpa dele, eu ter me apaixonado pelo impossível...

*Tsukuyiomi é o Deus da Lua na mitologia xintoísta, Dizem que ele, junto com Amaterasu (sol) e Susanoo (mar), é uma das divindades primordiais e ascendentes diretos dos imperadores japoneses. Tsukuyiomi não possui um papel decisivo para esta mitologia, ele geralmente figura como o irmão de Amaterasu, que é realmente importante.

Nisso, pensei em colocá-lo como o conjugue de Selena, já que são a mesma divindade (ambos da lua), mas Selena é bem mais poderosa e conhecida... Ele seria a sombra de Selena, tal qual o é de sua irmã Amaterasu.


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Notas finais do capítulo

A Deusa cedeu um pouco para o romance, mas será que ela não vai perceber as tramas de Beryl?
E será que Serenity vai resistir ficar longe de Endymion?

Realmente, emoções finais de minha amada fic =D