Wib - Women In Black escrita por Estressada Além da Conta, ariiuu


Capítulo 6
Trocando afinidades


Notas iniciais do capítulo

Desculpem minha demora! Boa leitura. XD



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Trocando afinidades


Kid POV


Eu não estava entendendo mais nada. WIB? Alvida? Agente? Quem diabos eram aqueles? N e B eram agentes da WIB, mas o que infernos era WIB? Por Enel, como eu estava confuso.

– Valeu, Trafalgar, mas eu luto sozinha. – A ruiva, Nami, se não me engano, disse para Law – Porém, se quiser tanto assim me ajudar... – Começou a correr na direção de Alvida. Ela era louca? – Acabe com eles, senhor Trafalgar, se for capaz!

– Não duvide disso. – Trafalgar comentou e se preparou para lutar.

– Ei, chiclete. – Chamei a estranha com cabelo cor de chiclete ao meu lado que comia uma perna de frango despreocupadamente – Sua amiga é meio louca, não?

– Chiclete é a sua vó. – A rosada rebateu irritada – Ela dá um jeito, aposte nisso, tomate. – Uma veia apareceu em minha testa. Tomate? Nem mesmo Law, com aquela pose de chefão, ousava me chamar assim. Já ia abrir a boca para retrucar, mas ela falou primeiro – E aquele tal de Trafalgar? Ele também me parece suspeito.

– Ele está bem, eu garanto. – Era verdade.

Trafalgar estava levando a luta a sério o suficiente para estar nocauteando os dois lacaios da tal Alvida. Acho que finalmente encontrar a menina de seus sonhos fez com que ele ficasse mais... Disposto. Falando na mulher dos sonhos daquele infeliz, ela parecia entediada com os ataques da morena. Alvida atacava de um lado, a ruiva esquivava do outro e aplicava um golpe forte o suficiente apenaas ara deixar a oponente tonta, como um gato brincando com um rato.

– COMO É, N? – Bonney berrou de repente – ACABE LOGO COM ESSA TROUXA PRA NÓS VOLTARMOS PRA AGÊNCIA!

– É rude berrar, B. – A ruiva repreendeu com voz monótona – Mas você tem certa razão, isso aqui está insuportavelmente sem graça.

– Sua...! – Alvida se jogou contra ela com os punhos fechados, tentando derruba-la, mas Nami parou o ataque segurando suas mãos, mantendo-a lá, tirou uma arma do terno e atirou. Tudo isso numa velocidade incrível.


Law POV


Aquela ruiva era extremamente rápida. Em meio minuto, já havia parado um ataque, puxado uma pistola e atirado. Mas o tiro não fez efeito, a não ser desacordar Alvida. N soltou a morena, e essa caiu com tudo no chão, com uma mancha arroxeada na roupa.

– Balas com sedativo, sempre funciona. – Ela comentou e, diante meu olhar interrogativo, explicou algo bem interessante:

– É uma bala especial, feita com um plástico que se rompe facilmente quando entra em contato com um sólido de forma brusca. Esse plástico forma um tipo de cápsula, onde é colocado sedativo, veneno ou qualquer outra coisa que for necessário. – E antes que eu abrisse a boca para retrucar – Mas a base é de outro material mais resistente, para que a cápsula não se rompa dentro do cano da arma. – Ela tinha suas garras, como toda gata que se preze.

– N, está tudo bem o deixar saber disso? – B questionou preocupada, chegando mais perto de nós – Você é sempre tão cuidadosa com o sigilo...

– Numa situação normal, eu apenas apagaria a memória deles. – Ela respondeu – Mas não é uma situação normal, algo nesse infeliz e naquele pateta me intriga.

– Quem é pateta aqui? – Kid perguntou com raiva.

– Acho que a senhorita N já respondeu. – Eu comentei casualmente, sorrindo de canto ao ver Eustass ficar vermelho. Ele era muito esquentado e isso o fazia um alvo fácil para meu cinismo.

– Você fez um belo trabalho com esses okamas, Trafalgar. – A moça, se é que podia ser chamada de moça, virou-se para mim, observando os capangas da morena aos meus pés.

– Quando uma dama indefesa está em perigo, é dever de um cavalheiro ajudar.

– AH, CARA, CALA A TUA BOCA! – A rosada berrou de repente – AQUI NÃO TEM DAMA INDEFESA NENHUMA, OUVIU?! SE EU QUISESSE, TE VENCERIA SÓ COM MEU DEDO MÍNIMO!

– B, três coisas: Primeiro, pare de berrar, minha cabeça está começando a doer. Segundo, você sabe que não deve bater nas pessoas só porque elas foram idiotas o suficiente para te ofender. Terceiro, já disse um milhão de vezes para usar a arma quando for lutar, corpo-a-corpo só é uma opção com pessoas mais fracas ou com força equivalente a sua.

– ESTÁ DIZENDO QUE ESSE IMBECIL É MAIS FORTE QUE EU? – Os berros daquela louca já estavam me dando nos nervos. Ela e Kid pareciam dois moleques esquentados que haviam tido suas balas roubadas.

– Qual a parte de "pare de berrar" você não é capaz de entender?

– N! – Uma mulher de cabelo azul, também vestida com terno negro, chamou da entrada do Baratie.


Nami POV


– O circo chegou. – Bufei. Sério, eu quase me mato de tanto lutar e só quando acabava é que alguém surgia pra ajuda? Sabia me cuidar, evidentemente, mas Hancock adorava me passar sermões sobre eu ser apressada. O que ela queria, que as lutas demorassem três horas até os reforços, que não passava de uma agente, chegarem? Faça-me o favor, tempo era uma coisa preciosa demais para ser perdida – Está atrasada, V.

– O que aconteceu aqui?

– O que você acha? Vou dar uma dica: Começa com "Mais uma louca" e termina com "tentando me matar". – V revirou os olhos com minha resposta malcriada.

– E então, o que vamos fazer? – Bonney perguntou para mim. Tive vontade de dizer "E eu lá tenho cara de Oráculo, por acaso?", porém me contive e respondi com minha habitual indiferença.

– V vai arrumar essa bagunça e levar Alvida para o interrogatório. Eu e B iremos levar nossos... Amigos para a agência.

– Mas... – A menina de cabelo azul começou, porém a interrompi.

– Sim, em situações normais eu apagaria as memórias deles e daria outra explicação vaga que você tanto ama. No entanto, esse não é o caso, então me faça um favor e obedeça. – Virei-me então para dar atenção aos dois homens atrás de mim – Vocês dois, venham comigo. B, vamos embora.

– Nem pense em pegar meu carro! – Vivi exclamou e eu sorri matreira.

– Claro.

– Ei, mulher, quem disse que eu vou te obedecer? – O ruivo... Eustass, acho... Enfim, o ruivo disse frio.

– Ninguém disse que você iria me obedecer, porém ninguém disse que não iria. – Me dirigi à saída do restaurante e saí do lugar, acompanha da por Bonney e, intrigantemente, Law. Kid nos seguiu logo depois, como eu sabia que ele faria. A curiosidade humana não deve ser subestimada.

– N, dessa vez eu dirijo!

– Nem comece, B. Da última vez, você quase nos matou.

– Do quê vocês duas estão falando? – Eustass perguntou, me vendo abrir a porta do carro negro de Vivi e pegar as chaves – Aquela sua amiga não disse pra você não pegar o carro?

– Ela disse para não pensar em pegar o carro. E eu não estou pensando, já peguei. – Entrei no carro e dei a partida. Estava esperando B sentar no banco do passageiro, mas, para minha surpresa, quem se sentou lá foi Trafalgar, forçando minha companheira e o ruivo a sentarem no banco de trás. Sorri de canto, isso seria interessante. Pisei no acelerador.


Law POV


Não podia evitar. Tinha que olhar para ela, beber cada imagem, me fascinar com cada movimento delicado e preciso, fitar os cabelos de um tom laranja que caíam em belos cachos, observar a beleza de seu corpo e constatar a mimosa face de anjo. Anjo frio, irônico, perigoso, mas um anjo. E ela deve ter notado meu olhar maravilhado, pois se virou para mim e perguntou um tanto incomodada:

– Perdeu algo em mim, infeliz? – Voltou sua atenção para a estrada.

– Ele só está observando a garota dos... – Kid começou a falar, e eu lhe lancei um olhar de aviso – Tá me olhando por quê?

– Acho que é porque ele tem dois olhos. – B respondeu e soltou uma risadinha.

– A conversa ainda não chegou aí. – Ele devolveu. Os dois começaram a discutir, até a voz fria de N ser ouvida.

– Se vocês não pararem, irão ficar sem língua. B, não deixe esse esquisito te irritar mais do que você já é irritada.

– Você é quem manda, chefe. – A rosada disse com ironia e bufou. Estranhamente, nós parecíamos uma família, onde eu era o pai, N a mãe e Kid e B os pirralhos irritantes, esquentados e barulhentos. Que medo.

– Então... – Comecei – Senhorita N...

–Só N. A não ser que ache que meu nome é esse. – Ácida. Muito ácida.

– Aquelas balas não são muito úteis, não é? Afinal, o líquido entra no organismo pela pele, mas se não conseguir chegar até ela... Não vai adiantar nada.

– É uma bela dedução. – Comentou com leve ironia, sem tirar os olhos do caminho – Quando o caso é esse, existem outros recursos cuja existência é o mínimo que você precisa saber.

– Você não tem muita educação, não é?

– E você tem muita curiosidade.

– N... Estou com fome! – B exclamou. Aquela mulher parecia Luffy: Escandalosa e gulosa.

– Você acabou de comer, chiclete. – Kid comentou.

– Calado, tomate! A conversa não chegou aí ainda.

– Sabe qual é a melhor parte de ser uma agente de elite? – A ruiva questionou de repente e, antes de qualquer um de nós sequer abrir a boca, respondeu – Que você pode mandar nas outras agentes e, se necessário, substitui-las.

– Você não ousaria...

– Nós duas sabemos que sim.


Nami POV


Finalmente minha companheira sem fundo se calou. E ficou assim pelo resto da viagem. Trafalgar parou de me fitar com tanta intensidade, mas ainda lançava olhares de canto de olho. O que aquele homem tinha? Era normal os homens me olharem com desejo, medo ou até mesmo respeito, porém nunca nenhum havia me lançado um olhar de... Admiração, como se eu fosse algo raro e precioso. E o que mais me irritava era o fato desse olhar me incomodar ao ponto de eu gostar de senti-lo. Sei, sei, contraditório até a alma, mas que posso fazer?

Havia algo naquele moreno que me intrigava. Talvez fossem os olhos cinza profundos que carregavam algo que só poderia ser descrito como fascínio e... Saudade. E o pior, é que ele não me era estranho... Não, era familiar... Como se eu já o tivesse visto em algum lugar...

Graças aos céus nós finalmente chegamos à sede das WIB, que não passava de uma barraca antiga entre dois grandes prédios comerciais. Na verdade, a barraca era uma loja de livros antiga.

– Vamos, nós chegamos. – Declarei – E Bonney, você vai treinar pontaria com P.

– O QUÊ? AQUELA VACA COM AQUELE "HOROHORO" MALDITO?

– Você conhece outra? E é melhor segurar a língua perto dela. – Saí do carro e me dirigi à loja – Vocês vêm? – Entrei lá e fui recebida por um senhor de longas barbas e vestindo uma túnica ou seja lá o que for aquilo. Ele sorriu ao me ver.

– Oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi, mocinha! Oi, oi, oi, oi, oi!

– Você chama demais. E essa roupa de Dumbledore?

– Ei, Nami, quem é esse? – Eustass perguntou atrás de mim.

– Quem te deu permissão para usar meu nome? Ah, esquece. Esse é o dono da loja.

– Oi, oi, oi, oi, oi, oi! Cuidado aí, mocinho! – O velho exclamou para Trafalgar, que mexia em alguns livros de medicina. Ergui a sobrancelha, Law era médico? Não, não fazia o perfil de um médico. Talvez um detetive ou algo assim.

– Perdeu alguma coisa em mim, Nami-ya? – Maldição, ele notou minha análise. Ignorei-o.

– Estou indo para a agência.

– Claro. – O senhor sorriu novamente, foi para trás do balcão e puxou uma alavanca – Podem ir meninas. – Mostrou o elevador branco que nos levaria para baixo – E tomem conta de seus namorados.

– Velho caduco, eles não são nossos namorados! – B reclamou.

– B, vamos logo. – A empurrei para dentro do elevador – Vocês vão ficar aí?


Law POV


Segui a ruiva e entrei no elevador. Ela parecia não se lembrar de nosso breve encontro. O que me deixava um pouco decepcionado, pois achava que N se lembraria. Porém, por causa dos olhares que eram lançados para minha pessoa, a ruiva também sentia nostalgia quando me via. Sorri, ela havia me olhado com uma curiosidade infantil que, por mais que sua postura fria e superior escondesse, seus olhos castanhos não conseguiam omitir.

– Escutem vocês dois. – N pediu – Lá dentro, deixem que eu resolva tudo. Resumindo: Nem um pio. – Assentimos e o elevador chegou ao chão. Saímos de lá e qual não foi minha surpresa ao notar que estávamos num lugar enorme, todo branco, cheio de mulheres vestidas com ternos negros, youkais de várias formas e tamanhos e alguns homens também com ternos.

– Isso não é possível... – Eustass murmurou em descrença.

– Nem provável, mas aqui estamos nós, não é mesmo? – N comentou – Venham.

– Pare de me dar ordens. – O ruivo rebateu.

– Eustass, pare de resmungar, por favor. – Ela disse simplesmente.

– Com licença... – Uma mulher se aproximou da ruiva. Tinha orelhas de cachorro brancas, assim como o rabo, e usava apenas um vestido amarelo colado que exaltava a pele clara e as curvas – Pode me dizer onde eu posso pagar a finança do meu filho...? – N pegou o revólver, apontou e atirou. Não para a mulher, e sim para uma parede, onde a bala ficou encravada bem em cima de uma placa com os dizeres "Finanças e multas".

– Siga a bala. – Guardou a arma e continuou andando, ignorando por completo o murmúrio de agradecimento da outra.

– N, que você pensa que está fazendo? – Uma morena de olhos azuis questionou irritada. Assim como N, usava uma camisa vermelha por debaixo do terno.

– Calma aí, R. A parede vai sobreviver.

– H está louca atrás de você. Ela te procurou por todos os lugares.

– Ótimo, diga para a cobra que a gata fugiu dela em todos os lugares. – Sorriu de modo matreiro. A ruiva parecia uma criança às vezes.

– Ela vai cuspir fogo. – R deu uma risada – Isso vai ser interessante. E quanto a eles? – Apontou para Eustass e eu.

– Sigiloso.

– Você e seus segredos.

– B, leve Eustass para sua sala.

– Mas...!

– Logo eu falo com ele. – A rosada bufou. Sorri, a ruivinha gozava de deliciosa soberania para com os outros – Trafalgar, venha comigo.

– O que? Vai finalmente arrumar um namorado e deixar de ser encalhada? – B perguntou com sarcasmo.

– A suja falando da mal lavada. Eu tive namorados em meus vinte anos, e você?

–... Ponto pra você. – Resmungou – Tomate, vem comigo.

– Tomate uma ova. – Ele retrucou e a seguiu.

– E lá vão os dois pirralhos irritantes. Vamos.

Eu me deixei guiar até a sala dela, que ficava no final de um corredor completamente branco, como tudo naquele lugar. Ali havia uma pequena estátua de uma mulher com longos cabelos e segurando um arco e uma flecha.

– Quem é essa? - Questionei, interrompendo minha análise da estátua.

– A primeira WIB. - N respondeu melancólica - Há muito tempo atrás, ainda na Era Feudal, os yokais e humanos viviam sobre a mesma terra. Claro, os yokais eram banidos ou mortos, mas isso só se o crime de atacar humanos fosse cometido. As pessoas que lutavam contra ele eram conhecidos como "Servos de Deus", e nesse grupo estavam incluídas as mikos, que agora são meras sacerdotisas de templos falidos. Houve uma miko, Umi, que foi a mais forte de todas, pois lutava para proteger.

– Proteger a quem? - Perguntei curioso.

– A todos. - Ela respondeu simplesmente - Principalmente àqueles que amava... Tudo para que eles não tivessem o mesmo destino que seu noivo Luke.

– Que destino?

– Morto por uma youkai. – Abriu a porta da sala e entramos. Ela foi para trás de uma mesa. Fiquei onde estava – Muito bem, eu só quero saber três coisas: Quem é você? O que você e seu amiguinho estranho querem comigo? E por que me olha como se me conhecesse?

– Sou Trafalgar Law. E você tem uma péssima memória.

– Você respondeu só a primeira pergunta. E como assim uma péssima memória?

– Sigiloso. – Respondi com um sorriso sarcástico.

– Maldito... – Se aproximou de mim, ela era baixa em relação a minha pessoa, ergueu uma das delicadas mãos e segurou meu queixo, analisando minha face. A mão dela era macia e suave, nem parecia a mão de alguém que matava monstros – Você não me é estranho... Onde eu já te vi...?


Nami POV


Observei bem a face do moreno. A pele dele deixava a minha em muita evidência. Eu realmente era muito branca. Analisei com cuidado o queixo fino, o nariz empinado, as sobrancelhas arqueadas em leve surpresa, os olhos profundos... Que olhos cinza eram aqueles, meu Deus? Tão profundos e calmos... Perdi-me brevemente no mar tempestuoso daquele olhar insanamente tranquilo. Eu já havia visto aquilo, mas onde?

– Nami-ya? – A voz grave me tirou dos devaneios.

– Eu sei que você sabe o porquê disso.

– E se eu não quiser te contar? – Perguntou sorrindo com irritante cinismo. Os lábios finos curvados contrastavam de modo inimaginável com o perfil sempre indiferente e deliciosamente superior. Aquele homem era uma incógnita.

– Aí... Bem, aí eu vou ter que apelar um pouco... Law. – Sussurrei e sorri de canto.

– Tente... Nami-ya. – Murmurou de modo provocante. Aquele infeliz mexia com meus sentidos.


E eu gostava daquilo.


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Notas finais do capítulo

É com você Ariiuu-san! (Só tente não me matar, okay? XD)

Reviews?