Obsession escrita por Isabelle Masen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Sei que eu demorei muito, muito mesmo (imsorry) mas é que minha vida amorosa deu uma reviravolta um tanto empolgante :B
Agora que as coisas se acertaram, postarei com mais frequencia :D
Nos vemos lá em baixo!



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#FLASHBACK 13 DE SETEMBRO DE 2008, FORKS-WA#



 

Droga, não poderia ser pior! O que começou com uma frase sarcástica terminou com uma festa surpresa, em plena sexta feira 13! É, esse é o meu aniversário na sexta feira 13, que talvez explique por que sou tão azarada. Riley me arrastou até um acampamento depois da aula, e tinha quase metade da população de Forks me aguardando com um bolo do tamanho do mundo. Sempre disse que odiava festa surpresa.


 

--- Ei, Bella! Hora do jogo da pinhata! - Jessica me chamou, com o sorriso de sempre. Suspirei e levantei do tronco caído em que estava sentada, para que as garotas amarrassem uma fenda vermelha em meus olhos. Essa festa, apesar de ser pra mim, era bem mais divertida e comemorada por meus queridos colegas do que pela própria aniversariante.


 

Mãos finas começaram a me girar e quando eu parei me deram algo sólido, acho que um taco de baseball.


 

--- Vai, Bella! - todos gritaram em coro e, afim de acabar com aquela palhaçada, avancei e bati com toda minha força em algo que meu taco tocou. Só quando ouvi o grito estridente e em seguida outros gemendo um “ui”, tirei a fenda rapidamente. Vi o corpo masculino estirado no chão, e me joguei ali, ajudando aquele belo desconhecido.


 

--- No alvo - ele deu um sorriso torto e doloroso, lindo. Nunca vira esse garoto, pois se tivesse o visto não teria esquecido, com certeza não.


 

--- Meu Deus, me desculpa, eles m-me obrigaram a f-fazer isso e…


 

--- Shh - tocou uma mão em minha bochecha - hoje é o seu dia, pode me bater quantas vezes quiser. Mas no meu, eu também posso fazer o que quiser com você - falou e eu ruborizei.


 

--- Eu te conheço?


 

--- Sou Edward Cullen - e ouvi aquele nome arcaico e bonito, que fora gravado como brasa em meu peito.


 

--- Chamem uma ambulância! - o idiota do Riley gritava pra todo lado, com os dentes rangendo por causa da borracha do aparelho dental que usava.


 

--- Eu estou bem! - Edward se levantou em um pulo, cessando os berros de preocupação - é preciso mais que um taco de baseball pra me derrubar - falou e todos explodiram em uma gargalhada quando ele fez um muqui com os braços bem torneados com os bíceps acentuados sem exageros. Mordi o lábio diante daquela visão tentadora.


 

Mas acho que passei muito tempo gravando seu bíceps em minha memória, pois logo ele estava ao meu lado sussurrando perto de minha orelha.


 

--- Mas acho que você me deve, no mínimo, cinco minutos com você - falou e eu me arrepiei dos pés à cabeça, sentindo um calor diferente percorrer meu corpo. Deixei-o me guiar até uma parte mais afastada da festa, em um tronco de árvore caído sob o crepúsculo.


 

--- Como você entrou na minha festa? - consegui falar.


 

--- Quer que eu saia? - falou com um sorriso estupidamente sexy, colocando os braços pra trás da barriga e tombando a cabeça pra trás, em uma posição relaxada. Enlacei meus dedos, meio nervosa.


 

--- Não, é só que… Sei lá, nunca nos vimos antes e você aparece aqui do nada. Pode até ser um estuprador ou um policial disfarçado… - mal terminei e ele caiu em uma gargalhada gostosa, mostrando os dentes brancos e perfeitos.


 

--- Está certa, posso ser um policial e você não sabe. Nunca descarte essa opção - piscou - mas nós nos conhecemos, sim.


 

--- Sim? Acho que me lembraria se conhecesse… - falei rápido e quase falei o que não devia, fazendo ele me olhar com curiosidade -... você.


 

--- Você é da minha classe de literatura - falou como se fosse óbvio.


 

--- Sério? - mordi o lábio.


 

--- Sim, mas você me veria mais se realmente fossa às aulas - falou e deu um risinho. Balancei a cabeça.


 

--- Bem, não vou com a cara da professora. Ela tem cara de cavalo - fiz uma careta, o que o fez rir mais.


 

--- Sabe, você é bastante divertida pra uma garota que senta na frente da classe. Qual é o seu nome?


 

--- Bella - dei um sorriso sincero e nos encaramos por algum tempo.



 

#FLASHBACK OFF#



 

--- E depois dali nós conversamos muito, eu o conheci… Descobri que ele adorava ouvir rock, detestava hippies e cigarros - falei puxando um maço do bolso - e me falou um pouco da vida dele. Nós saímos pela floresta, pela cidade, andamos na linha do trem, até dançamos juntos, e quando fomos pra casa dele… - fitei o cigarro que estava entre meus dedos com um sorriso abobalhado, relembrando minha primeira noite - ele me amou de um jeito tão… Intenso! Eu era virgem, mas sei lá, algo aconteceu naquela noite. Uma coisa inexplicável, uma queima de fogos, borboletas no estômago… Foi - suspirei - incrível.


 

A baixinha me olhava com um sorriso malicioso.


 

--- E depois?



 

--- Bem, no outro dia - passei uma mecha de cabelo pra trás da orelha e sorri - a mãe dele entrou pra nos acordar. Ela era tão linda… Me lembrava muito ele. Tomamos café, ele estava com uma cara de ressaca… Brincamos muito, ele me pediu em casamento na mesa, a mãe dele riu tanto… Eu até hoje espero que aquele pedido se repita, que ele volte a ser como antes… Mas depois de um dia ele pareceu ter esquecido de mim… Eu falava com ele e ele ignorava, eu sorria pra ele e ele ria de mim, eu contava pra minhas amigas o que aconteceu e ele satirizava tudo aquilo, chegando a me chamar de “mais uma da coleção”... - uma lágrima desceu por meu olho - mas não era nada daquilo! Não depois das coisas que ele me disse… E tem a… - funguei - carta…


 

--- Carta? Que carta?


 

--- Eu comecei a… A escrever pra ele depois daquele dia, várias e várias coisas, e ele queimava tudo… Mas guarda apenas uma que eu escrevi em um papel higiênico, que na verdade foram apenas alguns rabiscos que fiz. Ele lê a maldita carta todos os dias, é a única que ele guarda. Isso só me cativou a correr atrás, por que quando o amor passa por nós precisamos agarrá-lo com unhas e dentes, para que ele não suma e deixe um rastro de cinzas. Ele sente algo por mim, eu posso sentir isso.


 

--- Só uma pergunta… Você teve relação sexual com outra pessoa depois de Edward? - falou e eu uni as sobrancelhas.


 

--- Não, eu estaria o traindo.


 

--- Então como sabe que é amor? E se não passar de uma simples atração? Ele pode ser bonito demais e você deve ter se encantado - falou dando de ombros e eu refleti por alguns segundos.


 

--- Mas ele me disse…


 

--- Pessoas falam muita besteira quando bêbadas, acredite.


 

--- Mas e a carta?


 

--- Sinceramente eu também não consegui achar um real motivo pra ele guardá-la. Preciso investigar isso mais à fundo… - disse tirando um bloco de papel de sua bolsa, fazendo algumas anotações.


 

E se ela estivesse certa? Uma atração é meio óbvio demais… Talvez eu só estivesse excitada demais na primeira noite e esperasse que durasse para sempre, já que sempre fui inclinada à romances e finais felizes. Nunca pensei em adultério quando se tratava de Edward, pois o acho a invenção mais perfeita criada no mundo.


 

Não não, ele é especial, só não percebe isso. A noite fora especial, e duvido que vá acontecer algo parecido com outro bonitinho qualquer dessa cidade.


 

--- Vamos fazer o seguinte… Pode me dar o endereço dele? - a baixinha perguntou, me tirando dos devaneios.


 

Passei rapidamente o endereço para ela.


 

--- Depois de amanhã mais ou menos as 13h você poderia me encontrar aqui? Esse é o meu telefone - me entregou uma folha - se você não me encontrar ou se algo acontecer com você e ele. Me ligue e me fale do seu dia, você sabe, essas coisas.


 

--- O que você vai fazer?


 

--- Vou visitá-lo e ter uma conversa com ele sobre você.


 

--- Como é que é? - arregalei os olhos e a nanica apenas sorriu, tranquila.


 

--- É ué, vou me fingir de vizinha, pedir um pote de açúcar e vou comentar como quem não quer nada sobre uma “maluca que estava atrás dele”.


 

E ali em minha frente, em forma de anão, vi uma das minhas únicas chances de me aproximar do meu anjo prometido. Um sorriso ia se formando gradativamente em meus lábios, só relembrando do sonho que tive essa manhã…


 

--- Ok, vou confiar em você. Só não me decepcione, já estou farta de ser iludida - falei com sinceridade e ela assentiu, séria.


 

--- Eu estou disposta mesmo a te ajudar. E com isso aqui - ela desligou o gravador e levantou da cadeira - sua história vai bem longe.


 

--- Obrigada por me ouvir por uma tarde - sorri pra ela que retribuiu, vindo pra cima de mim de braços abertos. Quando ela me apertou em seu abraço, estranhei, afinal há quase dois anos não recebia um desse. Os abraços grossos dos seguranças do bar de Billy não eram exatamente o tipo de conforto que eu poderia receber, no entanto estar ali com a baixinha era… Aconchegante. Me sentia protegida, como se pudesse confiar minha vida a ela. Retribuí, embora ainda meio desajeita.


 

--- Disponha. Agora preciso ir, eu pago a conta - falou, apesar de eu não ter pedido nada.


 

--- Ah… Tudo bem. - falei e ela foi embora. Franzi o cenho. Então isso é ter uma pessoa pra confiar os segredos? Qual é mesmo o nome disso? Bem, eu me lembraria depois, pois já está ficando tarde e meu Edward logo chega em casa.


 

Precisei passar em meu duplex pra trocar de roupa, afinal uma gripe não me faria nada bem naquela altura do campeonato. Coloquei um moletom branco com alguns símbolos com o nome da converse, mais um de meus casacões pretos, um short e um all star. Retoquei o lápis, substituí o antigo isqueiro por um abastecido e parti rumo à casa do meu Edward.


 

Para minha sorte, estava tendo alguma festa no segundo andar e o porteiro estava lá - provavelmente para garantir seu pedaço do bolo - e então foi fácil subir dois lances de escada e pegar um elevador até o último andar. Sei que deveria ter trazido algo pro coitado comer, afinal deve estar bem cansado. Emmett, preguiçoso como é, não deve ter movido uma palha pra comprar nem um pedaço de pão.


 

Quando cheguei na porta, parei e dei uma batidinha nos cabelos. Bati na madeira branca envernizada e Emmett atendeu e… Uau, ele estava relativamente maior do que antes.


 

--- Olá, Isabella - ele sorriu mostrando suas covinhas - trouxe alguma coisa pra comer?


 

--- Oi Emmett, eu esqueci - cocei a cabeça - como você está?


 

--- Ah, eu estou como sempre. Eu… - começou a tagarelar alguma coisa enquanto eu corria os olhos por trás do seu ombro, procurando algum vestígio que provasse que meu Edward tinha chegado. Sem casaco no sofá, sem tênis jogado no canto da parede e salgadinhos pra todo lado. É, Emmett estava sozinho.


 

--- Interessante - falei mesmo sem fazer a mínima noção de que diabos ele estava falando.


 

--- Você ainda lembra da Rosalie? - ele ruborizou, coçando a nuca. Acho que ele falava dela instantes atrás.


 

--- Não, foi mal… Mas o Edward chegou? - falei e ele suspirou, com uma cara triste. Minha fisionomia caiu no mesmo instante, adivinhando o que tinha acontecido na tal entrevista.


 

--- Ele está péssimo.


 

--- Não entendo como nenhuma empresa queira contratar um homem tão inteligente como ele - falei entredentes, com vontade de ir no lugar e atirar pedras pra quebrar as janelas.


 

--- Você não entende, ele está mesmo péssimo - ele falou e eu uni as sobrancelhas. Ele fez um sinal pra que eu entrasse e assim o fiz, seguindo-o pelo apartamento já conhecido - secretamente - por mim.


 

Chegamos no final do corredor e paramos em frente a uma porta branca com um aviso de “não perturbe” escrito em uma placa de trânsito, como em um quarto de adolescente. Suspirei e troquei um olhar rápido com Emmett, que deu as primeiras batidas na porta. Fiquei nervosa, pois mesmo eu já tendo adentrado nessa casa milhões de vezes, o quarto de Edward ainda era um mistério pra mim.


 

--- O que é, Emmett?


 

--- Pedi uma pizza, quer?


 

Logo ele abriu a porta e encontrou meu olhar, seu rosto esbanjava cansaço e solidão. Nunca o vira com feições tão moídas, tão tristinho… Mordi o lábio, com um pedido silencioso de “você vai ficar bem”. Ele bufou e cruzou os braços, se encostando na soleira da porta contra a sua vontade.


 

--- O que você quer? - disse ríspido.


 

--- Eu vim ver como você está. Sabe, essas empresas não sabem o que estão perdendo - falei e Emmett assentiu em concordância.


 

--- Só isso? Acabou? Pronto, agora vá embora daqui e não volte nunca mais - falou batendo a porta com força. Fechei os olhos, o ruído alto me fez sobressaltar.


 

--- Não liga pra isso não. É que como ambos estamos desempregados, não teremos condições de pagar esse apartamento - Emmett disse, acanhado. Fiz um biquinho. Detestava ver duas pessoas tão boas sendo atropeladas desse jeito, afinal pessoas como essas deveriam sempre estar por aí, de boa.


 

--- Eu posso fazer alguma coisa? - me ofereci, esperançosa.


 

--- Não há nada que você possa fazer. Bem, ao menos que tenha mil e duzentos dólares - falou me acompanhando até a porta. Uma ideia começou a surgir em minha mente, mas preferi mantê-la em segredo.


 

----Tudo bem. Boa noite, e boa sorte com o lance do apartamento. Torço pelo melhor pra vocês - falei e Emmett assentiu, fechando a porta.


 

Emmett morava com Edward, e mesmo sendo reprovado pelo amigo inúmeras vezes, tem uma relação de amizade bem saudável comigo. Ele reconhece que eu cuido do Edward, que eu sou a melhor pessoa para ele, mas infelizmente ele é o único que vê isso. O resto acha apenas que sou uma obcecada que merece uma prisão perpétua por atacar a vizinhança.


 

Meu Edward corre o risco de perder seu apartamento! Cara, que diabos de empresa é essa que não quis aceitá-lo?


 

Eu até poderia emprestar meu “apartamento” pra ele, mas ele nunca pisaria lá. Já fantasiei tantas vezes ele entrando pela porta comigo no colo, me beijando, dizendo que me ama, que me quer… Mas um dia isso irá acontecer, eu não vou perder minha fé. Irei dar um jeito de ajudá-lo a pagar o apartamento, ele não terá como negar. Vai que eu ganho algum crédito?


 

Sorri enquanto apertava o botão do elevador, mas quando ele abriu, Aro e alguns outros moradores que riam enquanto seguravam itens festivos pararam e fecharam a cara pra mim.


 

--- Você entrou aqui? - Aro disse com desdém. Uma mulher pegou o celular, discando os números da polícia.


 

--- Isso é invasão de domicílio!


 

--- Você deveria se envergonhar! Vai lavar um prato, garota!


 

--- Não foi invasão de domicílio, eles me deixaram… - quando tentei me justificar um bolo coberto de glacer me atingiu no rosto, fazendo meus olhos arderem e minha garganta entalar. Comecei a sacudir freneticamente o rosto, tentando tirar aquilo que ardia como ácido sulfúrico.


 

--- Vai embora! - todos começaram a gritar me empurrando, enquanto eu me sacudia tentando tirar o bolo e afastá-los de mim.


 

--- Toma vergonha nessa sua cara, sua pirralha. Vá trabalhar pra conseguir alguma coisa na vida, não ta vendo que ele não te quer? Ninguém te quer aqui! - falou uma voz feminina e me deu um chute nos quadris, me fazendo trombar com a porta das escadas de incêndio.



 

Comecei a soluçar tão alto que meu peito doía. Mas um dia, quando Edward finalmente me ver como a escolha perfeita pra ele, tudo isso não vai passar de uma vaga lembrança ruim. Por que, o amor supera tudo, não é?


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Notas finais do capítulo

Só por que eu demorei um tempinho não precisam me castigar não mandando reviews, no próximo capítulo tem um POV do Ed u.u *suspense*
Beijos!



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