Almost Human escrita por MsNise


Capítulo 3
Assustada


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui estou eu novamente! Queria agradecer quem leu, quem gostou, quem comentou e tal. Vou tentar melhorar a cada capítulo. Acho que esse está um pouco chato, mas logo chegará melhores e vocês entenderão quem é essa humana. Nos vemos lá embaixo.



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A garota continua me olhando com olhos arregalados, provavelmente querendo uma explicação.

– Por favor, vamos logo, não temos muito tempo - apresso-a. Ela não se mexe. E agora?

Ela se contorce novamente e tiro minha mão de sua boca. Se ela não ceder eu precisarei voltar para o carro e deixá-la, mas não quero fazer isso. Não posso fazer isso.

Quem é você? - ela me pergunta. Posso entender seu estado de choque, provavelmente pensando que era a última humana sobrevivente.

– Não posso dizer agora, os Buscadores logo nos alcançarão... - estou ficando nervoso. E se esse plano não der certo? E se não der tempo? E se eu for capturado? E Peg? Kyle? Minhas mãos começam a tremer.

– Os Buscadores? - ela está em um torpor. Também posso entender isso, mas logo terei de forçá-la a entrar no carro.

– É. Eles estão te seguindo, lembra? - lembre, lembre, lembre. Seria conveniente se o choque passasse agora.

– Os Buscadores - diz ela em sinal de compreendimento. - Os Buscadores - agora em desespero.

– Isso! - quase grito de alegria. - Agora, vamos sair daqui.

– Para onde? - seus olhos começam a buscar algum lugar para se esconder, passando reto pelo carro.

– Aqui - digo e a empurro para o carro. A porta está aberta, a única coisa que tenho que fazer é empurrá-la e depois entrar, batendo forte a porta.

Dois faróis viram na rua escura. Buscadores. Nos alcançaram.

– Peg, o que você fez quando salvou Jared dos Buscadores? - perguntei.

– Fiz ele fingir que estava dormindo - responde ela nervosa.

– Então é isso, só você está acordada - digo. O carro dos Buscadores para atrás do nosso. Fechamos os olhos.

– Não, não - Peg diz. Abro meus olhos de súbito. - A cara dela não pode ficar assim, à mostra - ela vira na direção da garota. - Deite sua cabeça nos ombros de Ian.

– Dele? - pergunta, apontando para mim.

Os Buscadores abrem a porta, estão se aproximando.

– Isso, rápido - Peg vira para frente. Jared e Melanie já estão prontos. A menina hesita. Não temos tempo. Puxo sua cabeça para meu ombro e jogo seu cabelo em sua cara, para escondê-la. Ela inspira e expira irregularmente, mas não tenho tempo para acalmá-la. Fecho meus olhos.

– Ãhnn... Senhorita? - diz o Buscador para Peg.

Meu corpo se enrijece, o dela também, porém por motivos diferente. Estou preocupado com Peg, pelo que ela terá que fazer. A garota está preocupada com o Buscador, com o que ele irá fazer se descobrir que no carro tem quatro humanos.

– Sim? - Peg sussurra, provavelmente fazendo uma cena, por estarmos fingindo que estamos dormindo.

– A senhorita viu uma garota, não deve ter mais de 13, 14 anos, que passou por aqui andando em um skate? - pergunta o Buscador, sussurrando também.

– Sim, eu vi - o corpo da menina se tensiona e ela ameaça abrir os olhos, mas aperto meus braços ao seu redor, contendo-a.

– E para onde ela foi?

– Desculpe interrompê-lo, mas por que estão atrás dela? É proibido andar de skate agora? - pergunto-me como não desconfiam da frase de Peg. Tem inocência demasiada.

– Não, não - e então hesita. - Ela é uma humana - finalmente revela.

– Humana? - pela primeira vez Peg conseguiu demostrar o pavor necessário para tal situação. Se ela estivesse me olhando provavelmente eu assentiria, incentivando-a.

– Sim. Pensamos que não houvesse nenhum, ou muito poucos, mas acho que estávamos errados.

– Não creio que tenham muitos, eles não teriam sobrevivido vivendo livremente.

– Essa aí sobreviveu.

– Sorte.

– Pode ser - o Buscador concorda. - Mas de qualquer forma...

– Acho que devemos tomar mais cuidado.

– Também acho... A senhorita disse que a viu, para onde ela foi?

– Ela virou para a direita nessa esquina, mas abandonou o skate e seguiu correndo - o skate... Sim, ela fez bem em lembrar dele.

– Provavelmente porque essa rua ali é muito movimentada.

– Sim. Eu saí de meu carro para perguntá-la se ela precisava de ajuda, mas não a alcancei.

– Ainda bem que não, ela poderia ter te matado.

– Sim, ainda bem que não...

– Então ela virou ali?

– Sim.

– Vamos segui-la. Obrigada, senhorita, e tome cuidado ao sair de casa, nós tentaremos mantê-la em segurança.

– Tomarei cuidado sim.

– Adeus - disse ele.

Escutei os passos dele minguarem, então duas batidas de porta e finalmente o barulho que representava que ele estava engatando a primeira marcha do carro. Uma luz varreu meu rosto e fez minhas pálpebras ficarem vermelhas. Silêncio. Um suspiro dos demais.

– Calma - disse Peg. - Permaneçam nessa posição. A próxima rua é movimentada; vários postes de luz que os entregariam. Esperem até eu achar um lugar seguro para parar - dizendo isso ela engatou a primeira marcha e andou uns poucos metros, mas teve que parar para esperar o tráfego. Logo entrou na rua.

Era movimentada mesmo. Várias luzes brincavam em meu rosto, me gritando que eu poderia ser pego a qualquer momento pelo o que eu sou. Ninguém falou nada em todo o percurso. Apenas esperamos. Finalmente sentimos quando o carro virou em uma esquina e parou.

Pisquei e analisei o local. Era uma rua abandonada também. Rua que mostrava as laterais dos grandes edifícios. Apesar dos poucos postes ela não nos entregaria. Ninguém transitava por aqui.

Ninguém tinha nada para dizer. Por um momento ficamos apenas em silêncio, esperando as batidas do coração se acalmarem. Afastei a menina de meu abraço e ela hesitou um pouco, não querendo sair de perto de mim.

– Você está bem, Peg? - perguntei a ela, quebrando o silêncio.

– Estou sim - garantiu-me. Minha boca estava seca.

– Você não melhorou nada nas mentiras, você sabe. Temos sorte que as almas não são desconfiadas - comentei.

– Almas? - a humana resgatada perguntou. O termo era desconhecido para ela. Parasita. Era assim que ela conhecia.

– Os alienígenas - Jared esclareceu.

Ela aquiesceu em compreensão e de repente se tocou.

– Se ela pôde falar com o parasita, então... - ela não completou sua frase, mas se empurrou contra o banco do carro, querendo recuar, fugir dali, se entregar aos Buscadores, qualquer coisa para ficar longe de Peg.

– Sim, ela é uma alma - Melanie disse. - Mas é muito boa e nossa amiga, caso contrário não estaria aqui conosco.

– Amiga? Ela pode ter enganado vocês, mas não vai me enganar - disse obstinadamente.

– Ela não enganou ninguém! - disse furioso e indignado.

– Provavelmente ela é uma Buscadora muito paciente só esperando o momento certo para entregar todos vocês - disse, tentando encontrar alguma explicação.

– Buscadora? Peg? Faça-me o favor - escarneceu Melanie.

– Ela conseguiu enganar todos vocês - disse ela assustada.

– Nos enganar? Sério? Vivi com ela em minha cabeça durante um ano inteiro, posso garantir que ela não é uma Buscadora.

Isso mudou o rumo da discussão. A garota teve de engolir a resposta que já estava pronta e tentar se recuperar do que tinha ouvido.

– Você... o quê? - perguntou ela em um sussurro abalado.

Observei Peg, que tinha ficado quieta durante toda a discussão. Suas mãos tremiam, ela estava nervosa com o clima, provavelmente se culpando pela dificuldade da menina em aceitá-la. Ia tentar acalmá-la quando alguém me interrompeu.

– Um tempo atrás fui capturada e inseriram Peg em mim - contou Melanie.

– Sério? Conte-me tudo - a garota exigiu, já se esquecendo da discussão.

– Espere, temos tempo para isso, e a história é comprida, então Peg e Jared poderiam trocar de lugar e te contamos enquanto voltamos para casa - opino. Tivemos sorte ao encontrá-la no último dia de nossa incursão, assim podemos voltar para as cavernas com todos os suprimentos e com a humana.

– Jared é ele? - a garota aponta para Jared. Assinto. Ela se retrai. - A parasita se sentará ao meu lado? - ela treme.

– Não necessariamente daquele lado, mas sim - confirmo.

– Por que ela não vai dirigindo?

– Porque ela sempre fica aqui atrás comigo.

– Sempre? Como você consegue?

Olho-a com um expressão pasma. Como eu consigo? Pelo amor de Deus, ela é minha namorada! Então me lembro que ela não sabe desse detalhe.

– Ela é minha namorada - digo. Com o canto do olho vejo que Peg cora. Só não sei se é de satisfação ou de vergonha.

– Ela é sua o quê? - a garota grita.


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Notas finais do capítulo

Voltei. Espero que tenham gostado. Sei que os diálogos estão meio fracos, não sou boa em escrever esse tipo de texto, prefiro escrever os textos de meu blog, mas estou treinando. Comentem para eu saber se vocês estão gostando, o que vocês acham que eu tenho que melhorar e tal. Provavelmente tem alguns erros de gramática pelo meio do texto, não prestei muita atenção em minha revisão hehehe Até o próximo capítulo :*



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