Teaching A Lesson escrita por fernanda
Desci as escadas e me deparei com Freud (se fala Fróid), meu gato. Ele é um Scottish Fold de 1 ano. Eu também tenho mais dois cachorros, Maia (Bernese) e Adolph (Spitz Alemão Anão e, sim, Adolph Hitler. É, eu tenho problemas).
– Oi amore, sabe cadê a Maia? Não? Claro que não... - falei como uma idiota para meu gato.
Na hora minha mãe abriu a porta. Hora de convencê-la... Preciso ir nessa festa hoje.
– Ah, oi mãe! - abracei-a.
– Tudo bem filha?
– Tudo e você?
– Também. Fez os deveres?
– Sim. E bônus! Tirei A na minha prova de matemática!
– Sério? Parabéns. Ainda bem, tinha que recuperar do desastre da outra.
– Mãe, eu tirei um C na outra... Fui aprovada.
– O que não quer dizer que seja uma nota boa.
– Enfim. Esse não é o caso. Então mãe..
– Lá vem.
– Tem uma festa hoje, e eu queria muito muito muito ir!
– Não.
– O quê? Por que não?
– Porque não! Não quero que você se meta nesse tipo de coisa.
– Por favooooooor! Eu não fiz nada errado, amanhã não tem aula...
– Tente falar com seu pai.
– Você só diz isso porque SABE que ele não vai deixar! - eu fiquei irritada e aumentei o tom.
– O problema não é meu se ela vai dizer sim ou não, e baixe esse tom senão eu te deixo de castigo, moça!
– Saco, por favor! Que droga, eu sempre ajo corretamente e nunca ganho nada em troca! Arghhhhhh!
– NÃO É NÃO, CASSIDY! VÁ PARA SEU QUARTO E NÃO QUERO OUVIR MAIS NENHUM PIO, SENÃO É CASTIGO DIRETO!
– QUE SACO!
Subi as escadas pisando forte e correndo, e bati a porta do meu quarto. Sim, eu acabei ficando de castigo. Que merda, eu sempre tento agir corretamente e saio mal.
Enquanto o tempo passava, ficava mexendo no celular, desenhando pelos cantos ou face planting na minha cama. Então minha mãe entrou no quarto e disse:
– To saindo, plantão de emergência no trabalho. Não espere por mim, vou chegar tarde. E estou levando as chaves.
– Que é, não confia em mim? - falei com um sorriso sarcástico.
– Depende, você me dá motivos para confiar?
– Preciso responder?
– Com licença, estou indo. Tem janta na geladeira.
Quando ouvi o som da porta da frente batendo, peguei o celular e liguei pra Ashley. Custou um pouco, mas ela atendeu.
– Alô?
– Oi Ash, sou eu, Cassie.
– Aaah, oi! Tudo combinado pra hoje?
– É, deu uns problemas, mas eu vou. Faz assim, passa aqui em casa as 22h mesmo? Não vai dar pra você vir se arrumar aqui.
– Pode ser! Te vejo depois então.
– Ok, beijo.
Nós desligamos e fui olhar as horas. 18h. Já estava ficando tarde, então resolvi ir tomar banho. Peguei minha toalha, liguei a água, me despi e deixei a água consumir meu corpo. Banho me acalma, não importa o que aconteça.
A minha mãe é rigorosa, mas meu pai é pior. Pra ele eu sou um bebê, não tenho idade pra nada. Mas ele tem que se tocar um dia. O problema é, quando minha mãe quer dizer não à alguma coisa, ela recorre ao meu pai, porque ele nunca deixa nada.
Saindo do banho, coloquei um roupão e fui comer alguma coisa. Esquentei o que tinha na geladeira e comi. Depois que terminei, sequei meu cabelo e o alisei, fiz a maquiagem e fui escolher uma roupa. Demorei um pouco, mas consegui algo satisfatório e fiquei muito feliz com o que obti. Eu tenho um espaço no fundo do armário para as minhas roupas mais, digamos, "ousadas".
Fiquei pronta às 21h50, esperei um pouco e recebi uma mensagem às 22h10 de Ashley dizendo que estava na frente da minha casa. Desci as escadas e olhei em cima da porta pra ver se minha mãe tinha esquecido as chaves reservas. Bosta. Ela pegou. Então segui pelo plano B, ou seja, sair pela minha janela e descer pelas trepadeiras.
Tirei meu salto alto, coloquei dentro de uma outra bolsa mais "fofinha", para garantir a segurança, e os joguei da janela. Logo em seguida saí e me pendurei na trepadeira. Consegui chegar até o chão, peguei meus sapatos e segui para a frente, já que minha janela dá para os fundos. A porta lateral nunca está trancada e, quando está, as chaves ficam atrás dos arbustos. A reserva, pelo menos. Enfim. Entrei na BMW parada na frente de minha casa. Sim, Ashley é rica.
– Ooooi! Tud.... Por que cê tá sem sapato? - ela ficou confusa.
– Eu saí pela janela.
– QUÊ?
– Ah, minha mãe não deixou eu vir, daí nós brigamos, ela me colocou de castigo, saiu pra trabalhar e levou as chaves. Então, saí pela janela!
– E os sapatos? - ela disse e, em seguida, tirei os sapatos de dentro da bolsa e os coloquei, passando a secundária para trás. - Ah bom. Bora?
– Bora.
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