Teaching A Lesson escrita por fernanda


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo ficou mais compridinho, mas espero que gostem >.



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Chegando na frente da casa, o som já estava estourando. Demoramos uns dez minutos para chegar, já que a casa é no fim do mundo. Nós tocamos a campainha e nada mais nada menos que o próprio Zack abriu porta.

- Eeeepa, podem entrar, bebidas na cozinha, e façam o favor de beber bastante pra fazer alguns caras felizes, beleza? - ele disse, pelo visto, já bêbado. Mas não tenho certeza, pois ele é meio assim.

Nós entramos e tudo estava uma bagunça. Pessoas dançando de um lado, bebendo do outro, pulando por tudo... Uau. Eu entrei na frente e, como Ashley ficou pra trás, Zack a puxou pelo braço e a agarrou pela cintura.

- Que tal nós nos divertirmos um pouco, hein lindinha? - ele disse, com um sorriso malicioso, já descendo a mão para a bunda dela.

- Me solta! - ela o empurrou e, como estava bêbado, acabou quase caindo, salvo pela parede. - Não encoste mais em mim, babaca.

Nós saímos e fomos para o meio da multidão. Já estava preparada para colocar meu plano em prática. Bem simples: achar um cara bonito, dar em cima dele (se precisar embebedar, que seja) e ficar com ele, em algum lugar onde Ashley possa ver. Assim ela vai parar de me encher o saco.

Tudo bem que eu não sou dessas que sai pegando qualquer um, e eu fiquei com o quê? Um ou dois caras a minha vida inteira? Mas um esforcinho não mata ninguém.

Falei pra Ash que ia pegar algo pra beber e me afastei dela. Peguei uma cerveja e saí à "caça". Fui me metendo no meio da multidão e acabei pechando com alguém alto.

- Desculpa, eu... DANIEL? - me surpreendi. - Achei que cê não vinha...

- Acabei vindo - ele riu. - Quer dançar?

- Não, valeu, to trabalhando no meu plano pra parar com essa implicância da Ashley com a gente.

- Quê? - ele disse e apontou para o ouvido, sinalizando que não conseguia ouvir direito, por causa da música. Repeti mais alto mas ele não entendeu mesmo assim.

- Argh, vem cá.

Peguei o pulso dele e o levei para uma sala. Nós entramos e fechei a porta atrás de mim. Ele se sentou na cama, confuso.

- Sou eu a única que está se irritando com essas brincadeirinhas da Ashley com a gente? Digo, eu amo ela, ela é minha melhor amiga, mas é muito chato.. - comecei.

- Não, eu não gosto também. Mas fico quieto.

- Então, eu bolei um planinho e vou ficar com alguns caras na frente dela pra ela parar de encher nosso saco. De nada.

- Pera, não faz isso. A não ser que você queira meeesmo ficar com alguém. Você quer?

- Ah, eu não queeeero, mas também quero acabar logo com essa implicância da Ash.

- Então pensa assim. O que ela faria se nós realmente namorássemos?

- Bom, acho que ela piraria. Afinal, nós somos como irmãos pra ela, acho que seria estranho. Por q... Espera, onde você quer chegar com isso? Tá dizendo pra gente namorar?

- Não de verdade... De mentira. Fazer ela pensar que estamos namorando. A gente pode começar agora, dançando na frente dela e tudo mais. Eu não me importo - ele sorriu malicioso.

- Pode tirando o cavalo da chuva, safado. Eu até concordo com isso, mas eu não vou ficar me esfregando em você. Não sou puta.

- Não era você que queria ficar com um monte de idiotas na frente dela? - ele arqueou uma sobrancelha.

- Mas aí é diferente!

- Claro, é pior!

- Enfim!  Até quando a gente fingiria?

- Falta pouco pra eu ir pra faculdade, se ela não surtar até lá, a gente fala pra ela uns dias antes de eu ir embora.

- Beleza, mas eu não vou beijar você, nem ficar agarrada o tempo todo.

- Olha, a gente vai ter que fazer ela acreditar. Senão não dá certo.

Fiquei pensativa por um tempo. É, acho que se for bem feito, pode funcionar... E além de tudo não tenho nada a perder. É melhor do que sair beijando qualquer um por aí, certo?

- Tá. Eu aceito.

- Bora dançar, "namorada"?

- Por enquanto é "ficante". E sim, bora.

Eu estendi a mão pra ele mas, ao invés de segurá-la, ele passou a mão pela minha cintura e nós saímos de lá meio abraçados. Fiquei sem graça no início, todos olhavam pra mim e, quando olhei para o rosto de Daniel, não vi nenhum sinal de desconforto.

Terminei minha cerveja e me soltei de Daniel. Ele me olhou confuso e dei um olhar inseguro pra ele.

- Não sei se consigo fazer isso - falei.

- Quer um "reforço"? - ele perguntou.

- Como assim?

- Vem.

Ele me levou pra cozinha, colocou as mãos na minha cintura e me sentou no balcão. Não entendi o que ele queria fazer e fiquei assustada.

- Ãhn... Que cê vai fazer? - murmurei, tímida.

- Calma.

Ele abriu o frigobar e pegou mais três cervejas. Me entregou uma e colocou as outras no balcão.

- Bebe tudo. E rápido.

Não sabia o que dizer, então fiquei quieta e fiz o que ele mandou. Tomei umas quatro ou cinco cervejas em menos de vinte minutos. Eu era muito fraca para bebidas, porque além de não gostar muito, nunca bebia. Na quinta já estava completamente alterada.

- Tá pronta agora? - ele me estendeu a mão.

- Coooom certeza - peguei a mão dele e desci do balcão.

O contato com o chão foi estranho, fiquei bamba e Daniel me segurou. Comecei a rir, o álcool tinha realmente subido a cabeça.

Começamos a procurar por Ashley e a achamos com um garoto sentada num sofá. Ficamos a uma certa distância, perto o suficiente para que ela pudesse nos ver.

Daniel começou a dançar um pouquinho, passando a mão pela minha cintura e me trazendo para bem perto dele, sempre checando para ver se ela estava olhando. Estava a centímetros do rosto dele e comecei a me perder nos seus olhos. Não pera, isso só pode ser a bebida. É, eu estava completamente bêbada, é isso.

Fui interrompida por ele avisando que Ashley estava nos olhando e parecia confusa. Então eu comecei a caprichar nos meus movimentos e me virei de costas para ele, descendo até o chão, dançando.

Ele passava as mãos pelas minhas cochas, cintura, mas não se atrevia a pegar na minha bunda. Enquanto isso, eu dançava com vigor, e sorrindo ainda. Ashley nos encarava estranho. O cara com que estava usava todas as investidas possíveis, mas ela não dava muita bola a ele. Quando ficaram, ela aproveitava para ficar nos encarando.

Parei um pouco e falei para Daniel que tinha que descansar. Ele disse que tudo bem. Eu estava ficando enjoada. E um pouco tonta também. Fui pegar um copo d'água para ver se melhorava. E adivinhem? Nada de água. Só cervejas e outras bebidas alcoólicas. Eu não queria nem olhar para aquilo mais. Olhei para o relógio, estava tudo meio embaçado, mas consegui enxergar: 3h. Ai meu Deus. Era para eu ter ficado só até às duas! Minha mãe vai me matar.

Saí correndo e pechando em todo mundo, mas estava desesperada. Daniel me viu correndo e veio atrás de mim. Saí da casa e corri pelo jardim. Acabei tropeçando e cai no chão. Meu tornozelo começou a doer muito e tirei os sapatos. Dan chegou logo atrás de mim e veio falar comigo.

- Jesus, cê tá bem? Tá doida ou o quê?

- Eu preciso sair daqui! Agora!

- Por quê?

- PORQUE EU NÃO QUERO MORRER HOJE! - ao dizer isso, minha barriga fez um som esquisito. Apenas ignorei.

- Ok, você enlouqueceu. É só a bebida, calma.

- Não, minha mãe me deixou de castigo e se meus pais souberem que eu saí de casa eu me f... f...

Meu estômago embrulhou e senti uma ânsia imediata, seguida de um vômito.

- Argh, merda.

Ele segurou meu cabelo num rabo improvisado enquanto eu colocava tudo pra fora. Quando passou, pedi:

- Por favor, me leva pra casa.

- Claro, mas você consegue levantar?

- Consigo, só me ajuda.

Ele me ajudou. Doeu um pouco mas ele me levou até o carro dele. Nós entramos no carro e ele me levou pra casa.

- Como você vai fazer pra entrar? - ele perguntou.

- Janela.

- Mas e seu pé??

- Foda-se, cuido disso amanhã. Boa noite e obrigada.

Nem dei tempo dele se despedir e saltei do carro. Fui mancando até os fundos e comecei a escalar. Uma dor agoniante me atingiu na região do tornozelo. Tive que engoli-la e continuei a subir. Cheguei em cima, abri a janela e passei pra dentro. Dei graças à Deus quando vi o quarto de meus pais fechado e nenhum barulho na casa. Eles estavam dormindo. Tirei meu vestido, coloquei meu pijama e não escovei os dentes para não acordá-los. Fui direto para a cama e dormi na hora.


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