Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 9
Covil do mal em nome de Jesus.


Notas iniciais do capítulo

Hey, nem demorei né?
Enfim, eu não iria postar o capítulo hoje já que não chegou aos review's desejados, porém graças a Natalia que fez uma recomendação super linda, eu decidi liberar o capítulo. Então, agradeçam ela pessoas!
Enfim, o capítulo ficou um pouco engraçado, eu gostei bastante dele. Sério!
Então, boa leitura!



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Eu estava dormindo. Sonhando em passear em Paris, com meu cachorro de nome Ozzy, e meu namorado francês que nos conhecemos a caminho de uma livraria.

Mas é claro que alguém tinha que atrapalhar o melhor sonho que eu tivera nos últimos dois meses. E ainda se fosse apenas Dean incomodando, não ligaria muito. Mas, o que acha de uma possível multidão na sua porta gritando?

Pois bem, foi assim que eu acordei nessa quarta de manhã. Ouvindo gritos, exclamações irritadas de pessoas no lado de lá da porta do apartamento. E acredite quando eu digo que fiquei extremamente irritada com tudo aquilo.

Levantei da cama, coloquei minhas pantufas e andei até a sala onde encontrei Dean agachado atrás do sofá, com que parecia um telefone. Revirei os olhos e andei até lá brava!

– Que desgraça Dean!

Ele me olhou assustado, como se não tivesse ideia de que eu apareceria e descobriria na sua possível idiotice do dia.

– Não é minha culpa se seus vizinhos querem nos lixar.

– Agora os vizinhos são meus, mas quando você pegou a garota do sexto andar eles eram todos seus. Não eram? – Eu digo revirando os olhos.

– Você tem que ver pela ótica do momento, entendeu? – Ele falou. – Agora, dê um jeito nos seus vizinhos.

– Eu não. Foi você que causou todo esse estresse, isso é sua responsabilidade. – Digo.

Como era de se esperar, os "meus" vizinhos queriam matar Dean por ser um idiota por completo, por ser tão safado a ponto de querer dormir com a vovó do 2º andar, se deixassem.

Bem, depois de uma pequena discussão entre mim e ele, concordamos que eu daria um jeito nessa palhaçada que estava acontecendo no lado de fora de minha casa.

Levantei do chão e andei temerosa até a porta. Abri a porta e quase fui esmagada pelos meus vizinhos que entraram em casa gritando coisas sem sentido, ameaças de morte e de castrarem e sabe-se lá o que mais.

- Cadê o safado em nome de Jesus? - Pergunta Fernanda, mãe da Jéssica.

Sim, aquela safada.

- Hm, Dona Fernanda... - Eu começo a falar indo para sua frente a fim de para-la, antes que quebre minha casa com seu taco de beisebol.

- E você menina? Não tem vergonha? Mora com um corrompido pelo "de baixo". Sua mãe sabe o que está aprontando? E seu namorado? Ele sabe de uma coisa dessas? - Fernanda gritou.

Eu apenas a olhei ficando mais irritada do que já estava.

- Olha que Dona Fernanda, antes de vir falar de mim deveria se olhar no espelho, não acha? Ou melhor, deveria olhar para sua filha que já dormiu com a metade do prédio. - Digo com raiva. - Ou talvez deva se lembrar dos seus tempos de dançarina, não?

Todo mundo naquela sala ficou em silêncio. Senti minhas bochechas esquentarem. Eu não deveria estar tão irritada com ela, mas quem manda colocar minha mãe e meu ex "safado" namorado?

- Olha como fala comigo! - Ela diz por fim se sentindo ofendida.

- Não quis te ofender, mas acho uma grosseria invadir minha casa desse jeito porque não soube ensinar sua filha a fechar as pernas. - Digo sem perceber o que eu estava falando.

Quando tomo consciência do que falei, tenho a leve impressão de que fiquei vermelha como um pimentão! Isso que dá invadir a casa dos outros altas horas da manhã.

- Jesus, ela foi corrompida! - Fernanda grita levantando seu taco de beisebol para o alto. - Chamem o padre!

- Não é para tanto, e eu não fui corrompida de forma alguma. - Digo revirando os olhos. - Mas desculpa se eu só estou falando a verdade, eu apenas quero um pouco de paz para dormir e acertar minha vida toda, você sabe o que é ser traída Dona Fernanda e os demais? E ainda por cima descobrir que o cara da sua vida vai ter um filho com outra? - Digo sentindo as lágrimas, porém logo as limpo. - Então, eu agradeceria se vocês fossem embora da minha casa o quanto antes, para que eu possa prosseguir com calma na minha nova vida.

Todos estavam me olhando. Dean se levanta do chão e anda até mim passando suas mãos pelos meus ombros e me puxando para um meio abraço.

- Escute a pobrezinha, ela está sofrendo! - Ele diz com uma voz mansa e calma. - Olhem o que vocês fizeram, a coitada agora está se lembrando de como é ser largada, ter o coração arrancado de seu peito, esfatiado e depois jogado aos cachorros da solidão. Vocês pensam que Delilah não está sofrendo? Pois eu digo que ela está sofrendo com a humilhação vivida de ter que presenciar seu namorado, o amor de sua vida a largar por outra mulher e ainda por cima, esta estar grávida. Pensem um pouco antes de levantar qualquer falso testemunho contra esse anjo que apenas quer um pouco de paz para tentar sair da solidão que está resignada para o resto de sua vida insignificante...

- Tudo bem Dean, eles já entenderam. - Digo me soltando dele e revirando os olhos.

Aquilo estava pior do que novela mexicana. E olha que eu gosto delas.

Dona Fernanda deu um passo à frente e diz alto:

- Isso já não está mais em nossas mãos. Claramente que essa menina sofre, porém não há nenhum remédio que possa curar a dor de um coração partido. Eu quero matar esse garoto, Dean, agora mesmo, destroçar seu coração e jogar aos leões do Zoológico...

- Cadê Jesus no coração? - Pergunta Dean baixinho para mim. - Ela é que nem a bruxa de Branca de Neve!

- Calado! - Ordeno revirando os olhos e voltando a prestar atenção em seu discurso torcendo para que ele acabasse logo.

- Porém, como Jesus não acredita que apedrejar os outros poxa cura-los do mal que há neles, eu peço meus amigos, a todos que deem uma chance para o sindico resolver. - Ela termina e todos aplaudem.

- Espera... O que? - Fico surpresa.

- Algo errado querida? - Ela pergunta com um sorriso malvado nos lábios.

- Você é uma bruxa mesmo, deveria aceitar Jesus no coração. - Solto com raiva. 

- Não seja tonta queridinha, eu aceitei Jesus no coração há muito tempo. - Ela diz por fim se virando para os outros moradores. - Vamos, temos uma audiência com o sindico!

Todos saem da minha casa, sem quebrar nada o que é um alivio, quando Fernanda passa pela porta antes de fecha-la ela diz feliz.

- Mandarei a hora da audiência!

- Vai para o inferno! - Desejo vendo-a bater a porta de minha casa. - Mulher odiosa! - Falo pegando uma almofada e a jogando no chão com força.

Ei, eu não era rica para ficar quebrando vasos e sei lá mais o que de vidro, sem falar que depois eu teria que limpar tudo. A almofada substituía perfeitamente.

 - Pode me explicar o que está acontecendo? - Ele pergunta me olhando sem entender nada.

- O que está acontecendo? Simples, vamos visitar o sindico hoje.

- E o que tem demais?

- É porque você não conhece o Senhor "Eu Mando Nessa Porra" Robert. Ele é o homem mais idiota, sem noção, arrogante, cruel que possa existir nesse prédio, dizem até que ele tem pactos com muitas coisas. - Eu digo sentindo calafrios. - E se ele quiser te detonar, pode ter certeza que ele irá conseguir.

- Delilah, está me assustando, um pouco. - Dean diz estreitando os olhos, provavelmente pensando se tudo era verdade ou gozação minha.

- É bom mesmo ficar assustado, porque o Senhor Robert é o diabo em pessoa. - Digo fechando os olhos e contando até cinco para me acalmar. - Você quer fugir agora ou depois?

- Que tal agora? - Antes de ele terminar de falar, nós dois corremos para a porta e abrimos.

Porém, damos de cara com ninguém menos que a própria Fernanda segurando um papel.

- Onde estão indo?

- Indo no restaurante aqui perto, estamos com fome! - Minto.

- Ah claro. Bem, aqui está à hora com o sindico, espero que na próxima vez que forem tentar fugir, tentem a janela, é mais garantido. - Ela diz e depois entra no elevador.

- Aquela mulher é doida! - Dean diz. - Que horas está ai?

- Às duas horas. - Digo. - Preciso de chocolate!

- Sorte sua que eu fiz um estoque de chocolate na despensa. - Ele diz passando uma de suas mãos em minhas costas e me levando para dentro de casa. - Vou fazer brigadeiro.

- Tudo bem. - Digo por fim.

Estávamos mortos, só acho!

***

- Que lugar é esse? – Pergunta Dean olhando para os lados.

- O covil do mal. – Digo sussurrando.

Sim, estávamos no lugar onde aconteceria a maldita reunião para decidir o futuro do oitavo andar, e infelizmente todos estavam presentes naquele maldito lugar. Menos o mal em pessoa, mas ele chegaria logo.

- Alguma forma de corrermos e pularmos de uma janela? – Dean perguntou só  para mim ouvir.

- Caso não tenha percebido, estamos em baixo de 15 andares. Não tem janela, e a única maneira de sair daqui é aquela porta e as escadas. – Digo tremendo. – Já disse que eu tenho um pouco de claustrofobia?

- Você tem? – Ele pergunta surpreso, porém manteve sua voz baixa.

- Sim, e vou ter uma crise aqui agora. Só de imaginar todos os andares desabando em cima de nós, sem saída. – Digo olhando para os lados. – É impressão minha ou as paredes estão se mexendo? Está ficando abafado aqui.

- Delilah, olha para mim! – Ele diz sério.

Eu o olho, porém a sensação de que tudo estava se fechando continuava.

- Estamos em um lugar realmente assustador, mas nada irá acontecer aqui tudo bem? As paredes não irão se fecharem, elas vão ficar intactas até sairmos aqui em segurança... – Ele diz, mas depois olha para os lados. – Ai Senhor, nos proteja!

- Isso não está ajudando. – Digo rapidamente.

- Tudo bem, tudo bem. – Ele respirou fundo. – Está tudo bem, lembre-se de algo aberto, como se não tivesse nada que possa nos impedir de andar por tudo. Sem paredes, sem pressão atmosférica baixa, sem um prédio gigante sob nossas cabeças que pode simplesmente começar a desabar e nos matar aqui junto com aquele bonequinho macabros na parede. – Ele diz rapidamente. – Está ok.

- Você está dizendo isso para você mesmo, não? – Eu pergunto esquecendo por um momento o fato de ter bonequinhos macabros nas paredes e um prédio em cima de nós.

- Talvez. – Ele diz mexendo a perna rapidamente.

Eu olho para frente em silêncio. Estava tentando controlar minhas pernas antes que elas saíssem em disparada para a única saída confiável desse lugar antes de tudo desse errado, fossemos expulsos do prédio ou que aquelas cabecinhas na parede começassem a conversar conosco.

Mas, está tudo bem.

- Ele está vindo. – Avisa Fernanda animada.

Ela se senta ao meu lado e abre um sorriso.

Então, em meio de uma fumaça branca eis que surge o sindico.

- Será que ele não sabe que poderá no matar com essa fumaça toda? – Pergunto para Dean que apenas dá de ombros.

Nem para dizer alguma coisa engraçada. Idiota!

- Olá amigos e Delilah e o garoto estranho. – Senhor Robert diz olhando para Dean com um olhar de reprovação. – Estamos aqui reunidos hoje...

- Isso daqui é o que mesmo? Uma missa, ou uma reunião para me chutar fora do prédio? – Dean me pergunta e eu dou apenas de ombros.

- Ah, Senhor Robert, estamos aqui para expulsar Dean do prédio. – Fernanda diz o interrompendo.

- Ah, sim. Claro. – Ele diz parecendo decepcionado. – Bem, hm, quem aqui é a favor de que Dean seja colocado para fora do prédio, pague serviço comunitário e se livre do alargador?

Todos levantaram a mão – menos eu e Dean, claro.

- Então, eu digo que você é culpado! – Senhor Robert fala isso e tambores de sei lá onde começam a tocar em uma música sinistra.

Ele olha para Dean como se estivesse vendo um bicho para o abate e bate o martelinho na mesa três vezes. E antes que os restantes dos moradores possam jogar Dean na fogueira – ou na rua – eu me levanto e peço silêncio.

- Eu acho que isso é totalmente injusto.

- Nos votamos, ele perdeu e agora rua! – Senhor Robert diz dando uma risada muito sinistra de arrepiar a nuca.

- Tudo bem, tudo bem. Ninguém melhor do que eu sabe como ele é idiota, safado, burro, sem vergonha, arrogante, cafajeste, mão de vaca, besta, convencido...

- Delilah, eu acho que todos entenderam o quanto você me conhece.

- Ah, tá. O caso é que eu acho que todos estão sendo injustos com esta pobre alma. Vocês deveria olhar melhor para ele, e verem como ele é uma pessoa boa. Um ser humano cheio de falhas, sim, mas que possui um pouco de bondade em seu coração. – Digo. – Então, o deixem seguir morando no oitavo andar com a promessa de que ele não tocará mais em suas filhas, mesmo que estas não saibam que não devem abrir as pernas para qualquer um. – Olho diretamente para a bruaca da Fernanda. – Ele cumprirá os serviços comunitários aqui no prédio, e tirará seu alargador da orelha... E digo mais, retirará todos os seus piercing do rosto.

- Opa, está exagerando! – Dean diz.

- Calado, porra. – Reviro os olhos. – Então, quem é a favor de deixá-lo morar no oitavo andar com essas promessas?

Eu levanto a mão rapidamente. Dean levanta logo as duas. Vejo outras pessoas levantando suas mãos devagar, e no fim, Senhor “Eu Mando Nessa Porra” Robert sentencia:

- Ele pode morar desde que cumpra tudo o que foi prometido por Delilah... E se não cumprir, preciso de uma cabeça naquela parede ali. – Ele diz arquejando as sobrancelhas de uma forma assustadora.

- Tudo bem.

- Ah, e eu posso te prender a qualquer momento, lembre-se disso. – Robert diz antes de sumir novamente em sua fumaça branca que pode ocasionar problemas para esse local já que mau ar tem.

- Tudo bem, vamos fugir daqui antes que o prédio desabe! – Digo pegando a mão de Dean e o puxando para a saída rapidamente.

Subimos as escadas correndo e fiquei aliviada em saber que não morreria soterrada mais naquela bosta de covil do mal. Até o ar aqui em cima parecia mais “dócil” do que lá. Eu hein.

- Ah, obrigada por convencê-los a me deixar morar aqui no prédio. – Dean fala enquanto subíamos pelas escadas até o oitavo andar.

Havíamos concordado que caso saíssemos vivos daquele lugar e que se Dean pudesse continuar morando comigo subiríamos as escadas até o meu andar para nos “purificar” das maldades dos outros.

- De nada, mas você me deve. – Digo.

- Ei, eu entrei numa briga por você... Olha o estado do meu olho! – Ele diz apontando para seu olho roxo.

Aquilo estava pior do que ontem/hoje. Aposto que a próxima cor que ficaria era azul. Pelo menos seus cortes estavam melhores do que quando os curei, em menos de uma semana ele teria seu rosto de volta para a alegria da nação.

- E o que eu fiz hoje de manhã foi o que? Brincar de bola?

- Eu tive que te aturar dois meses chorando e blábláblá.

- E eu estou deixando você continuar morando na minha casa.

- Tudo bem, estamos quites! – Dean fala estendendo a mão para mim.

- É, estamos quites. – Digo apertando sua mão. – Agora, podemos pegar o elevador em nome de Jesus?

- Quem chegar por último é a mulher do padre! – Ele diz rindo.

- Padre não tem mulher inteligência. E quantos anos tem, 5 anos?

- Tudo bem, quem chegar por último vai ter que voltar no covil do mal. – Ele não havia terminado a frase eu já estava correndo escadas acima. – Merda! – O ouço dizer antes que correr atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

Então... O que acharam?
O cara é bem sinistro né?
E a Dona Fernanda? Oh mulher de araque.
Enfim, estou esperando review's nem que tenham um "gostei" ou "odeiei", mas por favor, mandem. Isso além de ajudar a escrever também será indispensavél para eu não demorar a postar. Ah, se quierem, mandem recomendações, não me importo! kkkkk
Então é isso, até mais!
[Beka, Sarah, parabéns ♥3 - Mesmo q tenha um teto gigante no perfil, ñ poderia de dizer isso]
Até o próximo!
Tchau!