Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 4
Breakfast 24 hours


Notas iniciais do capítulo

Olá. Tudo bem?
Agradeço já, os review's das pessoinhas lindas que me fizeram muito feliz. Sério, obrigada! E bem vindos leitores - fantasmas - novos, espero que gostem da história e que apareçam sempre.
Quanto ao capítulo, ele está legalzinho. Não é muito importante para a história em si, porém mostra um pouco mais da vida da Deli, dos vizinhos delas e dos lugares que ela frequenta. Além, de estar um pouco engraçado por cauda de Dean.
Boa Leitura!



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Sábado.

Essa é uma palavra muito boa de ser ouvida, lida ou até mesmo dita em pensamento. É uma palavra que significa coisas boas, como a libertação dos escravos da escola/faculdade. E poucas coisas destroem esse dia, em minha opinião, e uma dessas coisas é sem dúvida acordar cedo.

- Deli estou com fome! - Diz alguém abrindo a porta do meu quarto. - Está acordada?

- Hm. - Eu apenas faço um barulho que confirma que não estou morta, mas ainda sim não abro os olhos e nem me mexo.

- Onde tem comida? - Dean pergunta abrindo a porta do quarto e entrando nele, pelo que pude ouvir com seus passos.

Não tente entender isso. Eu apenas sei reconhecer passos das pessoas e sei quando elas se movimentam. É um dom que eu adquiri na infância porque minha irmã gostava de me assustar. E acredite quando digo que cada pessoa tem um passo diferente das outras. Alguns são mais leves, outros mais pesados e tem aqueles quase inexistentes.

Os de Dean eram pesados e fortes como ele próprio.

- Já tentou a geladeira? - Pergunto me virando e abrindo os olhos sonolentamente.

- Claro que já. E não tem comida nesta casa! - Dean fala caminhando para algum lugar.

- E o quer que eu faça?

- Arranje comida! - Ele fala como se fosse óbvio.

Reviro os olhos com certa dificuldade e me espreguiço na cama. Dean abre as janelas revelando o sol que me cega por um momento. Após eu ter me acostumado com a luz, respiro de forma que faço toda a manhã: Respiração lenta, pesada e inspiradora, com espaços de tempo longos para tirar todo o sono e o mau humor - caso ele queria aparecer - para começar um novo dia.

- Você está parecendo minha avó respirando desse jeito. - Dean diz me desconcentrando e eu reviro os olhos amarrando meu cabelo em um coque com uma fita verde.

- Não tem nada melhor para fazer? - Eu pergunto levantando da cama e procurando minhas pantufas. - Que tal se for dar uma voltinha por ai?

- Com fome? Nem pensar. - Dean diz vindo em minha direção. - Se vista vai me levar para comer. - Disse sorrindo.

- Eu? Porque não liga para Emanuel? - Falo indo em direção ao banheiro sendo seguida por Dean.

- Eu já liguei para o maldito, e o cara disse que tem jogo de tênis. Pediu para você ir no lugar dele. - Dean diz me olhando escovando os dentes. - Então, como você é uma pessoa muito boa vai me levar para comer.

Termino de escovas os dentes, lavo o rosto e arrumo novamente meus cabelos amarrando-os em um coque alto. Olho para Dean.

- Sério que precisa de mim para ir comer? Quantos anos você tem?

- Eu não venho nessa cidade desde meus sete anos, acha que eu me lembro de alguma coisa? Além de que eu ficava na casa de Emanuel, que mora no outro lado de São Francisco, não conhece essa região. - Dean argumenta com um sorriso pretensioso. - E eu tenho 22 anos.

Eu respiro fundo e o olho novamente.

- Por favor!? - Pede Dean.

- Tá, tá. Eu talvez eu leve para passear, bebezinho. - Eu digo com a voz que normalmente usamos para falar com criança. - Agora, me deixe tomar banho.

- Obrigado Deli. - Dean diz saindo do banheiro.

Após eu ter tomado banho e colocado uma roupa apropriada para o final do outono, vou até a sala onde encontro Dean olhando a televisão com ar de tédio.

- É sério que não tem comida? - Pergunto cruzando os braços.

- Claro que é, acha que eu inventaria isso para sair com você? - Dean diz com tom debochado. - Não estou interessado em você gatinha, desculpa.

- Você é um idiota. - Falo pegando minha carteira da mesa junto com meu celular. - E quem não quer sair com você sou eu.

- Uhum, me engana que eu gosto. - Dean diz desligando a televisão e vindo em minha direção. - Além de que, mulher de amigo meu é como se fosse homem.

- Obrigada pela parte que me toca, babaca! - Digo pegando as chaves de casa e abrindo a porta.

- Não faça drama com algo que você entendeu o sentido. - Dean diz me seguindo e fechando a porta. - Além de que, não gosto do seu tipo.

- Meu tipo? Você me conhece sei lá... Menos de um dia e eu já tenho um tipo? - Eu pergunto chamando o elevador.

- E eu não te conheço por menos de um dia? Esqueceu que passamos as férias intermináveis de janeiro/fevereiro juntos?

- Como poderia me esquecer. - Falo entrando no elevador. - Mas qual é o meu tipo?

- Do tipo que é chata, doida, metida, não aceita não, encrenqueira e que tem regras e manias para tudo. - Respondeu apertando o botão para irmos para o térreo e depois olhou o lado. - Olá.

Eu olho para a pessoa que ele havia cumprimentado e não posso deixar de revirar os olhos com o maldito clichê que estava acontecendo na minha frente.

- Jéssica. - Cumprimento a menina que não tirava os olhos do garanhão do meu lado.

Ela era do sexto andar. Morava com a sua mãe, Fernanda, e frequentava a igreja todos os dias. Havia boatos que diziam que se ela não virasse freira, como sua mãe queria, iria se tornar uma "mulher da vida". Ela devia ter seus 18 anos, no máximo. Tinha um corpo de deixar qualquer tarado enlouquecido, fruto de academia. Seu cabelo era longo e escuro, seus olhos claros e sua pele morena. E era muito bonita.

- Hm, esse é Dean. - Eu apresento-os contrariada. - Ele mora comigo agora.

- Olá. - Dean diz novamente com uma voz que eu desconhecia. - Tudo bem? - Perguntou dando dois beijinhos em cada bochecha dela.

- Tudo sim, e com você?

- O meu dia acaba de ficar melhor.

Reviro os olhos e a porta do elevador abre novamente. Estávamos no quinto andar já. Não vi quem havia entrado no elevador, porque eu estava entretida respondendo a mensagem de Emanuel quando sinto alguém próximo de mim.

- Olá gatinha. - Diz uma voz masculina que me dava arrepios.

- Peterson. - Digo levado um susto de aquele ser. – O que você está fazendo aqui?

- Estou andando de elevador. – Peterson diz rindo um pouco. – Então gatinha, que tal jantar hoje lá em casa? A luz de velas.

- Eu tenho namorado Peterson, quantas vezes eu tenho que te dizer isso? – Pergunto guardando meu celular no bolso e cruzando os braços.

Peterson era o típico garanhão dos dias atuais, que pega uma por noite, não se prende a ninguém e no lugar do cérebro tem uma ervilha cortada ao meio. Ele além de ser um “rato de academia”, gosta de dar em cima de mim desde o dia em que mudei para cá mesmo sabendo que eu tenho namorado. E nunca cansa de me importunar.

- Baby, eu não me importo em dividir você com um mauricinho. – Peterson diz rindo um pouco.

- Você não presta. – Digo saindo do elevador e andando pela recepção.

- Te pego as oito gracinha. – Peterson diz passando a mão pela minha bunda.

- Cachorro! – Eu grito para ele enquanto o idiota ria saindo do prédio.

Bato o pé irritada no chão e me viro para ver se Dean havia saído do elevador ou se havia ficado se agarrando com a menina do sexto andar. Ao me virar dou de cara com Dean rindo de alguma coisa.

- Qual é a graça? – Quero saber.

- Como tem gente que se sente atraída por você. – Dean diz passando por mim e indo para a porta de saída/entrada. – E eu achando que só o louco do Emanuel ficaria a fim de você.

- Nossa como você é engraçado. – Digo tentando não levar aquilo para o lado pessoal, o que era quase impossível.

- Eu sou “O” comediante, tá gracinha? – Dean imita o tom de voz do Peterson.

- Não sei como alguém ainda cai na sua lábia. Você é irritantemente irritante! – Digo percebendo que eu havia repetido a mesma palavra duas vezes, mas não dei atenção para aquilo.

- Todas caem de amor por mim. – Dean diz piscando o olho para mim enquanto atravessávamos a rua em direção à avenida.

- Eu não caio de amores por você. – Afirmo.

- Você é outra categoria de mulher benzinho. – Ele diz revirando os olhos.

O ignoro e sigo pela avenida até encontrar o que eu procurava: Breakfast 24 hours. Um lugar que fazia tanto sentido quanto o próprio nome. Eu amava aquele estabelecimento por ser nada haver com os restos das lanchonetes e também porque meu pai me levava para aquele lugar sempre quando eu era pequena.

- Tomara que tenha comida boa e limpa. – Dean diz entrando comigo no lugar.

Escolho a mesa mais afastada das pessoas, perto da janela e sento-me pegando o cardápio para escolher o que iria comer. Dean me segue e se senta em minha frente olhando para os lados com um olhar desaprovador.

- Dá para parar? – Eu digo incomodada com seu olhar. – Daqui a pouco vamos ser expulsos daqui.

- Tudo bem. O que tem de bom para comer? – Ele pergunta puxando o cardápio de minhas mãos sem a menor gentileza e começa a analisa-lo. – Acho que irei querer esse negócio de “Roti Dengan Telur”, parece gostoso.

- Você irá amar comer isso. – Digo sorrindo e puxando de volta o maldito cardápio escolhendo o que eu iria comer.

Uma coisa que deve saber sobre esse lugar: Ele é estranho. Por exemplo, no cardápio a metade é em outra língua. E você nunca sabe o que poderá estar escolhendo, tipo, o que Dean pediu.

Pedimos nossa comida e uns minutos depois trouxeram para nós.

- Que porra é essa? – Dean diz alto olhando para seu sanduíche.

- O que você pediu, óbvio! – Eu digo rolando os olhos rindo.

- Isso é pão com ovo... E maionese? – Ele fala indignado. – Quem come pão com ovo e maionese no café da manhã?

- Você. – Digo não controlando minha risada.

- Eu irei comer pão com ovo e você panquecas com mel... – Dean constata, e depois abre um sorriso. – Vamos trocar?

- Claro que não. – Eu digo puxando meu prato com uma pilha de deliciosas panquecas. – Vá comer seu pão com ovo e maionese e não enche.

- Mundo injusto! – Ele diz olhando para seu pão desolado. – A culpa é toda sua.

- Minha? – Eu pergunto comendo. – Como pode ser minha?

- Você não me avisou que era isso.

- Você não perguntou. – Eu digo dando de ombros. – Agora coma, que depois temos que ir ao mercado.

- Eu não vou ir mais a nenhum lugar com você. – Ele falou cruzando os braços olhando fixamente para seu pão.

- Dizem que se você desejar muito alguma coisa, ela acontece. – Eu falo de brincadeira, porque parecia que ele estava pedindo para que o sanduíche estranho virasse uma porção de panquecas.

- Pena que isso não acontece. – Ele falou – Eu quis que você fosse atropelada e não foi. A vida não é bela.

- Isso é uma situação triste na sua vida. – Eu falo voltando minha atenção para as panquecas.

Dean ficou me encarando enquanto eu comia.

- Porque não pede uma porção de panquecas para você?

- Porque eu não quero abusar do seu dinheiro, por enquanto. – Ele fala piscando.

- Quer dizer que eu irei bancar esse café da manhã? – Pergunto indignada. – E cadê aquela coisa de cavalheirismo?

- Só funciona quando se tem uma dama.

- Como você é gentil. – Digo largando o garfo o prato. – Coma se quiser.

Eu havia perdido o apetite depois de ser encarada por ele, além do mais, pelo jeito que ele estava com fome e me encarando aquilo não me faria bem mais tarde e eu não queria correr o risco de perder a maratona de Doctor Who.

- Você é uma alma caridosa.

- E você irá pagar a conta. – Digo com um sorriso de vencedora.

- Tudo bem. – Ele revira os olhos e devora as panquecas.


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Notas finais do capítulo

Possui erros? Se tiver, por favor, me diga que eu irei concertar imediatamente. Mas, gostaram dele? O que preciso melhorar? Preciso deixar as coisas mais clara ou posso deixar como está? E, o que estão achando da história até agora? Eu sei que os capítulos não estão sendo aquela emoção pura, mas vocês - leitores "velhos" - sabem que eu tenho um defeito de não saber escrever os primeiros 5 capítulos, mas depois a história fica boa, não é?
Enfim, apareçam - por favor - e me deixem muito feliz.
E hoje é niver do meu pai! Parabéns para ele o/
Beijos, e até a próxima.



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