Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 27
Bônus: Onde tudo começou.


Notas iniciais do capítulo

Um fato interessante: Eu recém li as dicas do lado direito (ou será esquerdo?) da página e, bem, elas são interessantes.
Olá caros leitores e leitoras, como estão? O carnaval está sendo bom? Viajaram? Irão faltar aula quinta e sexta? Estou em casa desde quarta porque minha irmã passou mal e eu fiquei quinta e sexta cuidando ela de manhã, e sexta agora vou viajar, então, quase sem escola haha.
Eu não iria postar esse bônus, sendo que eu ainda não terminei nem de responder os review's (até amanhã eles estarão todos respondidos, i promisse), mas como eu quero terminar a história ainda esse mês e o capítulo estava pronto, decidi postar de uma vez.
Quero agradecer duas pessoas que me alegraram de uma forma encantadora que são a ApplePie e a MikaDM pelas recomendações fantásticas, não sabem o quanto me deixaram felizes, obrigada meninas e o capítulo é para vocês!
Então... Boa leitura!



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– Essa é a última vez que vou te tirar da cadeia, entendeu Dean? – Minha mãe fala batendo a porta do carro e apertando o controle para o portão se fechar. – É a terceira vez só nesse mês.

– Ok, eu tentarei não ser preso. – Digo fechando a porta do carro.

– Não é um tentarei você não vai ser mais preso. – Afirma vindo em minha direção. – Quero que você se mantenha longe dessa tal de Pamela, não é boa gente, é uma péssima influência para você Dean.

– Porque você tem que sempre colocar a culpa nela? – Pergunto revirando os olhos. – Pamela não teve culpa de eu ser preso, na verdade, nem eu tive.

– Não se faça de santo Dean, você já tem mais de vinte anos, porque não tenta crescer um pouco? – Palpita colocando as mãos na cintura e batendo o pé. – Na sua idade eu já estava casada e trabalhando.

– Os tempos mudaram desde que os dinossauros foram extintos. – Provoco começando a me mover para ir para dentro de casa.

Aquela história de cadeia e a briga com a minha mãe havia me dado uma fome.

– Olha o respeito garoto, porque você ainda é sustentado por mim. – Repreende-me colocando as chaves do carro na mesa a cozinha assim que entra no cômodo. – Eu não sei mais o que fazer com você!

– Pode começando a me alcançar aquele pedaço de bolo. – Sugiro e minha resposta é apenas um revirar de olhos irritados. – Ou eu mesmo posso ir pegar o bolo. – Murmuro caminhando.

– Você deveria ser mais como Emanuel, ele sim é uma pessoa responsável.

– Ele é um chato, um velho. – Opino mordendo o bolo de chocolate. – Ele está com namorando há cinco anos com uma vegetariana chata, trabalha o tempo todo e só tira férias no final do ano. Que tipo de mundo é esse?

– Isso é o mundo real. – Esclarece a Senhora Blake. – Você deveria começar a ter responsabilidades e não pensar em transar com a metade da população feminina de Atlanta.

– Eu não transei com a metade das mulheres. – Argumento revirando os olhos. – Mas em breve, quem sabe.

– Onde foi que eu errei na sua criação?

– Acho que quando me mandou para aquele acampamento para gordinhos mesmo eu não sendo gordinhos. – Palpito pegando meu segundo pedaço de bolo. – Aquele foi um verão traumático na minha vida, não posso ver pneus no chão que me dá pane só de pensar que preciso pular de novo.

Minha mãe me olha por um tempo enquanto termino de fazer meu lanche.

Ela estava irritada comigo, como sempre ficava quando eu era preso ou fazia alguma coisa que não gostava. Mas eu não tinha culpa se as pessoas decidiram colocar a culpa do furto de joias em mim em vez de outra pessoa, e o melhor de tudo, eu nem estava na cena do crime!

Eu podia sentir as engrenagens do cérebro de minha mãe processando cada informação até descobrir o que fazer comigo. Na maioria das vezes ela só balançava a cabeça negativamente e saia de perto de mim me ignorando por três dias, outras vezes, cortava meu dinheiro na maior cara de pau e só devolvia no mês seguinte se eu me comportasse. Isso que dá ser dependente de outra pessoa, mas trabalhar estava tão fora de cogitação quanto eu tirar algum dos meus piercing.

– Dean está decido. – Minha mãe diz depois de um longo tempo em silêncio.

– Você vai fazer uma cirurgia plástica para arrumar seu nariz?

– Não tem nada de errado com meu nariz. – Defende-se colocando a mão em seu próprio nariz e me olhando estressada. – E você vai se mudar, vai morar em outra cidade para se livrar dessas más influências de Atlanta.

– Oi? – Pergunto idiotamente tentando entender o que tinha sido dito.

– Amanhã você irá se mudar de Atlanta por uns tempos. – Explica novamente.

– Que engraçado Senhora Blake, qual é a próxima piada? Vai dizer que não sou seu filho? – Pergunto arqueando a sobrancelha com um sorriso de deboche. – Eu não irei me mudar de Atlanta.

– Na verdade está decido desde que tive que entrar naquela delegacia. – Minha mãe diz pegando o último pedaço de bolo de chocolate e dando uma mordida.

– Você não pode estar falando sério.

– Pode acreditar sim, já sei até que cidade irei te mandar. – Anuncia como se tivesse se divertindo com tudo aquilo. – São Francisco está bom para você?

– Eu já disse que não irei mudar de cidade.

– Vai sim, porque caso não tenha entendido, eu estou te expulsando de casa. – Minha mãe diz com um tom sério e se aproximando de mim. – E que eu lembre você não tem dinheiro, não tem casa e acho que seus amiguinhos não irão te aceitar mais em seu grupinho quando estiver morando em baixo da ponte.

– Você não pode fazer isso.

– Tanto posso, quanto já fiz. – Diz distanciando-se de mim. – A propósito, se eu fosse você começaria arrumar suas malas e acharia um lugar para viver em Atlanta enquanto seu apartamento não fica pronto. – Minha mãe afirma. – E ache um lugar bom, porque você vai precisar ficar por seis meses. – Diz saindo da cozinha e me deixando sozinho com raiva.

Minha mãe não poderia fazer isso, me expulsar de casa e me mandar para outra cidade. Ainda mais quando o apartamento só ficará pronto daqui a seis meses, e eu nem tenho onde morar por tanto tempo!

Subo as escadas e vou para meu quarto para pensar melhor. Assim que sento na cama, recebo uma mensagem de texto de Pamela.

“Soube que o ‘filhinho de mamãe’ foi liberado da cadeia mais cedo, obrigada por levar a culpa. Com amor, Pamela”.

E agora eu sei por que fui acusado por um crime que não cometi, e é claro que Pamela não poderia estar por fora de toda essa sacanagem se é que não foi ela que deu a ideia de colocar a culpa em mim.

Eu gostava de Pamela, da mesma forma que a odiava.

Ela tinha o poder de transformar minha vida em um inferno, mas também conseguia me animar como ninguém. Foi ela que me mostrou o que é viver, o que é sentir prazer na vida, da mesma forma que me mostrou as consequências de tudo.

Minha mãe tinha razão: Era tudo culpa de Pamela.

Mas eu não conseguia me distanciar. Era como se um imã me atraísse para aquele pecado em forma de mulher e tudo o que ela fizesse e dissesse era a única verdade do mundo... E isso soa como um garoto idiota apaixonado.

Ignoro a mensagem de Pamela por fim, tinha muitas outras coisas para pensar do que ser provocado por ela. Largo meu celular em cima da cama e olho para as paredes procurando alguma ajuda divina do que deveria fazer.

Minha mãe havia sido clara e sabia que Senhora Blake não voltaria em sua decisão. Eu teria que sair daquela casa amanhã, eu teria que pegar aquele maldito avião para ir ao outro lado do país para não me meter mais em grandes confusões.

E então lembro que Emanuel morava em São Francisco e que ele poderia ser a salvação para tudo o que eu precisava, já que o cara não recusaria ajudar seu melhor amigo necessitado.

Pego meu celular e disco seu número que conhecia de cor.

Fala Dean. – Emanuel atende no segundo toque.

– Você precisa me ajudar.

– Se você cometeu algum assassinato, não diga nada para a polícia. – Começa a aconselhar Emanuel, mas eu o corto.

– Porque você sempre diz que eu irei cometer um assassinato?

– Porque esse é uma das poucas coisas que você não fez ainda. – Responde com simplicidade.

– Enfim, em uma versão resumida do que acabou de acontecer, minha mãe me expulsou de casa e eu terei que pegar um avião para São Francisco amanhã. – Resumo rapidamente para Emanuel.

O que você fez desta vez?

– Fui preso, mas desta vez, não tive culpa. – Afirmo e escuto Emanuel rir. – É sério, Pamela armou para mim.

– Você é um idiota por ainda andar com essa mulher. – Palpita. – Mas tá, do que precisa de mais urgência?

– Um lugar para eu ficar nos próximos seis meses antes do meu apartamento fique pronto. – Esclareço da forma mais clara possível.

– Por seis meses?

– Conforme minha mãe disse. – Digo dando de ombros.

– Bem, creio que sua mãe não vá pagar nenhum hotel para você ficar. – Começa a dizer Emanuel e nego rapidamente, porque ela havia deixado bem claro que não faria isso. – Você poderia ficar aqui em casa por esse tempo.

– Sua mãe ainda faz aula de culinária? – Pergunto com uma careta.

– Pode acreditar.

– Então prefiro morar na ponte, sem ofensa, sua mãe sempre me faz provar suas invenções malucas na cozinha e todas são sempre queimadas. Sem falar de que ela acha graça em me levar para todas as consultas médicas no cirurgião plástico. – Conto lembrando os péssimos momentos que passei junto com a Senhora Oswen.

– Falando nisso, obrigado por dizer que o nariz dela estava com problemas, ela refez a cirurgia e me levou como acompanhante. – Emanuel fala com um tom de voz irritado. – Você não sabe o inferno que passei com ela.

– Acredite, eu sei, ela me fez ir as primeiras e não aceitava não como resposta. Ainda bem que ela achou um médico bom ai em São Francisco, se eu entrasse em mais uma clinica de estética, juro que acabaria fazendo uma plástica.

De qualquer forma, não sei um lugar bom para você morar sem arrumar muitas encrencas ou acabar pegando a mulher alheia. – Emanuel começa a dizer em tom pensativo. – Hm, eu acho que tem apenas um lugar.

– Diga logo qual é.

– Sabe minha namorada, Delilah? – Pergunta e eu reviro os olhos.

– Aquela chata? Não sei como você consegue namora-la por cinco anos! Passei menos de dois meses com a criatura e tinha vontade de joga-la em alto mar.

– Ela está procurando alguém para dividir as despesas. – Emanuel começa a dizer ignorando totalmente meu comentário, porque depois de tantos anos, ele se acostumou com o fato de eu não gostar de sua namorada e aprendeu a lidar com isso. – E como você disse que são apenas seis meses, acho que seria ideal.

– Está mesmo dizendo para eu me mudar para a mesma casa que a Oswald? – Pergunto tentando acreditar naquilo. – Eu e ela vamos nos matar na primeira semana.

– Mas, preste atenção no meu plano. – Meu amigo pede e eu fico em silêncio. – Eu pretendo pedir Delilah em casamento daqui a pouco tempo, no máximo três meses. Você só terá que atura-la por três meses, e o restante dos meses você fica com a casa toda para você.

– E ela vai se casar no mesmo dia em que você pedir a mão dela em casamento gênio? – Pergunto revirando os olhos. – Ela ainda vai ficar um bom tempo no apartamento até as coisas do casamento foram decididas e blábláblá.

E daí que vem o melhor do meu plano, eu a convido para vir morar comigo em meu novo apartamento, que eu ainda não comprei, mas vou comprar.

– Esse é o pior plano que já ouvi na minha vida. – Afirmo. – Não, espera aquele seu plano de se tornar um grande vendedor de manteiga de amendoim com geleia foi mais idiota.

– Seu pessimista me assusta.

– Seu otimismo me faz querer vomitar. – Retruco. – Mas ok, pelo visto essa é a melhor forma de eu não morar em baixo de uma ponte e muito menos com sua mãe, fale com Delilah.

– Tudo bem, ela vai dizer sim. – Emanuel afirma. – Tenho que desligar agora.

– Tchau. – E desligo o telefone.

É, parece que irei morar com a vegetariana chata da Delilah Oswald.

No outro dia, assim que saiu do avião, deparo-me com Emanuel a minha espera. Ando até ele puxando minha mala de rodinhas e o cumprimento assim que o vejo.

– Dean, como foi o voo? – Pergunta começando a me guiar para o lado de fora do aeroporto.

– Tirando o fato da aeromoça não querer me dar seu telefone com a desculpa de ter namorado, foi bom. – Comento dando de ombros. – Podemos passar para comer alguma coisa? Estou morrendo de fome, e essa empresa de aviões não é a melhor no requisito comida.

– Delilah preparou um pequeno jantar para sua chegada. – Afirma desligando o alarme do carro e depois abriu o porta-malas.

– Oh Deus, porque ela precisa ser gentil? – Pergunto revirando os olhos e guardando minha mala. – Ela me odeia, eu a odeio e fim de papo.

– Não seja tão idiota Dean. – Emanuel reclama revirando os olhos batendo a tampa do porta-malas. – Ela está tentando ser agradável, e você deveria tentar ser um pouco mais gentil com quem está te acolhendo.

– Ainda estou pensando o porquê ter escolhido sua namorada em vez de sua mãe, pelo menos a última me pagaria sorvete. – Debocho sentando no banco do motorista. – E me deixaria comer carne a vontade.

– Delilah não é uma vegetariana tão radical.

– Se você está dizendo. – Falo dando de ombros.

A viagem até minha mais nova casa foi demorada, então eu e Emanuel colocamos o papo em dia como duas velhinhas fofoqueiras que não se viam há tempos. Assim que Emanuel estaciona o carro, o sigo até o portão do apartamento e o porteiro nos deixa entrar com um cumprimento alegre que eu quase que me arrependo por querer morar aqui. Chegamos ao oitavo andar, e Emanuel toca a campainha.

E então, vejo Delilah Oswald abrir a porta.

E ali estava uma mulher que eu fugiria no primeiro encontro por ser chata e metida a esperta para qualquer situação. Ela estava como sempre esteve nas vezes que nos encontrávamos. Seus cabelos castanhos claros estavam longos e lisos como sempre, seus olhos estavam me avaliando rapidamente junto com seus lábios e testa franzida. Delilah não era do tipo que eu pegava, na verdade, ela nem era tão gostosa assim. Sua pele não tinha nenhuma marca e era branca demais, suas pernas não eram tão gostosas em comparação a de outras mulheres que já dormi. Usava um short jeans e uma blusa sem estampa e estava descalça.

Se ela pretendia impressionar alguém, ela não conseguiu.

– Podemos entrar Deli? – Emanuel acaba perguntando e me tirando de minha analise de minha mais nova companheira de apartamento.

E sinto, antes mesmo de entrar naquela casa, que meus dias iam ser intensos.


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Notas finais do capítulo

Eu acabei de escrever o título e achei com cara de Violleta da Disney, não? Mas como eu não encontrei nenhum outro adequado para o capítulo, vamos deixar esse até eu pensar em um mais legal (ou vocês darem suas sugestões, que tal?). Dez pessoas haviam lido o capítulo, por isso que ele é o primeiro bônus e tals (a propósito, aos que já leram, quero meus review's!).
Ah, sim, antes que eu me esqueça, os próximos dois bônus devem responder a grande maioria das suas perguntas sobre Emanuel, Cléo, a tiazinha do prédio e todas essas pessoas, mas de uma maneira, hm, digamos que vai seguir o mesmo padrão da história: Com confusões! Eu estava lendo os review's de vocês quanto as sugestões para o último capítulo e elas são bem contraditórias, enquanto uma pede a história contada por filhos, a outra pede para não saber o futuro. Mas o que elas tem em comum é o fato de que desejam que sejam narradas pela Cléo! Eu estava pensando em fazer isso, só que, fugiria muito do padrão da história com apenas dois narradores, portanto, se quiserem eu posso fazer uma one (ou uma fanfic de cinco capítulos contando sobre a vida de todas as melhores amigas, só que com uma única narradora, entenderam?) contando sobre a vida dela, sobre o que ela acha do romance de Deli com Dean, ver se ela encontrou seu final feliz e essas coisas. Bem, fica sobre decisão de vocês o que querem que eu faça, mas de qualquer forma, irei dar um jeito de fazer com que o último capítulo agrade a todos, ou pelo menos, a maioria.
Credo, eu escrevi um texto gigante, vou parar por aqui.
Espero que tenham um bom final de feriado, fiquem com Deus!
Beijos.

Ps. Gosta de RPG? Eu sou adm. de um que envolve os filhos dos personagens de contos de fadas, se quiser dar uma olhada, aqui está o link: http://sunnyland-rpg-br.tumblr.com/