Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 28
Bônus: Crianças são como cachorros.


Notas iniciais do capítulo

É com muita dor no coração que eu anuncio o fim de Sob Medida.
Sim, este é o último capítulo da história porque eu decidi transformar o terceiro bônus em uma one do Dia dos Namorados (e ela será postada no dia 12 de junho, numa quinta-feira) e assim eu irei - tentar - agradar a todos e trazer algo maior do que um simples capítulo.
De qualquer forma, eu sei que demorei a postar esse último capítulo, mas eu estava protelando o final da história porque eu não queria dar adeus para Sob Medida, qual é, daqui a 17 dias irá fazer um ano de SM e não é nem um pouco fácil de dar adeus a algo que tornou parte de minha vida, porque cara, é a Deli e o Dean, e isso já explica muita coisa.
Eu espero que gostem desse capítulo. Se estiverem esperando algo romântico, algo que tenha só a ver com Deli e Dean estão enganados. Se esperarem ver um “feliz para sempre”, quem sabe tenham seu desejo realizado. E, se esperaram algo totalmente diferente, então eu consegui surpreende-lo da minha maneira e da maneira que eu queria acabar com a fanfic.
E, sem mais delongas ou lágrimas, apresento-lhes o último capítulo de Sob Medida e lembrem-se, é nossa última viajem juntos.



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– Dean Blake! – Grito entrando na sala e olhando para o meu namorado deitado no sofá vendo um documentário sobre animais.

– Juro que não fui eu quem comeu o iogurte de morango. – Defende-se pegando o controle remoto e colocando no mudo e olhando para mim.

– Você comeu o meu iogurte de morango? – Pergunto cruzando os braços com a nova informação, já que eu não sabia que ele havia comido tal comida.

– Claro que não. – Mente sentando-se no sofá. – Mas o que deseja Delilah? Estão ensinando como os ornitorrincos podem ser mamíferos colocadores de ovos.

– Esqueça os ornitorrincos, estamos com um grande problema. – Eu afirmo caminhando e sento ao seu lado pegando o controle remoto e desligando a televisão. – Emanuel está vindo com Henry e com Susan para cá.

– Por quê? – Indaga Dean erguendo suas sobrancelhas.

– Porque, conforme ele, somos padrinhos responsáveis e aptos para cuidar de duas crianças. – Eu cito as palavras de Emanuel no telefone. – Eu tentei dizer que ele havia ligado para o número errado, mas Oswen só riu e disse que já estava a caminho.

– Emanuel só pode estar de brincadeira. – Dean reclama. – Bem, lamento informar Deli, mas você está sozinha nessa. – Diz levantando-se do sofá e começando a caminhar em direção à porta. – Eu não sou babá, e não vou cuidar de crianças.

– Haha, que engraçado você Blake. – Ironizo levantando e indo a sua direção o parando. – Se você acha que eu vou ficar nessa sozinha, está muito enganado! Você é o padrinho de Susan, então não irá fugir de jeito nenhum. – Falo batendo o pé no chão com um revirar de olhos. – Além do mais, se você me deixar aqui sozinha pode esquecer nossos planos para hoje à noite.

– Eu aguento ficar longe de você por uma noite. – Avisa dando as costas para mim e seguindo para a porta. – Boa sorte com as crianças, você vai se dar muito bem.

– Blake volte aqui! – Chamo no momento em que ele abre a porta.

– Opa, eu estou interrompendo alguma coisa? – Escuto Emanuel indagar saindo do elevador de mão dada com seu irmão Henry e com Susan no carrinho. – O porteiro me deixou entrar. – Justifica entrando em minha casa.

– Deli! – Escuto Henry gritar largando seu carrinho no chão e vindo em minha direção me abraçar. Abaixo-me e o pego no colo o abraçando forte assim que seus braços envolvem meu pescoço e me aperta. – Emanuel disse que hoje você e o tio Dean vão brincar comigo a noite toda. – Conta afastando-se seu corpo de mim, ainda em meu colo, para me olhar.

– Claro que vamos, não é tio Dean? – Indago olhando para Dean como quem diz “você não vai se safar dessa”.

– Claro, eu comprei um videogame novo para nós jogarmos. – Dean afirma fechando a porta e me lançando seu típico olhar de “você me paga”.

Coloco Henry no chão e o vejo. Ele estava crescido desde a última vez que o havia visto, mês passado quando eu o levei para tomar sorvete. Desde que as coisas se ajeitaram na minha vida, e a relação do Dean e do Emanuel voltou ao normal, Henry vive saindo conosco assim com a pequena Susan.

Susan era uma coisa fofa, com seus poucos cabelos castanhos e seus olhos azuis. Ela havia completado seis meses a duas semanas, e já dava sinais de ser uma garota bagunceira. Eu e Dean havíamos sido escolhidos como os padrinhos, o que foi uma grande surpresa e honra. Assim que Emanuel teve a guarda legal da menina, a mãe dela desapareceu aparecendo volta e meia.

Nesse momento, a princesinha da casa, estava dormindo no seu carrinho segurando um de seus brinquedos favoritos – um cachorro de pelúcia colorido – enquanto chupava sua chupeta despreocupadamente alheia ao mundo a sua volta.

– Obrigado por vocês ficarem com eles. – Emanuel agradece olhando para mim e depois para Dean. – Tenho uma reunião e não sei o que faria sem vocês.

– E sua mãe?

– Ela e o meu pai não estão na cidade, foram viajar. – Informa largando as duas bolsas que estava pendurado em seus ombros no chão. – Aqui tem tudo o que irão precisar para passar a noite com os dois, não se esqueça de fazer a mamadeira da forma correta para Susan e não deixem Henry comer muito chocolate e nem ficar horas no vídeo game. – Ordena me olhando e depois se abaixando e bagunçando o cabelo de seu irmão. – Obedeça a Deli e Dean, não durma tarde e não dê trabalho.

– Sim. – Henry diz pegando seu carrinho do chão e ignorando completamente seu irmão. – Dean, agora nós podemos jogar?

– O jogo está ali a estante Henry, eu já estou indo jogar com você. – Dean informa apontando para a estante e, em seguida, Henry corre para lá procurando o jogo.

Emanuel olha para sua filha e beija sua bochecha. Os dois eram bem parecidos, tinham as mesmas feições e Susan era a legítima filha do papai, porque meu amigo não desgrudava dela um segundo, e quando estava no trabalho ligava em meia e meia hora para a babá apenas para saber se Susan estava bem.

A vida de Emanuel havia sofrido uma mudança drástica, pelo menos, eu acho que havia mudado radicalmente, porque ele comprou um apartamento perto do trabalho, diminuiu a carga diária no escritório e está mais sorridente do que eu havia visto na vida. Nem parecia o mesmo cara de antes e isso era muito bom. Além, é claro, de não estar mais possessivo, ciumento e nem dependente de seus pais. Eu apenas tenho pena da própria Susan quando ficar maior.

– Não se preocupe Emanuel, vai ficar tudo sobre controle. – Eu afirmo sorrindo para ele. – O que de ruim pode acontecer?

– Na verdade, eu poderia citar uma lista, mas como o meu voo sai em uma hora não tenho muito tempo. – Emanuel responde e Dean ri enquanto eu reviro os olhos. – Vocês fiquem de olho nos dois, qualquer coisa só ligar para mim ou para alguma pessoa que vocês julgam mais responsáveis que os dois. Ah, tem uma lista de números na bolsa de Susan, e os remédios de Henry também.

– Ok Emanuel, pode ir embora. – Digo empurrando-o para fora. – Estaremos te esperando amanhã para o almoço e tudo vai estar perfeito, não se preocupe. – Afirmo chamando o elevador e me viro para a porta onde Dean estava. – Não é mesmo amor?

– Com toda a certeza Emanuel, vá tranquilo. – Afirma assentindo com a cabeça.

– Se Briana não tivesse de licença, eu não deixaria eles com vocês. – Emanuel murmura e eu reviro os olhos. – Ok, mas sabem que podem me ligar a qualquer momento que eu pego o primeiro voo e venho para cá.

– Tchau! – Falo assim que a porta do elevador fecha-se e me viro para trás. – Ha, você vai passar a noite todinha comigo e com as crianças. – Digo entrando em casa e fechando a porta. – Tente ver pelo lado bom.

– E qual seria? – Dean indaga falando em um tom baixo.

– Podemos treinar para quando formos pais. – Solto dando de ombros com a informação, não que eu estivesse pensando em ser mãe tão jovem assim ou se eu continuaria com Dean para o resto de minha vida, porque as coisas mudam.

Blake me olhou estreitando os olhos e eu pergunto o que ele tinha.

– Você está grávida, eu sabia. – Afirma apontando acusadoramente para mim. – Você anda mais gorda do que o normal, além de suas emoções está mudando rapidamente e você gosta de comer ketchup com bolacha!

Reviro os olhos com sua acusação e tento não ficar ofendida com aquilo. Eu talvez esteja a cima do peso, mas a culpa era totalmente do Dean que compra todas as guloseimas possíveis apenas para me agradar. E qual o problema de uma pessoa gostar da combinação de ketchup com bolacha?

– Dean, eu não vou nem te responder. – Afirmo revirando os olhos e saindo de perto dele e indo até Henry que ainda olhava para os jogos com interesse. – O que vai querer para o jantar hoje Henry? – Indago abaixando-me para ficar na sua altura.

– O que toda criança precisa ué, chocolate e refrigerante. – Responde como se fosse óbvio. – Mas não pode ser aquele meio amargo, aquilo é para velho e não para uma criança em fase de crescimento.

– Que tal pedirmos uma pizza? – Palpito.

– Isso também deve servir, mas precisa ser de quatro queijos. – Pede pegando um dos jogos de Dean na mão. – E eu quero jogar esse!

– Então peça lá para o tio Dean enquanto eu peço pizza para mais tarde. – Digo e vejo o menino correr até meu namorado entregando-lhe o jogo.

Pego o carrinho de Susan e levo para o meu quarto – que agora era de Dean também, enquanto o dele virou um depósito de tralhas – a tiro do carrinho com cuidado e coloco em cima da minha cama deixando-a a mais confortável. Pelo que eu conhecia de minha afilhada, Susan dormiria por um longo tempo já que era só dar mamadeira para ela que Susan dormia a tarde toda que era uma benção.

Fecho a porta assim que saiu do quarto.

***

– Onde fica o botão de desligar dessas criaturas? – Pergunto olhando para Dean que me devolveu o olhar desesperado.

– Não sei. – Respondeu olhando para os lados procurando algo. – Eu não sei o que fazer. Delilah faça alguma coisa! – Gritou para mim como se eu fosse resolver todos os problemas.

– Eu estou tentando! – Grito de volta e logo acabo me arrependendo porque Susan começou a chorar mais alto do que ela já estava chorando e ainda por cima no meu ouvido! Se eu saísse com 100% de audição depois do seu choro, ia ser um grande milagre.

Eram quase meia noite e eu não sabia o que esperar para as próximas horas. Susan havia acordado lá pelas sete horas e ela ficou brincando no tapete com seus milhares de brinquedos espalhados que Emanuel havia trazido, enquanto Henry continuava no vídeo game junto com Dean e eu estava lendo a revista aguardando a pizza chegar. Estava tudo normal, estava uma beleza até o apartamento de a frente decidir comemorar a vitória do seu time de futebol e começar a soltar fogos de artificio.

E isso, foi a pior coisa que aquele homem indecente fez na vida dele. Foi até pior do que transar com a janela aberta, ou dançar pelado Madonna. E, assim que eu o encontrasse, iria acabar com a raça daquele verme destruidor de lares!

– Calma, calma. – Repito as palavras batendo de leve nas costas de Susan que estava no meu colo enquanto eu me balançava para frente e para trás em um ritmo constante na tentativa de acalma-la. Já havia tentando alimentar, brincar, coloca-la para ver TV, faze-la dormir e até mesmo havia feito teatrinho de fantoches, mas aparentemente crianças pequenas são que nem cachorros quando tem fogos de artificio. – Hey Susan, quer ver o que o tio Dean sabe fazer? – Pergunto na tentativa de fazê-la chorar tanto.

Ela me olhou e depois para o seu padrinho, ainda chorando, e parou por um segundo de chorar, mas logo voltou a chorar e eu comecei a ficar cada vez mais desesperada com aquele choro de criança. Eu estava a ponto de pedir por minha mãe.

Dean não estava tão melhor do que eu, já que Henry mostrou-se um pestinha de marca maior e estava correndo pela casa apenas de calça de pijama fugindo de Blake que queria colocar a roupa nele para fazê-lo dormir. E tudo por culpa do excesso de açúcar que ele acabou comendo escondido, enquanto eu e Blake estávamos entretidos com Susan, que havia falado sua primeira palavra.

– Vem cá Henry! – Gritou Dean correndo atrás do garoto, que subiu no sofá e começou a gritar “você não me pega, você não me pega”.

– Cuidado! – Grito, mas foi em vão, porque Dean já havia pisado nos lego que estavam jogados no tapete e agora Blake estava gritando de dor. – O que mais falta acontecer nessa casa? – Pergunto olhando para o teto, por motivos além de minha compreensão. – Henry. – Chamo a atenção do garoto que pulava no sofá rindo da dor alheia.

– Que tia Deli? – Pergunta me olhando por alguns segundos.

– Porque não coloca seu pijama?

– Porque pijamas são para fracos, eu sou o incrível Huck e não preciso de camiseta. – E com isso a Henry pula em cima das costas de Dean e começa a imitar o seu super-herói favorito.

Deixo de prestar atenção neles e volto a tentar fazer Susan parar de chorar no meu ouvido. Aquilo estava ficando cada vez chato e eu estava começando a pensar em dar calmantes para todos naquela casa. Eu queria saber como Emanuel conseguia aguentar aquelas duas pestes todos os dias, porque Henry virou um irmão para Susan, sendo que ele já tem até quarto montado na casa do irmão.

Em meio a gritarias dos dois garotos, do choro de Susan e minhas reclamações, escuto alguém bater na porta com força.

Ótimo, tudo o que eu precisava eram vizinhos chatos virem reclamar do barulho do meu apartamento. O que falta agora? Uma abdução por extraterrestres? Dean terminar comigo? Cléo aparecer bêbada como na noite passada?

O que mais falta para completar essa noite?

Ando até a porta, ainda com Susan no colo, e abro pronta para ensinar novas palavras para as crianças que faria com que Emanuel os proibisse de vir aqui em casa para sempre. Só que em vez de xingar, dou um grito ao ver uma mulher com uma mascara verde no rosto, rolinhos no cabelo, um pijama de vaquinha. Eu não sabia se devia sair correndo, se deveria fechar os olhos de Susan que havia parado de chorar (milagrosamente) para olhar para a mulher ou se devia fechar a porta na cara dela.

Eu optei pela última opção...

... mas a mulher colocou a mão na porta antes que eu a fechasse.

– O que está acontecendo aqui Delilah Oswald? – Pergunta e eu a reconheço.

– Dona Fernanda? – Questiono apenas para confirmar.

– Não, o Papa. – Ironiza revirando os olhos, pelo menos eu achei que ela tivesse feito aquilo, porque a mascara verde tirava atenção de todo o resto do seu rosto.

– O que você quer? – Pergunto e Susan começa a chorar. – Olha ai Dona Fernanda, a menina acha que você é um monstro verde que vai pega-la à noite. – Falo começando a balançar a menina na tentativa de fazê-la parar de chorar mais uma vez.

Será que Susan não cansa de tanto chorar?

– Como você é engraçadinha Delilah. – Ironiza cruzando seus braços. – Mas de quem é essa criança? E porque ela está na sua casa?

– É minha afilhada. – Explico e na mesma hora Dean aparece na porta com Henry parecendo um saco de batata no seu ombro. – E esse é o Henry, mais ou menos meu afilhado.

– Agora eu sei por que sua filha saiu de casa, deve ser traumatizante acordar todos os dias e ver um monstro andando pela casa. – Dean comenta e eu tenho que segurar para não rir.

– Tio Dean, esse é o monstro que você disse que ia vim me pegar se eu não parasse quieto? – Henry pergunta.

– Vim avisar que o barulho está totalmente inaceitável, até Jesus deve estar irritado com a gritaria dessas crianças! – Dona Fernanda diz ignorando os comentários sobre sua aparência monstruosa. – E crianças dessa idade deviam estar dormindo, e não fazendo tanto barulho!

– Estamos tentando isso há duas horas. – Explico revirando os olhos. – Era só a reclamação do barulho? Se sim, aconselho tampões de ouvido. – Digo e toco na porta para fecha-la, mas Dona Fernanda me impede, novamente. – O que é agora?

– Eu não devia ajudar, porque os dois não são duas pessoas agradáveis e eu não gosto de vocês. – Começa a discursar e eu troco um olhar de tédio com Dean que continuava com Henry em seu ombro. – Mas como Deus diz que temos que ajudar o próximo, sem olhar para quem seja, vou ajuda-los a fazê-los dormir.

– Hm, não, obrigada. – Digo e Dean me olha como se estivesse doida.

– Delilah, nós dois não estamos dando conta dessas crianças e se o E.T de Virginia quer ajudar, não vamos negar! – Diz e depois olha para Fernanda que abriu um sorriso. – Faça sua mágica, pelo amor de Deus.

– Agora, me dê essa criança aqui. – Pede colocando os braços em volta de Susan e a pegando no colo. – E você Dean, largue essa criança no chão. – Pede e Dean a obedece. – Vocês dois vão para a cozinha e não apareçam por aqui até eu chamar.

– Eu não confio em você. – Digo cruzando os braços (doloridos, porque Susan é pesada) e estreito os olhos. – Como terei certeza de que não fará nada de mal com eles?

– Eu criei minha filha e nada de mal aconteceu com ela. – Explica.

– Tem certeza? – Digo arqueando a sobrancelha.

– Venha Deli, vamos para a cozinha. – Dean diz pegando meus ombros e começando a me empurrar para fora da sala depois de fechar a porta com o pé. – Não vamos atrapalhar essa bondosa senhora.

Tchauzinho. – Fernanda diz assim que eu entro na cozinha com Dean.

Não sei por quanto tempo eu e Dean ficamos naquela cozinha, só sei que eu já havia devorado todos os biscoitos que tinham no armário, Dean já havia feito panquecas para comer e nós dois já tínhamos “namorado” um pouco. Eu e ele estávamos brincando de stop quando Dona Fernanda aparece na cozinha fazendo o menor ruído possível e nos mandando ficar em silêncio.

– Os dois já dormiram. – Anuncia em tom baixo.

– O que você fez com eles? – Pergunto no mesmo tom de voz dela.

– Um mágico nunca revela suas mágicas.

– Ou uma bruxa nunca revela seus feitiços. – Dean comenta e ela o olha como se fosse mata-lo ali mesmo. – Desculpa. – Murmura. – E obrigado por fazê-los dormir, não sei como conseguiu, mas o importante é que fez as duas pestes dormirem.

– Mas é a última vez que ajudo o casalzinho irresponsável, agora eu vou para minha casa fazer o café da manhã. – Diz e nós a acompanhamos até a porta de entrada. – Passar bem.

– Tchau. – Digo fechando a porta assim que ela sai de casa. – Dá para acreditar que vão ser quase quatro da manhã? – Indago trancando a porta.

– Dá para acreditar que Dona Fernanda vai fazer café da manhã essa hora? – Dean pergunta passando uma de suas mãos pelas minhas costas e andamos até o sofá nos jogando ali acabados apoiando os pés na mesinha de centro.

Cuidar de crianças não é fácil e o pior é que nem soubemos cuidar delas!

– É oficial, não quero ter filhos tão cedo. – Digo apoiando minha cabeça no ombro de meu namorado enquanto ele passou sua mão pelos meus ombros. – Imagina ter que lidar com essas pestes todos os dias até a morte?

– Eu ia enlouquecer, com toda a certeza. – Murmura como resposta.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

Não sabia o que Dean estava pensando, mas eu pensava no futuro. No nosso futuro. Planejar uma vida do lado de Blake parecia tão fácil, eu podia me imaginar envelhecendo ao seu lado, eu poderia me imaginar vivendo aventuras pelo mundo inteiro ao seu lado, mas não conseguia imaginar nós dois criando nossos filhos, porque nem eu e nem ele levávamos jeito para isso. Se não conseguíamos cuidar de Henry e Susan, o que dirá de um bebê recém-nascido?

Ergo meus olhos buscando seu olhar e sou correspondida.

De repente todos os meus pensamentos incertos desaparecem e eu só consigo imaginar acordar todos os dias com seu sorriso, como tem sido alguns meses.

E isso basta para mim.

– Está a fim de ver documentário marinho? – Pergunta e eu sorri afirmando.

E logo a sala foi tomada por sussurros da televisão. E eu só lembro-me de ter adormecido por alguns instantes e logo abrir os olhos com o choro de Susan.

E lá vamos nós mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

E, então, o que acharam do capítulo? Provavelmente – quase certeza – não é o que vocês esperavam, mas eu sempre quis escrever esse capítulo, e não sei explicar o porquê disso. Sei lá. Apenas gosto de pensar que os dois são tão incertos, são tão improváveis que seguiram suas vidas, de maneira errante e simples, como os dois são. Portanto, deixo para você imaginar o futuro dos dois, se eles se casaram, se tiveram filhos ou se tiveram uma tartaruga chamada Ana Francisca como bichinho de estimação. Deixo a cabo de sua imaginação o final de Sob Medida, porque os dois são tão incomuns que um final tão clichê não caberia para esses dois que chegaram e nos mostraram sua vida e sua caminhada até ficarem juntos.
Eu estou tão emotiva hoje, que não sei como eu poderei terminar Sob Medida. A única certeza que tenho é que devo agradecer a você por estar comigo por toda essa jornada, aguentando minhas notas, aguentando minha demora e aguentando minhas desculpas e erros. Agradeço a você leitor por fazer essa história como ela é hoje, por não desistir de mim, por não julgar Delilah e seus erros até se encontrar na vida, por não julgar Dean por ser um badboy filhinho da mamãe, por ter odiado e perdoado Emanuel no final da história e por adorar Cléo, apesar de ela não aparecer tanto. De verdade e de coração, agradeço a você que comentou, que favoritou e recomendou. Agradeço aos mais de duzentos leitores que estiveram nessa jornada comigo, que estiveram comigo ao longo de quase um ano de Sob Medida.
Pode não parecer, mas eu aprendi muito com Sob Medida. Ela não foi apenas uma história, foi um pedacinho de mim exposto para vocês. Os personagens são como meus filhos, herdando meus erros e minhas qualidades, da mesma forma que a trama não poderia ser igualmente louca e palpável, afinal, quem disse que essa história nunca aconteceu ou está acontecendo? Quem disse que você não pode ser o próximo protagonista de uma história como essa?
A única coisa que tenho tanta certeza é que sentirei falta de Sob Medida, e que levarei a vida de Dean e de Deli para sempre. E sim, eu irei ler e reler e lembrar o tempo em que eu a escrevi, as pessoas que conheci e que hoje são minhas amigas, que hoje fazem parte da minha vida e que eu não quero largar nunca mais.
Tenho consciência que meu texto está grande demais, mas ei, até parece que vocês não sabem que eu gosto de textos grandes no final. Mas é aqui que eu dou um ponto final na história, é aqui que eu posso dizer sem sombras de dúvidas que esse é o fim de Sob Medida e que foi uma honra tê-los como leitores e como companheiros nessa jornada que tem seu final aqui.
Talvez eu veja alguns de vocês nas minhas demais histórias, talvez outros eu nunca tenha o conhecimento de que leram Sob Medida e outros que sei irão se despedir de mim nesse momento.
Então é isso.
Tenham uma vida boa, se joguem nas aventuras e encontrem seu Dean ou sua Delilah ou seu Emanuel ou sua Cléo ou seu Robert ou, até mesmo, sua Pamela.
Boa sorte a todos.

Obs. Por favor, cliquem no “marcar este capítulo como lido”, apenas para eu ter controle de quantos dos duzentos e tantos leitores chegaram até o final e que leram o último capítulo. É simples e rápido. Obrigada, desde já.


Obs. Minha forma divertida e dramática de dizer tchau para Sob Medida: http://mystories-foryou.tumblr.com/post/82652846889/sob-medida-acabou


Obs. Tem coisas novas no tumblr das histórias, além da parte final dos personagens (Robert e Pamela), espero que gostem: http://mystories-foryou.tumblr.com




Link da one que eu prometi para vocês de SM: http://fanfiction.com.br/historia/512153/Valentines_Day/



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