Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 23
Oh, merda!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, adivinha quem conseguiu postar o capítulo em exatos uma semana? Isso mesmo, eu!
Então, eu quero agradecer as mais de duas mil visualizações, aos 55 favoritos e aos 169 leitores dessa fanfic. Eu ainda consigo me surpreender como algo que eu escreva faça muitas pessoas lerem, de verdade, obrigada. Também queria agradecer as pessoas que comentarem (embora nem nos 15 review's chegaram, mas eu supero porque eu sou uma pessoa que sempre está superando os flop #drama #on).
Queria agradecer a Dream pela oitava recomendação da fanfic, sério, muito, muito obrigada pela suas palavras, me deixaram surpresa, feliz e encantada! Obrigada, o capítulo é para você!!
Enfim, espero que gostem do capítulo porque eu gosto dele de uma maneira estranha, além dele ser narrado por Dean (só que não é bem o Dean do primeiro capítulo...ah, vocês vão entender!).
Boa leitura!



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– Delilah, não saia daqui. – Peço olhando para os lados. – Eu volto logo. – Digo começando a me distanciar de minha amiga seguindo em direção à mesa de sinuca que havia visto logo na entrada da mansão.

Estávamos na festa de um coroa legal, que decidiu comemorar seu aniversário com uma festa estilo anos 20 com um toque de modernidade em tudo. A mansão estava toda decorada para o evento, embora ela sempre estivesse daquele jeito. Pessoas iam e vinham em todas as direções com copos de bebidas, salgadinhos e até mesmo um que estava com uma bola de boliche. Aquela festa não tinha como melhorar.

Aproximo da mesa de sinuca e logo perco o interesso assim que vejo uma linda mulher surgir perto da mesa olhando para tudo com interesse. Ela usava aquelas vestidos dos anos 20, mais precisamente de quem ia para o cabaré de cor prata com vários brilhos no vestido, mas o que havia me chamado a atenção era que a mulher tinha belas e gostosas pernas, além dos demais atrativos que a deixam cada vez mais gostosa.

Aproximo-me dela como quem não quer.

– Olá. – Digo tentando sobressair à música alta.

Vejo a mulher olhar para mim da cabeça aos pés e depois abrir um sorriso que eu conhecia tão bem, ela me queria com toda a certeza. Acabei sorrindo da mesma maneira e dando um gole na bebida que recém havia pegado do garçom.

– Dean Blake, e nos encontramos mais uma vez. – Afirma.

Eu a olho sem entender. Eu a conhecia? Nunca havia visto seu rosto antes, e se tivesse visto não esqueceria com tanta facilidade, já que ela não era do tipo que se esquecia de fácil. Mas ali estava ela, dizendo meu nome com segurança.

– Desculpa, nos conhecemos? – Pergunto recompondo minha expressão.

– Achei que iria me esquecer. – Comenta a mulher desconhecida sem ao menos fingir que estava frustrada por se esquecida. – Sou London, nos conhecemos no supermercado alguns meses atrás.

Procuro em minha mente quem poderia ser aquela mulher, porque eu não lembrava seu rosto. Havia conhecido tantas mulheres no supermercado, que era quase impossível lembrar uma em particular. Aparentemente o índice de achar uma boa transa no mercado é maior do que alguém pode imaginar.

– Hm, ainda não me lembro, desculpa. – Concluo por fim dando mais um gole naquela bebida cujo nome eu desconhecia, já que eu não estava preocupado com o gosto a mesma tinha.

– Claro que não se lembraria. – London afirma. – Você tinha acabado de chegar à cidade, e estava com aquela sua amiga... Alguma coisa com elson no final.

E então, eu me lembro dela.

Realmente eu havia transado com ela no segundo dia de morador de São Francisco, e lembro ainda mais que Delilah e ela não gostaram uma da outra de uma maneira engraçada, sem falar que as duas erraram o nome de propósito. Lembro também, que ela era uma mulher de uma noite só.

– Agora eu me lembrei de você, London. – Afirmo. – Como vai?

– Muito bem, obrigada. – Responde olhando para os lados. – Vejo que você não está acompanhado essa noite, quem diria não é?

– Na verdade estou acompanhado. – Respondo incomodado com aquilo. – E você? Trouxe algum para a noite mais tarde? – Retruco casual.

– Estou com o meu noivo. – London responde e depois aponta para um homem forte que estava jogando na mesa. – Graças a você, eu o conheci.

– Fico feliz que eu tenha servido para mais alguma coisa. – Comento olhando para os lados. – E foi ótimo te reencontrar, mas preciso encontrar alguém.

– Claro. – London diz nem um pouco abalada.

– Ah, parabéns pelo noivado. – Digo antes de me afastar dela por completo.

Não sabia ao certo o que havia me incomodado naquele reencontro sem noção. Se pelo fato de que London estava noiva, de alguma forma graças a mim ou pelo fato deu não estar oficialmente acompanhado com ela havia dito.

Eu tinha vindo com Delilah – e Cléo veio na bagagem. Mas não era a mesma coisa de vir com uma pessoa mesmo e passar a noite com ela. Eu e Deli poderíamos ter aquele rolo estranho entre nós, eu sabia que Deli era atraente e gostosa, mas não significava que tínhamos alguma coisa mais séria. E tenho a impressão que ela tinha certeza que nosso caso não ia além, mesmo eu ter dito que a pediria em namoro.

Aquilo tinha sido um ato de desespero, em um dia cheio de reviravoltas.

Continuo andando de um lado para o outro da festa conversando com alguns conhecidos, cumprimentando outros e obviamente evitando muitos. Não tinha nenhuma outra mulher que havia despertado o meu interesse a ponto de me aproximar, e eu acabei percebendo que estava procurando por Delilah.

Onde ela havia se metido?

Ela poderia estar encrencada, já que Deli poderia ser um pouco ingênua quando queria e tinha certeza de que era fraca para a bebida.

Acabei encontrando Cléo por acaso.

– Você viu Delilah? – Pergunto a parando.

Cléo me olha por um momento e responde:

– A última vez que a vi estava no bar.

– E você a deixou sozinha? – Pergunto sem acreditar naquilo.

– Delilah é maior de idade e sabe se cuidar sozinha. – Cléo responde revirando os olhos. – Eu não posso ser sua babá, além do mais, tenho certeza que uma hora dessas, Deli já achou alguém interessante para conversar.

– Então você a deixou sozinha com esses desconhecidos? – Pergunto, sem ao menos saber o porquê de estar tão irritado com Cléo e por estar me importando com Deli nessa festa sozinha ou pior, com alguém desconhecido.

– Porque está tão preocupado? – Cléo indaga arqueando a sobrancelha. – Você a deixou sozinha primeiro, esqueceu?

– Não, eu não esqueci. – Digo começando a sentir um remorso que não sabia da onde vinha exatamente, apenas estava sentindo.

Tento me afastar de Cléo, mas ela me puxa de volta.

– Você está sendo um completo babaca! – Diz.

– Posso saber o porquê da ofensa? – Questiono tentando entender do que ela estava falando.

– Deli te ama, mesmo que não tenha percebido e olha o que você está fazendo com ela. – Cléo fala sério, como sempre fazia quando o assunto precisava desse tipo de tom de voz. – Não a perca, porque quem sairá perdendo é você! – E com isso, ela se movimenta para a direção oposta que eu pretendia seguir.

Eu estava realmente confuso com aquilo, e olha que eu não costumava ser um completo idiota nessas questões. Mas aquela mulher parecia que sentia prazer em me deixar daquele jeito, confuso e sem saber o que fazer.

Delilah me amava? Eu a estava perdendo? Estava sendo mesmo um completo idiota? Eu sairia perdendo no final de tudo aquilo? Porque eu estava pensando nessas coisas? Era sempre mais fácil ignorar todos esses sinais malditos em vez de encara-los, e seria exatamente isso que eu faria.

Depositei o copo vazio na bandeja do garçom que passava e peguei outro copo. Eu ia me divertir aquela noite, com ou sem Delilah. Começo andar para a pista de dança improvisada perto das sacadas, e tentei dançar com várias mulheres. Mas é claro que não estava dando certo, sempre havia algo que levava minha mente para onde estaria Delilah, afinal?

Enquanto pegava mais um copo, vi Deli de relance e sem pensar duas vezes eu a segui. Ou pelo menos planejei isso, mas fui atacado por uns amigos que não via por um longo tempo e que eu precisava conversar. Pelo menos eu sabia que Deli não havia sido morta por um assassino da serra elétrica, poderia dormir em paz.

Quando, enfim, consigo me livrar dos meus amigos continuo a procurar Oswald. Não deveria ser tão difícil acha-la, afinal minha amiga não dançava e não era tão chegada a bebida assim. Dei mais algumas voltas e por fim, encontrei-a.

Só que ela não estava sozinha.

Não sabia explicar, mas meu sangue ferveu assim que encontrei Delilah com outro homem, o abraçando. Quem ela era para abraçar alguém? E quem era ele afinal de contas para estar com a minha garota?

Espera... Eu falei isso mesmo? Minha garota?

Que se dane! Eu ia partir ao meio daquele que estava com Delilah.

Abri a porta com rapidez e a fechei com força para chamar atenção deles. Delilah foi a primeira a me olhar e depois vejo que era Emanuel que estava com ela. Não sabia ao certo como agir se deveria bater em Oswen até sua morte ou se deveria ficar aliviado por não ser um desconhecido qualquer.

Eu realmente estava com raiva e frustrado, e ao menos sabia o motivo daquilo. Talvez London tenha dito algo que me deixou inconformado, com a provocação de Cléo sobre eu perder Deli, a minha colega de apartamento. Só sabia que mal conseguia conter a raiva dentro do meu corpo.

– Pelo que vejo já encontrou companhia para hoje à noite. – Falo com certa frieza e raiva. – Não posso deixa-la sozinha por um minuto, que já encontra um substituto rapidinho não é?

Vejo que Delilah não havia gostado do que eu tinha falado, ela estava com raiva.

Oh, se Deli soubesse o quanto ela fica bonita com raiva, ainda mais com aquela roupa que me deixava com desejo apenas de olha-la. Apesar de estar com raiva dela, de Emanuel e do mundo (e a culpa é da bebida, ok?) eu não poderia de deixar de apreciar as belas curvas de Deli naquele vestido que não favorecia a maioria das mulheres, mas nela havia ficado perfeito. Oh, porque Delilah tinha que ser tão linda e gostosa?

Eu estava quase esquecendo minha raiva, quando Deli me desperta de novo.

– Por um minuto? – Repete parecendo perplexa. – Você me deixou sozinha a noite toda, não lembra? Viu o primeiro rabo de saia e sumiu. – Lembra e eu tive a vontade de me defender dizendo que eu havia visto uma mesa de sinuca, e que isso mudava tudo, mas Deli não me deixou a interrompê-la. – Além do mais, você não tem nada haver com a minha vida, o que eu faço ou o que eu não faço.

Acabo sendo tomado por mais um sentimento, o de incredulidade. Eu não tinha nada haver com a vida dela? Eu estava morando com ela a mais de seis meses, eu havia aturado ela nos seus momentos de solidão, de estresse, de TPM. Havia feito tudo para deixa-la feliz, claro que da minha maneira. E agora ela diz que eu não tinha nada haver com a vida dela? Delilah só poderia estar brincando com a minha cara.

– Ai que você se engana Oswald, eu tenho tudo haver com sua vida. – Digo.

– Eu vou indo embora, porque não quero me meter nessa briga. – Emanuel murmura pegando seu copo, e virando-se para Deli.

Eu não sei o que ele cochichou para minha amiga, mas eu não estava querendo saber. Só queria que Emanuel sumisse dali, não queria brigar com ele, não nesse momento. Quando ele deposita um beijo na testa de Deli, meu sangue ferve mais uma vez.

Qual é desse cara? Eu é que tinha que “protegê-la” dele, e não ao contrário.

– Não fique com raiva, não vai te fazer bem. – Emanuel diz para mim por fim.

– Não se intrometa nisso, depois nos acertamos. – Murmuro como resposta.

Depois de alguns segundos de silêncio, Deli quebra o silêncio.

– Você não achou mesmo que eu iria para a cama com Emanuel, não é?

E então, eu respondo de uma forma que se eu pudesse teria apagado e refeito a frase inteira. Teria dito qualquer outra coisa, menos o que eu falei a seguir. Maldita bebida que me deixava com essa raiva, esse ciúme imundo!

– Não fale como se fosse um absurdo, não é tão difícil leva-la para a cama. – Escuto eu dizer, mesmo não querendo.

Vejo Deli paralisar por alguns instantes como se não estivesse acreditando que eu as havia dito. E de certa forma, eu mesmo não estava acreditando. Porque eu diria algo do tipo?

Meu Deus Dean, como você é estupido!

– Hm, não foi isso que eu quis dizer... – Tento concertar a cagada.

Delilah me olha com raiva que eu entendo e depois começa a caminhar em direção a saída, mas não a deixo ir embora segurando seu braço para impedi-la.

– Eu sei muito bem o que você quis dizer Blake. – Responde em um tom magoado e baixo.

– Oswald, não seja estúpida, você sabe que eu não falei por mal.

– Eu entendi perfeitamente o que você falou Blake. – Delilah diz puxando seu braço e eu a deixo livre de mim. – E já que sou tão fácil, aposto que tem um monte de cara que adoraria me ter na cama agora. – Deli fala como se não fosse ela, com um tom de amargura que eu nunca havia visto usar.

E então, me deixa sozinho na sacada. Grito seus nomes algumas vezes, mas ela não responde o meu chamado e nem olha para trás enquanto está se misturando na multidão a frente.

O silêncio reina na sacada enquanto eu deposito o meu maldito copo, agora vazio, na pedra da sacada e sento ao seu lado com as pernas para fora da casa olhando para o escuro desolado.

O que eu faria agora?

Delilah estava com raiva de mim, eu estava com raiva de mim.

Não queria dar razão para Cléo mesmo sabendo que eu era um completo babaca e iria perder Oswald mais cedo ou mais tarde. Porque aquela mulher tinha que estar sempre cheia de razão?

E que diabo me deu minutos antes para falar tudo aquilo? Eu nunca fui desse tipo, ciumento e esquentadinho por uma mulher. Então, porque eu estava agindo daquela maneira estranha e fora do comum por causa da Oswald?

Aquela mulher é chata, vegetariana, contra tudo que é legal, estressada, que tem como esporte favorito me irritar, que gosta de bala de menta e tem uma péssima noção de direção. Aquela mulher que transformou minha vida em algo melhor do que ela era; que me aguentou da mesma forma que eu a aguentei. Aquela que me faz rir com apenas um sorriso, que eu gosto de irritar, de sentir seu cheiro. Que me fez tomar algum juízo, mesmo que fosse pouco. Que eu passei as maiores loucuras desde que vim para essa cidade, e que me aceitou em sua casa mesmo que nosso relacionamento não tivesse sido bom anteriormente.

Aquela mulher que conheceu minha mãe, que dormiu na minha casa, que descobriu um pouco sobre o meu passado. Aquela mulher que me fez tirar os “acessórios do rosto” como ela mesma diz; que sabe me provocar de uma maneira única. Aquela que eu tenho paciência, e que me fez gostar de seriados toscos e comida vegetariana, mesmo que um pouco.

Aquela mulher que eu aprendi a conviver, a respeitar... e amar.

Oh, merda, estou apaixonado por Delilah!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Dean está mais ou menos perdoado por ser um completo idiota? O que acharam do final e sua "declaração"? Eu acho ela fofa de uma maneira estranha u.u E aparição da London? Alguém lembrava dela? Eu não lembrava, até reler a história (que vergonha, eu sou a escritora e não lembro dos personagens). Enfim, quero suas opiniões e tudo mais!
O próximo capítulo está quase pronto, tenho metade pronta já... e depende dos review's de vocês eu irei concluir escolhendo uma das duas ideias que eu tenho na cabeça, então façam sua parte e comentem u.u
Outra, eu to irei escrever um bônus do Dean para postar no final para todos lerem... mas algumas pessoas irão ser escolhidas para ler antes, eu ainda não decidi como irei sortear, mas no próximo capítulo devo ter tudo pronto. Então, não deixem de comentar (#fica #dica).
Enfim, quem gosta de MNM deixei uma surpresa na segunda one postada lá em Histórias de Fim de Ano e tals.
Tá, vou parar de falar.
Tenham um bom fim de semana e para as pessoas que já começaram as aulas: Meus pêsames! E boa aula, porque né?
Tchauzinho, e até os reviews!