Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 22
Amigos, sem ressentimentos.


Notas iniciais do capítulo

Estooou de voooolta! A cinco minutos que a internet foi instalada, e a cá estou. Viciada? Talvez.
Depois de três meses sem internet, lutando para deixar tudo atualizado e tendo viajado sem criatividade para escrever nem uma linha (triste!), estou com dois capítulos prontos e o terceiro está quase terminando, sem falar em uma nova história que provavelmente será postada assim que terminar SM, mas ainda não tenho certeza de nada.
Well, como voltei recém agora, dedicarei amanhã e o fim de semana para deixar tudo em ordem, desde os review's até as MP's que não pude responder. Então até segunda, creio eu, estará tudo de volta novamente e com grandes surpresas (se tudo der certo).
Eu sei que disse no capítulo passado que esse capítulo seria do Dean, porém, eu acabei mudando muitas coisas na história e o próximo é escrito por ele, e já está completo! Então, espero que aproveitem o capítulo por Deli porque a fic está chegando ao fim :c
Aaaaah, e muito obrigada a Lia Di Angelo que recomendou a história, me deixou muito feliz mesmo! Obrigada, obrigada gata! Que esse capítulo seja para você!
Sem mais delongas, boa leitura!



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– Um uísque, por favor. – Peço para o barman sarado que estava do outro lado do bar.

O vejo assentir e dar uma piscadela rápida para mim, enquanto servia o liquido que havia pedido no copo. Então, desliza até minha direção. Pego o copo e derramo a bebida de uma vez só sentindo minha garanta arder, e tudo rodar a minha volta por poucos segundos.

– É uma bebida forte para mulheres como você. – Escuto o barman responder.

– E que tipo de mulher eu sou? – Indago por fim prestando atenção realmente nele.

– Do tipo que não devia estar nessa festa. – Responde dando de ombros e enchendo meu copo novamente. – Essas festas não são para mulheres como você, com todo o respeito. – Continuou, ao responder realmente. – Eu teria cuidado hoje, as pessoas podem ser bem perigosas. – Conclui tampando a garrafa de uísque e colocando na estante atrás dele.

Pego o copo na mão, mas não bebo nada. Ainda estava sentindo a queimação da bebida anterior, e eu não gostava daquela sensação. Talvez o barman tenha razão, eu não devia estar nessa festa. Eu não sou do tipo de mulher que anda em festas como essa.

Mas Dean me convenceu a vir.

Estava em uma mansão do mesmo bairro onde Emanuel e sua família moravam. A festa era sofisticada, mas ao mesmo tempo, clichê demais. Havia os bêbados, idiotas e aproveitadores. Havia as bebidas, drogas e jogos. Havia tudo que uma festa deveria ter, com um tema não tão comum para festas como os anos 20.

Aparentemente o dono da mansão era fascinado pelos anos 20, tal como, Gil do filme Meia Noite em Paris. Em todos os cômodos havia objetos que lembravam a época, desde os moveis até réplicas de obras de artes de Picasso. Então, hoje enquanto completam 70 anos, ele decidiu fazer uma festa estilo de mafiosos chamando todos e “botando para quebrar”.

Dean apareceu com o convite na hora do almoço mais cedo. De primeira eu disse não, porque eu estava irritada com o seu atraso de uma hora. Mas Cléo acabou me convencendo que iria ser bom sair e conhecer caras novos, já que eu e Dean não somos exatamente um casal nem nada do tipo.

Ainda com o copo cheio na mão, começo a me mover entre a multidão procurando um rosto conhecido. Dean havia sido o primeiro a sumir na festa, e eu tinha certeza que não o veria até à tarde de amanhã. Cléo havia sido outra traidora me deixando no bar enquanto ia atrás de não sei quem, que bela amiga eu tenho. Reconheci alguns rostos, mas nenhum era convidativo me aproximar.

A música estava alta, como deveria ser, tocando uma música animada dos anos 20 que eu não conhecia o nome, nem o autor. A trilha sonora não seguia apenas o ano em questão, mas sim ia e voltava no tempo a todo o momento mostrando músicas conhecidas como dos Beatles e indo até F. Scott Fitzgerald.

Ando em direção a uma janela ampla que havia avistado antes, torcendo para que na sacada não houvesse pessoas demais. Eu não estava à vontade naquela festa, faltava alguma coisa e eu não sabia o que era. Talvez o fato de Dean ter me deixado sozinha nesse lugar ajudava bastante para não achar tanta graça na festa como os demais.

Abro a porta e fecho rapidamente minimizando a música alta. Sinto uma brisa forte bater contra o meu vestido sem forma, típico dos anos 20. Ele era de cor dourada, com várias pérolas enfeitando o tecido nas bordas. O comprimento chegava um pouco acima do joelho, e as costas eram abertas. Usava também um coque em meu cabelo com um adereço cheio de penas na lateral, e nos pés estava calçando saltos altíssimos dourados também.

Ando em direção ao parapeito e deposito o copo de uísque em cima da mureta. Não havia ninguém mais ali a não ser eu. Acho que eu que estava sendo chata hoje por não estar aproveitando a festa, e nem conhecendo novos homens – mesmo que isso não fosse da minha natureza.

Escuto a porta sendo aberta e me viro para ver quem era, e tenho uma surpresa.

– Eu vi você saindo da festa. – Desculpa-se Emanuel respondendo meu olhar confuso para ele. – Achei melhor verificar se estava tudo bem. – Explica fechando a porta e começando a caminhar em minha direção.

Eu observo seus gestos e seu corpo cada vez mais se aproximando de mim. Emanuel estava com um terno um pouco diferente do que ele usava normalmente, com sapatos que pareciam confortáveis demais e um chapéu da mesma cor de seu terno no topo da cabeça. O blazer estava com alguns botões abertos de forma que eu vi sua camisa branca e além dela seu peito malhado.

– Então você é mafioso hoje? – Pergunto voltando meus olhos para os seus, que me observavam com certa curiosidade.

– É o que parece. – Responde dando de ombros e depositando seu copo ao lado do meu. – Como está Delilah?

– Poderia estar melhor. – Respondo olhando para o meu copo e depois volto atenção para Emanuel. – E você?

– Poderia estar melhor. – Repete o que digo.

O silêncio se instaura, e eu não estava a fim de quebra-lo. Estar ali, sozinha, como Emanuel era estranho e normal ao mesmo tempo. Havíamos passado muitos anos juntos, convivendo diariamente e aprendendo todos os dias a lidar um com o outro. E de uma hora para a outra, aquela amizade que tínhamos desmorona e só sobra a magoa, a raiva e a inquietude entre nós dois. Era tão estranho olhar para Emanuel e não encontrar aquele cara que não tinha um senso de humor bom, e apenas encontrar um desconhecido.

– Delilah, eu tenho uma coisa para falar para você. – Emanuel quebra o silêncio e me puxa de meus devaneios obrigando-me a olha-lo. – Eu venho tentando-te falar faz há muitos meses, mas nunca o momento é propicio.

– Emanuel se for falar para a gente voltar, desiste. – O corto na esperança dele se calar e poupar meus ouvidos de um vídeo que conheço de cor.

– Apenas me escute. – Emanuel pede. – Por favor.

Solto um suspiro e assinto com a cabeça o deixando falar.

– Quando você descobriu que eu teria um filho, você terminou comigo. Eu entendo, e faria a mesma coisa se descobrisse que você havia me traído, não a culpo. Magoou? Com toda a certeza, mas eu entendi que o que eu havia feito era errado e que você merecia alguém melhor do que eu. – Começa. – Pensei que depois de algumas semanas, eu iria poder conversar com você e por fim nos acertarmos. Eu faria qualquer coisa para tê-la de volta, ou pelo menos para ter o seu perdão e a sua confiança de volta. – Emanuel começa a dizer as palavras com um tom de insegurança, mas a cada frase vai ganhando força e eu não consigo desviar meus olhos de sua face não querendo perder nenhuma expressão com aquele discurso. – Então, apareceu Dean. – Oswen fala dando um sorriso irônico e sem humor. – O cara que é meu melhor amigo, que foi morar com você e acabou te conquistando de uma forma que eu tinha inveja de tão sortudo que era de tê-la só para ele.

– Eu não sou de Dean, e de ninguém. – Falo na defensiva.

– Minha cara Delilah, só você não vê. – Emanuel diz ainda com o seu sorriso sem humor. – Mas deixe-me continuar. – Pede e eu faço que sim com a cabeça. – Os meses foram se passando e a cada dia estávamos mais afastados, e a cada dia você passando mais com Dean e quando dei conta, não havia mais esperança para nós. Então, eu caí na real que era melhor eu seguir minha vida sem você, mesmo que achasse que seria impossível no começo. Comecei a dar atenção para a mãe do meu filho, entramos em acordos e eu vou ficar com a criança. – Emanuel conta com felicidade, o que me pegou de surpresa. – Quem diria que eu acabaria cuidando de uma criança, acho que Henry irá gostar de ter mais alguém para brincar. – Complementa com certa felicidade, dava para perceber em seu olhar.

Até que enfim que Emanuel havia caído na real e tomado uma atitude com a criança que estava para nascer. Embora eu tivesse quase certeza de que Emanuel criaria o bebê, ainda assim, tinha medo dele ser estúpido e orgulhoso de não aceitar o seu próprio filho por pura imagem e capricho. Mas saber que aquela criança será criada por Emanuel, me faz sentir um alivio no coração.

– Enfim Delilah, o ponto que quero chegar é que precisamos de um ponto final na nossa história. – Conclui com certa dificuldade. – Estou entrando em uma nova etapa em minha vida, e não quero deixar inacabada nossa história por puro teimosíssimo e orgulho. Quero termina-la, para poder recomeçar tudo de novo. – Explica Emanuel meio que sem jeito. – Sei que parece idiotice, mas eu sinto que precisamos disso.

Fico em silêncio por alguns segundos, apenas processando as informações. Ele queria terminar oficialmente desta vez? Ou queria que eu o perdoasse? Ou Emanuel queria as duas coisas? Eu estava tão confusa tanto com suas palavras, quanto a bebida que afetará meus pensamentos anteriormente que não estava processando o que exatamente ele queria.

– Você não vai falar nada? – Emanuel indaga por fim.

– Hm, porque você ligava tanto para Dean? – Pergunto tomando consciência de minhas palavras depois de ditas. Nem havia percebido que estava pensando naquilo e muito menos que iria fazer essa pergunta.

– Ah, isso. – Emanuel diz um tanto desapontado. – Eu queria ir até o seu, quer dizer, o apartamento de vocês para conversar, mas Dean não deixava por medo da sua reação e por não saber o que iriamos conversar. – Explica. – Além de que depois da minha última visita, quando eu fiquei possesso em saber que você estava com Dean, eu não era exatamente bem vindo naquela casa e nem na vida de vocês.

– Dean não deixava você falar comigo? – Pergunto um pouco surpresa.

– Desde aquele incidente na minha casa que Dean não me deixa chegar perto de você. – Responde dando de ombros. – Ele queria se certificar que eu não faria nenhum mal a você, ou a magoaria mais.

Sabia que Blake poderia ser atencioso e carinhoso quando queria, mas não deixar o seu amigo de infância falar comigo esse tempo todo era algo inédito e curioso para mim. Dean estava cuidando de mim todo esse tempo, e eu não sabia de nada.

– Eu não sabia. – Balbucio ainda surpresa. – Achava que ele nem ligava muito para mim, sabe? – Respondo, mesmo tomando consciência de que eu parecia àquelas meninas bobas e idiotas que acham que não valem nada.

– Dean não liga para você? – Emanuel pergunta se divertindo. – Ele deve ama-la mais do que um dia eu a amei, mesmo que ele não tenha notado isso ainda e muito menos você. – Responde com o divertimento estampado em sua cara. – E quer saber, eu não me importo mais se o meu melhor amigo roubou minha ex-garota, acho que os dois vão ser felizes juntos... Ou pelo menos não irão se matar tão cedo. – Diz dando de ombros achando graça.

– Dean me ama? – Idiotamente, eu falo.

– Delilah, desde quando você é tão burrinha para essas coisas? – Emanuel pergunta. – Se você e nem ele enxergam a verdade, quem sou para dizer alguma coisa? – Indaga pegando seu copo e dando um gole longo.

Fico olhando para Emanuel por alguns instantes pensando no que ele havia falado. Dean me amava? E eu o amava? Emanuel deveria estar louco. Está certo que eu morro de paixão por ele, que sinto ciúmes e noto quando ele não está presente. Mas isso não quer dizer que eu estava o amando, não é? E além do mais, Dean não parece o tipo de cara que se apaixona. Aposto que deve estar com alguma mulher nesse momento e nem lembrando que eu existo.

– Mas então Delilah, podemos ser amigos? – Escuto Emanuel pergunta largando seu copo onde estava anteriormente. – Sem ressentimentos, sem magoas e nada do tipo? – Pergunta de novo e estende sua mão em direção ao meu corpo.

Aperto sua mão com rapidez, porque não queria perder a amizade de Emanuel. Mesmo que ele tenha me machucado muito no passado, mesmo ele sendo um completo idiota ciumento e que faz burrada sempre, eu ainda assim não quero perde-lo na minha vida. E se o destino diz que é para sermos amigos, que seja assim então.

– Amigos. – Concluo com um sorriso e o puxo para um abraço.

Ao mesmo tempo em que sinto o cheiro de colônia de Emanuel, escuto a porta sendo aberta com rapidez e sendo fechada com força. Separo-me de meu amigo com rapidez e olho para quem havia entrado. Ali, na minha frente, com um copo de bebida alcóolica em sua mão segurando com tamanha força que o vidro logo não aguentaria e explodiria estava Dean Blake, com um olhar que eu conhecia tão bem como ele próprio.

Ele estava possesso, irritado e com raiva.

Agora bastava eu descobrir o motivo disso e tentar acalma-lo para o meu bem e para o próprio bem dele.

– Pelo que vejo já encontrou companhia para hoje à noite. – A voz de Blake sai com frieza e raiva. – Não posso deixa-la sozinha por um minuto, que já encontra um substituto rapidinho não é?

Desta vez, eu é que fico com raiva.

Quem ele estava pensando que era afinal?

– Por um minuto? – Repito perplexa. – Você me deixou sozinha a noite toda, não lembra? Viu o primeiro rabo de saia e sumiu. – Lembro. – Além do mais, você não tem nada haver com a minha vida, o que eu faço ou o que eu não faço.

– Ai que você se engana Oswald, eu tenho tudo haver com sua vida. – Responde.

– Eu vou indo embora, porque não quero me meter nessa briga. – Emanuel murmura pegando seu copo, e virando-se para mim. – Qualquer coisa, você sabe o meu número. – Sussurra depositando um beijo em minha testa e se afasto de mim, mas antes de ir embora, para e olha para Dean. – Não fique com raiva, não vai te fazer bem.

Dean diz algo que não entendo para seu amigo, e vejo Emanuel sair da sacada como se nada tivesse acontecido, ou melhor, como se nada tivesse acontecendo nesse exato momento.

– Você não achou mesmo que eu iria para a cama com Emanuel, não é? – Pergunto quebrando o silêncio rapidamente.

– Não fale como se fosse um absurdo, não é tão difícil leva-la para a cama. – Dean fala e eu paraliso de surpresa e raiva com suas palavras. – Hm, não foi isso que eu quis dizer... – Blake recomeça, percebendo o que havia dito.

– Eu sei muito bem o que você quis dizer Blake. – Falo começando a caminhar em direção à saída. Quando passo por Dean, ele me segura pelo braço fazendo-me parar.

– Oswald, não seja estúpida, você sabe que eu não falei por mal.

– Eu entendi perfeitamente o que você falou Blake. – Respondo puxando meu braço de volta saindo de seu aperto. – E já que sou tão fácil, aposto que tem um monte de cara que adoraria me ter na cama agora. – Digo com amargura e corro para a saída.

Escuto chamar meu nome, mas não digo olho para trás e muito menos respondo o chamado. Sinto lágrimas invasoras surgirem em meu rosto. Entro na multidão de pessoas dançando e tento sumir de vista para não ser encontrada pelo idiota do Dean, ou por qualquer outra pessoa conhecida.


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Notas finais do capítulo

Então... Gostaram? Digam que sim, por favor. Eu passei vinte dias viajando por três estados (se quiser saber por onde estive, no meu instagram (@beellagarcia_) tem algumas coisas, ou basta me perguntar por MP ou review, que eu amo conversar sobre isso) e estava sem criatividade, eu tentei escrever todos os dias, mas nada saia! Então esse é o primeiro capítulo que eu escrevo depois das férias, então desculpa se não estiver tão bom quanto os demais.
Aaah, e eu quero dizer que postei as one que eu havia falado para vocês. Só há uma postada até agora, devido a falta de net, e a segunda irei postar sábado. E para aqueles que gostam de MNM e querem saber algumas coisas do que aconteceu, não deixem de ler a segunda one chamada "Deixa Nevar". O link é: http://fanfiction.com.br/historia/452347/Historias_De_Fim_De_Ano/
E... Acho que é só isso por enquanto, espero ver os review's de vocês. Agradeço aos novos leitores, e as visualizações que me deixaram contentes.
E mais uma vez, obrigada Lia