Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 19
Vegetariana Chata


Notas iniciais do capítulo

Ooooooooooooi, eu não devia estar postando pq vcs são malvadas e não mandaram os comentários, mas como minha amiga (vadea) pediu para eu postar e eu estou sofrendo sem internet achei melhor liberar de uma vez o capítulo para todos. Ele não ficou muito legal, mas eu gosto dele. E quanto ao próximo terá muitas tretas u.u
Boa Leitura!
ps. não sei um título, me ajude e ganhe metade do próximo capítulo u.u



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Eram três da manhã.

Não conseguia dormir, não conseguia desligar meus pensamentos. E Dean ainda não havia voltado para casa. Não que eu tivesse alguma coisa haver com isso, mas era impossível não ficar preocupada quando uma questão maior estava envolvida.

E se Dean não quisesse voltar a morar comigo? E se ele decidisse que ficaria em Atlanta e viveria uma paixão selvagem e destruidora com Pamela? O que seria de mim afinal?

Eu havia me acostumado com sua presença, com o seu cheiro, com sua atenção e com suas indomáveis manias. Havia me acostumado com nossas brigas matinais e com sua irritação sem explicação. Havia aprendido a conviver com ele, por mais que na maioria das vezes era insuportável. Não queria, não conseguia, não imaginava morar naquele apartamento sem Dean lá.

E isso me consumia.

Não sabia o que estava havendo comigo. Não tinha certeza do que estava sentido, do porque deu estar me importando com tudo aquilo e muito menos sabia o porquê de o desejava tanto naquele momento ou porque doía a ideia dele estar transando com Pamela em qualquer lugar dessa cidade.

O beijo que ele havia me dado inundava minha mente de maneira indesejada, quase que invasiva. Meus sentimentos estavam sendo atropelados uns pelos outros e eu nadava em uma confusão da qual eu não conseguia entender. E tudo isso levava sempre em duas questões primordiais:

O que estava acontecendo comigo e Dean iria morar comigo a partir de hoje?

Levantei pela milésima vez da cama e abri a porta do quarto indo em direção a cozinha buscar mais uma jarra de água. Havia bebido tanto aquele liquido que tinha certeza de que passaria horas no banheiro apenas para me esvaziar por completo. Enquanto eu seguia pelo longo corredor até a cozinha, ouvi um barulho de porta se abrindo e depois se fechando.

Continuei meu caminho até a cozinha – lugar que eu tinha certeza de que a porta havia sido aberta – e quando cheguei ali encontrei Dean.

Comecei a me aproximar mais rápido, incerta do que devia fazer, mas feliz por Dean estar ali. Então escuto uma voz a mais na cozinha e depois um riso sem graça de Dean, eu paro bruscamente me sentido uma completa idiota. Aquela voz, tão macia e sensual, tão sedutora e irritante como a própria dona. Era óbvio que Pamela estaria ali, porque não imaginei isso?

Incerta se devia continuar meu caminho ou dar meia volta, lembrei de que não tinha e nem sentia nada por Dean e a presença de Pamela não me afetava em nada, mesmo que tudo isso fosse uma completa mentira para mim mesma.

– Boa noite. – Desejo entrando na cozinha e finjo um bocejo.

Dean parece assustado com minha presença e Pamela me avalia por alguns segundos antes de abrir um sorriso gentil e me desejar boa noite. Lembro que roupa estava usando e fico levemente corado ao lembrar que trajava uma camisa do Batman que havia sido presente de Dean e um short minúsculo de tecido.

– Vou apenas pegar água e deixarei os dois a sós novamente. – Informo mantendo minha voz firme. – Não queria atrapalhar vocês. – Explico sem graça.

Havia visto Dean com diversas mulheres ao longo de sua estadia comigo e nenhuma delas havia me causado aquela sensação que estava sentido ao ver Pamela naquela casa, ao lado de Dean.

– Não estávamos fazendo nada. – Meu amigo adianta-se a falar.

– Ainda não, né amor? – Pamela diz provocativa enquanto se aproximou melhor de Dean e o abraçou. – Adorável sua camiseta Delilah. – Pamela diz, embora fosse visível seu sarcasmo.

– Não posso dizer o mesmo de sua roupa. – Solto sem perceber e vejo a expressão feliz de Pamela vacilar por alguns poucos segundos.

Pamela estava usando um vestido preto com vários brilhos, um decote que mostrava mais do que deveria ser mostrado e o tamanho de sua roupa era acima de seu joelho. Sapatos altos azuis escuros enfeitavam seus pés e seus cabelos morenos balançavam com qualquer movimento e combinavam perfeitamente com sua pele branca, quase pálida.

Sem dúvida aquela mulher deixava Megan Fox com inveja.

Tento me concentrar na jarra de água que precisava ser cheia o mais rápido que conseguia, para deixar eles a sós. Mas antes tinha que encontrar um remédio para dormir, pois tinha certeza de que teria uma das minhas raras noites de insônia.

– Hm, você sabe onde sua mãe guarda os remédios para dormir? – Pergunto como quem não quer nada.

Não tinha a menor ideia se Sra. Blake tinha remédio para dormir.

– Porque precisa desses remédios? – Dean pergunta parecendo preocupado.

– Não consigo dormir. – Explico tentando manter o tom óbvio da minha voz.

– Você nunca precisou tomar remédios, tem certeza de que está bem?

– Claro que estou, porque não estaria? – Retruco terminando de encher a jarra e a tampo logo em seguida. – Bem, vou ver se acho algum remédio nas minhas coisas. – Informo pegando um copo novo. – Tenham uma boa noite. – Desejo com um sorriso falso e começo a andar em direção ao meu quarto.

Como previsto, Dean não me segue. Tento não me abalar, afinal porque ele me seguiria? Estava com uma gostosa de marca maior em seus braços, e eu era apenas Deli uma amiga e colega de apartamento.

Dez minutos depois estava sentada em minha cama com a televisão ligada. Não estava em nenhum canal, já que estava em um canal que não pegava nada além da tela preta chamuscada. Meus pensamentos estavam a mil e eu não havia encontrado nenhum remédio.

Como Dean mesmo disse, eu nunca precisei de nenhum tipo de droga para dormir, acordar ou ter animo. Nem quando terminei com Emanuel, nem quando fiquei doente sem sair da cama. Não gostava de remédios e nem das sensações. Gostava de ter o controle da minha mente, mesmo que ela não me deixasse dormir.

Não sei se duraram minutos ou talvez horas, mas escuto quatro batidas na minha porta. Murmuro um “entre” e a porta é aberta revelando Dean com a roupa trocada e o cabelo recém-lavado.

– Oi. – Cumprimenta entrando no quarto em silêncio e fechando a porta logo após. – Ainda não consegue dormir?

Faço que não com a cabeça e fico o olhando por alguns segundos.

– Pamela deve estar te esperando em seu quarto. – Digo com certa raiva.

– Eu a mandei para casa. – Dean admite aproximando mais perto.

– Por quê? – Pergunto com curiosidade e meus olhos o seguem enquanto dava a volta pela cama e deitava no lado desocupado da cama.

– Foi bom revê-la, mas não somos mais os mesmo de antes. – Dean explica puxando um dos travesseiros e deitando com seus cabelos molhados. – Quer dizer, ela ainda é a mesma, eu não sou mais.

– E o que mudou? – Pergunto em um quase sussurro.

– Conheci certa vegetariana chata para cacete, mas é uma boa pessoa. – Dean diz rindo e eu sorrio rapidamente. – Ótimo, um sorriso!

– Você é idiota! – Admito ajeitando-me melhor na cama, de forma que ficou deitada. – Posso te perguntar uma coisa?

– Tudo o que quiser. – Dean responde.

– Você vai voltar comigo para São Francisco? – Questiono mordendo meu lábio inferior temendo sua resposta.

– Claro que vou! – Diz fingindo estar ofendido. – Não há nada que me faça ir embora daquele apartamento, depois do que passei naquele prédio, mereço morar lá por pelo menos dez anos!

Não pude deixar de rir, aquilo era a pura a verdade. E tolice foi a minha que estava pensando que ele me deixaria por um belo par de pernas... Quer dizer, deixar minha casa por um belo par de pernas.

– Agora, por que não consegue dormir? – Dean pergunta por fim.

– Sei lá. – Minto e tenho a certeza de que Dean sabia disso.

– Então vem cá... – Meu amigo me puxa para mais perto passando uma de suas mãos sobre meu corpo me abraçando. – Agora pode dormir ok?

Como num passe de mágica, começo a bocejar. Minha mente estava mais tranquila por saber que Dean voltaria comigo para casa e quanto à outra pergunta, ela poderia ser respondida outro dia sem nenhum problema.

– Quer que eu cante para você dormir? – Dean pergunta rindo.

– Cala a boca! – Peço rindo e me aconchegando melhor tanto na cama quanto no próprio Dean.

Sinto meus olhos começarem a fechar e a última coisa que me lembro de era de Dean sussurrando no meu ouvido “nunca irei te deixar”.

***

Escuto meu celular tocar, mas não abro os olhos. Começo a tatear em minha volta buscando aquele objeto inconveniente, rapidamente a música dele para de tocar e eu penso que a pessoa chata desistiu de me ligar e me deixar dormir, mas para a minha surpresa alguém havia atendido meu telefone e falava agora com uma voz embargada de sono.

– Não sabe ver as horas? – Escuto Dean falar grosseiramente. – Tá, tá. – Escuto confirmar sem paciência. – Porque não vai aprender a foder alguém em vez de ligar uma hora dessas? – Blake fala irritado. – Desista dela, não vai conseguir nada, entendeu? - E fim da ligação.

Passo as costas da minha mão em meu rosto e pergunto para Dean:

– Quem era no telefone?

– Não sei e não me interessa. – Dean responde com um bocejo. – Agora seja uma boa garota e volta aqui para dormir. – Meu educado amigo manda e me puxa para mais perto dele.

– É sério Dean, quem era no telefone? – Pergunto de novo tentando me soltar de seu abraço de urso.

Blake apenas soltou um suspiro, coçou seu nariz e voltou a dormir. Reviro os olhos e começo a me desvencilhar de seus braços procurando meu celular naquela cama. Quando consigo, depois de muito, consigo acha-lo do outro lado do corpo de Dean e estico-me por cima dele para alcançar, só que na mesma hora Blake se mexe e eu acabo ficando em cima dele.

– Você é pesada! – Blake observa abrindo os olhos.

– Tapado! – Digo pegando meu celular e vendo a última chamada.

– Se importa de sair de cima? – Dean pergunta e eu me dou conta que ainda estava em cima dele.

– Oh, desculpe. – Peço e vejo meu celular. – Robert me ligou?

– Satisfeita? – Dean pergunta e eu percebo o que ele tinha feito.

– Espera, você sabia muito bem com quem estava falando... – Acuso. – Seu safado, mentiroso, porque disse aquilo para Robert? – Questiono começado a bater nele. – Qual é o seu problema? – Pergunto pausadamente batendo em Blake. – Eu não acredito nisso!

– Porque está assim Oswald? – Dean pergunta com a cara mais deslavada do mundo. – Nós dois sabemos que você não sente nada por Robert.

– O que eu sinto ou não é problema meu, porque não volta para a vagabunda da Pamela e me deixa em paz? – Digo parando de bater nele e afastando de Blake.

– Como você pode ser tão burra?

– Destrói o meu encontro e agora me chama de burra? – Digo indignada cruzando os braços me levantar da cama. – Qual vai sua próxima atitude? Expulsar-me de sua casa? Insultar-me ainda mais?

Dean levanta rapidamente da cama e fica na mesma altura que eu. Eu o encaro tentando não desviar meu olhar daqueles olhos castanhos. Blake aproxima-se cada vez mais de mim e sussurra:

– Eu vou te beijar! – Diz e desfaz a distancia de nossos lábios rapidamente.

Como uma garota tola, eu não faço nada além de retribuir. Aqueles lábios me conquistavam, da mesma forma que Dean havia me conquistado sem eu saber, ou sem ele saber. Minhas mãos sobem para sua nuca trazendo-o para mais perto de mim e ele não parava de beijar.

Blake me empurra para cima da cama e fica em cima de mim beijando minha boca e depois passando para o meu pescoço com mordidas leves. Eu não queria afasta-lo, e sabia que ele não se afastaria também. Suas mãos percorriam meu corpo da mesma forma que as minhas faziam a mesma coisa. A sensação de sua pele contra a minha era quase incomparável e eu queria sentir o seu toque por mais tempo, quem sabe para sempre.

Quando tomo um pouco de consciência minhas roupas estavam espalhadas pelo quarto e as dele também. Dean beijava meu corpo com tanto desejo que eu o desejava cada vez mais. Queria prova-lo, queria tê-lo apenas para mim e sabia que essa manhã ele seria meu e eu dele. Porque demorei tanto para sentir seu beijo, suas mãos, seu toque em mim? Era uma pergunta cuja resposta teria que se adiada.

***

– Você ainda vai sair com Robert? – Dean murmura em meu ouvido.

Viro-me e fico olhando seus olhos castanhos cheios de expectativa para a minha resposta. Eu poderia brigar com ele naquele momento, acusa-lo de ter transado comigo apenas para não me deixar sair com Robert, mas eu não fiz isso. Porque em parte eu havia gostado de sua atitude e também, eu não estava com paciência de brigar.

– Não. – Nego e o vejo abrir um sorriso e mal consigo conter o meu. – Porque onde você andou hein Dean? – Indago sem esperar uma resposta realmente.

– E por onde você andou vegetariana chata? – Pergunta.

– Eu não sou uma vegetariana chata. – Argumento revirando os olhos. – Eu apenas tenho o dom de irritar as pessoas e não comer carne vermelha.

– Vegetariana. Chata. – Dean diz pausadamente beijando meu rosto.

– Já que estamos falando de comida, estou com fome! – Falo. – Quer que eu prepare algo para você? – Pergunto.

– Por favor, acho que vou morrer se não comer nada. – Nem um pouco dramático do Dean diz jogando-se ao meu lado e arrumando-se melhor.

– Sua mãe está em casa? – Pergunto começando a levantar.

– Não que eu saiba, ela sempre sai às cinco da manhã para caminhar, volta uma hora depois e as seis sai para o trabalho. – Blake comenta e olha para o relógio do celular. – São dez horas, ela não está em casa.

– Ótimo! – Falo começando a procurar minhas roupas. – Ia ser muito estranho encontrar com sua mãe depois do que aconteceu aqui, eu ia ficar com muita vergonha. – Murmuro colocando uma camiseta em meu corpo.

– Não sabia que ficava envergonhada Oswald.

– Você não sabe tudo sobre mim. – Digo abrindo a porta e saiu por ela.

Enquanto descia as escadas comecei a cantarolar sem perceber. Estava feliz com tudo e nada poderia atrapalhar minha felicidade. Dean não poderia ter sido mais perfeito, eu estava começando a entender o que sentia por ele, embora eu não considerasse que estava perdidamente apaixonada. Ainda mais porque tive uma boa noite de sono, poderia dizer até que havia sonhado essa noite.

Entro na cozinha e encontro a cozinheira fazendo alguma coisa. Ela me deseja bom dia e eu desejo o mesmo. Abro a geladeira e começo a preparar dois sanduíches um para mim e um para Dean, enquanto o café estava sendo feito. Quando termino tudo volto ao quarto dos hospedes e percebo que Blake estava ao telefone. Coloco sua comida em cima do criado mudo e começo a comer prestando atenção em sua conversa, não saberia dizer com quem falava.

– Não cara, não! – Dean parecia irritado. – É, ela mesma. O que? Não, eu nunca faria isso! – Blake nega passando suas mãos no seu cabelo um pouco desesperado. – Eu já disse que não porra, qual é o problema de entender isso? Quer saber, depois nos falamos... Não, não vou passar o telefone para ela! Vá se foder também. – Deseja e depois desliga o telefone sentando-se em uma das poltronas e ficando em silêncio por alguns minutos.

– Quem era? – Indago preocupada.

– Emanuel. – Responde.

– O que ele queria? – Pergunto surpresa.

– Depois falaremos disso. – Fala levantando de onde estava e voltando para cima da cama. – Me dá logo essa comida, estou morrendo de fome. – Dean ordena em um tom mais tranquilo do que anteriormente.

– Ok.

– Documentário? – Pergunta ligando a televisão.

– Sempre! – Confirmo ajeitando-me melhor na cama.

Embora estivesse prestando atenção no documentário, minha cabeça não parava de me lembrar de que algo estava errado entre ele e Emanuel. E eu sabia que aquilo estouraria na minha cabeça assim que voltasse para São Francisco.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Meio chatinho né? O próximo é melhor. Bem, não vou enrolar muito como sempre porque esse teclado é ruim pra cacete! A propósito, os review que ainda n respondi é pq estou sem net e celular que preste para entrar no nyah, mas assim que conseguir um tempo maior no pc do trabalho do meu pai respondo a todos. O próximo capítulo só sai quando tiver mas de 20 review's, e é sério.
Beijoooooos!