Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 16
Filhinho de Mamãe


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como estão?
Mil desculpas pela demora, eu estava sem criatividade :c
Enfim, espero que gostem do capítulo.
Boa leitura.

— Cap. não revisado.



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- Lembre-se do que eu falei. - Dean pede entredentes.

- Tá. - Respondo revirando os olhos e abrindo um largo sorriso quando avisto a Senhora Blake vindo em nossa direção.

Eu achava que a mãe de Blake seria uma motoqueira com diversas tatuagens, entre elas uma no braço escrito em volta de um coração "Ser mãe é show!", é a Senhora Blake não é o que eu imaginei. Em vez de estar usando roupas pretas com tachas, usava uma calça cinza que combinava com seu blazer de marca, seu cabelo estava puxado em um firme rabo de cabalo e seus óculos a deixavam mais... Intelectual.

- Dean! - Grita abrindo os braços e vindo em direção ao meu amigo o abraçando rapidamente. - Que bom ver você querido, como está? Comendo direito? E quem é essa bela jovem? - Indaga virando sua atenção para mim.

Seus olhos me avaliaram de cima a baixo. Eu me encolhi rapidamente, não estava apresentável para a ocasião "conhecer pais de Dean" já que o idiota disse que não teria ninguém em casa antes das cinco, então eu havia planejado duas horas para me arrumar conforme fosse a casa, mãe e o resto das coisas do idiota.

- Olá mamãe. - Dean fala com um sorriso.

Mamãe? Dean havia falado mamãe? É isso mesmo?

- Esta é Delilah Oswald. - Blake diz saindo do abraço de sua mãe e colocando sua mão em meu ombro. - Minha colega de casa, na verdade.

- Olá Delilah. - A mãe de Dean diz sem entusiasmo na voz.

É, magoou.

- É bom conhece-la finalmente, ouvi várias histórias sobre você. - Senhora Blake diz com aqueles olhos avaliadores que me dava medo. - Fico feliz que vá passar uma semana com a gente.

- Se não for incomodar, claro. - Digo por educação.

- Imagina. Todos os amigos de Dean são bem vindos nessa casa... Exceto aquela tal de Pamela, oh mulher odiosa. - Senhora Blake fala revirando os olhos através de seus óculos. - Espero que você seja melhor do que ela.

- Mãe, Deli não é a Pamela. - Dean afirma parecendo entediado.

Eu o olho perguntando silenciosamente quem é Pamela e o que ela fez para ser odiada, mas Dean apenas mexe a cabeça em um sinal claro de "agora não". Seguro a vontade de revirar os olhos e me viro novamente para a Senhora Blake que nos observava.

- Bem, terei que deixar vocês sozinhas agora crianças. - A mãe de Dean fala com um tom divertido na voz, sabe-se lá por que. - Não façam nada o que eu não faria... - Acrescenta piscando o olho para Dean que parece envergonhado. - Vejo vocês no jantar!

Então a assustadora Senhora Blake sai da sala nos deixando sozinhos. Eu olho para Dean com um sorriso divertido no rosto.

- Legal sua mamãe. - Digo com entonação desnecessária na última palavra. - Ela parece ser bem divertida.

- Cala a boca Delilah. - Dean fala revirando os olhos, pegando sua mala e começando a andar pelo corredor.

- Ei, espera. - Peço praguejando mentalmente enquanto pego minha mala e o sigo pelo corredor grande e largo.

A casa de Dean poderia ser considerada uma mansão, sem dúvida. Só não chegava a ser tão grande quanto a da família de Emanuel, mas não perdia muito. Fui guiada até o segundo andar onde eu ficaria no quarto dos hospedes. Deixei minha mala um pouco depois da porta e segui Dean.

- Então, você é um filhinho de mamãe? - Indago olhando para nada em especial. - Sabe Dean, achei que essa sua rebeldia vinha de algo diferente de lençóis de ouros. - Provoco.

Blake para subitamente e eu quase me esbarro nele. Dean vira os calcanhares rapidamente e me fita irritado. Demora alguns segundos até ele começar a falar comigo naquele tom de voz.

- Em primeiro lugar eu não sou um filhinho de mamãe, Emanuel é um filhinho de mamãe, sacou a diferença? E em segundo lugar eu não tenho lençóis de ouro, e em terceiro lugar, porque não vai se foder Oswald?

E com essa hostilidade Dean pega novamente sua mala e entra no quarto mais próximo. Eu não o sigo, não era doida para tal feito. Volto para meu quarto, entro e fecho a porta. Por vias das dúvidas, tranco a porta caso Dean tenha um acesso de fúria e queria me matar antes do jantar. Já dentro do quarto, puxo minha mala para perto da cama e me jogo na mesma.

Estava tão cansada. A viagem havia sido cansativa, ainda mais quando se viaja com Dean o maior cagão da história dos banheiros de aviões, literalmente. Sem falar suas piadinhas sem graça com o homem ao seu lado que parecia mais um fugitivo da policia e suas gracinhas com a aeromoça. Sem falar que fiquei duas horas esperando um maldito táxi, eu estava aponto de aceitar a carona dos mexicanos, eles tinham um carro e a única preocupação era para onde eles me levariam... Mas pelo menos eu estaria no ar condicionado!

Obrigo-me a levantar da cama e sigo em direção ao banheiro do quarto. Encontro uma banheira e sinto como se meus desejos tivessem sido atendidos, tudo o que precisava era um banho relaxante na banheira.

***

- Delilah? – Escuto alguém chamar meu nome. – Deli? Cadê você? Está viva?

Abro os olhos lentamente pronta para mandar a pessoa que estava chamando meu nome quando percebo que ainda estava dentro da banheira. Levanto-me rapidamente e pego a primeira toalha que eu encontro enrolando-me nela.

Eu havia dormido dentro da banheira? Eu nem sabia que isso poderia ser possível, apenas em filmes isso acontecia. Mas eu lembrava que a água estava tão gostosa, e que o lugar todo estava convidativo a uma soneca.

- Delilah! – Escuto novamente Dean me chamar, sua voz era irreconhecível.

- Oi, aqui, presente. – Falo idiotamente abrindo a porta do banheiro e entrando no quarto.

Dean me olha parecendo surpreso. Percebo seu olhar passar pelo me corpo todo e me lembro de que estava usando uma toalha. Não fico intimidada com isso, o idiota já tinha me visto assim diversas vezes, não era exatamente um problema.

- Você estava o tempo todo no banheiro? – Indaga surpreso.

- Como entrou aqui Blake? – Pergunto impaciente. – A porta estava trancada com chave.

- Ah, isso. Fácil, eu peguei a chave reserva! – Dean anuncia dando de ombros.

- Oi? Posso saber por que você fez isso? – Indago irritada.

Como Dean pode ter pegado a chave reserva e aberto à porta? Isso não é algo que uma pessoa comum faz. Normalmente se bate na porta, espera no lado de fora ou faz qualquer coisa menos invadir o quarto de uma pessoa. A única explicação é que ele queria me matar.

- Eu bati na sua porta trezentas vezes, você não deu sinal de vida. – Dean diz dando de ombros como se aquilo não tivesse importante. – Queria apenas me certificar que você estava bem, algum problema nisso Oswald?

Eu fico o encarando sem saber o que responder. Não sabia se devia agradecer pela preocupação ou se devia brigar com ele por ter aberto a porta sem ser autorizado. Sem saber quais palavras, cruzei meus braços e o fiquei olhando. Alguns segundo se passaram até ele abrir a boca e quebrar o silêncio que estava no quarto.

- Hm, eu vou sair do quarto para você se vestir. – Diz confuso.

- Eu agradeceria.

- O jantar é às sete horas, chegue no horário. – Dean informa indo em direção a porta. – É, sério. Não se atrase a Senhora Blake não gosta nem um pouco de atrasos. – Reforça sério.

- Às sete horas estarei lá, pode deixar. – Confirmo levemente confusa. – E, as chaves, por favor. – Peço rapidamente.

- Hm, claro, as chaves. – Fala lançando as chaves para mim.

Eu o olho antes de sair de começar a caminhar.

- Dean. – Chamo rapidamente. Blake se vira e me encara. – Você está bem?

- Claro. – Responde por fim dando de ombros.

- Ok. – Digo por fim fechando a porta.

Dean não parecia bem. Na verdade ele parecia mais confuso do que eu poderia imaginar, não é como se ele nunca tivesse entrado no meu quarto ou me visto apenas de toalha. A gente morava junto, tínhamos presenciado coisas bem piores do que isso. Afasto o pensamento da minha cabeça e sigo para minha mala a fim de procurar uma roupa.

Depois de ter escolhido minha roupa, olho para o quarto.

Parecia que um furacão havia passado por ali. Quase tudo o que estava dentro da minha mala estava espelhado pelo quarto, e eu tinha certeza de que não conseguiria arrumar minha mala novamente. Decido deixar à bagunça para outra hora, e vou até o banheiro terminar de arrumar para o jantar as sete.

Dean deixou bem claro que sua mãe gostava de ser pontual e eu não seria doida de não chegar no horário. Ainda faltavam duas horas para as sete horas, mesmo assim decido ficar pronto de uma vez assim poupa correria desnecessária. Quando fico pronta, saiu do quarto em busca de Dean.

Não o encontro em seu quarto, e não tenho coragem de subir ao terceiro andar – normalmente é o andar mais estranho da casa com o quarto dos donos da casa e sabe-se lá mais o que – então vou para o primeiro andar.

- Dean. – Chamo, porém não tenho nenhuma resposta.

Entediada, começo a explorar a casa. Passo por alguns cômodos, e apenas paro em frente de uma mesa com várias fotografias em cima de uma mesa de centro. Todas elas eram de Dean pequeno com sua mãe. Blake era diferente do que eu conhecia hoje em dia, a única coisa que o denunciava era seu sorriso de menino que pouco mostrava e seus olhos de garoto maroto, o resto não parecia em nada com ele. Sua mãe continuava a mesma das fotos, exceto pela velhice. Continuei olhando e notei que não havia fotos de seu pai.

- Ai está você. – Escuto Dean dizer e dou um pulo de susto. – Achei que tinha se afogado na banheira de novo. – Diz aproximando-se de mim.

- Oi. – Digo envergonhada por ter sido descoberta olhando suas fotos.

Dean olha para as fotografias e dá um sorriso mínimo.

- Garoto lindo esse não? – Questiona com tom brincalhão.

- Muito. – Digo revirando os olhos e rindo um pouco.

- É, eu sei que sim.

- Hm, porque não tem foto de seu pai? – Questiono sem rodeios.

Dean larga sua fotografia e fica olhando para o nada por um tempo. Achei que ele não falaria nada e estava prestes a mudar de assunto, quando ele começa a me contar o motivo.

- Hm, meu pai deixou minha mãe quando eu nasci... Então eu não o conheço, minha mãe o odeia, todos são felizes e sem fotos de um pai. – Dean responde simples. – E fim do drama.

- Oh. – Exclamo incerta do que falar naquela situação. – E você não sabe quem ele é?

- Sei, eu o encontrei uma vez quando tinha dez anos. Ele era um babaca egocêntrico idiota, minha mãe está melhor sem ele e eu também. – Responde me observando. – Não se preocupe Deli, não sou um garotinho carente. – Diz puxando meu nariz levemente.

- Eu não ia dizer isso.

- Claro que iria, eu te conheço Delilah Oswald.

- É claro que eu não te acusaria de um ser carente. – Falo como se fosse idiotice a ideia e reviro os olhos para provar que eu não falaria aquilo.

Mas, cá entre nós, eu pensei exatamente isso. Dean parecia um garoto carente, e saber que ele não teve um pai ajuda muito a entender sua mente estranha e como ela funciona. Mas eu nunca diria isso para ele.

- Deli, não minta para mim. Você ia sim falar que eu sou um garotinho carente e que precisa de cuidados. – Diz revirando os olhos e passando seu braço sob meu ombro e me fazendo o acompanhar para fora da sala. – Mas só para deixar claro não sou o mesmo garotinho de antes, não sinto nenhuma carência então você pode parar de se preocupar comigo porque está tudo bem.

- Tudo bem, tudo bem. – Afirmo levantando minhas mãos em forma de rendição. – Já entendi que você não é carente, não tem saudades de seu pai e vive uma vida completamente normal... Não irei me preocupar.

- Você é impossível Deli! – Fala dando uma leve risada. – Hm, vamos para a cozinha, minha mãe está quase chegando a casa.

- Eu não retiro o que eu disse sobre você. – Afirmo com um sorriso, Dean me olha sem entender. – Você continua sendo um filhinho de mamãe que obedece todas as regras, quem te viu e quem te vê Senhor Blake. – Provoco.

- Você deveria parar de me confundir com seu ex-namorado Oswald. – Dean retruca irritado. – Tudo o que eu não sou é filhinho de mamãe mimado.

- Você pode falar o que quiser baby, mas ainda será um filhinho de mamãe que obedece as regras na mansão Blake.

- Eu não irei discutir isso com você Oswald, desista! – Dean diz se afastando de mim e seguindo pelo corredor. – Agora se quiser venha comer.

- Mas é sério, qual é o lance do horário? – Pergunto correndo até alcança-lo.

- Minha mãe me criou com regras demais, e ela acha importante às sete horas ter uma refeição com seu filho. – Responde indiferente.

Eu não o provoco o chamando de filhinho mimado de mamãe. Lembro-me de que ele não teve um pai e ela não teve um marido para ajuda-la, então as regras são aceitáveis nessas condições.

Apenas era estranho ver Blake naquele ambiente. Eu sabia que ele era rico, só de ser amigo de Emanuel provava o fato. Agora era difícil ligar o Dean de minha casa e o Dean dessa casa.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, escuto a porta ser aberta e depois fechada com um estrondo. Pelo que parecia a Senhora Blake havia chegado em casa, então que o jantar comece.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Eu sei que não ficou muito legal e tals, mas eu gostei do capítulo. Mostrou um pouco mais sobre o amado Dean e sua mãe com suas regras doidas. O próximo será mais divertido, afinal temos o jantar deles que promete muito! E o que acharam da Deli dormindo na banheira? Alguma ideia de qual irá ser a vingança de Dean e quem é essa Pamela e o que ela fez afinal? E Blake é um filhinho de mamãe mesmo ou é implicancia da Delilah? Quero saber as respostas de vocês, por favor.
— Tá, agora vou para a parte chata onde eu reclamo: Gente, por favor apareçam e digam o que estão achando do capítulo. Eu tenho mais de cem leitores nessa história e nem vinte aparecem... Algo está errado, não? Sem brincadeira estou achando que não estão gostando da história e isso me desanima, e é um dos motivos da minha demora nas postagens. Então, o próximo capítulo só irá aparecer quando eu tiver mais de 20 review's, e eu estou falando muito sério. Não dura nem um minuto direito para deixar um review, então não vai te matar!
Enfim, até mais leitores... Boa semana!