Sob Medida escrita por Bells


Capítulo 14
Sem casa, sem coração.


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, como vão? Como podem ver, eu não morri. Mas peço mil desculpas pelo atraso do capítulo, tipo, desculpa meeesmooo. Não era para me atrasar tanto, mas acabou acontecendo algumas coisas e tal. Não irei chatiar vocês com o que aconteceu, apenas saibam que não acontecerá de novo. Ah, eu ainda não respondi os review's, mas terça estarei com todos respondidos, tudo bem?
Tá. Quanto ao capítulo, eu gostei dele. Não é aquela chatisse, mas também não é aquela coisa de "oh"... Ficou simples, e eu gostei disso. Ele foi preciso para eu colocar mais algumas coisas na história e talvez, assim, começar com um certo romance, sabe. kkkkkk
Boa Leitura.
Cap. não revisado.



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– Vamos Deli, acorde! - Escuto Dean gritando no meu ouvido enquanto me balançava.

– Que porra Dean! - Exclama indignada e irritada.

Estava tendo um sonho maravilhoso, que não lembro, então chega um cara e te acorda gritando e te balançando. Isso é uma falta de respeito e amor à vida!

– Deli, levanta dai. - Dean fala com sua voz normal.

– A casa está pegando fogo? - Pergunto sentando na cama e cochando meu olho enquanto bocejava.

– Se tivesse pegando fogo eu não estaria aqui e sim no Canadá. - Dean fala como se fosse óbvio isso. - Tem meia hora para se vestir, compro seu café no caminho. - Ele fala dando as costas para mim e indo em direção à porta do quarto.

– Eu vou voltar a dormir Dean. - Digo irritada deitando novamente tapando minha cabeça com o edredom.

Em poucos segundos sou puxada da cama pelos pés. Só não caiu no chão porque o idiota me segura antes que eu desabasse. Sentada no chão, Dean se abaixa para me olhar nos olhos. Ele afasta uma mecha do meu cabelo bagunçado e dá um sorriso.

– Você é tão adorável quando acorda. - Dean fala ironicamente. - Agora pegue toda essa sua adoração e ande até o banheiro, tem meia hora para estar pronta para sair.

– Aonde vamos Dean? - Pergunto conformada que não voltarei a dormir como eu queria. Blake não deixaria que isso acontecesse.

– Vamos visitar minha casa. - Ele anuncia se levantando.

– Eu não vou ir para Atlanta, tenho trabalho, tem a Cléo...

– Deli, não vamos para Atlanta. - Dean fala revirando os olhos. - Vamos ver como vão às obras do meu apartamento.

– Ah. - Eu exclamo levantando do chão. - E porque você quer que eu vá?

– Gosto de levar minha companheira de casa para passear. - Dean fala rindo. - Só seja boazinha se não irei colocar sua coleira.

Eu o olho com raiva pegando meu travesseiro que estava nos pés da cama (eu o arrastei junto) e jogo nele. Pena que Dean havia corrido e passado pela porta então não o acertou!

Irritada com a menção de Dean deu ser seu animal de estimação, saiu do quarto em direção do banheiro. Faço minha higiene matinal e tomo banho, de volta ao quarto, coloco uma roupa confortável.

Olha, eu não estava querendo passear com Dean. Preferia ficar na minha cama dormindo, mas tinha a leve impressão de que isso não aconteceria. Então, como diz aquele ditado "se não pode com eles, junte-se a eles".

– Ai está você e antes do programado. - Dean fala quando entro na cozinha. - Vamos Deli, temos um longo caminho até o prédio.

– Estou com fome. - Reclamo enquanto Dean me empurra para a porta de entrada. - E não peguei meu celular, nem minha carteira, nem dinheiro, nem nada.

Dean revira os olhos e me entrega uma bolsa que eu nem lembrava que tinha. Ela não combinava com minha roupa. O olho sem entender, e ele responde bufando.

– Sabia que você não estaria pronta para sair comigo, então tomei a liberdade de pegar uma bolsa do seu armário e colocar todas as suas coisas, tem até absorvente ai. - Ele diz ficando levemente vermelho. - Agora vamos já te disse que vou comprar comida pelo caminho.

Balbucio um obrigada e Dean me leva até o carro.

Blake para em uma padaria e compra um café do jeito que gosto e algumas bolachinhas de chocolate para mim enquanto para ele, compra um pacote de salgadinho que tem cheiro de vomito e refrigerante.

– Eu vou jogar esses salgadinhos pela janela. - Digo com uma careta. - Como alguém pode gostar de uma porcaria dessas? Ainda mais que parece vômito.

– Não enche Deli, eu tenho que aturar você com seus grãos então faça o favor de não reclamar do meu café da manhã. - Dean fala sem tirar os olhos da rua.

– Minha comida não fede, na verdade, nem cheiro elas tem. - Retruco tomando mais um gole de café. - Além do mais, isso não é café da manhã e um pedido de morte.

Dean não responde, então fico quieta terminando meu café e tentando não me jogar do carro por causa do cheiro horrível. Estávamos em uma parte da cidade que não frequento, embora conheça. Havia algumas casas, mas a maior parte era apenas de prédios grandes que tapavam o sol e escritórios.

– Você vai morar aqui? - Pergunto distraída.

– Sim. - Ele responde enquanto vira a esquina. - Pelo menos, é o endereço que me passaram.

– Quer dizer que você nunca veio para cá? - Pergunto virando minha atenção para Blake.

– Não, vai ser a primeira vez. - Dean fala dando de ombros.

– E como você sabe que não estão te dando um cano, que seu dinheiro na verdade está no exterior e você sem casa?

– A empresa é séria Delilah, não se preocupe.

Viramos a direita na esquina e o GPS espanhol (sim, usamos um GPS que fala em espanhol, conforme Dean isso nos ajuda a aprender mais uma língua. Eu acho uma grande besteira, mas vai tentar argumentar com ele) nos informa que chegamos ao destino.

Olho para os lados e não encontro nada além de terra. Desço do carro na mesma hora de Dean. Olho novamente, atenta algum detalhe de que alguém esteve por ali, mas não encontro nada. Parecia que nunca ninguém havia estado naquele lugar.

– Dean. - Chamo.

– Delilah, cala a boca. - Dean rosna irritado. - Merda!

É, Blake foi tapeado.

Mas só o idiota que não visita o lugar onde irá morar não se preocupa sem saber como vão as obras e tenho quase certeza de que a empresa séria foi achada na internet.

Dean começa a xingar e a andar para um lado e para o outro com raiva. Ele chutou o pneu do carro e eu apenas revirei os olhos. Blake demora a se acalmar e só consegue depois que quase quebrou seu pé chutando os pneus e uma pedra grande.

– Vamos Dean, vamos sair daqui. - Digo indo em direção.

– Delilah, eu fui enganado. - Ele fala sem acreditar.

Passo meus braços em volta de sua cintura o abraço para tentar acalma-lo antes que tenha outro ataque de fúria. Achei que Dean iria me afastar logo, mas o cara me abraça ainda xingando os filhos da mãe que o enganaram.

Pelo menos, é um avanço.

Depois de algum tempo, até ter certeza de que ele estava bem para sairmos daquele lugar, pego as chaves do carro do bolso traseiro de Dean e sento-me no banco do motorista. Dean, contragosto, senta-se ao meu lado e eu jogo seu pacote de salgadinho pela janela arrancando o carro para não dar chance de Dean descer e buscar aquele vômito em forma de isopor.

– O que vai fazer agora? - Pergunto dando uma rápida olhada em Dean.

Ele olhava para fora do carro sério.

– Não sei, não sei. - Ele apenas respondeu isso. - Acho que vou ligar para Emanuel, ver o que ele pode fazer quanto a isso. Eu fui roubado, merda! - Blake fala dando um tapa em sua coxa.

Eu ia falar alguma coisa do tipo "bem feito, idiota" ou "quem manda não fiscalizar", mas sabia isso só pioria a situação e Dean iria me matar... Então iria esperar até o momento certo para jogar meu veneno.

– Porque não liga para Emanuel e pergunta se podemos ir até seu escritório agora? - Digo parando no sinal vermelho.

– Você não se importaria? - Ele pergunta me olhando desconfiado.

– Não, sem problemas. - Afirmo sorrindo gentilmente. - Além do mais, você foi roubado e eu vou ter que te aturar em casa por um bom tempo. - Falo com um falso tom de indignação.

Dean ri fraco e disca o número de Emanuel em seu celular. Quando o sinal fica verde, Oswen atende.

– Posso ir para ai? - Pergunta Dean. Curto, grosso e sem rodeios. - Cara, dispensa essa piranha e me atenda agora... Não, não fui preso. Também não matei ninguém, qual é... Fui roubado, cara! Roubado... Claro que eu não esqueci a carteira no bar de novo... Cala a boca! - Dean grita e eu me assusto pisando no freio. Nós dois gritamos depois que batemos a cabeça no teto do carro.

Dean me olha irritado.

– Desculpa. - Murmuro e volto a andar novamente com o carro.

– Estou bem, Deli pisou no freio do nada. - Dean fala voltando novamente sua atenção para Emanuel. - Sim, ela está aqui... Não, não... Vai me escutar ou o que? Sabe aquela empresa que estavam construindo o prédio que eu ia morar? Então, ela não existe! Fui roubado cara, roubado! - Dean fala quase gritando.

Desta vez não me assusto. Ligo pisca para a esquerda e estaciono na última vaga disponível da rua. Estávamos na frente do escritório que Emanuel trabalhava. Desligo o carro e olho para Dean.

– Estou aqui na frente, melhor me atender. - Fala e desliga o telefone. - Você não precisa subir se não quiser. - Diz gentilmente tirando seu cinto de segurança.

– Acha que eu vou perder isso? - Falo sorrindo. - Além do mais, Emanuel é passado, lembra? - Digo abrindo a porta do carro e saindo dele.

Entramos no escritório e quase fugi para o carro novamente. Todos ali estavam vestidos impecáveis, não havia nenhum fio fora do lugar e eu estava usando uma roupa que não poderia ser considerada boa para eles. Se eu soubesse que viria para cá, teria pelo menos me maquiado.

Dean parece que lê meus pensamentos e me puxa pela cintura até o elevador mais próximo. Depois de alguns segundos estávamos no andar certo. Dean continuava a me puxar quando entramos na sala de Emanuel sem ser anunciados.

– Estou entrando. - Dean diz.

Entro no mesmo momento que Dean, já que ele não havia me soltado ainda. Emanuel se vira para nós e logo seu olhar é levado para a mão de Dean em minha cintura. Desvencilho-me rapidamente das mãos de Dean e fito um vaso de flores como se fosse à coisa mais interessante do mundo.

– Olá Delilah. - Escuto Emanuel falar.

– Oi. - Digo apenas isso.

– Estou aqui, caso não tenha percebido. - Dean fala irritado. - Vamos primeiro resolver o meu caso e depois os dois podem ficar desconfortáveis um com o outro.

Emanuel assentiu com a cabeça e anda até sua cadeira atrás da tão conhecida mesa de madeira. Eu havia estado naquela sala milhões de vezes, conhecia cada cantinho, cada detalhe que os outros não percebem... E aquela mesa, quantas lembranças.

Afasto os pensamentos infames de minha mente e sento-me em um sofá perto de onde eles estavam. Pretendia ficar quieta enquanto os dois homens discutiam o assunto.

Dean conta toda a história para Emanuel, desde o dia que conheceu o povo da empresa fantasma até hoje. Não poupa dos detalhes, aposto que ele era capaz de fazer um retrato falado dos carinhas. Quando termina de contar sua história, Emanuel se dirige a mim.

– O que acha disso Delilah?

– Hm, uma grande irresponsabilidade. - Digo sem rodeios. - Onde já se viu confiar cegamente nos outros, até parece que não se sabe que as pessoas tendem a mentir e enganar os outros ou até mesmo troca-las por outras. - Falo sem perceber, magoada.

– É, mas todos cometem erros. - Emanuel fala por fim. - Às vezes eles cometem erros por serem idiota demais, por ser humanos e todos devem ser perdoados, apesar dos apesares.

– Está querendo dizer que Dean deve perdoar os filhos da puta que o roubaram e deixar isso sem punição? Ou uma mulher traída deve perdoar o cafajeste que vai ter um filho com outra? - Indago.

– Não, o que estou querendo dizer, é que todos merecem uma chance de se retratarem, seja devolvendo o dinheiro roubado ou tentando consertar um erro como ter um filho com outra mulher.

– Então acha que os bandidos irão devolver o dinheiro a Dean e que o cara safado vai conseguir conquistar a confiança da outra pessoa, e o que ele fará com a criança que está vindo?

– Sim, acho. Uma confiança não deve ser quebrada apenas por uma burrada do outro.

– Ter um filho é uma burrada?

– Não, ter um filho com a mulher que não ama é uma burrada.

– Então quer dizer que você não irá amar seu filho só porque ele não é da mulher amada? Vai deixa-lo desamparado, sem amor e carinho porque cometeu algo estúpido? - Pergunto levantando do sofá.

Emanuel fica sem responde, e eu solto uma risada debochada.

– E eu achando que você era um príncipe encantado, mas ainda bem que agora sei que não passa de um covarde, metido e mimado que só porque uma coisa saiu errado da sua vida, por culpa sua, vai destruir a vida de uma criança inocente. - Digo com raiva, olho para Dean. - Te espero lá em baixo.

Com isso, saiu da sala com raiva. Não acreditava que havia dito aquilo para ele, nem que eu havia o provocado e muito menos que Emanuel deixaria a pobre criança que não teve culpa de nada desamparada.

Saiu do escritório o mais rápido que consigo e encosto-me ao carro cruzando os braços tentando me acalmar. Minha vontade era voltar lá e falar algumas verdades cruéis para Emanuel, porém, não faço isso. Não queria prolongar mais a presença dele perto de mim.

Não sei quanto tempo durou para que Dean saísse de lá. Blake veio em minha direção me puxando para um abraço. Entrelacei meus braços em volta de seu corpo enquanto ele sussurra algumas palavras em meu ouvido.

– Estou orgulhoso de você.

Sorriu para ele, que retribui imediatamente. Dean afasta uma mecha de meu rosto e depois beija o topo da minha cabeça nos separando.

– Vamos comer sorvete Deli, conheço uma sorveteria ótima aqui perto. - Anuncia Dean passando sua mão em volta de minha cintura e me apertando contra seu corpo.

Eu o deixe me levar para comer sorvete, afinal, faz bem deixar seu companheiro de casa te fazer alguns agrados de vez em quando.


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Notas finais do capítulo

Heey, o que acharam? Eu gostei do capítulo (como devem perceber) e meio que iniciei algo que irá se desevolver nos próximos capítulos u.u Aah, quero receber muitos review's assim eu posto mais rápido, minha criatividade não me abandona e deixo vocês felizes. Viu como tudo depende de vocês?
Tenham uma boa semana, sejam bonzinhos com sua mãe (?) e não se droguem. Até mais!

— ps. título faz menção ao Dean (sem casa) e ao Emanuel (sem coração).