Sentimentos Apagados [HIATUS] escrita por Ethos


Capítulo 17
Capítulo 17 - Só eu sei


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpem a demora, aí está um capítulo prontinho! *-* Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/360743/chapter/17

Os dias foram passando, e logo se tornaram semanas, depois meses. Como todas as manhãs, Ally se levantou, escovou os dentes e se preparou para ir à escola. O céu estava limpo, nenhuma nuvem, apenas o azul claro e radiante, um tom que Ally simplesmente adorava. Enquanto caminhava até a escola lembrou-se de uma pessoa em especial, Dake. Dizem que a primeira pessoa em que você pensa ao acordar é a pessoa responsável pela sua tristeza ou felicidade. Sim é verdade. Um barulho abafado chegou aos seus ouvidos, tirou de dentro da mochila o celular. Uma mensagem, de Dake que dizia “Oi bebê, bom dia! Hoje vou ir a sua escola te buscar para dar um passeio. E antes mesmo que diga pra eu não aparecer por aí, vou logo te avisando, não adianta recusar... Beijos".

– “Bebê”? Com quem ele pensa que está falando? – Resmungou para si mesma. Uma observação sobre uma paixão: questionar, negar ou esconder seus sentimentos por alguém não altera o fato de você sentir algo por esse alguém. Ally sabia muito bem o que sentia por Dake, mas queria esquecer, seguir em frente. Um amor tolo como aquele não deveria de forma alguma ser valorizado, mas mesmo assim ela no fundo o fazia.
No caminho para a escola havia uma cafeteria, e como Ally saiu sem tomar café, resolveu tomar ali mesmo. Ao entrar pela porta, um sininho tocou acima dela. Ela olhou para cima e sorriu, lembrando-se que já tinha visto isso em alguns filmes. Quando direcionou seu olhar para frente, sem querer esbarrou em um garoto com os cabelos tingidos de azul.

– Oh, me desculpe! – Disse ela imediatamente, abaixando o queixo.

– Está tudo bem! – Respondeu o garoto com uma expressão simpática e alegre. – Espere, você estuda no colégio Sweet Amoris? – Perguntou ele, apontando para o emblema fixado no peito da camiseta de Ally.

– Ah, sim! – Respondeu ela, sorrindo.

– Legal! – Exclamou o garoto. – Meu nome é Alexy, hoje será meu primeiro dia de aula em Sweet Amoris. E qual é o seu nome? – Perguntou Alexy, puxando um pouco do cabelo azul para trás da orelha.

– Sou a Ally, prazer em conhecê-lo, Alexy! – Ally estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas Alexy ignorou esta ação e deu-lhe um beijo de lado na bochecha. Ela arcou as sobrancelhas e sorriu para ele quando se afastou.

– Então... Quer me acompanhar até a escola? Eu ainda não conheço muito bem o caminho. – Perguntou ele, esperançoso. – É que eu não sei onde meu irmão se meteu, e não quero ir sozinho, eu posso acabar me perdendo! – Ele riu.

– Claro. – Ally concordou. – Então serão dois alunos novos? – Questionou ela, curiosa.

– Sim. – Alexy riu. – Vamos então? – Ele estendeu o braço em direção à porta da cafeteria.

– Uh... Bem, antes eu preciso comprar algo para comer. – Respondeu Ally, olhando para a vitrine do balcão, que estava forrada de bolos, pães e tortas. Seu estômago roncou.

– Oh, pobrezinha! – Comentou Alexy. – Eu vou te esperar então.

– Você não precisa esperar, eu vou comer no caminho. Não pretendo ficar aqui, senão irei me atrasar... De novo! – Ela riu. – Só vou comprar algo e nós iremos ok? – Explicou ela.

– Ok! – Alexy concordou e sorriu.

– Pronto, agora podemos ir. – Disse ela, vindo com um copo plástico com café expresso. – Eu amo o cheiro disso! – Comentou ela, aspirando ao vapor quente que subia do copo.

– Você é fofa! – Disse Alexy rindo.

– Han... Obrigada. – Ela riu, sem entender o porquê de ele ter dito isso do nada.

– De nada. – Respondeu ele. Continuaram andando até chegar em frente à escola. Ao passar pelo portão de entrada, Alexy parou e segurou Ally pelo braço. – Ah, eu acabei de avistar meu irmão, vou alcançar ele, quer vir junto para conhecê-lo?

– Ok. – Assim que Ally respondeu, Alexy saiu puxando-a pela mão e levou-a até onde seu irmão estava. – Ei, Armin! – O garoto de cabelos negros e olhos azuis virou-se para trás e sorriu para Alexy.

– Desculpe ter te deixado para trás, mas você é muito enrolado para se arrumar. – Armin cruzou os braços e riu.

– Pelo menos eu me arrumo, não ando vestido com esses trapos aí. – Alexy também cruzou os braços e riu. Ally observava a situação e ria por dentro, além de estar impressionada de como eles eram tão parecidos, até no jeito de rir.

– Pelo visto já arrumou uma garota para ficar atazanando, não é? – Perguntou Armin, olhando para Ally.

– Pare! Não fale isso para ela, o que ela vai pensar de mim? Seu babaca. – Alexy deu uma leve cotovelada no braço de Armin, que deu uma gargalhada.

– Hum, eu sou Ally. – Ela estendeu a mão para Armin e diferente do irmão, ele estendeu de volta para cumprimentá-la.

– Armin. – Respondeu ele.

O sinal soou e todos os alunos seguiram para suas salas, menos os gêmeos que precisavam ir até a sala da diretora para saber em qual sala estavam. Como Ally ainda não havia ido pegar os materiais da primeira aula no armário, ela saiu correndo até o corredor e girou rapidamente a fechadura, formando assim, a senha. Quando Ally puxou seu livro, um pequeno pedaço de papel caiu de dentro do armário. Ela recolheu-o do chão e percebeu que mais uma vez era um poema, e parecia que quem havia escrito, reescreveu várias e várias vezes, pois o papel estava um pouco gasto e com marcas de lápis apagadas. E mais uma vez, Ally sorriu, então pressionou o papel contra o peito e riu baixinho.
Enquanto os alunos estavam todos concentrados na atividade que o professor havia dado, alguém bateu na porta, fazendo com que alguns alunos olhassem para a porta. O professor saiu de sua mesa e foi até a porta, lá estava a diretora acompanhando os dois novos alunos, que por acaso, Ally já os conhecia. Armin e Alexy se apresentaram à classe e algumas garotas fizeram muitas perguntas para Alexy, pois ele parecia ser mais “acessível” que Armin. Depois das primeiras aulas, os alunos foram libertados para o intervalo. Ally sentou sozinha, pois Amy havia faltado. Aproveitou para trazer o caderno e desenhar um pouco para passar o tempo. Então ela percebeu que alguém havia sentado ao lado dela, quando se virou deu de cara com Lysandre, que estava olhando para o que ela estava desenhando. Ally fechou rapidamente o caderno e ficou corou.

– O que estava desenhando? – Perguntou ele, com o rosto próximo ao dela.

– Nada... – Ela aspirou o ar e sentiu um leve cheiro de perfume vindo de Lysandre. Ela nunca havia ficado tão próxima dele, então nunca tinha notado que ele usava perfume.

– Só eu posso ser o misterioso aqui. – Murmurou Lysandre, fingindo estar sério. Então ele soltou um riso. – Posso ver? – Pediu ele, sobrepondo a mão sobre o caderno. Ally segurou-o e encarou Lysandre.

– Só se você me deixar ver o que tem no seu tão precioso bloco de notas. – Ela deu um sorriso desafiador com o canto da boca. Lysandre ficou pálido e tentou disfarçar seu constrangimento.

– Eu... Eu não posso Ally. – Suspirou ele. – São minhas composições, sabe? E acho que é algo muito pessoal para mostrar para qualquer um. – Lysandre percebeu que não havia se expressado bem e ficou vermelho. – Não, não foi isso que eu quis dizer... Você não é qualquer uma! Você é... Você! – Ele escondeu o rosto com a mão, envergonhado. – Droga! – Sussurrou.

– Ah, sério? Eu sou eu? – Ela riu, tentando contornar a situação com um pouco de humor. E funcionou, Lysandre moveu a mão para os lábios e olhou para Ally, então apoiou o queixo na mesma mão e riu. – Eu entendi o que você quis dizer Lys. Está tudo bem, seu bobo! – Ally riu.

– Desculpe mesmo... Eu gostaria de te mostrar, mas... – Lysandre olhou para longe e pareceu distrair-se por um instante.

– Mas...? – Perguntou Ally, olhando para Lysandre e se perguntando no que ele estava pensando. – Lys, você está bem?

– Hãn? Ah, sim! Estou bem sim... – Ele olhou de volta para a garota e levantou-se rapidamente. – Eu... Tenho que ir, Castiel deve estar me procurando. – Lysandre mentiu. Castiel pouco se importava em ficar sozinho no intervalo.

– Ok. Vai lá. – Ela riu, Lysandre parecia um pouco desconcertado com aquela situação. Ally levantou-se e foi dar uma volta pelo pátio da escola, até que alguém a segurou pelo braço.

– Oi! Eu estava te procurando. – Era Alexy, estava animado. – Pode nos mostrar a escola? – Disse ele apontando para o irmão, que estava logo atrás.

– Claro, por que não? – Ally concordou e saiu mostrando alguns lugares que ela conhecia bem, os gêmeos seguiram-na. Mas só Alexy parecia estar mais interessado, pois Armin estava mais concentrado em algum tipo de jogo eletrônico que carregava nas mãos. Por fim, os três voltaram ao pátio por onde haviam começado.

– Obrigado, Ally! – Alexy deu uma leve cotovelada no irmão. – Agradeça também, seu lesado!

– Oh, me desculpe... – Armin colocou a mão atrás da cabeça e riu um pouco envergonhado. – Obrigado, Ally.

–Não tem de quê. – Ally sorriu. – O sinal tocou e todos foram para suas salas para assistirem as últimas aulas do período. Antes que Ally entrasse na sala, Ambre segurou a porta, impedindo-a de passar. – O que você quer? – Perguntou Ally.

– Estou de olho em você... – Ambre a encarou e depois entrou, jogando seus longos cabelos loiros e ondulados para trás.

– Mas o que...? – Ally não entendeu o porquê daquele aviso, então preferiu fingir que nada havia acontecido. Foi para a sala e sentou-se em seu lugar. Sentiu alguém lhe cutucando o ombro, quando se virou, viu Alexy.

– Hey, você tem namorado? – Perguntou ele, sorrindo maliciosamente.

– Não... – Ela riu um pouco envergonhada.

– Oh, eu pensei que aquele garoto ali – Alexy apontou para Lysandre. – fosse seu namorado. – Ele riu.

– Lysandre? Não! – Ally corou. – Ele é meu amigo.

– Hum, amigo... Sei. – Alexy encostou-se na cadeira e cruzou os braços. – Sabe... Eu sei detectar algumas coisas no jeito de agir das pessoas... E eu sei que rola ou irá rolar algo entre vocês em breve. Escreva o que eu estou de dizendo. – Ele jogou a cabeça para trás e riu.

– Você está me assustando... É algum tipo de vidente? – Perguntou Ally, sarcasticamente.

– Ah, claro... Sou filho da Mãe Dináh! – Alexy riu da própria piada. Ally conteve o riso, pois o professor estava os encarando.

Na saída, Ally foi falar com Nathaniel sobre a ausência de Amy, pois ela nunca faltava e isso a preocupou. Nathaniel explicou que ela havia ligado mais cedo para avisar que estava com gripe e dor de garganta, então não seria bom ela sair de casa. Depois de conversar um pouco mais com Nath, ela saiu da escola e notou que Dake estava a esperando do outro lado da rua.

– O que faz aqui? – Murmurou ela, depois de atravessar a rua.

– Eu te disse que viria, não disse? – Dake colocou as mãos nos bolsos da calça e se aproximou de Ally, mas à medida que ele se aproximava, a garota se afastava. – Ah, qual é, Ally? Você sabe que eu não mordo... Só se você pedir. – Ele deu um sorriso malicioso.

– Pena que eu não quero pedir bosta nenhuma de você. – Retrucou ela, curta e grossa.

– Quem vê, pensa que você é tão “selvagem” assim! Você sabe que eu vi um lado seu que ninguém mais viu... O seu lado tímido, vulnerável e sensível.

– Você está enganado, muitas pessoas sabem que sou assim como você disse. – Ela virou os olhos e bufou.

– E por acaso sabem como você é sem roupa? Com certeza não... Porque só eu sei. – Ele arcou as sobrancelhas e sorriu com o canto da boca. – Ah, eu me sinto com sorte por ter sido o primeiro a ver tudo isso. – Ele fez um gesto se referindo ao corpo de Ally. Em um instante, sentiu um estalo em sua bochecha, Ally lhe deu um tapa.

– Eu te odeio! Eu te odeio! – Disse ela, chorando. – Nunca mais fale comigo deste jeito! – Ela saiu correndo em direção à sua casa. Muitos alunos já haviam ido embora, no entanto, alguns presenciaram a cena, inclusive Lysandre e Castiel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? 'u'