Sentimentos Apagados [HIATUS] escrita por Ethos


Capítulo 16
Capítulo 16 - Até logo, pessoal!


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, a criatividade estava me custando tempo. ;---;



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O sinal do intervalo tocou e todos foram para as suas salas, mas antes, Ally foi para o banheiro tentar ligar para os pais de Kentin. Então alguém atendeu.

– Alô? – Disse a pessoa com uma voz masculina, do outro lado da linha.

– Oi, é o pai do Kentin quem está falando? – Perguntou Ally, receosa.

– Quem quer saber? – Perguntou ele, de maneira grosseira.

– E-eu... Sou a... – Ally ficou nervosa e não sabia o que dizer. – Sou a amiga dele! – Respondeu ela.

– O que? Kentin tem uma amiga? – Perguntou o homem, duvidoso.

– Ah... Sim. – Respondeu ela. – Meu nome é Ally.

– Oh... E eu poderia saber o motivo desta estranha ligação, senhorita Ally? – Perguntou ele.

– Sim! Bem... Eu queria lhe pedir um favor. Será que o senhor não poderia pensar melhor sobre mudar o Kentin de escola? – Pediu ela.

– Já pensei sobre isso e já me decidi. Não há mais o que conversar sobre este assunto. – Respondeu o homem, certo de sua decisão.

– Mas... – Ally foi interrompida.

– Sem “mas”. Diga ao Kentin que não quero mais que ele peça para alguém ligar para mim. Adeus. – Ele estava prestes a desligar o telefone.

– Espere! Kentin não pediu que eu ligasse, na verdade ele não sabe que estou fazendo isso... – Explicou Ally.

– Pois então não ligue mais. Isso não é assunto seu. – O homem desligou sem aviso prévio.

Ally suspirou decepcionada, afinal, Castiel se esforçou a toa.
O pai de Kentin realmente parecia um homem duro de lidar, um homem decidido. Embora isso fosse uma boa qualidade, Ally pensava que mesmo ele parecendo ser um homem de palavra, deveria pensar melhor em suas decisões.
Ela saiu do banheiro e foi para a sala. Por sorte, o professor havia saído para buscar alguns papéis e provavelmente não notaria que ela havia demorado a entrar, talvez nem tivesse notado a sua ausência.
Ally sentou no seu lugar e sentiu algo acertando de leve as suas costas. Era uma bolinha de papel, ela abriu. A letra era um pouco relaxada, Ally logo percebeu que quem havia escrito era Castiel, pois perguntava se a ligação havia surtido efeito. Ela virou-se para trás e balançou a cabeça negativamente para Castiel, que virou os olhos e suspirou como resposta. “Será que ele se arrependeu de ter me ajudado nisso?”, pensou ela. Aquela expressão de Castiel parecia uma resposta óbvia para Ally.
As aulas acabaram e Ally foi a primeira a sair, pois teve uma ideia de como fazer Kentin se sentir melhor, ou seja, reunir alguns colegas e fazer uma despedida para o amigo. Primeiramente, ela teria que perguntar o horário em que Kentin iria embora e se ele iria de trem ou avião. Kentin estranhou a curiosidade da amiga, mas mesmo assim respondeu, ele iria embora durante a tarde, de trem. Ela ligou para alguns de seus amigos mais próximos e todos concordaram em ir se despedir de Kentin na estação de trem.
Chegando lá, Ally notou que além de Lysandre, Castiel, Amy e Nathaniel, Ambre também estava presente. Por quê? Ninguém sabia.

– Oi pessoal! – Disse Ally sorrindo e evitando contato visual com Ambre. Todos responderam, exceto a loira penetra. – Ambre, não sabia que você era amiga do Kentin... – Comentou Ally, sarcasticamente.

– E não sou. Só vim para acompanhar o meu irmão e ficar de olho nele! – Respondeu Ambre cruzando os braços.

– Não sei o que é mais ridículo, o loiro raquítico ser vigiado pela própria irmã mais nova, ou a irmã ser a Ambre. – Comentou Castiel, em tom provocativo.

– Ridículo vai ficar o seu nariz, depois que eu der um jeito nele. – Retrucou Nathaniel.

– Ei, ei! Vocês não vão brigar aqui, não é? – Ally ficou entre eles e virou os olhos. – Será que toda vez eu terei que intervir?

– Pessoal, por favor... Deem um tempo. Só hoje, está bem? – Disse Lysandre, tentando apaziguar a situação.

– Obrigada Lys. – Agradeceu Ally, sorrindo.

– “Lys”? – Perguntou Castiel, estranhando a situação. – Lysandre agora tem apelidinho de namorada? – Castiel começou a rir. Ally e Lysandre ficaram envergonhados.

– Ok, chega de piadinhas sem graça. – Ela cruzou os braços e soprou a franja que estava caída em um de seus olhos. Então foi em direção a Amy.

– Hey, que bom que veio. – Ela sorriu.

– Sim, eu achei que seria uma boa ideia. – Amy riu. – Então, você não falou mais com o... Qual é mesmo o nome daquele garoto loiro, irmão da Kate? – Perguntou ela.

– Dake. – Ally respondeu. – E não, não falei com ele mais... Eu sei que ele ainda está na cidade, pois vi ele e a Kate no mercado. Só não a cumprimentei para evitar conversar com o Dake. Ele com toda certeza tomaria o meu tempo, como sempre. – Concluiu Ally.

– Ou... Tomaria o seu coração! – Amy riu.

–Não, claro que não... – Ally riu, corou e abaixou a cabeça. – Mas... Acho que você tem um pouco de razão. Eu sou um tanto fraca em relação ao Dake. Embora eu demonstre desprezo por ele, eu gostaria que tudo tivesse sido diferente. – Seus olhos arderam e ficaram vermelhos como se fosse chorar. Mas ela não faria aquilo na frente de seus amigos, principalmente na despedida de um deles. A não ser que o motivo das lágrimas fosse a própria despedida.

– Ally... Está tudo bem? – Perguntou Lysandre, que se sentou ao lado da amiga.

– Ah sim. – Ally passou a manga da blusa nos olhos, virou-se para ele e sorriu. – Estou bem, não se preocupe.

– Não parece... Acho que você precisa conversar com alguém, desabafar. – Disse Lysandre com um tom de voz baixo e gentil.

– Você sabe das coisas, Lys. – Ela riu.

– É... Mas nem tudo, eu queria saber mais sobre você. – Lysandre desviou o olhar ao dizer tal frase. – Mas saiba que qualquer coisa, eu estou aqui como um ombro amigo. – Disse ele, mudando de assunto.

– Obrigada, mesmo. – Ela sorriu e pousou sua mão em cima da mão de Lysandre, que virou a palma para cima e segurou a mão de Ally fortemente e depois soltou. Então sorriu para ela e voltou a conversar com Castiel, que parecia estar mais interessado em falar sobre como ele tinha aprendido tão bem o solo de guitarra daquela música famosa, do que perguntar o que Lysandre estava falando com Ally.
Depois de alguns minutos de espera, um garoto de óculos e semblante triste apareceu na estação. “Kentin!”, pensou Ally que cutucou os amigos que estavam distraídos. Todos olharam para a garota com um olhar de dúvida, então perceberam do que se tratava. Kentin não sabia que Ally planejava esperá-lo lá, muito menos que houvesse mais pessoas acompanhando-a. Assim que Kentin reconheceu de longe Ally, surpreendeu-se, e no instante em que ela se levantou do banco e foi até ele, seus olhos brilharam. Mas o que realmente surpreendeu Kentin foi o fato de Ambre ter vindo junto. Não é possível que até no seu último dia na cidade, Ambre apareceria para lhe atormentar. Isso já era muita sacanagem.

– Oi! – Disse Ally ao se aproximar de Ken.

– Oi... – Ele ficou corado e sorriu. – O que veio fazer aqui?

– Ué, vim me despedir! Não se pode deixar um amigo partir sem ao menos dizer um “tchau” e “até logo”. – Ela sorriu e apoiou a mão no ombro de Kentin.

– Oh, Ally, assim eu vou chorar! – Kentin involuntariamente abraçou-a. A diferença de altura entre os dois era mínima, Ally era apenas seis centímetros mais alta que ele. Ao perceber o ato inesperado de sua parte, Kentin afastou-se imediatamente, com uma expressão envergonhada. – Desculpe!

– Não tem por que se desculpar! – Ally sorriu gentilmente e Kentin sorriu de volta.

– Tenho sorte de ter conhecido você, Ally. – Disse Kentin, com uma voz firme, a qual seu pai sempre cobrou do garoto. – Por mais que tenhamos passado pouco tempo juntos, te considero uma grande amiga.

– Awn Kentin, deste jeito quem irá chorar sou eu! – Dessa vez, Kentin é quem foi abraçado.

– Acho que vou vomitar. – Comentou Ambre, cruzando os braços e empinando o nariz.

– Então vai para outro lugar, ninguém é obrigado a ver isso. – Disse Nathaniel em resposta à irmã malcriada.

– Isso aí está mais para ciúmes... Eu hein. – Comentou Lysandre, rindo da situação.

– Ciúmes? Eu? Poupe-me, querido. – Respondeu Ambre demonstrando um ar superior. Lysandre ignorou a falsa superioridade de Ambre e riu baixo.

Kentin havia vindo sozinho até a estação com suas malas, pois seu pai achava que para ser um homem de verdade, deveria ir por conta própria até o seu destino, sem precisar do auxílio de ninguém.

– Meu trem já está chegando... – Kentin retirou os óculos para limpá-los, pois estavam embaçados, Ally pôde ver que seus olhos já não lhe passavam uma atmosfera negativa e sim brilhavam. – Logo não iremos mais nos ver.

– Tudo bem, você pode me enviar cartas e emails! – Ally entregou-lhe um pedaço de papel com tais informações contidas.

– Obrigado. – Kentin aceitou o papel, dobrou-o e guardou em seu bolso. – Podemos tirar uma foto juntos? Todo mundo? – Pediu ele, com seu celular em mãos.

– Por mim tudo bem! – Respondeu Ally, sorrindo. – E quanto a vocês pessoal? Topam? – Todos, exceto Ambre concordaram. Então tiraram uma foto, na qual todos estavam sorridentes, Kentin era quem mais sorria. A fotografia registrou aquele momento, o qual Ken, pela primeira vez não se sentiu abandonado. E antes mesmo da porta do trem se fechar ele olhou pela última vez para os amigos, ambos sorriram e acenaram. Sentou-se próximo a janela, enquanto o trem partia observou os amigos ficando pra trás, mas ele sabia que voltaria a vê-los, esse era o seu consolo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não deixem de comentar e até o próximo capítulo!