O Destino escrita por Benihime
PDV Percy
—Annabeth, acorda.
Ela estava tão linda dormindo que eu tinha pena de acordá-la, mas era necessário.
—Oi, Cabeça de Alga.
—Já terminou arrumar as malas? O avião decola em uma hora.
Ela abriu os olhos e sentou-se na cama.
—Não quero ir.
—Anda, Sabidinha. Vista-se e venha tomar café.
Ela fez cara de garotinha mimada por mais um segundo, depois assentiu.
—Tá, mas só porque é você quem está pedindo.
Eu sorri e assenti. Dei-lhe mais um selinho e beijei sua barriga, que já estava bem grande. Annabeth estava de sete meses. Fui para cozinha e comecei a fritar o bacon como Annabeth gostava, colocando os ovos só depois. Quando ela chegou, já estava tudo pronto. Tomamos café e finalmente fomos para o aeroporto. Eu não queria admitir, mas também não estava gostando do noivado de nossos pais. Annabeth dormiu de novo assim que entramos no avião. Quando desembarcamos em Malibu, Atena e meu pai estavam esperando.
—Ei, Sabidinha, acorda. Chegamos.
Ela abriu os olhos, grogue de sono.
—Eu não vou sair do avião. -Disse, cruzando os braços. Eu ri.
—Quer apostar que vai?
Eu a peguei no colo e saímos juntos do avião. Meu pai, de longe, arregalou os olhos ao ver aquilo, mas, ao compreender a cena, começou a rir. Finalmente chegamos perto deles e coloquei Annabeth no chão.
—Oi, mãe. Oi, Poseidon. -Ela disse, de mau humor.
Revirei os olhos para meu pai, querendo dizer "não ligue para Annabeth". Ela percebeu e me deu uma cotovelada. O caminho até a antiga casa dela foi silencioso até demais, então comecei a falar com meu pai sobre espécies de peixes para passar o tempo. Annabeth permanecia calada, de braços cruzados. Atena tentou conversar, mas ela só respondia com monossílabos, quando respondia. Chegamos e eu peguei as malas.
—Percy, quer dar uma volta? Estou louca pra ir na praia.
—Claro. Mas agasalhe-se bem, que o vento está gelado.
Ela assentiu. Meia hora depois, caminhávamos de mãos dadas, lentamente, à beira da água.
—Não estou gostando dessa situação toda. -Ela disse.
—Ah, Annie, relaxa! Eles já são bem grandinhos, não podemos ficar de cara por causa das decisões que tomam. -Eu disse.
Annabeth riu alto, jogando a cabeça para trás. Eu não a via rir assim desde que ela tinha uns quinze, dezesseis anos. Não pude evitar de rir com ela, mesmo sem saber o motivo.
—Quem diria, não? Você sendo mais maduro do que eu para lidar com essa situação.
—O mundo dá voltas. -Concordei. De repente, começou a chover. Annabeth e eu corremos para um dos quiosques à beira-mar.
—Pers, dá pra pedir pro seu pai vir buscar a gente?
—Vou ligar pra ele.
Dez minutos depois, a BMW preta do meu pai parou perto do quiosque. Annabeth e eu colocamos nossos capuzes e corremos até o carro.
—Você é um azarado, Percy! Saiu pra curtir um pouco, e veio a bomba! -Ele disse, rindo.
Eu ri junto, lembrando daquele verão, quando eu tinha dez anos e saí escondido pra jogar futebol com uns amigos. Mal começamos o jogo, caiu um toró daqueles e fiquei de castigo por ter desobedecido.
—Percy é o cara mais azarado que eu conheço. -Annabeth concordou;
—Ele deu sorte só em uma coisa: conseguir reconquistar você.
—Ainda estou pensando se não vou dar o fora nele.
Ela e meu pai riram. Como dizem, há males que bem para o bem e, logo depois desse "dia de azar", Annabeth e Atena voltaram a ser unha e carne. Elas se atiraram de cabeça nos preparativos para a festa de casamento, o que me fez considerar seriamente se não devia começar a pensar no meu casamento. Não havia dúvidas de que aquilo era o que eu mais queria. Uma tarde, quando Annabeth estava ocupada ajudando Atena a escolher o vestido do casamento, tomei minha decisão. Puxei meu celular do bolso e liguei para uma velha amiga.
—Oi, quem fala? -Ela atendeu, com aquela voz suave de sempre.
—Oi. Ainda lembra de mim? Percy Jackson.
—Percy, oi! Quanto tempo! O que o fez ligar para essa velha amiga?
—Preciso de uma ajudinha, e acho que você é a pessoa certa.
— Já vi que é algo bom. Conte comigo.
—Ótimo. Passo aí daqui a pouco.
Desliguei e fui avisar meu pai que iria sair.
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