O Trauma De Ron escrita por Katerina_


Capítulo 13
Problemas




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— Vai nascer! – exclamou a Sra Weasley. George, com os nervos a flor da pele, pulou as fileiras que o separavam de Ammy e tomou-a nos braços, aparatando com ela em casa.

Aproveitando-se desta distração geral e obedecendo ao impulso que o guiava desde Hogwarts, Harry pulou a guarita do tribunal num átimo (a que separava os que assistiam da “arena” onde o julgamento se desenrolava) e agarrou o corpo inerte da amiga, aparatando com ela antes que os aurores pudessem fazer qualquer coisa.

Levou-a para a casa de Gui e Fleur.

— O que houve com ela? – perguntou Fleur, abrindo a porta. Gui estivera no julgamento e ainda não tinha voltado. Harry narrou de maneira sucinta.

— Traga-a para cá – sob a direção de Fleur, Harry carregou Hermione para o quarto de Victoire, pois o de hóspedes já estava ocupado por Ron, que estava preso lá. A menina apareceu na porta do quarto, quietinha.

— O que há com a tia Hermione? – perguntou, em voz baixa.

— Não sabemos ainda, meu amorzinho – disse Fleur, séria. – Mantenha seus irmãos longe daqui – mandou. Victoire afastou-se obedientemente.

Fleur pôs-se a examinar a concunhada. Hermione estava pálida como morta, a respiração e o pulso muito fracos e tinha febre alta. Harry ficou ali parado, esquecido da vida de tão preocupado com a amiga, até que Gui chegou e disse que era melhor ele ir para casa para proteger Gina, pro caso (bem provável) do Ministério bater lá. Ele foi.

A Sra Weasley ficou bastante perturbada, sem saber qual das noras socorria. Confiava em Harry; e Ammy não tinha ninguém da própria família para ajudá-la naquele momento difícil. Decidiu-se por Ammy. Assim que o neto tivesse nascido, correria para Hermione. Mandou Arthur ir saber o que acontecera com ela.

George depositara Ammy na cama, em casa. Ela se contorcia de dor, e ele estava sem ação. Mandou uma coruja para Gina e tentava acalmar Ammy.

— Mamãe virá para cá logo, Ammy. Gina também; elas vão te ajudar.

— O que aconteceu com a Hermione? Ela está bem? – perguntou Ammy, num momento de pausa da dor, apertando a mão de George ansiosamente. – Não podem prendê-la assim, ela estava passando mal...

— Harry aparatou com ela. Acho que está segura, mas não posso saber mais nada por enquanto. Tem que se preocupar com você, Ammy. É uma coisa séria, lembra o que aconteceu da outra vez? Por nosso filho – ele implorou.

— Certo. Mas você tem que prometer que vai procurar saber como ela está, e como acabaram as coisas no julgamento – Ammy só pôde responder uns cinco minutos depois, numa nova pausa da dor. George tirara os sapatos dela, e estava mudando sua roupa por uma camisola leve.

— Prometo. Agora se acalma – a Sra Weasley e Gina chegaram em seguida. Logo veio também a mulher de Percy, que Gina tinha chamado, e George teve que ficar esperando no corredor. Teve tempo para cumprir sua promessa, mas apesar de estar muito preocupado com a cunhada, o irmão, e o destino de sua família, que sem dúvida seria influenciado por aquele julgamento, não tinha capacidade para distrair suas atenções da barriga de Ammy. Somente agora ele pudera conceber quão importante era aquela criança pra ele. Passou horas de agonia andando no patamar da escada, até que ouviu um vagido alto que lhe devolveu os ânimos. A Sra Weasley saiu em seguida do quarto, vestindo um casaco, apressada.

— É um menino – disse. – Lindo e saudável. Gina vai te ajudar com os primeiros cuidados. Agora eu vou atrás de saber como está a Hermione.

— E Ammy, como está?

— Fraca, George. Eu a deixaria de resguardo severo por alguns dias. É uma criança grande. Deve tê-la sugado bastante. Mas ela vai ficar bem. Deixe-a descansar e não permita que fique nervosa. Até logo, George – ela beijou o rosto do filho. – Parabéns, papai – murmurou, antes de partir.

Quando a Sra Weasley chegou na casa de Gui e Fleur, esta tinha acabado de receber um curandeiro amigo dela que concordara em guardar sigilo.

— O que aconteceu com ela? – ele perguntara; tinha reconhecido Hermione mas agira com discrição. A Sra Weasley entrou no quarto no momento em que Fleur acabava de responder essa pergunta. O curandeiro inclinou-se sobre Hermione, que estava como morta, e examinou-a. Endireitou-se preocupado.

— Ela cometeu uma grande irresponsabilidade. A Poção Polissuco é muito forte. Tem uma série de contraindicações. Não pode, absolutamente, ser tomada por mulheres grávidas. A maioria das poções não pode, mas essa é complicada até para uma pessoa em seu estado normal! – o homem disse. Fleur arregalou os olhos para a Sra Weasley. Esta mordeu os lábios. Aqueles enjoos de Hermione... devia ter falado a ela de suas desconfianças. Por mais estouvada que Hermione fosse no que se referia a Ron, teria pensado duas vezes se soubesse do caso, ainda mais depois do que ocorrera quando da gestação de Rose.

— O que vai acontecer, doutor? – perguntou Molly Weasley, aflita.

— O organismo dela entrará numa luta tão intensa que pode provocar um colapso. Porque o efeito pode ter passado nela, mas não passou na criança. Se não era um menino, será, e idêntico ao pai – tinham lhe contado em quem Hermione pretendia transformar-se ao tomar a poção. – Para o corpo dela, ele é um corpo estranho agora, e ou ela o repelirá, ou morrerá. E mesmo que não morra, ela pode nunca mais recuperar a consciência, entrar num estado que os trouxas chamam de “coma”. Um estado vegetativo. É o que provavelmente acontecerá, se ela sobreviver à primeira semana. Vou dar o meu melhor. Mas se ela sobreviver e essa criança nascer, podem agradecer a Deus, porque será o maior milagre que já vi em toda a minha vida, e não acredito nessa possibilidade.

— O que podemos fazer, doutor? – perguntou Fleur, pálida. A Sra Weasley tinha caído no choro.

— Temos que tentar ajudar o corpo dela. O mais benéfico seria que ela abortasse. Vai ter muita febre; sempre devem estar atentos para baixá-la. E é possível que tenha convulsões. Vamos tentar não usar poções, até porque seria difícil administrá-las e elas poderiam piorar o estado dessa moça. Há alguns feitiços – ele anotou num papelzinho – para lidar com isso. E eu procurarei mais.

O homem saiu com Fleur do quarto. Dali a pouco ela voltou, pálida ainda.

— E agora, Molly?

— Eu quero ver contarmos isso para o Ron... – ela murmurou, fungando e acariciando a mão gelada da nora.


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