O Trauma De Ron escrita por Katerina_


Capítulo 11
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Logo descobriu que a captura de Leonard Datwillis tivera que ser adiada.

— Mas, explica direito, eu não entendi o que aconteceu! – exclamou Hermione.

— Não há o que não entender. Ele simplesmente não está lá.

— Será que ele não foi para a casa da tia? – Hermione questionou, esperançosa.

— Mesmo assim, não poderíamos capturá-lo ali, Hermione – disse Petter. – Trouxas supersticiosos. Essas vilinhas são cheias deles.

— Droga!

Eles permaneceram em vigilância próximo ao cortiço em que ele morava, e ficaram atentos a qualquer denúncia do Ministério. Não conseguiram descobrir onde ele estivera, mas após quase quinze dias, ele voltou. E Harry o estava esperando, junto com Petter Sommerville.

O homem entrou em casa carregando um saco. Um vizinho o cumprimentou (ele morava num bairro escuso de Londres, entre trouxas) e recebeu como resposta um grunhido mal-educado. Leonard resmungou um Lumus, e sua varinha iluminou um vulto, sentado ao lado da mesa.

— Leonard Datwillis? – perguntou Harry, grave, num tom bem auror.

Leonard voltou-se e tentou sair, mas outro auror, um rapaz de cabelos vermelho-escuro caindo sobre o olho, que estava ao lado da porta, bateu-a e trancou-a.

— Quem diabos são vocês? – perguntou Datwillis.

— Não deu pra perceber ainda? – Petter respondeu com outra pergunta.

Leonard estremeceu e jogou-se no chão de joelhos em frente ao Harry.

— Eu juro que não tive nada a ver com a carga estragada de asfódelo! Eu apenas entrego, não sei de onde vem... Ou pelo menos não com detalhes.

— É sobre o ataque a uma família trouxa e o assassinato de um menino – esclareceu Petter. – Você sabe muito bem do que eu estou falando.

O homem olhou para eles então, adquirindo um brilho safado no olhar.

— Mas isso... foi aquele auror, Weasley, vocês não sabiam? É só o que sai em todos so jornais.

— Não foi o Ron, seu maldito, e você sabe disso – Harry partiu pra cima dele e teve que ser contido por Petter.

— Calma, Harry. Contenha-se – pediu o ruivo.

— É melhor ouvir o seu amiguinho – falou Leonard, em tom zombeteiro. Harry olhou para Petter e este o soltou.

— Na verdade, eu vou ouvir você. Você está preso. Se colaborar, podemos ver o que vamos fazer por você – Harry lançou-lhe um Incarcerous. – Para o Largo Grimmauld, Petter.

— Certo – disse o primo de Ammy, e ele e Harry aparataram com Leonard no Largo Grimmauld nº 12.

— Aqui, Harry? – Gina surpreendeu-se, quando os viu com o homem que tinham posto desacordado.

— Tem que ser, Gina. Para onde o levaríamos, o Ministério? – Harry estava nervoso. – O quarto do Bicuço está ocupado?

— Não – e Gina foi à frente deles para prepará-lo. – Você tem razão, é o melhor lugar para o interrogarmos. Mas é seguro para os meninos?

— Sim... – disse Harry, sem olhar diretamente pra ela. – Espero que seja.

Eles trancaram Leonard Datwillis naquele quarto e o deixaram ali. Gina proibiu os meninos de entrarem lá. Com Albie não era um problema, ele tinha pouco mais de um ano – mas Jimmy era um pestinha.

Harry descobriu que Leonard era envolvido em uma quadrilha de contrabando de ervas raras para poções escusas. O Ministério andava atrás desses caras, e Harry entregaria Leonard com prazer, não fosse o outro assunto a tratar. Foi fácil descobrir coisas com ele. Era vendável. Deu o nome e tudo o que sabia dos colegas em troca de um pedido de diminuição da pena (que ninguém na “resistência” estava com real vontade de conceder). Participava dessas ações contra trouxas com os amigos porque odiava os trouxas do cortiço em que vivia. Era partidário do puro-sangue, e estar na Casa dos Black, ainda que preso, não lhe desagradava.

Ele já estava preso lá havia cerca de uma semana. E aquela porta fechada era um enigma para os filhos dos Potter. Um dia Leonard viu-a abrir-se e nenhum conhecido entrou por ela. Ele olhou para baixo e um pequeno muito semelhante ao cara que o prendera, mas com os cabelos vermelhos, sardas e olhos castanhos, estava ali olhando para ele. Era uma excelente oportunidade.

— Quem é você? – perguntou Jimmy Potter. O menino tinha voz grossa para os seus três aninhos, e ar grave.

Um amigo da família – respondeu o homem. – E você, menininho? É o filho do Potter, não?

— Sou Jimmy. Qual seu nome? Não conheço você – James mantinha uma postura reservada, embora destemida. (Puxara o pai. E a mãe também. E os tios, os avós, etc, etc...)

— Leonard – respondeu o outro, gentilmente. – É um prazer conhecê-lo, Jimmy. – Este deu mais um passo para dentro.

— Por que você está aqui? – Que saco. Aquele menino interrogava mais que o pai!

— Eu venho de longe, então seus pais concordaram em me hospedar por uns dias – Datwillis foi contando, aproximando-se lentamente do garoto.

— Mamãe e papai nunca falaram de você. Eu conheço todos os amigos deles. E você também nunca sai daqui. Por que te trancaram? – o menino perguntou, aproximando-se mais na sua curiosidade.

— Vamos mudar essa situação agora! – vociferou Leonard Datwillis, dando um salto e tentando agarrar James. Mas o menino era muito impulsivo. Sua magia descontrolada da infância obedecia a reflexos rápidos. Em uma fração de segundo ele estava flutuando perto do teto fora do alcance do contrabandista, que era baixinho. E não parecia estar nervoso com a raiva deste.

Gina ouviu um barulho esquisito no andar superior. Estava na cozinha. Já tinha sentido um aperto na garganta. Olhando para o chiqueirinho onde as crianças brincavam, viu apenas Albus. Voou escada acima.

A porta do quarto do Bicuço se escancarou e a ruiva que trazia a comida apareceu, furiosa, varinha em punho e os cabelos parecendo fogo de verdade.

— Afaste-se do meu filho AGORA! – ela ordenou, apontando a varinha para ele.

— Calma, moça – Leonard recuou para seu canto com as mãos espalmadas. – Eu só queria tirá-lo dali, é perigoso.

— Sei! – ironizou Gina. Ela estava muito nervosa. Conjurou uma cadeira e tirou o menino do alto, fazendo a cadeira sumir em seguida. – Conheço vocês, seus malditos antitrouxa. Mas não se arrisque comigo. Minha mãe matou Belatrix Lestrange por minha causa. Você seria muito mais fácil – e Gina saiu, lançando um Colloportus gritado na porta do quarto. Estava muito brava com James. Ele estava com medo mas não parecia arrependido da travessura.

— Nunca mais me desobedeça assim! – Gina falou, dando tapas no bumbum fraldado de James. – Aquele homem é malvado. Ia fazer picadinho de você. Ia fugir e nunca mais poderíamos trazer o seu tio Ron de volta. Você quer perder o seu tio Ron?

— Não – murmurou Jimmy. Foi a única coisa que o assustou mesmo. Tio Ron era muito amado por Jimmy.

— Então não faça mais. Não importa o que aquele homem te disse, é mentira. E nem ouse contar ao Albie sobre ele. Seu pai vai saber disso quando chegar, mocinho – Gina disse, soltando o menino. Ele foi para a sala. O coração da mãe estava acelerado. Quando Harry chegou, ela o proibiu de trazer mais algum bandido para lá. Então o próximo a ser capturado seria levado para uma casa sem crianças. Ficou entre Wilfred e Petter, mas Wilfred morava com a mãe e um irmão – então o apartamento de Petter seria a próxima prisão. A captura já estava programada com detalhes – George e Neville também participariam desta, porque o homem era mais perigoso. Todos os hábitos do homem já eram conhecidos e o planejamento detalhado estava na ponta da língua dos responsáveis pelo aprisionamento, quando aconteceu um imprevisto bem perturbador: o julgamento de Ronald foi marcado. Bem para a data da operação.


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