Por Jacob

 Há exatamente quatro meses atrás, minha única e primeira filha me disse que estava gravida. Eu surtei e enquanto discutíamos, atirando argumentos pesados encima do outro, ela acabou por revelar que era abusada quando criança, e isso marcou. Um dia depois, a sua mãe, Bella ficou sabendo, como o esperado ela ficou em choque e então, quatro meses se passaram feito uma flecha indígena sobre nossos olhos, e agora? Está tudo normal, graças á Deus!

 Ana está saudável, feliz, sentindo-se mais leve depois da revelação, Paul animado com a ideia de ser pai, Bella animada com a ideia de ser avó e eu animado com a ideia de ser avô, e animado também com a chance de poder ensinar meu neto a jogar Pôquer, algo que Bella nunca me permitiu ensinar á Ana, afinal, ela era uma criança e uma menina.

 -Licença maternidade?- o berro de Ana ecoou a casa de Sam, Emily que estava cozinhando nos olhou abismada, uma mão segurando uma panela e a outra na barriga de seis meses, que estava gigantesca, afinal, eram dois meninos, e eram Quileutes, seriam dois monstros de tão grandes.

 Leah que estava tomando um gole de suco, riu alto.

 -Sim-disse Sam concordando.

 -E por quê? Meu filho nem nasceu!-exclamou ela irritada.

 -Ana, tente entender-disse Sam delicadamente- você está gravida de quatro meses, e corre a floresta inteira, acredito que isso não fará bem para o seu filho…

 -Oh, escuta bem ô belezinha…-disse Ana de em pé, estralando os dedos, Sam deu um passo para trás, ele sabia que nunca se provoca uma mulher gravida, Paul riu, depois dos dois meses, Ana não engole desaforo, nunca engoliu, mas agora, estava pior, e mais engraçada-… eu estou gravida…-disse apontando para a pequena barriguinha de quatro meses, que era bem formada, redondinha, e não muito grande-… não doente, meu bebe, vai nascer forte e saudável, e lhe garanto que ele não sofrerá consequência alguma porque eu corri na floresta…

 -Ana, eu te entendo-disse ele tentando acalma-la.

 -Querido, você já esteve “gravido” para me entender?-perguntou ela irritada, ri sentindo as invisíveis aspas na palavra gravido, a risada foi tomado por todos.

 -Ana, você se transforma muitas vezes ao dia, isso prejudica, não correr -disse e ela concordou batendo o pé no chão irritada- queremos o seu bem e do pequeno Quileute…

 -Espera, para por aí Sam-disse ela- queremos? Quem mais está nesse complô?-exclamou ela irritada, Paul pigarreou empurrando a sua cadeira um pouco mais para trás, continuado sentado nela- Paul?

 -Desculpe amor-disse ele com um sorriso amarelo, ela semicerrou os olhos, e suspirou.

 -Você também Leah?-perguntou.

 -Só se eu puder ficar de folga junto-disse ela rindo.

 -Pai?-perguntou e ergui as mãos.

 -Eles planejaram nas suas costas-disse e ela concordou.

 -OK-disse ela erguendo as mãos- eu paro!

 -Que bom-disse Sam baixo.

 -Não se alegre Sam, são apenas 10 meses-disse e ele estralou os olhos.

 -Dez e por quê?-perguntou ele.

 -Belezinha, são cinco meses para completar a gestação do Junior e cinco meses para curtir o Junior-disse ela com um sorriso irônico – pode ser?

 -Só isso?-perguntou e ela negou- O que mais mulher?

 -A Leah para junto-disse e Leah soltou uma risada vitoriosa- e só volta quando eu voltar.

 -Não-disse ele.

 -Então, Samuel, eu corro até parir e não se esqueça que a culpa será sua se o Junior nascer com um fio de  cabelo á menos- ameaçou Ana e ele recuou.

 -Maldição-resmungou eles- as duas param, á partir de hoje-disse.

 -Obrigado Sammy- disse Ana dando dois tapinhas no rosto de Sam, e se sentando e dando uma piscada á ele, que bufou e subiu as escadas, enquanto a sala explodia em risadas.