My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos escrita por uchiha rsa-san


Capítulo 23
Verdade-segredo


Notas iniciais do capítulo

Bem... E AQUI VEM O APICE DA HISTORIA!! O GRANDE SEGREDO QUE VENHO MATUTANDO SE VCS, LEITORES, VAO APROVAR!!!

bem, boa sorte pra mim, e boa leitura pra voces! *--*



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Os sofás dos quais eu me lembrava ainda estavam lá. Eram dois, de couro marrom, instalados um de frente para o outro. No meio, uma mesinha de centro sobre o tapete, onde corri há dois dias atrás, bege.
A janela comprida ao lado da porta tinha a cortinas azuis fechadas que eu já avistara do lado de fora varias vezes.
Christopher fechou a porta atrás de mim, sem girar a chave, enquanto eu me virava para vê-lo. Os olhos vermelhos pareciam mais nítidos ali dentro do ambiente fechado e escurecido. Ele pôs as mãos nos bolsos da calça de moletom caqui e me fitou, de novo os olhos tentando penetrar na minha mente, e tive que desviar o olhar.
-Que bom que você quis ouvir. Eu espero que escute tudo o que vou dizer. - ele disse.
-É. To esperando. – cruzei os braços.
Ele olhou pra cima e chamou:
-Sophie! Desce aqui!!
Contive-me para não olhar para cima enquanto os baques de passinhos surdos ecoavam pelo corredor acima da sala e desciam a escada atrás de mim. Mas assim que os passos pararam, eu tive que olhar para trás.
Dei de cara com a mesma menininha daquele dia, e a sensação estranha tomou conta de mim de novo. De repente, todos ali, até a casa, pareceram envoltos numa áurea de mistério e segredos, algo que me puxava pra dentro, me chamava pra perto.
-Oi. – a menininha soltou no ar a mesma voz de antes, e tudo pareceu mais confuso ainda.
Christopher deu a volta em uma das poltronas e foi parar do lado de Sophie. Ele a apertou pelos ombros e puxou-a contra si.
-Sophie, essa é a Agatha. Agatha, essa é a Sophie, minha irmã.
Tive que piscar para voltar a pensar.
-Ah,... oi Sophie. Agente já se viu, não é?
-É. – a menininha respondeu virando-se para o irmão – ela é a sua namorada.
Christopher desviou o olhar da garota para me olhar de soslaio, e eu senti minha pele formigar.
-Nãaão... não, Sophie. – balancei a mão para ela, indicando que aquilo era uma idéia besta. Bem besta. – não sou, não, Sophie.
Ela olhou sem entender para o irmão, e ele correspondeu o olhar, embora não parecesse confuso. Christopher deu um tapinha no ombro da irmã, e ela abriu um sorriso.
-Sério?
Ele assentiu com a cabeça e ela me olhou, abrindo um sorriso enorme.
-Que bom. Eu vou subir, ta? Tchau! – e fez um aceno com a mão, subindo em seguida as escadas de dois em dois degraus, e sumindo no corredor quadrado lá de cima, enquanto eu, confusa, me perguntava que maldita conversa mental foi essa?
-Então é isso? – perguntei assim que a vi fechar uma das portas – você anda falando isso pra sua irmã? Que eu sou sua-
-Eu não disse isso. Nunca disse. Nem pra você. Ela viu isso.
-COMO É QUE É?? Ta querendo dizer que eu-
-Não, Agatha! Espera! Me deixa falar, ok? Senta aí. – e indicou com a mão uma das poltronas.
Indignada, eu me sentei e pus uma mão sob o queixo, apoiando o cotovelo nos joelhos, e esperei, encarando-o.
Ele sentou na poltrona da frente e não relaxou. Ficou sentado tenso enquanto também me observava, e por fim disse:
-Eu não queria que você ouvisse isso assim, brava, mas pelo jeito se não for assim você não vai escutar, afinal tem motivos pra me odiar.
-Eu não te odeio. – a resposta saiu mais rápida do que o pensamento de PARE, e eu arregalei os olhos em seguida, mordendo a língua e tapando a boca discretamente, arrependida por ter falado tão rápido.
Christopher sorriu do outro lado da sala, e o rosto triste pareceu se esvair por um tempo mínimo, antes que ele voltasse a falar.
-Eu queria que fosse assim, mas não sei se vai ser. Agatha, tem uma coisa. – ele se inclinou pra frente, apoiando os braços nos joelhos, e me olhou com um ar sério e grave – eu sou um bruxo.

*-*-*-*-*

Não sabia quanto tempo tinha passado desde que ele pronunciara a ultima palavra.
Bruxo.
Continuei observando ele, que aparentemente fazia o mesmo comigo, avaliando, lendo cada movimento meu, embora o único movimento que eu fizesse fosse piscar. Eu duvidava mesmo que ainda estivesse respirando.
Deve ser uma piada – pensei, por fim.
-Hã... Christopher, vai logo. Para de piadinhas ta? Eu vim ouvir algo que pensei ser sério.
-É mais sério do que você pensa. – ele respondeu, me olhando ainda mais profundamente, mas dessa vez, não pude desviar o olhar.
Bruxo? Como assim?
-Ta... Christopher, como assim? O que você quer dizer?
-Exatamente o que eu disse. Sou um bruxo, com todos os significados que a palavra trás.
Tive de respirar mais vezes até poder falar.
-Peraí, tipo, Bruxo? Bruxo do mal? Dos desenhos e filmes? Tipo, de Umbanda?
Christopher riu de leve.
-Não, não tudo isso. É, tipo aqueles dos desenhos animados, mas eu não sou mal. Nem de Umbanda. Muitas vezes a bruxaria foi associada à esses cultos, como também a macumba, mas isso não é verdadeiramente ligado a bruxaria. Os bruxos são... poderosos.
-Poderos... – eu nem conseguia terminar a palavra, de tão estranho que aquilo soava. – peraí, Christopher, eu nunca acreditei nisso. Quero dizer, não existem bruxos, porque bruxos fazem coisas fisicamente impossíveis, entende?
-O que você chama de fisicamente impossível, não existe no mundo da magia. Não é impossível pra mim. Quer ver algo assim?
De olhos arregalados, eu assenti, sem dizer nada.
Christopher olhou em volta e apontou pra uma cadeira que estava ao lado da minha poltrona.
-Espera! – eu disse, levantando-me e pegando a cadeira e pondo entre nós – pronto, assim eu vejo você e a cadeira de uma vez só, e você não me engana.
Ele riu.
-Não tenho como te enganar.
Uma batida mais forte pulsou no meu coração, em resposta ao comentário dele.
Isso é mentira. Ele já te enganou uma vez. Esse papo de bruxo é só mais uma besteira. Se manda, Agatha.
De qualquer forma, eu tinha resolvido ficar e ouvir, então não poderia ir embora naquele momento, sem contar que minha curiosidade não era algo.. humano.
Christopher olhou a cadeira e, ainda sorrindo, disse:
-Atte.
E a cadeira levitou. Eu senti minha boca se abrir e a respiração se esvair. A cadeira estava levantando sozinha! NA MINHA FRENTE!! Isso é uma MENTIRA!!!
Olhei atordoada para Christopher e ele levantou os braços.
-Pode me revistar.
A maldita cadeira ainda estava a uns trinta centímetros do chão, e eu a contornei, passando a mão em volta, sem sentir nada que a segurasse.
Christopher levantou-se da poltrona, e ficou me olhando, um ar divertido nos olhos vermelhos envolto nas olheiras. Eu segurei suas mãos e olhei atrás dele, mas não havia nada que ele segurasse.
-Vai pra trás. – eu disse, e ele entendeu e andou um passo pra trás, deixando-me ver que não havia nada embaixo dos pés. Ele mostrou a sola dos sapatos e ainda não havia nada.
Ele começou a rir, e só assim percebi que eu estava revistando sua cintura, e recuei as mãos.
-Eu não te toquei, ok?- ele disse rindo.
Senti meu rosto pegar fogo.
Ele recomeçou a falar enquanto eu encarava o chão.
-Eu sei que é estranho, mas é verdade. É o meu segredo, meu e da Sophie, dos meus pais, dos meus tios.
-Da Sophie? Mas, como ela pode ser sua irmã? Ela... -
-Ela não se parece comigo, eu sei. É verdade. Eu não sou irmão dela pelo sangue. Somos primos. Ela é filha do único irmão da minha mãe. Mas eu a considero como minha irmãzinha. Nós vivemos juntos há nove anos.
-Ah... os pais dela morreram? – ainda encarando o chão.
-Não. Os meus.
Então tive que olhá-lo de novo, e ele percebeu minha surpresa.
-Mas eu não moro com os pais dela. Eles preferiram confiá-la a mim, porque trabalham muito com as coisas de bruxaria, e Sophie ainda não desenvolveu os poderes que tem. A mãe dela não é japonesa, é americana, por isso os cabelos ruivinhos. Ela é a cara da mãe. Só tem do meu tio os cabelos lisos.
Eu não tinha o que dizer. Ele não tinha pais? Mas que horrível.
-Que triste... eu, .. me desculpe, eu não sabia.
-É claro que não sabia, eu não pude contar. Não posso contar isso pras pessoas, porque elas vão se assustar, como você.
Voltei os olhos pra cadeira e ela ainda pairava no ar.
-Pode parar isso? Eu já acreditei. - disse a ele.
-Ah, claro. Ume. – e a cadeira pousou no chão.
Aquilo não podia estar acontecendo. Como é? Bruxo? Ta brincando.
-Então... Christopher... por que está contando isso pra mim?
-Ah... isso. – ele abaixou o olhar e começou a falar sem me encarar, olhando o chão e arrastando os pés sobre o tapete – bem alguns de nós, Agatha, podem ter uns... dons, sabe? Não. Dom não é a palavra certa. Facilidades. Isso. Facilidades com algumas coisas. Sophie é assim. Ela tem facilidade de prever as coisas quando vê as pessoas ou situações, ou até objetos. Ela fez isso com você, eu acho. O que ela te disse sobre suas chaves?
-Ah,.. – aquilo não era algo que eu queria que ele soubesse. Dizer a ele que as chaves me levariam pra aquilo que meu coração procurava? Nem a pau. Não. Meu coração não o procurava, nem a magia, bruxaria, ou fosse o que fosse. Eu tinha de inventar algo, e rápido – ahn, disse que... que ia me mostrar.. algo... profundo. É, foi isso aí.
-Ahn... entendi. – ele disse, voltando a encarar o chão – Então, ela previu que você ia ver isso que te mostrei.
-Isso não responde minha pergunta.
O rosto de Christopher ficou corado.
-Bem,... ela previu que eu podia confiar em você.
-Em mim? Por que em mim?
Christopher parou de arrastar os pés, cessando o leve chiado que fazia, deixando tudo no mais completo silencio.
-Porque você me amava. – e me olhou – isso é verdade?
Perdi minhas pernas no mesmo momento. Eu nunca havia sentido uma falta de ar tão grande. O sangue sumiu de meu rosto e eu perdi a noção do tempo. Fitei o chão, tonta.
-Agatha? – ele segurou meus braços, e me apoiou, vindo pra mais perto – você ta se sentindo bem?
Respirei fundo. Tenho que sair daqui, estou sufocada.
Fechei os olhos e disse:
-Você disse que não me tocaria.
Christopher vacilou e depois me soltou, afastando-se.
-Desculpe.
Encerei o chão por mais um tempo e depois caminhei pra porta.
-Agatha... -
-Tchau. – falei, fechando a porta atrás de mim.
-Você não pode contar pra ninguém! – ele disse da janela, enquanto eu já estava quase do lado de fora da casa.

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Notas finais do capítulo

*-----------*
*morrendodeansiadade*

digam o que acharam, com sinceridade, ok???

OBRIGADAAA!!!



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