My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos escrita por uchiha rsa-san


Capítulo 22
Fria


Notas iniciais do capítulo

*-------------* pessoal, mais um capituloo!!!
obrigada por lerem!!



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Beth havia me ajudado. Por quê? Eu não merecia nenhuma das varias ajudas dela.
Sthephy tinha me protegido. Por quê? Eu não merecia nenhuma proteção.
Meus pais tinham acreditado em minhas mentiras. Por quê? Eu merecia nunca mais sair de casa.
Christopher havia me enganado. ... Bem, alguém tinha que dar o troco pelas minhas loucuras.
Abri os olhos sem forças. Domingo, dia de igreja. Eu aposto que Deus não quer nem ouvir meu nome.

                    *-*-*-*-*

-Vai à igreja hoje, Agatha? – minha mãe perguntou antes de colocar a xícara de café com leite na boca.
Respirei fundo antes de me encostar na cadeira e responder na maior calma que tinha:
-Não, mãe. Eu não quero ir hoje, não. Acho que vou dar uma volta por aí.
-Uma volta? - perguntou meu pai – pra que uma volta? Onde?
-Ah, sei lá, pai. Quem sabe eu vá na casa da Sthephanye. Ou da Beth. Não sei.
Michael tossiu e minha mãe bateu de leve nas costas dele.
-Foi o pão, Mike?
-Não. Aveia.
Ele meteu a colher na salada de frutas de novo e me encarou.
-Foi chata pra caramba aquela festa, hein? Credo.
Era a primeira vez que ele tocava no assunto desde a maldita sexta-feira. O olho esquerdo roxo e o calombo no canto esquerdo da boca pareciam confirmar o comentário obvio.
-Eu que o diga. – respondi tentando sustentar o olhar malicioso de meu primo.
Era muito chato ter de conviver com ele sem saber se ele tinha ouvido os comentários sobre... bem, sobre meu ex-amigo e a garota que me odiava. Eu nem tinha certeza se ele tinha mesmo reparado que eu saí em busca de Christopher, então a tensão que surgiu quando ele tocou no assunto na mesa do café da manha foi nítida.
-Ah, mas agente não precisa ficar lembrando disso, não é? – disse minha mãe – as vezes essas coisas acontecem, vamos esquecer. O que importa é que os dois estão bem. Poderiam ter se machucado mais.
-É isso mesmo. – concordou meu pai - poderia ter sido pior. – e voltou os olhos para a TV lá na sala, onde passava o noticiário da manha – até parece que toda a gangue de Long Vill se mudou pra cá.
Mordi mais um pedaço de pão, sem fome.
-Eu vou à igreja hoje, Tio Adam. – disse Michael, entre duas colheradas de frutas.
-Ótimo. – disse ele sem se desviar da TV.
Graças a Deus. Vai pedir perdão dos pecados e agradecer por estar vivo, Peste. Por mim, Ted tinha arrancado sua cabeça fora – pensei.

                    *-*-*-*-*

Eu sabia que não era a atitude certa a tomar, mas não podia evitar que a idéia aflorasse em meus pensamentos enquanto trocava os canais da TV, sem prestar atenção em nada.
O ronco do carro do meu pai virando a esquina atingiu meus ouvidos em cheio, despertando a idéia mais uma vez.
Vai lá. Você está sozinha, o que custa? Vá ver Christopher. Ele quer falar com você, pediu pra que você fosse ouvi-lo. Vai lá.
Levantei, derrotada pelo pensamento insistente e desliguei a TV.
Fui até a janela, onde mais abaixo estava uma placa com nossas chaves. A minha não estava lá.
Onde está a minha chave??
Ignorando a presença da chave da minha mãe, suficiente para eu sair de casa, eu aceitei o sumiço da minha chave como um aviso divino para não sair. Também, era um modo de distrair minha cabeça das idéias malucas, então comecei a procurar pela casa, embaixo do sofá, das almofadas, na cozinha, mesa, escada, quartos.
Debaixo da minha cama também não estava. Nem do travesseiro.
Maldita chave.
Fui até o peitoril da janela, buscando pelo lado de dentro e de fora, mas lá também não estava.
O céu tinha uma cara de felicidade, o que eu não compartilhava. Olhei na direção das casas, procurando perder os pensamentos, e numa direção mais pra esquerda, encontrei uma janelinha de madeira abertas, com uma cortininha rosa esvoaçando pelo lado de fora.
Perdi a respiração.
Aquela janela? Daquela casa? Christopher???
Minha alma sofreu um baque quando me lembrei de uma cena mais antiga.
*-As chaves... são mais...mais do que...o normal...pra você. Elas... vão te levar pra encontrar...o que...seu coração procura...*
É claro! A garotinha!!! Ela havia me dito sobre as chaves... então... talvez...
Desci as escadas correndo a raptei a chave da minha mãe pra sair de casa.

                         *-*-*-*-*

Eu me sentia uma total idiota enquanto andava ofegante pelas ruas.
Isso é tão obvio, TÃO obvio....
Uma garotinha de uns seis anos, hã? Christopher também tinha uma irmãzinha. Mas, meu Deus, ele era japonês e ela era ruiva!! O que isso tinha haver?
Ah, mas ela disse que a casa era dela.
Ah, ela pode ser filha da empregada.
Ah, tem que haver algo em comum nisso.
Não continuei conjecturando sobre as possibilidades pelo fato de ainda não estar completamente segura se tudo aquilo era verdade. O fato de Christopher morar naquela casa era muito estranho. Ainda tendo aquela garotinha estranha por perto...
Aaaaaiirrr, minha cabeça ta ficando louca. – resmunguei mentalmente.
Eu o avistei assim que a porta da casa entrou na minha vista. Christopher estava sentado no degrau da porta, a cabeça baixa, remexendo em algo nas mãos. Eu não tive coragem de chamá-lo então apenas reduzi o passo e esperei que ele levantasse a vista até mim, enquanto sentia a pena e o remorso infundados tomarem conta de mim de novo.
Mas que ódio, eu não consigo ser fria!
Christopher manteve a cabeça baixa até eu quase parar de andar, então ele se levantou e, por fim, me viu perto do portão, ainda reduzindo o ritmo dos passos.
Em primeiro lugar, eu vi seu rosto abatido, dois anos mais velho. Havia olheiras de sono e os olhos estavam injetados e vermelhos.
Em segundo lugar, eu o vi correndo, metendo algo no bolso, abrindo o portão e chegando perto demais, sua respiração entrecortada enquanto disse meu nome:
-Agatha.
Ta, tudo bem. Fria. FRIA. Lembre-se disso.
-Oi, Christopher. – respondi, sem ter a menor noção se tinha conseguido ser fria o suficiente.
Ele engoliu em seco.
-Você veio me ouvir?
-Não. Eu vim buscar minhas chaves.
Eu não sabia que era mais difícil mentir quando se sentia culpada e com pena, embora eu não tivesse motivo para sentir dó dele.
O rosto de tristeza caiu novamente sobre o rosto antes animado de Christopher. As olheiras pareceram crescer mais enquanto ele abaixava a cabeça.
-Ah, claro. – e enfiou a mão no bolso, tirando as chaves de dentro e me entregando.
Foi minha vez de engolir em seco.
-Como sabia que elas estavam aqui? – ele perguntou, acanhado.
Tudo bem. Essa pode ser a hora. Desmascare-o. FRIA. FRIA.
-Eu sei mais do que você imagina. Sei sobre sua irmã.
Ele levantou a cabeça num impulso e me encarou, perplexo. Ficou me observando, lutando com palavras, até que gaguejou:
-S-sabe sobre S-Sophie?
Sophie? Era esse o nome da garota?
-Sei.
Um sorriso se abriu no rosto dele, quase me fazendo cair pra trás.
Ta rindo do quÊ?
-Então... então... eu não preciso te explicar. Ela te disse tudo? E você ouviu?
...
-Hã? Me disse o que? Ela me disse uma coisa estranha sobre minhas chaves... e você não vai me explicar? Explicar o que?? Eu não quero saber sobre você e... e a...
-Não, Agatha. – ele segurou de leve em meu braço, e eu me arrepiei de novo. Mas que droga. – eu acho que ela não te disse tudo, então. Por favor, me escute, eu prometo que não vou falar da Ashley, se você não quiser ouvir, mas tem uma coisa que você precisa saber, faz tempo.
-Ta – eu retirei meu braço da mão dele e o encarei de novo. Fria, Agatha. Fria. Fala, então.
Christopher olhou para os lados.
-Não posso dizer aqui.
-Por quê?
-Não posso. Entre na minha casa.
-O QUÊ??
Ele levantou as mãos para cima e se afastou dois passos.
-Prometo não te tocar, e manter essa distancia. Mas, por favor, entre. Eu realmente preciso te contar.

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Notas finais do capítulo

*----------------* reviews??



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