My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos escrita por uchiha rsa-san


Capítulo 20
O Baile de Boas-Vindas...[4]


Notas iniciais do capítulo

ooii
pessoal, parei de escrever a fic por um tempo estou com mtas tarefas agora que voltei as aulas, e nao sei qdo poderei escrever o resto da fic, maaaaas, tem bastante capitulos pra vcs ate la, então, ENJOY IT XD



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Pressão.
Havia pressão em meus ouvidos, mas foi se dissipando de leve.
Havia a inconsciência, até então presente, se afastando também, mas eu não queria que ela fosse embora. Não queria voltar à sanidade. Eu tinha medo de abrir os olhos, de ouvir qualquer palavra que fosse.
Iria doer. Estava doendo. Rasgando por dentro do mesmo modo que antes, nem sei quanto tempo atrás, enquanto eu corria pra fugir. Mas ainda estava ali.
Eu guardei a cena nítida do meu desespero pra mim.
Mantive os olhos bem fechados. Não quis mover sequer um músculo. Nem mesmo um mero nervo.
A cena repugnante correu diante das minhas pálpebras fechadas mais uma vez, e eu não pude impedir que minha face se contraísse involuntariamente enquanto eu empurrava com toda a força os pensamentos de volta a merecida insanidade.
Uma lágrima solitária correu pelo canto do meu olho enquanto eu engolia em seco.
-Agatha?
Abri os olhos abruptamente e joguei meu corpo pra cima, sentando-me e encarando a voz estranha que sussurrara meu nome.
De inicio, só houve a escuridão. Aos poucos eu pude definir uma tênue luz amarelada que com seus raios tingia os poucos lugares iluminados em um misto de rosa e laranja.
Mas não dava pra me concentrar em nada no momento. Aquela voz... quem sussurrara meu nome? Quem poderia ser com aquela voz?
Meus olhos se concentravam na imagem obscura à minha frente.
Eu estaria ficando perturbada? Louca? Minha alma pareceu se contorcer e se espremer dentro de mim, minha respiração oscilante perdeu-se enquanto a imagem se tornava mais real à medida que meus olhos acostumavam-se à escuridão.
Uma parte do rosto iluminada pela luz meio rosa meio laranja, envolto na escuridão do resto do ambiente ainda desconhecido pra mim, Christopher me encarava.
Os olhos apertados até mais abertos, observando, atento, meus movimentos.
Meu corpo se encolheu num canto do local macio. Eu queria distancia.
Meus olhos encheram-se de lagrimas involuntárias e eu senti que me descontrolaria. Não poderia conter meu choro raramente compulsivo.
Tentei engolir os soluços que afloravam devagar, e o som da minha respiração, agora ofegante, invadiu o lugar.
Eu não desviava o olhar do dele, e minha mente torturada pedia pra que eu pudesse parar com aquilo. Não queria ter alucinações, não com ele! Por que eu teria de sofrer tanto? Minha alma pareceu se contrair mais, puxando meu corpo junto, e o ar foi ficando sem espaço para correr por mim, enquanto eu me encolhia mais e mais.
Deslizei os dedos pelas minhas pernas, buscando-as para que se aproximassem mais de mim, e senti o tecido do vestido da festa. Os babados escorregaram pelos meus dedos, o mesmo tecido leve, macio, escolhido pela minha mãe.
Olhei por um momento a roupa que eu usava. Uma cor de vinho me cobria até os pés descalços, e havia pulseiras em meus pulsos. Eu estava um uma cama, com lençóis brancos, de algodão, os travesseiros de renda eram onde eu me sentava, e a cabeceira de ferro preta, trançada em desenhos irreconhecíveis, onde eu me encostava.
Voltei o olhar para aquela perturbação, e Christopher ainda estava ali. Seus olhos agora mais apertados, de forma que apenas as íris pretas, reluzentes e misteriosas, estavam à vista. Seu rosto se retorcia numa careta de dor.
Ele engoliu em seco, e estendeu de leve a mão tremula, passando-a pela borda da cama em minha direção, como uma criança faz em frente a um cachorrinho que quer acariciar sem ser mordida.
-Es-está tudo bem, Agatha. Você está... está em minha casa.
Embora a voz dele não passasse de um mero sussurro, atingiu-me como um grito perturbador. Meu coração pareceu se contrair, preparando-se para uma pulsação forte demais, e o sangue veio rápido, fluindo em minhas veias como carros em uma pista de corrida. Eu pude sentir meu corpo rígido agora se amolecer com a nova enxurrada de sangue fresco e forte, enquanto a cena envolta de mim tomava um incrível ar de realidade. Em meio segundo eu avistei em volta de mim paredes que continham prateleiras vazias, esperando por decorações. A janela era de madeira e tinha cortinas rosa claro, incrivelmente conhecidas minhas em algum lugar na minha memória confusa.
O chão era de madeira, e eu senti o leve cheiro de algum perfume fraco, mas que penetrou em minhas narinas, instigando a curiosidade.
Voltei os olhos e mais uma vez, Christopher me observava. A seu lado havia um criado-mudo de mogno, com apenas um relógio digital aparentemente desligado, e um prato, onde estava um caldo alaranjado e sem cheiro.
Então... era real? Eu estava na casa de Christopher? E como viera parar ali?
Uma dor pulsou em minha cabeça, fraca, mas lá dentro. E quando eu levantei a mão na intenção de afagar a cabeça, pela primeira vez avistei as feridas que desciam pelos meus braços e antebraços, que queimaram quando eu tentei esticá-los, fazendo-me gemer.
-Você caiu. – sussurrou Christopher mais uma vez. Ele não estava se atrevendo a chegar mais perto, mais seus olhos declaravam a intenção.
Acho que ele percebeu algo de confuso em minha expressão e voltou a sussurrar.
-Hoje... você caiu hoje à noite, Agatha. Hoje foi o baile.
Uma onda de raiva preencheu o espaço que antes havia para a dor enquanto meu cérebro voltava aos últimos momentos antes do apagão.
O dia do baile. Minha maldição.
Christopher inclinou-se mais um pouco e esticou o braço pro lado, pegando o prato com o caldo alaranjado.
-Dá pra ver que você está fraca. Coma isso aqui.
O que antes era um sussurro, quase sumiu quando ele disse a última frase. Seu braço veio em minha direção mais uma vez, enquanto ele fitava o caldo que tremia dentro do prato de porcelana.
Eu não percebi que havia uma singela lagrima escorrendo em meu rosto até que meus olhos quiseram acompanhar o ritmo e encharcaram-se.
Num movimento impulsivo, eu soltei o braço direito que envolvia minhas pernas e girei a mão, para que a palma batesse exatamente na beirada do prato.
A porcelana voou e caiu na beira da porta bege, mais atrás, com um estrondo fino, derramando o caldo pelo chão numa trilha, e ensopando a ponta dos lençóis da cama.
-Eu quero sair daqui.
Nunca vi minha voz tão rouca e grave. Meu sussurro de desespero soou mais como uma ameaça, não que eu me importasse.
Escorreguei pelo outro lado da cama e me levantei, sentindo o chão frio fazer as solas dos meus pés se contraírem.
Christopher ainda recolhia a mão de cima da cama, devagar, encolhendo-se na cadeira onde estava sentado. Uma gota escorreu pelo seu braço estendido, e seu rosto se contraiu numa expressão vazia, enquanto seus olhos encheram-se de água a as derramaram silenciosamente.
Eu não me apiedei.
Contornei a cama e na ponta próxima de Christopher eu encontrei minhas sandálias. Enfiei-as no pé de qualquer jeito e amarrei sem me importar se estava apertado demais.
Ele, mais acima de mim, não se virou na cadeira onde estava encolhido para me ver.
-Eu não quis. – sussurrou abafado pelos braços.
A nova onda de raiva me invadiu tão rápido que no impulso de sair logo dali, eu me inclinei demais pra frente e caí de joelhos.
Ouvi Christopher virar-se como uma bala na cadeira, mas me levantei dando as costas pra ele e fui em direção à porta.
-Eu vi. - foi a única coisa que consegui dizer, de novo na voz rouca e grave, antes de bater a porta.
Do lado de fora, havia varias luzes de vela entre cada uma das varias portas que havia no corredor.
Este corredor dava a volta por toda a casa, formando um quadrado, onde lá embaixo eu avistei sombras que lembravam sofás. Andei pelo estreito corredor que era contornado por corrimões até chegar à ponta que, aparentemente, dava de frente para a entrada da casa. Havia uma escada enorme que eu desci com pressa.
No meio do caminho eu vi a porta da qual eu saí abrir-se novamente bem rápido, e Christopher saiu correndo na direção da escada.
Apressei o passo, quase pulando os degraus enquanto ouvia as batidas rocas das pisadas de Christopher pela casa e descendo as escadas.
Quando enfim alcancei o último degrau, avancei por entre a sala, pisando com força enquanto corria por cima de um tapete, e a porta já estava quase ao meu alcance, mas algo me puxou pelo braço dolorido para trás.
Christopher me alcançara. Que ódio.
-ME SOLTA! – gritei feroz, puxando meu braço de volta, enquanto Christopher recolhia o braço, o rosto molhado com listras de água.
-Agatha, escute, o que você viu foi o que eu tive que fazer! Agat-
-NÃO ME INTERESSA! ¬– gritei mais uma vez enquanto girava a maçaneta e me jogava pra fora da casa. Do lado de fora eu tinha que atravessar um pequeno jardim até os portões pretos. Vou sair daqui agora – pensei.
-Agatha, você não sabe, me deixe-
-NÃO! – eu me virei furiosa e o encarei. – VOCÊ É QUE TEM QUE ME DEIXAR. ME DEIXE EM PAZ! PRA SEMPRE! – e voltei a andar, o portão cada vez mais próximo.
Houve pequenos segundos em silencio, até que quando eu já quase tinha a mão no portão, ele berrou:
-ENTÃO ME EXPLIQUE COMO SEUS BRAÇOS ESTÃO CURADOS!!!
Parei de súbito e olhei meus braços. Eu tinha visto as feridas antes, e senti-las doer, mas agora, do lado de fora da casa, iluminada pela luz do luar, eu vi que elas não sangravam como eu havia previsto.
Christopher se aproveitou dessa distração e voltou a falar, dessa vez não em sussurros.
-Você chegou aqui dez horas, Agatha. Você caiu feio. Como acha que suas feridas não estão sangrando? Só faz vinte minutos que chegou aqui.
Aquilo era ridículo. Eu pouco me importava como ele tinha curado meu machucado, embora fosse realmente feio. Não me interessava se ele tinha passado um pano ou a língua. Ele tinha colocado minha alma em chamas de tanta raiva.
Quando eu me virei pronta para uma jorrada de xingamentos, tive que me segurar no portão ao ver o que havia atrás de Christopher.
Como...? ...?
Minha mente parou por um instante e começou a rodar. Não podia ser. Não podia estar acontecendo. Não. Não podia. Como assim?
Christopher arregalou os olhos.
-Agatha? O que foi?
Como eu não vi antes?
Feito um filme, as varias imagens daquele lugar foram disparando pela minha cabeça, rápidas, delirantes.
Senti-me sem forças e me apoiei mais no portão ainda fechado.
Christopher avançou na minha direção.
-Agatha, você bateu a cabeça. Está doendo? O que foi?
Quando percebi que ele me alcançaria de novo, virei-me e abri o portão, em tempo de batê-lo quando Christopher já segurava as grades.
Ele pressionou o rosto contra o ferro, e passou um braço pra fora. Me esquivei da sua mão que tentava me segurar e olhei-o de novo.
Impossível! Por quê?
-Agatha... volte aqui...! – ele choramingou contra o portão. Novas lágrimas foram escorrendo de sua face e eu me virei e recomecei a andar, para não vê-lo mais.
Andei perturbada enquanto ouvia seus sussurros ficarem mais longe.
-Volte amanha... volte aqui, Agatha... eu preciso falar... Agatha...
Ele não podia saber o porquê da minha perturbação. Não tinha nada a ver com a minha cabeça.
Não, não tinha.
Ele não poderia entender porque me assustei ao perceber que ele morava naquela casa da Rua Hicktory.

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Notas finais do capítulo

OO gostaram??
um review, please?
*-----------------*



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