My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos escrita por uchiha rsa-san


Capítulo 19
O Baile de Boas-Vindas...[3]


Notas iniciais do capítulo

OO.. E... O BAILEEE, enfim ! *apanha*



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A música estava alta.


Sthephy não conseguiu esperar entrar na escola e começou a se balançar ainda na rua mesmo. A irritação de Beth parou assim que passamos dos muros enfeitados com pisca-piscas e entramos na escola.


Muita gente já estava lá. Eu contaria 80% dos adolescentes da cidade, e mais um monte de gente que não era de Mylan City, em geral parentes e amigos.


Havia tanta gente que eu me perguntei se seria possível encontrar Christopher ou qualquer um ali dentro. Beth, milagrosamente, conseguiu localizar o primo dela e o visinho de Sthephy - que era o par arrumado de última hora de nossa amiga – numa mesa no canto do imenso pátio decorado com fitas vermelhas que pendiam do teto por todos os lados.


Os corredores nos andares de cima estavam tomados de convidados que dançavam, corriam e conversavam animadamente entre si.


O primo de Beth que viera fazer-lhe companhia desta vez era Adolf. Simpático e com seus um metro e oitenta de altura, ele se destacava facilmente dos outros rapazes ao redor. Ted, o visinho de Sthephanye, nos cumprimentou timidamente, enquanto Adolf nos dava aqueles abraços acalorados. Me perguntei se Ted estava tão acanhado por perceber que não seria páreo para ele.


Olhei em volta. Eu podia ver diversas pessoas sem reconhecer nenhuma, embora eu procurasse atentamente em seus rostos um conhecido traço de olhos puxados, sem resultado nenhum. 


Christopher iria mesmo?


Como quem lê meus pensamentos, Beth pôs a mão em meu ombro e sorriu.


-Acalme-se. Só está começando.


Dei um suspiro de alívio.


-É. Tem razão. Mas isso não deve ter um bom significado para você, não é? – e apontei com a cabeça para a mesa, onde Sthephanye já conversava animadamente com Adolf, deixando Ted quase totalmente de lado.


Beth suspirou.


-Sabe, Ag? Não quero ter raiva hoje. Quem sabe possamos trocar os pares, hã? Ted parece ser legal, e Adolf já está muito entretido com Sthephy...


Arregalei os olhos para Beth.


-Sério, Beth?


Ela riu.


-É. Ah, to cansada, sabe? Quero mesmo me divertir hoje.  – de repente o olhar dela se tornou mais direto no meu – e você, juízo. Fique calma e mantenha a cabeça no lugar.


-Ahn... tudo bem, Beth. – respondi confusa. Ela esperava que eu fizesse algo de errado naquela noite?


Enquanto os minutos passavam e a conversa a minha volta se animava, eu só conseguia pensar que a única coisa que poderia dar errado era a falta de Christopher. O baile não teria significado algum pra mim enquanto ele não estivesse lá, por isso, não parei de procurar por um bom tempo, e quando por fim vi de relance as horas no relógio de Ted, sentado ao meu lado, - oito e meia – decidi dar um descanso a mim mesma. Ainda era mesmo cedo.


Enfim, quando me concentrei nas historias em voltas, todos já estavam mesmo muito entretidos. Beth conversava animadamente – um feito raríssimo – com Ted sobre algo que parecia “escolas boas em Chicago”. Sthephanye e Adolf, do outro lado da mesa, falavam sobre futebol americano. Era mesmo incrível quantos assuntos masculinos Sthephy sabia abordar para ficar sempre atualizada com o sexo masculino.


Num relance, uma visão devastadora fez meu coração parar. Entrando pela porta, com uma simples jaqueta de couro por cima da camisa branca e uma calça social, estava Michael. Ele vinha em nossa direção e senti meu sangue gelar. Pensei em Beth e Sthephanye, e principalmente em Beth, que havia ficado tão irritada pouco tempo atrás, com a súbita intromissão dele em nossa conversa. Ela teria um ataque logo hoje que queria se divertir.


Mas que maldição!! O QUE ESSE BABACA TA FAZENDO AQUI!!!???


Sthephanye soltou um muxoxo do meu lado e afundou a cabeça nas mãos.


Olhei Beth. Ela estava vidrada, paralisada, irritada de novo.


Ai não. Por quê? Por que logo HOJE?


-E ai, pessoal? Foi mal, Ag. Mudei de idéia.


Duvidei da minha sorte.


Michael sentou-se entre mim e Sthephanye e ficou encarando Beth. Eu não entendia qual era a dele. Por que ele a estava perseguindo? A expressão de Beth não indicava uma boa coisa. Ela estava com uma cara amarrada, enquanto Ted tentava puxar um assunto com ela novamente. Sthephy continuou na conversa com Adolf sobre os times de futebol americano e eu me perguntei quando Michael ia se intrometer e se Adolf iria reclamar e quebrá-lo na porrada caso ele não gostasse da bronca que receberia. Só que ele não moveu nem um centímetro dos olhos para desviá-los de Beth, e ela não se descontraiu nem em um momento, respondendo seca as perguntas de Ted. Eu sentia o clima pesar cada segundo mais, e sabia que uma hora algo daria errado ali, e não queria ver no que acabaria.


Mas que droga, Christopher não aparecia em nenhum momento e já eram nove horas. Como eu havia agüentado meia hora naquele clima tenso desde que Michael chegara? Não havia resposta alem de que eu estava fantasiando sobre o momento em que Christopher chegaria e eu cairia fora dali.


Mas o momento não chegava nunca.


Levantei-me e disse que iria comprar um lanche. Beth e Sthephy sabiam que eu não faria aquilo. Eu não tinha um pingo sequer de fome.


Passei pelas pessoas que se amontoavam na área da cantina, não só para fazer a mentira de comprar comida mais verídica, mas também para procurar ali por Christopher.


Sinal algum dele.


As pessoas passavam por mim num tumulto crescente. Eu ouvia gritos e risadas, percebia vagamente os passos de dança e as piadas contadas que animavam a todos enquanto o pânico crescente se apoderava de mim. Na área dos banheiros ele não estava, e eu desejei poder procurar lá dentro.


Aquela maldita escola era grande demais para procurar por alguém, ainda mais tão lotada como estava. Enquanto eu procurava no laboratório, ele poderia muito entrar pelo hall sem que eu nem desconfiasse.


As esperanças de esbarrar com ele foram sumindo junto com a música, mesmo que ela fosse perfeitamente audível – até demais -, enquanto eu ia até a quadra, perdida nos malditos pensamentos pessimistas.


Meu coração batia tão forte que eu sentia a pulsação nítida sob o peito.


E do nada, ele parou.


Havia uma turminha encolhida num canto, numa de suas famosas rodinhas de conversas animadas. Famosas mesmo. Aquela era a turminha de Ashley. Eu não poderia confundir jamais todas aquelas patricinhas fúteis e seus amiguinhos-ficantes idiotas. Todos se divertindo e rindo muito.


Mas, havia alguém que não se encaixava ali. Alguém que eu não pude deixar de reconhecer, embora fosse perfeitamente estranho naquele local.


Christopher ria e conversava com os outros.


Eu não podia dizer que meu coração tinha se controlado porque ele estava mais para lento demais do que para normalizado. Como se eu pudesse desmaiar.


Mas o que Christopher estava fazendo ali? Aquilo não se encaixava. Ele não gostava de multidões. Ele próprio me dissera que era mais sozinho do que acompanhado.


Ah, tudo bem Agatha. Melhor se recompor. Afinal, hoje é um dia de festa, não é? Ah, pelo amor de Deus, acalme-se. Ele já vai te ver, você não precisa ir até lá.


Mas, algo estranho aconteceu. Algo fugiu da ordem normal e saiu do lugar certo. Algo não estava bem.


Christopher estava abraçado com Ashley, e ela o estava...


Não. Não podia ser. Talvez meus olhos estivessem embaçados, afinal. Esfreguei-os sem me preocupar com a maquiagem, porque aquilo não me importava. Não. Não era...


Era. Ashley estava abraçada com Christopher, beijando-o sem escrúpulos, enquanto todo mundo em volta gritava. E ele parecia retribuir.


Não. Aquela era uma nova aquisição na lista dela, ou já vinha sendo...?


Não pude terminar a frase. Meu cérebro se recusou a completar o raciocínio no momento, enquanto eu recuava com meu corpo para trás, mas eu senti seu íntimo terminar a conclusão obvia enquanto eu me virava e começava a correr com todas as forças.


Eu estava correndo, mas pude tentar me pôr no lugar dos outros que eu empurrava para saírem da minha frente. Ela é louca - eu diria se fosse um deles.


Mas eu não ligava. Aquilo não era importante. Eu tinha que me afastar.


Minha cara devia ser patética enquanto eu corria em direção aos portões da escola, cada vez mais próximos.


Eu tinha que me afastar.


A música da festa parecia aumentar a casa passada. Eu realmente queria tampar os ouvidos e não escutar mais nada, mas além de ser impossível com todo aquele volume do som, eu tinha que segurar firme a saia do vestido, se não quisesse dar de cara no chão, o que já não era muito diferente de dar de cara com a realidade - minha realidade – como acabara de acontecer.


Eu estava com um salto muito alto para correr violentamente daquela forma, mas não ligava. Nem me perguntei por que até então não tinha me esborrachado no chão.


Eu só tinha que me afastar.


Ao alcançar a rua, os pensamentos tortos me atingiram mais uma vez.


Por quê? Pra que tudo aquilo?


Eu não queria pensar, só me afastar.


Tudo foi uma mentira. Eu nunca o tive. Jamais.


*- E como é o seu nome?


- Christopher Utada.*  


    Não. De jeito algum. Eu tinha que correr.


*-Ah, fala sério Agatha, você já entendeu.


-Hã?


-Eu vim falar com você, lógico.


-...*


Eu nunca o havia conhecido. Nunca. Fora uma completa estúpida todo o tempo.


* -(...) Pra começar, eu acho que nem ia dar trela pra uma conversa com um menino estranho, e ainda mais que sabia meu nome sem eu conhecer!


-Agatha! Vai deixar Beth dizer isso assim? Calmamente?


-Sthephanye, temos que ser realistas, você sabe tanto quanto eu que Agatha não é bem quista!*


As lagrimas foram escorrendo teimosas enquanto eu piscava, com medo da vista embaçada impedir que eu corresse mais. A escola ainda estava perto. Perto demais para ouvir a maldita musica.


Eu precisava me afastar.


*-Agatha, veja bem, boatos nem sempre são falsos. Existe uma boa parte deles verdadeiros, se você souber onde procurar.


- (...) Agatha precisa entender. Filha, nós não queremos que vá com ele, porque as pessoas não dizem boas coisas.*


-Eu entendi, eu entendi! – eu repetia sussurrando, com a voz embargada, enquanto me guiava correndo pelas ruas escuras e quase vazias. Que horas são? Não interessa. Não importa.


Eu vou me afastar.


Eu parei, desacelerando, tentando saber onde estava. As ruas escuras à minha volta não me deixariam definir bem o rosto de alguém – caso houvesse alguém ali. Olhei em volta sentindo o coração mais acelerado do que quando procurava....


Não. Não iria repetir o nome. Não queria saber. Não iria ver. Nunca mais.


Eu tinha que correr mais.


O sangue estava correndo tão rápido em minhas veias, que eu sentia a forte pulsação não mais no peito, mas sim em meus ouvidos, na minha cabeça. Podia sentir o ritmo forte e assombroso, que não combinava com o barulho dos saltos das minhas sandálias batendo no chão enquanto eu ganhava velocidade de novo. Estava correndo mais rápido do que sabia que conseguiria, mas estava correndo. Dane-se o resto - pensei.


As lagrimas escorrendo furiosamente também não combinavam com a cena em que eu estava, mas me concentrei em alcançar a rua que se aproximava na próxima esquina.


Como breu, eu avistei a última cena daquela noite.


Enquanto minha visão ia para baixo, um nome que parecia o meu foi gritado, mas a pulsação do sangue em meus tímpanos era total agora. Eu não sabia por que o chão estava se aproximando, e não consegui deter o meu corpo de derrapar no asfalto áspero. Senti os braços sangrarem e a cabeça latejar com a furiosa queda.


Num ultimo relance, eu avistei a casa da Rua Hictory lá na frente da rua, mas ela também sumiu junto com todo o resto quando minha visão escureceu.   


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Notas finais do capítulo

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