My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos escrita por uchiha rsa-san


Capítulo 18
O Baile de Boas-Vindas... [2]


Notas iniciais do capítulo

oieee continuação do Bailee, (que ainda não chegou...¬¬ UHXUSUHX)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/36005/chapter/18

-Ta apertando, filha? – perguntou minha mãe, pela centésima vez.


-Não, mãe.


-Ta pinicando?


-Não, mãe. Não ta.


-Furando?


-NÃO, MÃE!! Já disse que ta tudo certo!!!


-Ah, para vai. Eu falei pra você se decidir antes. É isso que da encomendar um vestido de ultima hora. Agora fica brava aí. Droga.


-Desculpa, mãe.


 Desci do banquinho no qual eu já estava há duas longas horas. Eu sentia minhas pernas entrevadas e o quadril doendo de tanto ser sacudida pelo vestido que minha mãe virava pra todo lado, tentando arrumar.


Um barulho interrompeu minha concentração em procurar as sandálias pretas. Meu estomago roncara.


-Agatha, já falei que-


-Eu também já falei que não quero comer, mãe. – respondi, também a essa pergunta, pela centésima vez.


-Só quero ver quando desmaiar de fome. – e saiu do quarto, me deixando sozinha a amarrar as alças da sandália mais do que alta que ela própria me arrumara. Quando terminei de calçá-las, fitei-me no espelho do guarda-roupa.


Meu vestido vinho era colado ao corpo na altura do tronco, abrindo-se numa saia cheia de babados, e nem por isso larga demais.


É, até que tava bom.


Meu estomago roncou novamente, seguindo a mesma rotina de um dia inteiro, isso porque na véspera eu jantara migalhas ao invés de um senhor prato como todos os dias. Ansiosa demais. No dia do baile eu não quis comer absolutamente nada. O que eu achava que era impossível de acontecer, aconteceu. Minha ansiedade aumentou.


Minha mãe me forçara a comer bolachas e leite na hora do almoço, ainda sabendo que isso não era nada, mas ainda assim, foi difícil comer. Meu estomago parecia um lutador de boxe, brigando contra qualquer coisa que eu tentasse unir a ele.


Meus cabelos loiros foram presos apenas uma parte, bem em cima da cabeça. A parte solta caía em cachos endurecidos com laquê, cobrindo meu colo à mostra e pendendo nas minhas costas até quase chegar a cintura.


Virei-me mais umas dez vezes em frente ao espelho, sem prestar atenção em mim mesma. Em minha mente, eu visualizava todas as possibilidades de desastres naquele dia, desde tropeçar na barra do vestido ao descer a escada de minha casa, até ser atropelada enquanto atravessava a rua.


Nenhuma imagem me assustou mais do que a de não ver Christopher na festa, e não só porque isso significaria passar o resto do tempo com Michael, mas também porque eu estava alimentando fantasias novamente com meu novo amigo.


 Eu esperava que ele agisse como um admirador, e não um amigo, e – de novo – isso estava me matando.


Bati a porta do guarda-roupa com raiva e parei de encarar meus devaneios para sair do quarto e me concentrar nos degraus enquanto ia ao encontro de meus pais na sala.


Pude ver os cabelos curtos de Michael sentado no sofá, de costas para a escada e rezei para que ainda não estivesse pronto.


Contornei a sala até a porta, e parei para vê-los.


Meu pai estava com o controle da televisão no colo, sem prestar atenção ao noticiário. Aquilo não era bom.


Minha mãe tinha aquela cara de desapontamento, mas não olhava para mim, então não deveria ser tão ruim.


No centro do sofá estava a atenção dos meus pais: Michael, vestido com suas comuns roupas de surfista, fitava a TV.


Meu coração quis pular frevo. Ele não está arrumado? Isso é ótimo! Eu não vou com ele!!


-O que foi? – perguntei.


Pela primeira vez, os olhos das pessoas ali presentes se voltaram para mim.


-Oh, filha! Que bonita você está! – disse meu pai. Aparentemente um elogio normal, mas eu sabia que aquilo significava: você está bonita demais para esse maldito baile. Se eu ver alguém se amassando com você... se eu ao menos souber...


-Ah, ficou ótimo, filha!! Perfeito! Dona Charlotte é mesmo magnífica!


Michael demorou os olhos em mim, e eu quis sair naquele momento mesmo. Por fim, ele apenas disse:


-Muito bonita, Ag. Parabéns. Divirta-se. – e voltou os olhos para a TV.


Eu esperava que ele subisse correndo, pedindo para que eu o esperasse porque ele infelizmente se atrasara, mas não havia indícios em seu comportamento de que fosse sair tão logo da frente da televisão.


-M-mas o que? Você...?


-É – ele respondeu sem me encarar – eu não vou.


Minha mãe soltou um suspiro profundo.


-Ah... eu já tentei de tudo, Ag. Ele não quer ir. Disse que mudou de idéia. Tente convencê-lo filha!


Ah, não...não. deixe ele aqui bem quietinho, vai. Hoje eu estou com sorte!!


Enquanto eu gaguejava o começo de uma frase totalmente não-planejada para convencer Michael, a campainha tocou, e eu me senti realmente sortuda.


Beth e Sthephy estavam na porta.


Sthephy tinha os cabelos ruivos e esplendidamente lisos presos numa trança retorcida, que não caía para trás, e sim para o lado direito. Usava um vestido tomara-que-caia vermelho-berrante, daqueles bem rodados, até o chão. Ela tinha inúmeras pulseiras douradas nos braços, e as argolas de mesma cor pendiam de suas orelhas. Os olhos verdes investigaram o interior de minha casa, e aparentemente, como não encontraram nada novo no meio segundo em que procuraram, viraram-se para mim e ela abriu o sorriso feliz de sempre.


-Olá, Ag. Viemos te buscar!


-Olá, Sthephy.


Beth permaneceu calada por uma fração de segundo suficiente para que eu a observasse. Ela usava um vestido do mesmo modelo que o meu, mas sem babados. Era azul-marinho e em veludo. As alças finas subiam em direção ao pescoço, indicando que atrás se cruzavam. Seus cabelos incrivelmente pretos e cheios de cachos largos e perfeitos estavam soltos em volta dela, o que não era problema, pois não podiam criar volume com todo o gel e outros produtos que a mãe dela sempre usava, deixando todos intrigados como eles nunca se bagunçavam. Havia um par de brincos prateados compridos e finos escondidos entre os cachos.


Os olhos azuis faiscaram como águias dentro de minha casa, e mesmo sem me virar para trás, eu percebi que fitavam a roupa à vontade de Michael.


Ela, então, abriu um pequeno sorriso discreto e meneou a cabeça num cumprimento aos meus pais.


-Olá.


-Oi – responderam eles.


Mas algo não soou normal. Uma voz diferente entrecortou a fala de meus pais, um pouco alterada.


-Olá.


Era Michael.


Eu vi os olhos de Sthephanye e Elisabeth moverem-se para cima, e me virei receosa.


Suspeitas confirmadas: Michael estava do meu lado.


-Prefere que eu te leve, Ag? – se muito, os olhos dele pousaram por um milésimo de segundo em mim e depois voaram para Beth.


-Não. – ela respondeu na voz mais ameaçadora que tinha, o que colocava qualquer um sentado. Me senti humilhada. Além das minhas singelas pulseirinhas pretas e uma corrente de mesma cor no pescoço serem bem menos bonitas do que as de minhas amigas, a imponência de Beth sempre me fazia me sentir com um pequenino camundongo bonzinho. Ela era tão segura de si e tinha um ar tão poderoso! Minhas ameaças não eram nem conselhos perto das dela.


Michael recuou na mesma hora, mas um sorriso estranho se abriu em seu rosto e os olhos faiscaram.


-Ok. – disse ele, recuando sem nos virar as costas.


Beth segurou minha mão com força e eu entendi o recado.


-Mãe! Pai! Estou indo, ta? Beijos!


Sthephanye levantou um pouco o vestido e Beth me puxou pra fora, a mão ainda segurando a minha com força, e saímos.


-Beth! Agatha está linda, não está? – comentou Sthephanye, novamente extremamente animada.


-Muito. – respondeu ela seca, os olhos fitando a rua vazia a nossa frente, sem nem um sorriso no rosto contraído. A mão agora apertava a minha com tanta força que começou a doer.


-Ai, Beth! Minha mão! – falei alto.


Ela parou no mesmo instante, soltando a mão da minha e respirando com força.


-Desculpe.


Sthephy ficou fitando-a.


-O que foi, Beth? Ta se sentindo bem?


-Claro, vamos andando. – e recomeçou a caminhada rápida.


Andamos em seu encalço, mas eu sentia a tensão de Beth no ar. Ela estava mais do que irritada, e eu e Sthephanye não perguntamos nada, pois sabíamos que quando ela estava daquele jeito, não demorava a dar uma pista do que a deixara tão nervosa, se não explodiria.    


Dito e feito.


-Agatha, esse seu primo é o maior otário da Terra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OK, UM REVIEW? (o baile ta chegandoo XD)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.