My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos escrita por uchiha rsa-san


Capítulo 11
Novo amigo


Notas iniciais do capítulo

ooi pessoal!! mais um capitulo e desculpas pela demora!!
obg!! boa leitura!



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Foi só colocar o pé dentro de casa, e a chuva que se anunciava desde o meio dia caiu.  O céu nublou de vez e eu pensei se não seria um castigo pra mim por ter agido contra meus planos iniciais. Novamente veio em questão o fato de segunda-feira: estar na escola quinze para as sete da manha, para emprestar meu caderno a Christopher.


Seria saudável?


Claro, quando cheguei minha mãe estava fazendo o almoço e, ainda que ela não tivesse perguntado primeiro sobre como foi meu primeiro dia de trabalho, meu pai teria se encarregado disso, pela cara que ele fazia quando eu entrei em casa.


Tirando as conversas esfarrapadas sobre como Jeff não foi totalmente receptivo, e como eu tentei ao máximo me sair bem, sem ter errado nas contas uma única vez, o almoço foi até bom. Depois eu ajudei minha mãe com a louça e fui para o meu quarto.


Foi espantoso olhar pela janela e perceber que a chuva tinha piorado. Agora além do céu nublado e a água que caía sem parar, também trovejava e relampejava muito. Eu queria poder sair e tomar um bom banho de chuva. Talvez aquilo refrescasse minha mente abalada.


O domingo transcorreu como o sábado no quesito chuva. A única coisa de diferente é que fazia sol, então o arco-íris no céu era um bônus a mais para ser apreciado por quem tivesse a consciência limpa; o que não era o meu caso.


A dúvida sobre segunda perdurou por todo o fim de semana, como eu já havia previsto. A única coisa que mudara é que eu estava ficando mais ansiosa a cada hora que passava, com a idéia de vê-lo de novo.


Mais uma questão a ser pensada foi acrescentada na minha mente no fim do domingo: o que minhas amigas pensariam daquilo?


Sthephanye com certeza iria apoiar, eu não conseguia ter nenhuma dúvida sobre aquilo. O que me preocupava era a reação de Elisabeth. Como ela reagiria? Deixaria de falar comigo? Consideraria-me uma traíra? Eu não suportaria perder a amizade dela.


Depois de um longo momento ponderando sobre aquilo decidi deixar rolar. Eu agiria como me desse na cabeça na hora – o que quase confirmava que eu as deixaria de lado, porque seria difícil me concentrar em algo que não fosse Christopher.


Por fim chegou a segunda-feira e eu me levantei num misto de ansiedade, medo e remorso. Procurei acordar antes na hora habitual para poder fazer as coisas com calma, e não acabar chegando seis e meia ao invés de quinze para as sete.


O céu já clareara muito, mas ainda não estava no azul puro de um dia de sol.


Andei compassadamente até a escola, sentindo o coração acelerar quando vi os muros. O portão já estava aberto, como de costume, mas não havia muita gente lá dentro – como de costume.


Foi desconcertante chegar ao pátio de fora da escola e procurar com os olhos por ele. Meu coração começou a palpitar enquanto eu já tinha girado quase todos os 360 graus em busca dele, e foi quando eu voltei a fitar o portão, no exato momento em que ele entrou.


Fui a primeira coisa que ele olhou – bem, aparentemente.


Ele me alcançou sem pressa, mas de um jeito até rápido. Ele tinha um modo de andar muito suave.


-Oi, Agatha. – Christopher disse, assim que estávamos próximos o suficiente para eu ouvi-lo.


-Oi, Christopher. – respondi vacilante.


Andamos até um banco e eu mostrei a ele meu caderno de matemática, primeiramente. Ele não poderia saber que no fundo eu queria cavar um buraco no chão e enfiar minha cabeça lá dentro de tanta vergonha, já que as matérias de matemáticas foram as mais prejudicadas graças à minha fixação com coisas estranhas – incluindo ele – na última semana.


A escola foi enchendo de gente com os minutos rápidos que se passaram. Para mim, ainda foram muito mais rápidos, já que eu me concentrava totalmente em explicar algumas coisas a ele. Só percebi que tinha que entrar quando o sinal tocou.


Christopher me olhou e sorriu, e estranhamente, ali eu encontrei alguma razão pra não ter precisado ficar tão preocupada com minhas amigas.


Minhas amigas. Eu nem as tinha visto.


-Obrigado, Agatha. Valeu mesmo.


-Não precisa agradecer, é... se quiser eu posso vir mais cedo amanha também. – de onde eu havia tirado coragem pra perguntar aquilo?


Ele pensou por um momento.


-Não, não precisa. Não se sacrifique mais por mim – e sorriu – eu vou dar o meu jeito.


Claro. Imbecil. Aí está a resposta para você, Agatha.


Eu tinha certeza que se fantasiasse demais sofreria depois. Estava confirmado.


Não havia nada ali.


Christopher me acompanhou até dentro da escola, enquanto eu sofria para manter o grito entalado na minha garganta lá dentro. Eu queria gritar para todos, para que me deixassem só, mas não o faria, afinal, ele não tinha deixado nada em suspenso. Apenas eu vinha vivendo no meu inferno mental particular por iniciativa própria.


Entrei na sala e Elisabeth estava sentada olhando a mesa. Stephanye lançou os olhos pra mim assim que passei pela porta, com aquele brilho estranho de entusiasmo insano. Eu não precisava de perguntas e respostas. Estava claro o porquê de Beth não tentar levantar a cabeça e me olhar. Elas tinham visto.


Caminhei até minha carteira e me sentei.


Sthephanye voou para a cadeira em frente a minha.


-Então, Ag, como está hoje?


 Péssima.


-Bem.


Surpreendentemente Elisabeth virou-se e me olhou.


-Oi Beth. – arrisquei.


-Oi, Ag. – ela respondeu fria, embora usasse meu apelido.


Por que, Santo Deus?


Não conversei nada enquanto as aulas passavam e não avistei Christopher no intervalo – talvez porque não quisesse procurá-lo.


Depois da aula também não houve um interrogatório, mas eu sabia que não podia me animar com aquilo: da hora da saída não passava.


Bateu o sinal e saí, acompanhada de Sthephy e Beth.


-Então, Ag – começou Sthephanye - aquele garoto, era o Christopher?


Confirmado.


-Era.


-E o que foi que aconteceu com você? – perguntou Beth, visivelmente mais calma.


-Bem, nada.


-Rá. – falou Sthephanye – duvido. Nada? Que piada, Ag. Você tava toda animada quando tava falando com ele, agora ta toda amuada. O que foi?


Engoli em seco. Perceptível, não?


-Bem... eu acho que.. estive imaginado demais.


-Tenho certeza disso. – devolveu Beth.


-Elisabeth! – gritou Sthephanye.


-Eu acho que... estive, bem... não sei.


-Hã? – perguntaram as duas ao mesmo tempo.


-Prometo que quando souber eu conto.


Andei mais rápido, tomando o caminho da minha casa, e deixando elas pra trás.


 


*-*-*-*-*


 


Jeff, mais uma vez, foi totalmente receptivo, à maneira dele. Caramba, o que eu teria de passar por causa daquelas imaginações imbecis?


Pelo que aconteceu no fim do meu turno, eu passaria por MUITAS coisas.


Christopher apareceu do nada na loja, lançando aquele sorriso irresistível.


Eu já estava chateada. Aquilo não iria ajudar em nada. Eu era só o caixa de uma sorveteria, e pronto. Afinal, ele ia à sorveteria com qualquer pessoa, não ia?


-Olá, Agatha.


-Pois não. – tentei ser seca.


-Não vim comprar nada, não precisa falar desse jeito comercial. – e riu.


Droga. Não fui seca o suficiente.


Que sorte, Jeff não está aqui.


Meu Deus, não veio comprar? Veio fazer o que então?


-Então, veio fazer o que?


-Conversar.


-Com quem??


Ele revirou os olhos. Lindo.


-Ah, fala sério Agatha, você já entendeu.


-Hã? – eu mal conseguia pensar.


-Eu vim falar com você, lógico.


-...


Muito bem, só podia ser uma piada. Era uma piada.


-Ta brincando?


Ele ficou atônito.


-Por quê? Não, não estou. Prefere que eu vá embora?


-E-eu...


Mas, por que ele estava ali? Para falar comigo? Eu pensei que ele tinha dito de manha que eu não precisava ir encontrar com ele de novo, não era?


-Mas... você disse hoje que... eu não precisava te encontrar mais...


-Eu não disse isso! –ele retrucou – onde você ouviu isso?? Eu disse que você não precisava ir até a escola amanha de novo só pra me ajudar coma a matéria. Não disse que não queria te ver mais.  E eu disse que daria meu jeito. Pronto, já dei, vim aqui.


Engoli em seco.


Meu Deus, onde estão minhas pernas? Não consigo sentir.


-Ah.. isso é.. é sério?


Ele sorriu.


-A menos que eu não seja legal e você não queira me ver. Caso o contrário, é sério.


Tudo bem, eu perdi os pulmões também.


-Ah... que... bom!


O sorriso aumentou.


-Sério? Então que bom que é bom. – e riu.


Minha consciência me gritou de volta: Jeff.


-Ah! Eu não posso conversar com você aqui. Se Jeff descobre...


-Bem... – ele pensou por um momento – se isso resolve... – ele saiu da frente do balcão e foi até o freezer dos picolés de novo, voltando com o mesmo de coco – ele não pode reclamar se eu estiver consumindo. – e sorriu.


Na era só aquilo. O problema não era só Jeff. O problema também era eu. Primeiro: eu realmente não conseguiria me concentrar em nada se Christopher estivesse ali. Segundo: se meus pais soubessem daquilo.... E Terceiro: eu levaria aquilo além do que poderia ser. Christopher era só um amigo. Um novo amigo na minha vida. Mas algo em mim gritava algo diferente. Algo que não podia ser.


Por que eu estava vivendo no limite naquelas últimas semanas? Lembrei-me do meu desejo no começo do ano – só há uma semana atrás – de que minha vida mudasse. Era óbvio que tinha mudado, mas tinha que ser daquela maneira tão drástica? Tão dolorida e confusa?


O que eu havia me perguntado, no sábado, sobre se seria saudável ver Christopher na segunda, voltou a minha cabeça. Minha vida nunca tinha sido saudável, mesmo na época em que era normal. Porque o meu normal não era muito comum.


Então, por que agora que mudara, seria saudável? Por que eu estava exigindo aquilo? Eu já devia ter a consciência de que minha vida nunca seria tão calma assim. Então, se as coisas estavam mudando, por que não aproveitar?


Se Christopher era uma nova amizade – ou seja lá o que fosse – por que não usufruir?


  Se aquela casa maldita tinha aparecido, por que não poderia ser para me distrair dos meus problemas cotidianos? E por que eu não me deixaria distrair?


E se aquela garotinha estranha tinha dito que minha vida iria mudar, me levando ao que meu coração procurava – pelas chaves ou qualquer outra coisa – por que não sentar apenas e esperar a mudança?


Por que não viver o que havia para mim?


Olhei para Christopher e sorri. Ele retribuiu o sorriso me trazendo uma certeza:


Fosse o que fosse que viria pela frente, eu iria viver. Ele também fazia parte daquilo, e a partir daquele momento, também estava definitivamente dentro dos meus planos.


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Notas finais do capítulo

agora, o que acharam a decisão de Ag?? OO *autora curiosa XD*
um review?



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