Antes Que Seja Tarde escrita por Mi Freire


Capítulo 30
O pedido.


Notas iniciais do capítulo

Muitos já devem te imaginado que esse momento finalmente chegaria, e aqui está ele: o pedido de casamento. Daniel ainda é perdidamente apaixonado por Malu. Por ela, ele é capaz de fazer uma infinidade de loucuras, mesmo já mais velho e maduro. Nesse capítulo não será diferente: eis aqui uma prova de amor mesmo depois de anos de relacionamento.
A PARTE RUIM é que definitivamente estamos bem mais próximos do fim agora, após esse capítulo, teremos apenas mais três e por fim o epílogo e talvez esse seja um dos motivo que eu venho enrolando mais para postar. É difícil pra mim, Antes Que Seja Tarde é meu xodózinho.



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Depois de tantas festas e comemorações, voltamos para a vida normal.

As obras da minha futura casa seguiam com tudo, já estávamos nos acabamentos finais e minha expectativa crescia dia após dias.

Sinto muito ter que confessar mais meu relacionamento com Maria Luíza não estava lá essas coisas desde aquela promessa. Não sei ao certo o motivo, mas desde então sentia que ela já não era a mesma e suspeitava de que algo muito grave estava acontecendo.

Mas todas as vezes que eu lhe perguntava, ela me garantia que não havia nada e que eu não devia me preocupar com isso. Eu insistia em martelar em minha mente que ali tinha algo muito estranho e que por alguma razão ela não queria compartilhar comigo.

Eu deveria apenas esperar ela resolver se abrir? Dar um tempo para as coisas voltassem ao normal? Correr esse risco? Não! Claro que não! Algo estava acontecendo com a minha garota e eu tinha que descobrir.

Afinal, quantas vezes eu deixei o tempo amenizar as coisas? Houve vezes que até funcionou. Outras, nem tanto. Esperar por um tempo indeterminável é cansativo, dói mais do que alivia.

— Oi – beijei seus lábios doces e sentei ao seu lado.

Estávamos em seu quarto, ela arrumava algumas coisas fora do lugar e não me olhava nos olhos.

— Está tudo bem? – perguntei por fim.

— Sim – ela sorriu e me olhou rapidamente. Em seguida, voltou sua atenção para suas coisas como se eu não estivesse ali. — E você está bem?

— Acho que... Não! – falei cansado daquilo.

O que ela queria afinal? Que eu tivesse uma bola de cristal? Adivinhar eu não podia e também não me lembrava de ter feito qualquer coisa com ela para ela estar daquele jeito comigo.

— Alguma coisa no trabalho? – ela largou as coisas e me encarou. Agora sim, ela parecia a minha Maria Luíza de sempre. Preocupada e prestativa, mas algumas coisas no fundo de seus olhos me dizia que nada estava bem.

— Quer saber? – me levantei. — Tenho que ir. Depois a gente conversa. Esqueci-me que tinha um encontro marcado com meu pai. Depois eu te ligo. Vou nessa.

É claro que eu mentia.

Sai rapidamente batendo os pés com força. Sentindo uma queimação horrível dentro de mim. Os olhos começaram a encher de água e tive dificuldade em respirar normalmente.

Eu chorava como há muito tempo não chorei. Vejamos... Bom, tudo está em ordem: vida profissional, problemas familiares, sociais, financeiros... Relacionamento afetivo? Pronto! Esse é o ponto que não parecia estar como deveria.

Minha namorada mal me olhava nos olhos. O pior de tudo era não saber seus motivos. Se eu pergunto, ela não responde. Se eu insisto, ela parece cansada. Se eu finjo não me importar, é ai que as coisas parecem ainda mais erradas no meu ponto de vista... Então... Merda! Tudo errado!

Onde será que eu estaria errando? Será que ela já estava se cansando de mim mais uma vez? Querendo viver uma vida sozinha, fantasiada nas surpresas no mundo em sua volta? Ou talvez eu não tenha lembrado uma data especial? Ou quem sabe eu tenha a magoado quando disse algo que ela não gostou? Ou então... Não! Não! Não! E não! Nada disso.

— Se eu tenho notado Malu estranha? – perguntou Júlia. — Não. Pelo contrário. Ela me parece muito bem ultimamente. O que foi que você fez para ela?

— Nada. Eu juro! Nada! Pelo menos, nada que eu me lembre.

— Então vai me dizer que ela está estranha ultimamente sem que você tenha feito nada para ela? – bufou Júlia parecendo uma mãe dando bronca no filho.

— Esquece, Jú – levantei para ir embora. — Eu só te fiz uma pergunta. Pensei que pudesse me ajudar, mas não pode.

Não esperei por respostas. Entrei no carro e fui para casa com a cabeça pesada. Não fui trabalhar aquela tarde e fiquei o dia todo dormindo, tentando amenizar as coisas.

E lá estava eu mais uma vez deitado na cama me remoendo em pensamentos, olhando de segundo em segundo para o telefone e esperando ansiosamente que fosse a Malu me contando que já estava tudo bem. Ou, quem sabe, poderia ser Júlia pedindo desculpas por ter passado dos limites na nossa última conversa.

Nenhuma das duas ligou. Como se já não bastasse uma, eu perdi a outra também. Eu poderia ter ligado para as duas pedindo perdão mesmo sabendo que eu não tinha culpa, só porque a dor de perdê-las era muito mais forte que o orgulho. Mas eu não liguei. Segui com meus dias tranquilamente, pegando duro no trabalho, só pra ter a satisfação de ver a minha casa finalmente pronta.

— Posso entrar? – perguntou Júlia, surpreendendo-me no trabalho. Ela sorria naturalmente e eu, automaticamente, sorri também. Pelo menos uma já estava de volta, pensei.

— Entre! – pedi.

— Me desculpe? – ela pediu manhosa. — Eu não queria te magoar e nem tacar pedras em você aquele dia. É só esse meu jeito atrapalhado que dificulta as coisas. Mas eu pensei que você já tivesse se acostumando. Perdoe-me.

— Tudo bem. Não tem porque perdi desculpas – confortei-a em meus braços.

— Ok, bobão. Mas eu não vim até aqui para essa melação toda. Vim porque estou determinada a te ajudar. É o seguinte, Malu pediu para que eu não contasse e eu não vou contar mesmo. Ela me contou o que está acontecendo e eu só a única a saber, até então. Portanto, mesmo que eu resolvesse te contar em nome da nossa velha amizade, eu a trairia e ela jamais me perdoaria. Então, te aconselho: faça uma surpresa para ela, sei que ela vai adorar. Conversem. Sejam francos e se declarem um para o outro. Tudo que ela precisa nesse instante é ter certeza do seu amor. Então, faça o que for correto. Surpreenda-a. Não pense que só porque já a tem nas mãos, as declarações já não são mais necessárias. Agora eu vou indo – ela deu meia volta. — Antes que a minha boca maldita resolva estragar tudo.

E a porta a minha frente bateu. Júlia sumiu. Deixando-me boquiaberto, intrigado e sem ainda conseguir compreender a razão daquelas últimas palavras.

Será que eu vinha mesmo falhando em não demostrar o meu amor a ela todos os dias? Mas pensei que ela já tivesse a certeza desse amor. Certo! Júlia estava certa. Era o que eu deveria fazer: surpreender Malu. De alguma forma, o mais rápido possível. Não iria de jeito nenhum deixar esse amor escapar de mim outra vez.

Estava uma noite perfeita. As estrelas dançavam ao céu acompanhado da ilustre companhia da lua que iluminava todo o meu caminho.

Havia planejado tudo durante a tarde. Tive que uma ajuda fundamental do meu irmão, Rafael, com os preparativos. E o de Júlia em relação à Maria Luíza.

Ela entrou no carro e me beijou. Sem muitas palavras perguntou onde iríamos, mas era surpresa. Apenas garanti que era uma noite especial. Assim, para diminuir a ansiedade, ela ligou o som do meu carro e deixou tocar a nossa música.

Era o parque municipal. Mesmo com os portões trancados e rodeado pela segurança me arrisquei a tentar entrar. Entraríamos ali a todo custo e eu já sabia que não ia ser tão difícil assim porque os portões não eram tão altos.

— Nós vamos entrar ai? – ela perguntou espantada.

— Agora – peguei-a no colo de surpresa.

Com algumas dificuldades estávamos dentro do parque. O lugar era lindo, um dos mais lindos que já vi. As altas árvores, os bancos de praça, o lago silencioso, as poucas luzes acessas.

Conduzi Malu até o local combinado. Lembram-se daquelas árvores com as letras do nosso nome? Ali mesmo.

De longe, avistei a toalha xadrez sobre o gramado, as velas para ajudar na iluminação do lugar escuro, a cesta de piquenique e algumas flores para enfeitar.

— Um piquenique? Nesse lugar? – seus olhos brilhavam admirando cada detalhe. — Perfeito! Eu te amo, Daniel.

Sentamos para comer uma das guloseimas preferidas de Malu e um suco natural. Conversamos ainda evitando o tal assunto. Ela estava sentada entre minhas pernas, a cabeça encostada no meu peito, os olhos voltados pra o céu, os lábios se mexendo a cada palavra dita e os dedos brincando com os meus.

Caminhávamos a beira do lago observando a lua refletida na água. Tudo muito lindo.

— Afinal, porque você me trouxe aqui essa noite? – ela perguntou.

— Como assim? – perguntei entre risos. — Não posso mais surpreender a minha própria namorada?

— Claro! Claro que pode, Daniel – ela riu descontraída. — Mas se você quiser, já pode ser mais direto.

— Mas já? Está bem – ajoelhei-me. — Na verdade, não te trouxe essa noite aqui só para fazer uma surpresa. Há outros motivos, mas o principal é deixar claro o quanto eu te amo e te quero bem para o resto da vida.

Aproveitando o momento, peguei a caixinha de dentro do jeans e a abri cuidadosamente.

— Eu sei que eu já te dei muitos anéis parecidos com esse. Alguns especiais, outros de valores, outros com significados. Mas esse, meu amor, digamos é um dos mais importantes de todos – abri um sorriso vendo as lágrimas escorrerem em seu rostinho. — Maria Luíza Andrade, você aceita se casar comigo?

— Sim! Claro, meu amor! – respondeu ela entre soluços.

Agora, os dois choravam.

— Ei! Vocês! – uma voz masculina e rouca berrou de longe com uma lanterna nas mãos. — O que fazem aqui?

Ele vinha depressa em nossa direção, mas não importava. Uma emoçãozinha a mais só valeria ainda mais apena cada esforço daquela noite especial.

De mãos dadas corremos até o local por onde entramos. Sentindo a presença do grande segurança gritando bem atrás de nós. Deixamos o piquenique para trás. Quando chegamos às grades, que no momento pareciam mais altas por causa do pânico, Malu parou e me olhou aflita.

Peguei a depressa no colo para pular o portão.

— Tome cuidado – ela pediu. — Não só por mim, mas tome cuidado pelo nosso bebê.







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Notas finais do capítulo

Para aqueles que nunca comentaram, A HORA É AGORA. Aproveitem e me façam feliz. Deixe seu comentário, por minimo que seja.
NOVIDADES: talvez eu já tenha comentado, mas volto a dizer: eu andei trabalhando em um novo projeto nos últimos tempos.E como Antes Que Seja Tarde está chegando ao fim, e para aqueles que me acompanham e gostam do que eu escrevo, não deixem de dá uma olhadinha em minha nova história, eu já postei o prólogo. Dê uma olhadinha no meu perfil e confira de pertinho.



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