Antes Que Seja Tarde escrita por Mi Freire


Capítulo 29
Fim de ano.


Notas iniciais do capítulo

A Malu está um pouquinho insegura ultimamente... A verdade, é que ela vem guardando um segredinho. Porém, que não será revelado agora! Rs Após esse capítulos alguns surpresas finalmente serão reveladas. Ansiosos?



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Outubro passou depressa.

Dia após dia eu me sentia ainda mais realizado. Em novembro, peguei pesado nos estudos na faculdade sempre com o auxilio de Júlia. Naquele período, preparávamo-nos para as provas finais e os trabalhos de conclusão.

Do outro lado, também seguindo a sua vida, só que agora do meu lado, Maria Luiza trabalhava bastante e também se esforçava na faculdade, tentando conciliar o trabalho com os estudos.

Com meus pais e meu sogro, acompanhei os primeiros passos da obra da minha futura casa. Quem desenhou cada canto da casa de acordo com minhas preferências foi um arquiteto de confiança, Fabrício Mendes.

Fiquei emocionado quando as primeiras paredes foram erguidas. Observava de longe como um bom engenheiro, coordenando os profissionais unidos para realizar o meu sonho. Já podia me imaginar ali correndo pelos corredores atrás dos meus pirralhos enquanto Malu estava no quarto lendo um livro.

Engraçado. Eu nunca tinha pensando tanto nisso nos últimos dias e agora essas ideias não saiam da minha cabeça. Era tudo o que eu mais queria. E estava certo da minha próxima escolha. Segredo.

No começo de dezembro foi quando a coisa começou a pegar de vez. A turma na faculdade já havia decidido o destino da nossa viagem de formatura. Florianópolis. Fiquei contente, apesar de te que passar uma semana longe da minha princesa. Mas ela também iria ter a sua viagem para Porto de Galinhas.

Foi um alívio ter me saído bem não só nos trabalhos, como nas provas finais também. O ano já estava com certeza ganho. Agora só diversão e seja o que Deus quiser do futuro.

Durante a semana toda de minha viagem, liguei o tempo todo para Malu.

— Patricinha? – Júlia tomou o celular de minhas mãos durante uma de nossas conversas. — Eu te amo muito, ok? Mas pelo amor de Deus, curti ai sua viagem com suas amigas para que o seu namorado possa curtir aqui com os dele também? – elas riram.

— Poxa, Jú – guardei o celular. — Pirralha estraga prazeres.

— Bobão – ela riu se afastando. — Eu também tenho namorado e nem por isso fico enchendo o saco dele e perdendo minha última viagem antes que a vida se torne um inferno de responsabilidade. Você entende, né? Casa, filhos, casamento, trabalho, mais trabalho, pouco descanso.

— Tudo tem seu lado bom – finalizei certo dos meus pensamentos.

— Verdade. Mas aquela praia ali sim tem um lado bom.

Foi maravilhoso cada minuto. Cheguei em casa torrado pelo sol. Malu pulou nos meus braços, exatamente como cena de um filme, e me encheu de beijos.

— Senti sua falta – ela confessou. — Não quero viver mais nenhum minuto longe de você. Nunca mais.

Como era bom poder ouvir aquilo. Tudo o que uma pessoa precisa ouvir para ter a certeza que a vida vale mesmo a pena apesar dos altos e baixos.

Dia 16 de dezembro foi o dia da minha formatura. Um dia incrível. Estávamos sentados um ao lado outro esperando chamarem-nos pelos nomes até a frente onde todos os professores, com o diploma nas mãos, parabenizariam cada um pelos cinco anos de estudo.

Minha mãe, seu marido, papai e Malu estavam presentes e prontos para me aplaudirem assim que o meu nome fosse anunciado.

A avó de Júlia também estava presente. A única família que ela tinha. Uma senhorinha magra de pele rosada e cabelos brancos.

Por falar na Júlia, ela estava sentada ao meu lado segurando firme a minha mão, tão nervosa quanto eu. Os cabelos meio presos em um penteado sério, uma maquiagem forte e cintilante, o batom brilhoso, a pele perfumada, o vestido azulado até os joelhos que marcava bem sua cintura e o salto preto que deixava as unhas bem feitas à mostra.

— Senhorita, você está deslumbrante essa noite – falei ao pé do seu ouvido.

— Obrigada, cavalheiro. Mas tire seu cavalinho da chuva porque eu sou uma donzela comprometida e no meu coração não há espaço para mais ninguém, seu tarado!

Rimos. Sorte era a de Miguel por ter alguém como ela por perto pelo resto da vida. E mais sorte ainda a dele de não ter ferido o coração dela.

— Daniel, você também... Não está nada mal – foi tudo o que ela disse até eu ouvir o seu nome ser chamado.

E lá foi ela toda jeitosa andando devagar por causa do salto. Sorria o tempo todo. Que linda! Pude ver o nervosismo no seu andar e nos seus olhos brilhosos e negros. De relance avistei Maria Luíza sentada do outro lado, sorri para ela e ela para mim e meu coração acelerou um tanto mais.

Esperei por alguns minutos até ouvir o meu nome. Fui ao encontro de minha mãe vestida elegantemente para a ocasião. Um longo vestido preto, o cabelo solto e escorridos pelo ombro. Linda. Uma pontada de ciúmes me invadiu. Como aquela mulher continuava bela mesmo depois de tudo que aguentou na vida?

Peguei meu certificado, o diploma e paramos para as últimas fotos. Por fim, lá estava Maria Luíza no final do corredor. Abraçou-me forte e me parabenizou. Estava ainda mais linda que o normal em um vestido rosa, os cabelos longos e brilhosos, a maquiagem escura, a pele perfumada, os olhos ainda mais intensos.

Meu pai, meu padrasto e a minha mãe choravam por aquele dia estar sendo concretizado.

— Filho lindo – ela sussurrou em meu ouvido. — Você é um orgulho para mim. Um presente de Deus pelo qual eu agradeço todos os dias antes de dormir.

Finalmente, eu tornei o nosso maior sonho em realidade: a minha formação. Depois das homenagens e apresentações, os organizadores do evento comentaram sobre a festa a nossa espera e seguimos de carro para o salão.

Ali encontrei meus amigos e o restante da minha família. Meus irmãos e Eliza. Pude ver nos olhos de cada, especialmente nos de Pedro, o quanto eu parecia um exemplo para eles. De repente me senti importante, na obrigação de apoiar cada um deles nessa longa jornada.

O salão era imenso. Todos os formandos daquela noite estavam ali, ou pelo menos a maioria deles, junto de suas famílias e amigos. O bufê era magnífico. A decoração do lugar estava de dar inveja. Muitas fotos foram tiradas. Muita comida e bebida foram servidas. A música rolou até tarde, a diversão parecia não ter hora para acabar.

Os dias seguiram com festas atrás de festas. A formatura de alguns dos meus amigos que também se formariam aquele ano. Ah, sem falar nas festas de final de ano.

O combinado foi o seguinte: o Natal eu passaria com mamãe e papai.  Reunimo-nos na ceia na casa do meu pai, já que era praticamente uma mansão. Já no Ano Novo, eu, meus amigos e minha namorada viajaríamos para o litoral.

Três segundos antes do novo ano, caímos no mar ainda de roupas brancas.

— E que venham mais cem anos ao seu lado – berrou Malu pulando em meu colo.

Sim, Deus, por favor. Pensei comigo mesmo, concordando com o que acabara de ouvir.

— Ei, chorão – Júlia chamou aproximando-se de nós com Miguel agarrado a sua mão. — Eu amo você.

— Eu quem amo você – apertei-a forte.

Voltamos para o hotel onde estávamos hospedados e nos unimos em um quarto para brindarmos com champanhe.

— E que esse ano seja diferente – pediu Camila durante o brinde.

— E que muitos casamentos estejam por vir – outra garota pediu ao fundo.

— E que entre eles não seja o meu – brincou Guilherme.

— Melhor – gritou Júlia. — E que vivamos felizes para sempre.

— Viva! – gritamos em um coral deixando as taças vazias.

Quando o sol já estava prestes a surgir naquele primeiro dia de um novo ano, resolvemos nos deitar para que mais tarde pudéssemos aproveitar o restante daquele instante.

Malu estava deitada com a cabeça no meu peito ouvindo meu coração bater devagar. Ela ainda me causava aquela sensação agradável de quem acaba de se apaixonar. Mas de fato, era exatamente isso: eu me apaixonava por ela todos os dias.

— Amor? – ela chamou baixinho me surpreendendo.

— Oi? – sussurrei beijando seus cabelos. — Não consegue dormir?

Ela confirmou com a cabeça.

— O que foi? Está preocupada com algo? – perguntei enquanto observava aquela expressão séria e diferente.

— Não é nada. Não se preocupe – ela tentou sorrir. — Daniel?

— Oi?

— Pode me prometer algo?

— Claro. O que for preciso – disse segurando firme uma de suas mãos. — O que é?

— Prometa para mim – ela pausou. — Que aconteça o que acontecer, você nunca vai se separar de mim.

— Malu... Não estou entendendo... O porquê... De agora... – tentei dizer confuso com o seu pedido.

— Prometa! – ela pediu deixando-me ainda mais confuso. Afinal eu gostaria de saber o porquê ela queria que eu prometesse aquilo, que eu já prometia todos os dias.

— Eu prometo, meu amor! Prometo! Prometo nunca te deixar, aconteça o que acontecer.


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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem, comentem!
Vi que tenho novos leitores, isso é muito gratificante pra mim, mesmo que já estejamos chegando ao fim. Gostaria muito que vocês se manifestassem, e pelo menos, dessem um "Olá!" ou deixassem pelo menos um comentário, não custa nada, não é mesmo?



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