Antes Que Seja Tarde escrita por Mi Freire


Capítulo 28
A festa de aniversário.


Notas iniciais do capítulo

Esse é capítulo é curto e bem simples. Maiores surpresas virão nos próximos capítulos. Daqui em diante tudo passará tão rápido como um piscar de olhos. Aproveitem.



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Naquela noite resolvemos tudo que ainda nos incomodava.

— Nunca mais vamos falar sobre isso, combinado? – ela perguntou abraçando-me. — Podemos brigar por qualquer outra coisa, menos por isso. Prometa!

— Certo – sorri acariciando seu rosto. — Nunca mais brigaremos sobre essa questão. Prometo que vou me esforçar o máximo que puder.

— Não será tão difícil assim – ela olhou-me. — Vou relembrar a você, todos os dias que for preciso, o quanto eu te amo e o quanto te amei mesmo estando longe. Que fiz sim uma bobagem, mas hoje me arrependo e te peço perdão de novo, se você quiser. E nunca mais, por nada nesse mundo, vamos nos separar outra vez. Então, quando você perceber que eu estou delirando... Não me escute! Bata o pé! Lembre-me que fomos feitos um para o outro e não me deixe fazer burradas.

— Combinado – soltei um riso. — Mas, por favor, não peça mais perdão por isso. É desnecessário. Nós dois erramos e já conversamos sobre isso.

Ela assentiu e me beijou. Disse que estava morrendo de saudade e que não me procurou antes porque queria fazer direito dessa vez. E conseguiu. Mesmo que tenha demorado, ao menos ela me procurou. Mas o que eu aprendi naquela noite e não esqueceria jamais é que devemos deixar o orgulho de lado quando se ama de verdade.

No amor de verdade, devemos levantar a cabeça, engolir o orgulho e pedir perdão mesmo que não tenhamos errado. Assim mostramos o quanto somos fortes de verdade e o quanto podemos ir além por alguém. É completamente desnecessário sofrer porque o orgulho fala mais alto.

— Posso dormir com você essa noite? – ela perguntou baixinho encolhendo-se em meus braços.

— Só se você me der um lindo sorriso – pedi.

Já era outubro. Lá fora fazia um daqueles dias de derreter qualquer um. Naquele sábado, meu aniversário, alugamos um salão que tinha piscina em um bairro de luxo da cidade para comemorar. Era para ter sido surpresa, mas não funcionou muito, já que eu acabei descobrindo tudo entre os cochichos dos meus próprios amigos.

Estavam todos curtindo a piscina, comendo o que era servido, saboreando o churrasco e bebericando sem parar. A música ao fundo era alta, quase não dava para conversar. Um bolo surpresa chegou até mim enquanto eu me distraia com a rapaziada perto da churrasqueira.

Todos cantavam os parabéns para mim enquanto eu sorria intimidado com tantas máquinas fotográficas, olhares dos colegas de faculdade, a zueira da turma da república, os olhares admiradores dos poucos familiares presentes e da minha namorada agarrada a mim.

— Atenção! Atenção, galera! – Júlia berrou fazendo todos se calarem e olharem assustados para ela — A namorada vai fazer um pequeno discurso. Escutem.

— Obrigada – Malu elevou o tom enquanto virava de frente para mim. — Daniel, só queria ter a oportunidade de dizer e provar para todo mundo o quanto eu te amo e o quanto você é essencial em minha vida. Sei que parece tudo muito clichê, mas quem é que não gosta de ouvir um “eu preciso de você”? E uma coisa que eu aprendi com você, e muito bem, é que o amor não tem hora para acontecer e com ele vêm milhares de surpresas. O amor pode chegar devagar, sem pressa e sem avisar. E o amor, o de verdade, permanece mesmo quando você pensa que acabou. Ele permanece ali quietinho no coração. Esse é o meu amor por você. O amor que pede e insiste em ficar para sempre. Até você enjoar.

— Nunca. Nem que eu fique louco – disse recebendo um longo beijo diante de todos.

Em seguida, antes mesmo de eu ter a oportunidade de apreciar o bolo que todos comiam e repetiam, o pessoal começou a me dar presentes. O primeiro foi de Júlia.

— Tome! Esse é o meu – disse falando atrás da imensa pelúcia que ela carregava com certa dificuldade em minha direção. — Chame-a de Jujuba.

— Olá, Jujuba – sorri pegando a imensa elefanta nos braços. — Você é tão gorda e feia quando a sua mamãe, Jujuba. – demos risadas.

— Malu? Onde está Malu? – procurou ela em meio à multidão. — Venha cá ver seu futuro marido deixando claro que teve um caso comigo e acidentalmente tivemos essa criatura gorda e enorme – ela se referia a Jujuba.

Júlia se afastou e meus pais se aproximaram.

— Filho, meus parabéns! Bom, meu presente não pode vir até aqui hoje, mas você poderá ir até ele – ele brincou. Não entendi. — Lembra-se de quando conversamos sobre a tal casa que queria comprar? Conversei com sua mãe e chegamos a uma conclusão: como você gastou todo o dinheiro que iria investir da compra da casa na viagem que fez para ir buscar seu amor, compramos um terreno para você, não muito longe daqui. Para que você construa nele o que achar melhor para você e para ela.

— Espera – falei com o coração acelerado. — Estão tentando me dizer que... Compraram um terreno para mim e nele poderei construir a minha casa? Nossa! Mal posso acreditar. Muito obrigada, pai – pulei em seus braços quase derrubando o velho. — Mãe, obrigada também! Poxa! Estou até emocionado. Mal posso esperar para começar acompanhar as obras da minha própria casa.

— Parabéns, querido! Você merece! Sempre foi um excelente filho e temos muito orgulho de ti – ela corou chorosa. — Tome! O terreno foi por parte de seu pai, ele quem sugeriu a ideia e eu só concordei – ela me abraçou chorando. — Esse é o meu humilde presente. É só um perfume, espero que goste.

— Ah, mãe – senti as lágrimas em meus olhos transbordarem. — Tudo o que a senhora poderia me dar era uma família linda como a nossa, uma boa educação, um caráter e todo o amor que você tem por mim. Não há presente melhor do que tudo isso. Obrigado!

Choramos abraçados. Vi papai se afastar após um aceno, querendo dizer que aquele momento era nosso e não tinha porque ele atrapalhar.

Eu amo essa mulher, pensei. Uma vez eu disse que eu tinha três mulheres na vida: mamãe, Maria Luiza e Júlia. Essas são as minhas mulheres, as minhas preciosidades. As únicas que estarão comigo.

— Sabe qual é o nosso presente para você, caro amigo? – Guilherme berrou do outro lado da piscina já embriagado. — Essa belezura aqui – ergueu a caixa de cerveja como se fosse um troféu. Todos em volta aplaudiram alegremente.

Eu ganhei muita coisa naquele dia. A presença dos familiares e amigos mais queridos, algumas garotas que conheci nos meus tempos de solteiro e alguns colegas da faculdade.

Lembra-se de Aninha? Bom, naquele dia ela também estava presente. Estava ao lado do amor de sua vida.  E ele parecia mesmo gostar dela. Essas coisas a gente percebe de longe e acreditei muito no cara, desejando que ele cuidasse daquele coração frágil que um dia se juntou a mim para me fazer feliz por alguns momentos.

Já era noite e boa parte do pessoal já havia ido embora. Só restaram os mais íntimos que ainda se deliciavam na piscina. Sentia meu corpo quente já adaptado à temperatura da água e olhava para a galera toda ao meu redor. Comecei a pensar comigo o quanto cada um era valioso para mim e senti uma imensa felicidade de tê-los por perto.

— Está feliz? – Júlia se aproximou com um largo sorriso.

Mais uma vez reparei o quanto ela estava linda naquele biquíni escuro.

— Muito. Obrigado por tudo – sorri para ela satisfeito.

— Veja – ela apontou com os olhos.

Malu. Sentada do lado de fora da piscina com o corpo esticado coberto com uma minúscula toalha de banho. Parecia distante. Sorria. E parecia se divertir em sua leitura.

 — Vá até lá.

E foi o que fiz, já que o maior motivo para eu estar repleto de tanta alegria era justamente porque ela estava de volta aos meus braços.

Sai da piscina aos pingos e me aproximei dela. Beijei sua testa e sentei juntinho dela.

— Eu amo você – me aproximei para um prazeroso beijo

— Não mais do que eu amo você – ela finalizou com um sorriso belo. Deixou o tal livro de lado e se aninhou em meu corpo frio e molhado.

Quando olhei para a turma, eles fingiram não ver o que acontecia. Soltei um riso. Sei que ela entendeu o mesmo. Eles disfarçavam.

— Passei meus últimos quatro anos sem dar importância alguma a minha velhice. Não fazia questão de festa, comemorações, nem nada do tipo. Para mim era até melhor passar despercebido, mas mamãe ou Pedrinho sempre me convenciam a festejar – confessei. — Mas, agora que tenho você é como se cada minuto valesse mesmo a pena e estou imensamente feliz por tudo que está acontecendo. E te agradeço por te feito parte desse dia, que hoje sim, é especial.

— Daqui em diante eu estarei ao seu lado – ela me olhou nos olhos.

— E em breve, muito mais do que um simples namorado.

— Como assim? – ela riu. — O que você está querendo dizer com isso?

— Quem viver, verá. – brinquei.

Já na república, estavam todos exaustos. Pediram pizzas e refrigerantes para comermos assim que tirássemos aquele cloro de piscina do corpo.

Sem dúvida alguma, tomei banho com a minha garota. Fiz gracinha o tempo todo e ela ria. Enquanto nos trocávamos, conversávamos sobre cada detalhe do dia. Lembrei da Malu que conheci naquela viagem do colégio e notei que aquela Malu e essa Malu não haviam mudado quase nada. Já era uma mulher.

Que lindos seriam os nossos filhos se parecessem com ela.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar! Estarei aguardando.



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