I Never Can Say Goodbye escrita por Juliane Bee


Capítulo 46
Your words cut deeper than a knife.


Notas iniciais do capítulo

Oi. Não existem palavras para explicar o meu sumiço nesses dois ultimos meses. Nem eu sei o que aconteceu, acreditem. É engraçado como as coisas ficam mais complicadas com o passar do tempo, eu to sentindo o peso do mundo nos meus ombros. Quando voce não está em paz com sua cabeça, com o seu corpo, as coisas não fluem. A criatividade some. A vontade de fazer qualquer coisa vai embora. É egoísta dizer isso, mas eu precisava de um tempo pra mim. Colocar as coisas no lugar, e começar de novo. Não deu? Bola pra frente. Estudar cada vez mais e não deixei que uma dificuldade atrapalhe. Eu sei que serei uma ótima jornalista, e não importa quando ingressarei na faculdade, o que importa é continuar fazendo o que goste, e bem, por isso a minha ausencia. Eu sempre fiquei fula da vida com meus autores preferidos quando demoravam anos para postar, e sem querer virei uma deles. MAS, não será assim. Eu nem sei se alguem le as notas, os poucos que leem, e comentam eu vejo, e agradeço, voces estão desde o início comigo, obrigada, de verdade. Comentem galera, nem que seja para me xingar. É importante saber se a história faz sentido para voces, se voces continuam se conectando. Por favor, FALEM COMIGO. Juro, to bem sozinha mesmo. É sempre um prazer escrever um POV Leo, ele não é meu personagem favorito, mas o mais real. Esse capitulo é especial, espero que gostem. Dialogos fortes, e demonstração de amor ao próximo. Semana que vem teremos sim capitulo novo, como sempre foi, toda sexta feira. Me organizei melhor e vou tirar um tempinho. Se eu consigo atualizar o blog ( OMUNDOFORADACOLMEIA.BLOGSPOT.COM ) porque não atualizar a coisa que mais amo? Dedicar um tempo para o que mais gosto de fazer? A criatividade é traiçoeira, só aparece quando quer. Mesmo assim, sempre estarei aqui, saibam disso. Muito obrigada por tudo, espero um retorno de voces. Boa leitura meus amigos! obs: Músicas do cap todas do Shawn Mendes, escutem, combinam perfeitamente com nossos personagens favoritos.



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Se voce não leu as notas finais, leia. Se leu, desconsidere essa mensagem especial. Não esqueçam de comentar, é importante saber se a fic está transmitindo o que quero passar. No caso, a amizade é mais forte do que tudo, e o amor move montanhas. Aiii como to cliche hoje... aff. Bjks

Olhei para a porta branca em minha frente e respirei fundo. O que eu estava fazendo? Não tenho nada com ela agora, ela não me deve nenhuma explicação.

Bati duas vezes, mas não obtive resposta. Bati de novo, e de novo.

–Que droga, não preciso de um sermão agora! - Uma Anna bagunçada e com a maquiagem borrada abriu a porta. Ela me encarou confusa.

–Eu só quero falar com você - Mordeu o lábio e ficou séria.

–Pode entrar advogado de defesa - E fechou a porta, fazendo com que ela batesse.

Quem é essa garota?

(...)

P.O.V Leo

Ela sentou na cama encarando a janela. Fiquei parado a encarando, ela estava muito diferente, como se não a visse há uma eternidade.

–Se você ta aqui, significa que ela ta na sua casa. Correu pra lá.. - Se limitou a virar o rosto, ainda sem que eu a encarasse.

–Você pode ao menos olhar pra mim enquanto eu falo com você? - Senti minhas bochechas pegarem fogo - Pelo amor de Deus, Anna!

O olhar dela estava frio, gélido. O rímel escorrendo pelo rosto.

–O que você quer aqui? Veio defender ela?

–O que aconteceu com você? - Me perguntava também - Você nunca foi essa pessoa, Anna. Falando esse tipo de coisa dos outros, tratando desse jeito..

–Ela começou - Gritou, me cortando - Ela começou a falar um monte de coisas, e..

–Você teve que mencionar a Mãe dela? - Ela fitou o chão.

–Eu falei sem pensar, não foi de propósito. Ela me provocou ao extremo, não tava aguentando mais. Na escola, e agora aqui, na minha própria casa?! Esses olhares, os cochichos, é todo mundo, não dá.

–E porque você se importa? Olha toda essa situação, você acha que ninguém comentaria?

–Eu não tenho culpa..

–De novo você dando essa desculpa - Agora foi minha vez de corta-la - “Eu não tive culpa de ficar em coma..”. Acabou! Você não tá mais naquela droga de cama, tá aqui. Bem, VIVA. Deveria estar mais preocupada em viver a sua vida, do que com os comentários dos outros.

–É bem fácil pra você falar, não foi você que ficou lá vegetando por tanto tempo - Ela já estava gritando.

–Mas foi como se fosse! Você ter ficado lá afetou todos nós! Ou você pensa que ninguém deu a mínima, ninguém lembrava de você? - A encarei - Sempre! Ninguém esqueceu você, Anna, nesses quatro malditos anos, todos ao seu redor sofreram as consequencias. Primeiro os seus pais, que não saíam dessa casa, todos os dias eles te visitavam no hospital. Seu irmão, ele nunca mais voltou, e a Chloe foi embora. Todo mundo na escola rezava por você, mandavam cartas para o hospital.. Já Lilá, ela ficou inconsolável nos primeiros anos, e nunca mais teve uma amiga como você. Sempre rodeada de pessoas, mas ninguém de verdade. Ela também, sempre te visitou.

–Como você sabe disso? - Falou sem me fitar.

–Porque todas as quartas feiras quando ninguém mais tava lá, e minha mãe estava de plantão, eu ficava lá, olhando pra você, contando como foi meu dia, minha semana - Ela estava com os olhos vermelhos, assim como eu - Eu fui te ver nesses quatro anos, nunca abandonei você. Nem podia, não consigo - Falava também para mim, porque essa é a verdade.

–Por que você nunca me disse? - Falou com a voz embargada.

–Por que falar? Não quero que você goste de mim por obrigação, e sim por amor. Isso não importa, não me arrependo de ter ido lá.

–Leo, eu..

–Não, Anna. Agora você vai me escutar - Cheguei mais perto dela - Você tem que parar de achar que tudo no mundo é sobre você, como se você fosse o centro dele. As coisas não são bem assim. Você pode ter crescido nesses quatro anos, mas se comporta como uma garota de 12 anos mesquinha. Aquela que eu odiava. Você tá destruindo as pessoas ao seu redor, jogando fora o amor das pessoas que se importam de verdade com você - Ela sentou na cama, e não desviou o olhar, continuou me fitando.

–Você não entende, Leo. Nunca vai entender.

–Não, eu não vou, e ninguém vai. Mas você vai ter que aprender a lidar com isso sozinha, porque ninguém sabe como é essa sensação. E ninguém tem culpa.

–Eu não queria ter falado aquelas coisas pra Lilá, de verdade, não sei o que aconteceu, eu.. - Balançou a cabeça.

–Eu sei que não - Me acalmei, e esperei até que ela olhasse pra mim - Ninguém tem o direito de interferir na sua vida, muito menos eu, mas o tempo que você perdeu nesses quatro anos não vai mais voltar, e se eu fosse você, usava essa nova chance pra viver de verdade, focando no agora - Sorri fraco, minhas mãos tremiam, mas não queria que ela visse - Eu falei tudo que tinha pra falar, era isso.

Levantei e segui até a porta. Me virei antes de sair, e vi uma Anna mais confusa ainda, e com a maquiagem ainda mais borrada. Mas o olha era o dela. Aquele olhar de sempre. Ela não falou nada, ficou me olhando sem saber o que dizer.

–Tchau, Anna - Fechei a porta e soltei o ar. Estava respirando do novo. Senti meu rosto quente, enquanto minhas mãos estavam geladas. Afaguei um pouco Pipoca que estava deitado na frente do quarto - Você quer ir lá pra casa? - Ele chorou - Tudo bem, vamos. Vem garoto - Chamei ele, enquanto descia as escadas. Todos estavam na sala, mas não havia nenhum ruído. Só silencio.

–Eu já to indo - Todos se levantaram, sentia meus olhos pequenos, estava cansado. Essa descarga emocional me tirou energia.

–Obrigado, filho - Sr. Robb se aproximou e me deu um abraço rápido.

–Eu vi você muitas vezes naquele quarto - Sra. Robb veio o nosso encontro - Escutamos toda conversa - Fitei o chão envergonhado - Obrigada por tudo, sei que ela sabe que você está certo. Não posso falar para você espera-la, não seria justo. Não sei mais se ela merece um garoto como voce - Me abraçou também. Assenti com a cabeça.

–Sempre vou gostar dela, mas não vou esperar para sempre - Eles sorriram fracos - Eu vou pra casa agora, e se não se importarem, vou levar o Pipoca comigo.

–Tudo bem, querido. Muito obrigada, mais uma vez - Sorri para ela, o olhar estava triste.

Acenei para os outros, e peguei meu casaco na entrada. Pipoca ficou ao meu lado, me acompanhando até em casa. Minha mente estava um turbilhão, agitada demais para se desligar.

–Vamos correr? - Ele latiu, fazíamos isso constantemente.

Não conseguia tira-la da cabeça.

I thought that I've been hurt before

But no one's ever left me quite this sore

Your words cut deeper than a knife

Now I need someone to breathe me back to life

Got a feeling that I'm going under

But I know that I'll make it out alive

If I quit calling you my lover

Move on

You watch me bleed until I can't breathe

I'm shaking, falling onto my knees

And now that I'm without your kisses

I'll be needing stitches

I'm tripping over myself

I'm aching begging you to come help

And now that I'm without your kisses

I'll be needing stitches

Cheguei a conclusão de que era impossível não pensar nisso hoje, então virei a esquina e voltei para casa. Pipoca estava ofegante, como eu. Assim que cheguei tirei minha camisa - molhada de suor - e fui dar agua para ele. Na lavanderia ainda ficavam as coisas dele, a cama - que ele nunca usou -, os potes, a comida.

–Pronto, garotão - Fiz carinho na cabeça dele - Você deve estar cansado, eu também to - Ele deitou na cama e ficou de patas para o ar - Ta cansadão mesmo, boa noite garoto.

Passei pela sala e notei que Lilá ainda dormia, estava na mesma posição que a deixei. O cabelo ruivo enrolado todo espalhado pelo rosto, as botas ainda nos pés. Cheguei de mansinho e tirei devagar, pé por pé. Não sei explicar o que sinto por ela. É como se nós fossemos um só, ela é minha versão feminina. Ambos cercados por uma Anna, só que o dela é um tremendo babaca. Nunca entendi o porque de uma garota tão bacana como ela sair com ele, e lembro bem quando eles começaram a namorar. Ele sempre na dele, e ela estava em todas, falava com todo mundo, até mesmo comigo algumas vezes. Ver ela assim me deixa mal, impotente. A considero da família, que é o que ela vem sendo nos últimos tempos. Ninguém sabe como é perder alguém que se ama pra sempre, ela sim. Só que ela perdeu os dois ao mesmo tempo, o que me faz admira-la por nunca perder esse brilho no olhar de quem quer vencer na vida. E ela vai, com certeza. É isso, eu amo ela. De verdade.

Sorri sozinho, e fui até o meu quarto. Não pensei em nada, só me joguei na cama e capotei.

*****

Acordei pelo cheiro de café gritante no meu quarto. Fui até o banheiro, passei uma agua no rosto e escovei meus dentes. Nem notei que Pipoca dormia ao lado da minha cama, deve ter sentido saudades durante a noite. Coloquei um moletom e desci.

–Bom dia, filho - Minha mãe estava no sofá tomando café. Continuava com a mesma roupa do dia anterior.

–Oi, mãe.. - Procurei Lilá no sofá, mas ele estava bagunçado.

–Escutei tua voz, então te trouxe uma xícara - Sorriu fraca vindo da cozinha. O cabelo ruivo dessa vez preso em um coque, continuava bagunçado, parecendo um leãozinho.

–Tudo bem com voce? - Peguei a xícara, e a encarei. Ela assentiu e sussurrou um obrigada.

–Esse café tá muito bom, Elizabeth. E olha que de café eu entendo - Minha mãe riu.

–Que bom que gostou, Sra. Valdez. Era o mínimo que eu poderia fazer, seu filho me ajudou muito ontem - Ela esboçou um meio sorriso.

–Sabes que é muito bem vinda - Sorriu para ela - Agora eu vou para cama, essa noite o hospital estava lotado. - Deu dois beijinhos nela, e piscou para mim - Juízo, ein! - Saiu gargalhando.

–Imagino a cena, minha mãe vendo voce no sofá - Sentei de frente para ela.

–Eu já tava acordada, falei que voce tinha me abrigado por uma noite, e que briguei com a Anna. Sua mãe é maravilhosa, ela não perguntou nada, só sorriu e falou sinta-se em casa.

–Porque ela entende um olhar - A encarei, os olhos verdes estavam escuros - Puxei isso dela.. Como voce tá?

–Tá tudo bem, de verdade. Até já esqueci o que aconteceu ontem, página virada - Riu fraca de novo.

–Sei quando voce mente, e que dia é hoje - A expressão dela se fechou - Achei que não estaria mais aqui quando eu acordasse.

–Prefiro ficar sozinha, mas não podia ir embora desse jeito. Eu não vou esquecer como voce cuidou de mim, obrigada - Ela estava triste, estava sentindo isso. A abracei.

–Voce é minha família também, Lilá. E eu respeito seu espaço, e o que quiser fazer hoje. Sei bem como é, e a solidão é a melhor coisa nesse momento. Pensar um pouco, e lembrar dos momentos bons - Ela assentiu - Eu lembro deles, sabia? - Me olhou surpresa - Sua mãe sempre fazia bolo de chocolate e levava na rua quando a gente tava brincando. Voce muitas vezes não tava lá, mas ela levava mesmo assim. E era um bolo muito bom - Ela riu - Já o Seu Mark, lembro uma vez que tava andando de bicicleta e caí na frente da tua casa. Meu dente caiu, e tava sangrando muito. Ele me levou para dentro da casa de voces, e fez os primeiros socorros. Falou pra minha mãe que era para ela me levar no consultório dele pra ver se ficou algum dente rachado, mas eu sempre tive medo de dentistas, então dei um bolo nele - O sorriso ficou maior - Eu vejo que voce se parece com eles, mas não sei dizer o porque de coisas ruins acontecerem com pessoas boas. Não adianta nada quando as pessoas falam do meu pai, e que eu vou superar. Sei que não vou, voce também não vai. Porque eles continuam aqui, com a gente. Sempre vão estar, essa é a verdade - Ela me abraçou, já chorando um pouco.

–Obrigada, de verdade - O olhar sorrindo.

Ela levantou, foi até a entrada e pegou a bolsa. Sorriu de novo pra mim, e saiu.

Nada precisava ser dito.

When you miss me close your eyes

I may be far but never gone

When you fall asleep at night

Just remember that we lay under the same stars

And hey

I know there are some things we need to talk about

And I can't stay

So let me hold you for a little longer now

And take a piece of my heart and make it all your own

So when we are apart

You'll never be alone

(...)


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Mais uma vez, não esqueçam de opinar!
Um ótimo final de semana!
Mil beijos,
Ju



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