Anjos De Redenção escrita por Arthur Almeida Souza


Capítulo 8
A Guerra




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            Alex dava o último adeus aos seus amigos que agora retornavam ao céu. De volta a perturba-lo estava Zael, que agora estava até furioso com toda aquela situação.

            __Ainda não entendi sua frustração Zael.

            __Dá próxima vez que você, Alex Allen, for me deixar me avise pelo menos.

            __Nossa, falando assim até parece que você se importa comigo, na verdade falando assim você faz a minha vontade de te matar diminuir.

            __Estou morrendo de medo de você Alex. —mesmo com o tom irônico na voz de Zael aquilo tinha um fundo verdadeiro, no inferno existia um alvoroço, um anjo, um querubim, tinha derrotado um dos condes do inferno.

            Isso era algo novo, nunca tinha acontecido, os condes nunca tinham sido derrotados por querubins, arcanjos e serafins já tinham derrotado um demônio, mas nunca um querubim.

            __Já chega Zael, tenho outros objetivos agora.

            Alex fechou os olhos e por um instante soube onde a guerra estava através da onisciência, mas ele não sabia dizer onde, só iria saber quando se teleportar.

            Quando ele utilizou sua onisciência por um instante sua mente explodiu, e depois se contraiu, foi como se sua mente tivesse ido até os confins do espaço e depois voltado ao interior da sua mente, Alex sabia tudo, mas se concentrou em apenas uma informação, ele sabia que logo, logo  tudo aquilo passaria, então a única coisa que ele poderia guardar era a informação de onde a guerra estava, ele sabia tudo, e viu as lembranças de seus pais, o que lhe agradou muito, quando voltou a si teleportou.

            As coisas a sua volta mudaram, as árvores pareciam cair, as suas folhas se perderam no ar, sumiram, e pequenos prédios nasceram a sua volta, o chão se afastou, varais se criaram sobre ele, e varandas também.

            Alex percebeu que estava em uma ruela de alguma cidade. No fim dela se podia ver uma rua mais movimentada, pessoas passando preocupadas consigo mesmo, antes de desmaiar de cansaço Alex pode ver algo.

            Dois homens estavam na ruela junto com Alex, um estava no fim, usava uma capa preta, por dentro uma camisa e calça preta, outro já estava mais próximo dele, esse usava uma camisa cor vermelho vivo, tinha longos cabelos brancos, esse que estava mais próximo dele estava prestes a dar um soco, Alex por um instante viu o homem com a sua mão erguida, um raio passou pela cabeça dele, era a guerra. Mas como ele sabia que Alex estaria ali?

             A guerra começou a dar uma seria de ataques, Alex começou a cair para trás, até que caiu no chão, com nariz sangrando, sangramentos internos e luxações distribuídas pelo corpo, Alex estava desmaiado.

            O homem, ou melhor, a guerra saiu e foi seguida pelo homem que estava olhando para eles.

            Alex tinha morrido? Ele tinha recebido uma serie de muitos ataques, parecia estar morto, se não fosse ajudado por um homem. Alex já estava totalmente desacordado quando foi socorrido por um homem que o carregou junto com ele.

            Alex teve pesadelos com sua família, mas ele não os conhecia, eram corpos com manchas no rosto, eles passavam a volta de Alex, mas não falavam com ele, de alguma forma Alex sabia que eles eram os pais deles.

            Alex também sonhou com a batalha entre os batalhões e as hordas, tudo aquilo era uma situação horrível.

            Por varias vezes ele abria os olhos por instantes e contemplava o rosto de uma menina.

            Tinha cabelos longos, ondulados e loiros, não era muito alta, tinha olhos escuros e pele clara, sempre usava uma roupa branca, o que fez com Alex pensassem por varias vezes que estava morto e aquele era o paraíso.

            Mas um dia ele realmente acordou.

            Estava em um quarto até bagunçado, tinha uma grande varanda a sua direita, a sua esquerda um armário e uma porta, Alex se sentou na cama e colocou os pés descalços no tapete passou a observar a varanda e os varais cheios de roupas que estavam lá, também observava o quarto da casa á frente, ele estava com uma roupa diferente, uma camisa branca e uma calça moletom. Sentou-se por um instante e alguém abriu a porta atrás dele.

            __Vejo que você já se levantou. —era uma voz feminina.

            Alex se virou e viu a mesma moça que tinha visto há dias atrás, ela trazia na sua mão uma roupa dobrada, Alex percebeu que aquela era a sua roupa. Alex passou a encarar a sua roupa na mão da menina, não menina e sim mulher, ela percebeu isso e a deixou a roupa em cima da cama sem graça.

            __Mil perdões, mas é que as suas roupas estavam molhadas, você podia ficar gripado, aqui estão elas. Meu nome é Rayssa. Rayssa Calazans. —ela esticou a mão em sinal de cortesia.

            __Meu nome é Alex, Alex Allen, é um prazer te conhecer. Obrigado por me ajudar, mas quanto tempo eu dormi?

            __Apenas algumas horas, agora são quatro horas da tarde, quando você chegou aqui eram oito horas da noite do dia de ontem.

            __Certo, mas onde eu estou?

            __Assis onde mais?

            __Assis? Você quer dizer que estou na cidade de Assis?

            __Sim, Assis na Itália.

            __Mas o que eu estou fazendo aqui?

            __Eu esperava que você me dissesse forasteiro.

            __Forasteiro? Como você sabe que eu não sou daqui?

            __Mesmo Assis sendo uma cidade grande e movimentada, principalmente turística, nós sabemos quando alguém não é daqui.

            __Mas como eu vim parar aqui?

            __Meu pai, ele te encontrou num beco, desacordado, no meio da lama. Os assaltantes te castigaram muito...

            __Espera! Assaltantes?

            __Sim claro, não achamos documentos ou dinheiro com você, a menos que você não exista ou que não precise de dinheiro pra viver esta tudo bem.

            __Ah sim certo... Assaltantes...

            ­­__Mas que coisa interessante, ontem você chegou aqui e pensamos que você ia morrer por algum motivo meu pai não quis te levar ao hospital, na verdade já foi difícil ele te trazer até aqui. Você é bem pesado sabia? Mas enfim, você estava muito mal, cheio de luxações e parecia estar com costelas quebradas além de estar com o rosto muito machucado, mas ai esta você bem de novo em questão de horas, alguém la em cima olha por você.

             __Eu sei disso... Ele olha por todos.

            __Venha, vamos lanchar.

            __Perdão, mas não quero incomodar.

            __Não é incomodo algum, além do mais você esta sem dinheiro, não pode comer por ai. O melhor a se fazer é comer aqui conosco.

            Uma voz feminina chamou Rayssa para o lanche, ela respondeu que já iria e em seguida olhou para Alex que com vergonha a seguiu a garota  pelas escadas, desceram até chegar em uma sala, com uma mesa central e um grande vidro com vista para um grande campo.

            Na mesa tinha pães e vinhos, Alex antes de se sentar cumprimentou a mulher que estava na sua frente estendendo sua mão.

            __Sou Sarah Calazans, mão as Rayssa.

            A mulher tinha longos cabelos castanhos e longos, lábios grandes, olhos castanhos claros, um olhar carinhoso e compreensivo.

            __Eu sou Alex, Alex Allen.

            __Certo Alex, o que te traz a Assis?

            __São tantas coisas que eu nem me lembro direito.

             A mulher riu diante do tom humorado de Alex.

            __Mas Sarah, há quanto tempo à terceira guerra mundial foi declarada?

            Os olhos da mulher se encontraram com o chão.

            __Há dois dias... Mas creio que aqui em Assis não haverá guerra.

            __Por que a senhor diz isso?

            __Cidade pacifica, além de não ter nada a ver entre os dois lados, não temos ligação com o lado oriental ou ocidental.

            __Mas por que a guerra viria pra cá?

            __É isso que eu estou dizendo Alex, a guerra não vira pra cá. Pode se acalmar você esta num ponto seguro em meio à tempestade que vira.

            __Entendo...

            __Mas então, vamos comer antes que esfrie o bolo que eu fiz.

            __Certo mãe, vamos Alex você pode se sentar.

            Todos se sentaram, Alex ainda estava sem jeito, e percebia que Sarah o observava bastante, ele comeu um pedaço de bolo de chocolate e não quis repetir, mesmo com todos aqueles clichês de educação como “pegue mais um” ou então, “fique a vontade” Alex não pegou mais bolo.

            Mas algo não fugia da sua cabeça, a guerra. Por que ela escolheria uma cidade como Assis? Uma cidade turística e pacífica que não tem nada haver com a guerra.

            __Como a guerra esta lá fora Sarah?

            Os olhos dela que agora estavam vidrados para o prato, se virarem para Alex.

            __Bem... Eu não sei muito bem de nada... Mas pelo que me parece, após a guerra ter sido deflagrada pela China, os EUA parece estar se preparando, eu não sei o que vai acontecer, mas parece que estamos em tempos difíceis...

            __Bem... Eu acho que já vou indo, atrapalhei de mais vocês, além de que acho que já usufrui demais da sua hospitalidade.

            __Pré-suponho eu Alex que você não conheça a cidade, que tal Rayssa lhe apresentar ela? Rayssa pode te levar a delegacia para que você possa ir atrás das pessoas que te assaltaram ontem certo?

            __Certo, seria maravilhoso, vamos Rayssa?

            Rayssa ainda comia um pedaço de bolo, mas fez um sinal positivo com a cabeça.

            __Certo, te espero lá fora.

            Alex saiu da casa, a sua intenção era fugir e não envolver ninguém nisso, ele virou a rua, a cidade era maravilhosamente antiga, ainda tinha um aspecto medieval mesmo com o passar de tantos anos, ela era composta de vielas que em sua maioria eram descidas que levavam a parte principal da cidade, Alex passava por uma viela em que um dos lados era maior que o outro o que causava uma sombra até a calçada, Alex caminhava nessa parte com o sol batendo em seu rosto, acima dele varandas com seus varais ligados as outras casas, o que era mais assustador era a simplicidade da cidade.

            Uma voz feminina chamou Alex, ele olhou para trás, era Rayssa.

            __O que houve Alex?

            __Nada eu só queria andar um pouco.

            Alex voltou a olhar para frente e caminhar, Rayssa o acompanhou.

            __Alex... a policia fica pro outro lado.

            __Eu não quero ir até a polícia, não agora— Alex fitava o horizonte até que se voltou para Rayssa— quero que você me leve a um lugar.

            Alex já tinha uma suspeita de onde a Guerra estaria.

            Uma voz já conhecida o tirou do pensamento profundo em que ele estava.

            __Quem é essa menina bonitinha aqui? Eu até pegaria ela. Eu acho que ela é... Não, não é. —era Zael.

            Alex não moveu um músculo sequer do rosto.

            __Já entendi Alex, você vai me dar um gelo. Tudo bem, eu vou procurar o que fazer agora, mas antes o que vocês estão fazendo? Quem você vai enfrentar agora? Já sei, aqueles dois homens que te bateram ontem?

            __Rayssa escute. Você pode me levar à basílica de são Francisco de Assis?

            __É pra lá que você quer ir? Posso claro.

            Uma das respostas de Zael estava respondida.

            __Quantos anos você tem Rayssa?

            __Eu tenho 20 anos, mas e você Alex, me parece já um adulto, mas ainda tem um rosto juvenil.

            __Tenho 25, eu acho...

            Rayssa riu por alguns instantes.

            __Para com Isso. Então você tem 25 anos? Um dia temos que sair juntos.

            __Acho que não, tenho algumas responsabilidades nas minhas costas.

            Os dois caminharam por 20 minutos.

            Ambos conversavam sobre a vida, Alex não dizia nada sobre ele, não podia expor Rayssa ao seu mundo maluco, já ela contava toda a vida dela a Alex, desde a apresentação na primeira serie em que ela travou e não consegui falar, até o primeiro namorado que a feriu, Alex com palavras doces dava conselhos a ela, Rayssa nunca tinha saído da cidade então Alex encontrou algo que podia falar, suas viagens, ele dizia admirado sobre a natureza do Brasil, sobre a cultura da China, mas quando ele tocou nos dois assuntos a menina se assustou.

            __Espera, nos dois tinha uma crise não é? No Brasil de fome e na China da peste.

            __Sim, mas digamos que eu cheguei a boas épocas lá.

            Os dois avistaram a basílica de São Francisco de Assis. Entraram no campo central através de um arco na entrada, a segurança do lugar praticamente não existia além de dois guardinhas,  Alex procurava algo em especial, algo que atrairia a guerra, algo majestoso e singular, o que mais além da torre central da basílica?

            __Certo Rayssa acho que aqui nos separamos, vá pra casa, e não olhe para cá de novo, aliás obrigado por me trazer até aqui.

            __Mas o que você vai fazer Alex?

            __Você não pode saber, mas vá. Adeus Rayssa.

            Rayssa colocou seus fones de ouvido e saiu andando, ela se sentiu expulsa do que realmente Alex iria fazer, mas ela não iria realmente embora.

            Alex subiu as escadarias com velocidade até chegar em uma antessala com uma porta grande de madeira, Alex abriu a porta e adentrou na sala.

            Era uma sala simples, mas com uma grande cadeira no centro, existiam dois degraus que levavam a essa cadeira, na cadeira estava sentado um homem com um grande cabelo branco e pele morena, olhos azuis e uma capa vermelha, era a guerra. Diante dele e na frente de Alex obstruindo a passagem estava Odin com seu, sobretudo negro. A guerra fez um sinal com a mão para que Odin saísse da frente.

            __Vejamos quem esta aqui. É o anjo. Você é mesmo bem previsível.

            __O que quer dizer com isso guerra?

            __Simples eu sabia que você viria atrás de mim, então imaginei, através dos meus irmãos onde você acharia que eu estaria e eu realmente acertei.

            __Você me parece mesmo ser um inimigo formidável.

            Odin estava em um canto com a cabeça abaixada, parecia esperar uma ordem.

            __Vejo guerra que você escolheu o melhor deus pagão.

            __Meus irmãos fome e peste também o queriam, mas sabe como é eles não podem contra mim.

            __E por que não podem?

            __Você sabe anjo, eu sou o mais poderoso entre eles, mas minha irmã morte não o quis. Na verdade ele preferiu alguém da “família” para protegê-lo.

            __Então você ficou com Odin e o anjo da morte com quem ficou?

            __Anjo?—uma risada irônica passou pela voz da guerra—não estamos falando do anjo da morte, mas sim do cavaleiro da morte, se você não sabe essa mera diferença você não pode nos derrotar, talvez tenha sido um erro que Miguel o manda até aqui.

            __Eu... Eu não sabia...

            __Pois deveria se você realmente quiser me derrotar.

            __O que você quer com a terceira Guerra Mundial?

            __O que mais além do caos total? Lembre-se de algo, estou sobre as ordens de Tehom, a deusa do caos, nada melhor que agrada-la.

            __Você só quer agradar a Tehom? Você é mesmo patético.

            __Alex eu não sei se você percebeu, mas nós estamos todos corrompidos, esse não sou eu.

            __Se você sabe que não é você por que ainda continua?

            __Olha garoto eu sou o mais rebelde entre meus irmãos, ou seja o de mais difícil “controle”, mas o poder de Tehom é assustador, eu admito sinto medo dele, por isso o sigo, na verdade sou forçado, é meio complicado, mas o que importa é que eu tenho que seguir as ordens dele e fazer o máximo de estrago antes que...

            __Antes que?

            __Antes que você me derrote e faça a próxima trombeta do apocalipse tocar.

            __Eu te derrote? Isso já é algo tão claro?

            __É garoto, e não comece a se achar por isso.

            __Mas por que Assis? Aqui é uma cidade pacífica, turística, por que aqui?

            __Tenho uma rixa com São Francisco de Assis, sabe, ele é muito pacifista e se orgulha dessa cidade, eu quero ver ela no chão. Destruída. Arruinada. Só isso.

            __Deixe-me ver se eu entendi. Você é o cavaleiro do apocalipse mais influente, e está acompanhado do deus pagão mais poderoso?

            __Isso mesmo.

            A guerra se levantou da sua cadeira e se aproximou de Alex até estar com a mão em seu ombro.

            __Se você quer saber Alex eu não creio que você possa me derrotar, na verdade não creio como você derrotou meus irmãos com tanta facilidade, na verdade eu creio sim, eles são patéticos, olhe eu e minha irmã morte somos os mais poderosos aqueles dois são só distrações. Eu sou o prato principal minha irmã a sobremesa.

            A guerra foi trazendo Alex para mais perto do seu trono, subindo os dois degraus. E o fez sentar em sua cadeira.

            __Garoto você pode vir comigo, conosco, você pode ser mais poderoso que nunca, pode conhecer sua família, pode ter, ser o que quiser.

            __Eu não sei...

            __Venha levante-se.

            A guerra levou Alex para a janela que estava na frente deles.

            Era um grande vidro com uma armação de metal que dava a ideia de uma folha de arvore, daquele ponto de podia ver toda Assis.

            __Imagine tudo isso em suas mãos Alex, agora expanda para o mundo, você pode dominar, pode ser tudo o que quer, imagina o mundo feito a sua vontade? Sem dor para ninguém, sem guerras, sem fome se doenças sem morte, e sem escolhas... Mas isso é um pequeno detalhe perto do esplendor que você pode trazer a única coisa que você precisa fazer e abdicar de tudo isso. Abdicar do seu Deus. É simples.

            __Eu não posso...

            __Alex você pode morrer?

            __Eu não sei.

            A guerra deu um passo para trás e deixou Alex vislumbrando tudo aquilo até que se virou e empurrou Alex para fora. Ele saiu por um dos arcos e caiu, os vidros quebrados rasgaram seu rosto, a queda foi lenta para Alex. Ele caiu no chão debruçado e perdeu a consciência.

            Ele ouvia vozes.

            __Alex! Alex! – essa era a voz de Rayssa.

            __Você não pode acorda-lo! Você não ouviu o que o médico disse? – essa voz Alex demorou um pouco para perceber até que soube que era Sarah.

            __Vocês duas quietas parece que ele esta acordando — essa terceira voz era masculina Alex não a conhecia.

            Alex lentamente abriu os olhos. Estava em uma cama de hospital. Com aparelhos e medicamentos ligados a ele.

            Alex não acreditava realmente na medicina humana, mas só bastava se lembrar de que ele ainda era um humano e na dor que podia sentir que já se sentia melhor por estar em um hospital.

            Ao lado da cama tinha uma cadeira e um homem sentado, usava uma blusa de frio azul, parecia ser feita de lã, o homem usava um óculos de grau, parecia já ter certa idade, mas isso se devia ao seu rosto cansado. Na frente da cama estava Rayssa com os olhos vermelhos como se tivesse chorado por um tempo, sua roupa estava suja e surrada, na porta do quarto estava Sarah calma.

            O home da cadeira se dirigiu a Alex.

            __Lucas Calazans, prazer Alex.

            __Prazer senhor Calazans. O que houve?

            __Alex você caiu da torre. —Rayssa tomou a frente— caiu e se machucou muito.

            __Não vamos exagerar minha filha, Alex você caiu e se feriu um pouco, a Rayssa estava por perto e te viu e socorreu...

            __Obrigado Rayssa.

            __Bem Alex eu acho que você vai ter que ficar conosco por enquanto... Digo até você melhorar e poder viajar novamente.

            __Eu não quero causar mais incomodo senhor Calazans. Eu posso ficar aqui.

            __E com o que vai pagar a conta garoto? Vamos largue de ser bobo e venha conosco.

            __Eu não posso.

            __Alex— Rayssa olhava para Alex com olhos suplicantes— fique conosco, por favor.

            __Certo Alex eu vou falar com o médico, aguarde aqui com Rayssa e Sarah, eu já volto.

            Lucas se levantou e saiu da sala, Sarah se aproximou de Alex a Rayssa sentou na cadeira antes ocupada por seu pai.

            __Alex o que realmente aconteceu lá em cima?—Rayssa segurava a mão de Alex.

            Foi aí que Alex percebeu que o seu outro braço estava quebrado, logo o direito o que empunha Justiceira.

            __Eu não sei... Eu não me lembro  direito... Eu acho que fui ver e exagerei e cai.

            __Acho que não foi isso Alex – a voz de Sarah repreendia Alex— você quebrou a armação de metal da torre, o que houve? Alguém te empurrou?

            __Não, acho que não foi isso, não me lembro... Devo ter batido a cabeça— o mais interessante era que Alex sabia sim o que era, mas mentiu talvez pra proteger a família, mas não da natureza de qualquer anjo mentir, mas Alex conseguia.

            __Certo... Mas vamos descobrir isso direito certo Alex?

            __Certa senhora Calazans.

            __Me chame de Sarah, você falando assim me da à impressão de já ser uma senhora.

            __Sim, perdão Sarah.

            Os dias que se passaram Alex viveu com aquela família humana, fora da cidade a guerra se prolongava, existia focos de batalha e um terceiro exercito nasceu em meio a tudo isso. O exercito resistente como eles gostam de ser chamados, eles não querem uma terceira Guerra Mundial, mas ainda tinha um pequeno poder, países como a áfrica se tornaram campos de batalha, no norte vinha exércitos dos países europeus apoiando os EUA e do outro os países do oriente apoiadores da China, Alex perdeu um pouco de si em meio aquela família.

            Todos os dias Alex e Rayssa se juntavam na hora do lanche em um quiosque no jardim da casa, Alex contava das suas viagens e a cada dia tinha algo novo, na verdade boa parte das coisas que ele dizia eram invenções ou deduções, mas o que ele realmente gostava era de ter a atenção de Rayssa só para ele. Eles ficavam o dia todo juntos, do café da manhã ao jantar, Alex nem sempre comia, até mesmo porque era desnecessário, gastava pouco, dormia cedo e acordava mais cedo ainda.

            Todos os dias Alex fazia com que a fé de Rayssa aumentasse um pouco mais, certa dia ela lhe perguntou “você já viu Deus Alex?”, Alex estava em cheque, ele poderia dizer que não, mas estaria mentindo, e se ele disse-se sim teria que falar toda a sua historia, então Alex sabia que esse teria que ser um daqueles momentos em que ele diz palavras bonitas, “claro que já vi ele” Rayssa se assustou com a resposta, ela esperava coisas como, eu nunca o vi, mas tenho certeza que ele olha por nós. “onde você o viu Alex” Alex logo respondeu “eu o vi em você Rayssa”.

            Alex todos os dias perdia um pouco da divindade e aumentava sua parte humana. As tentações de Zael a cada dia aumentavam, era como se ele se aproximasse cada dia mais de Alex, mas mesmo assim não fazia nada. Apenas falava, isso preocupava Alex, e se um dia Zael resolver utilizar tudo o que tem contra Alex?

            Um belo dia Alex se levantou da cama e caminhou pela casa até chegar em um quarto separado onde Rayssa estava, as cortinas impediam que a luz penetrasse no cômodo, a única coisa que tinha nele era um piano, durante essa semana que se sucedera em que Alex ficou na casa dos Calazans ele se aproximou de Rayssa e descobriu que ela era uma linda moça, Alex relutava em acreditar, mas ele estava apaixonado por Rayssa, seu sorriso lhe trazia paz e o fazia esquecer que a qualquer instante podia morrer em sua missão.

            Rayssa estava sentada no piano estressada com algo.

            __O que há senhorita Calazans?

            __Nada demais senhor Allen... – Rayssa sorriu, Alex adorava fazer isso.

            Alex se sentou ao lado de Rayssa.

            __O que há Rayssa?

            __Essa música... Meu nível no piano esta acima do nível dessa música, mas eu não consigo tocá-la.

            __Que música é?

            __New Born.

            __Muse?

            Durante esses dias na casa dos Calazans Rayssa mostrou algo a Alex, a banda Muse, ela era uma grande fã, na verdade um dos motivos por ela tocar piano foram eles. Alex gostou também da banda, seus arranjos de guitarra são um pouco mais agitados do que as musicas feitas pelos querubins para a adoração a Deus, mas Alex gostava, as letras diziam muito do que Alex sentia por Rayssa, era algo puro, mas mesmo assim escondido, ele ainda era um anjo, isso estava fora de cogitação, além do mais o que faria, Rayssa tinha se tornado a escolha não intencional de Alex.

            Alex percebia a voz do cantor do trio de longe. Ela era uma voz peculiar. Alex não sabia nada de musica, mas New Born era uma de suas favoritas e lhe parecia realmente difícil de tocar.

            Alex queria mudar de assunto.

            __E como vai à guerra?

            Rayssa era uma apaixonada por historia, o que logo a fazia se interessar pela terceira Guerra Mundial.

            Mas os olhos dela se chocaram contra o piano e não mais contra os olhos de Alex.

            __O que foi Rayssa?

            __Eu ouvi hoje pela manhã algo que me assustou.

            __O que?

            __Parece que o exército resistente quer uma base aqui, na cidade, mas eu acho que a maioria não vai querer isso.

            __Por que você acha isso?

            __Somos uma cidade turística, se tivéssemos um foco do exercito aqui as coisas piorariam, o comercio já não esta as mil maravilhas. Além é claro da violência trazida por esse grupo.

            Alex se levantou da cadeira e saiu do lado de Rayssa, sabia que tinha fazer algo.

            __Eu preciso ir Rayssa.

            __Para onde Alex?

            Durante esses dias Alex aprendeu tanto com os Calazans, com Rayssa, não podia deixar ela assim sem explicação.

            __Um dia você entendera.

            __Quero entender agora.

            __Esta bem se você quer.

            Alex tomou espaço dentro da sala, os olhos de Rayssa o acompanhavam atentamente como se esperassem algo.

            __Alex você não vai realmente fazer isso? Não é?

            __Eu preciso fazer Zael.

            __Quem é Zael?

            __Ninguém.

            Alex por um instante se concentrou e trouxa átona Justiceira e seu braçal que estava pronto, a espada parecia nova em folha, como sempre tinha entradas triunfas, ela surgiu em meio ao uma explosão de energia, Alex novamente se concentrou e trouxe algo novo para ele, as suas asas.

            Elas se projetaram para fora das costas como se fosse necessário que as costas de Alex fossem destruídas para isso. Alex dobrou um pouco a coluna e se contorceu por um instante, as asas em um movimento de libertação se abriram e esticaram totalmente com as suas pontas tocando o teto.

            Era uma visão incrível Alex empunhava na mão direita Justiceira, o gesso tinha se quebrado e foi substituída pelo braçal a camisa branca de Alex nas costas estava um pouco suja de sangue onde a asa se juntava ao seu corpo.

            Aquela visão era até mesmo assustadora, mas Alex não sabia como estava ou como Rayssa agiria, por alguns instantes ela contemplou aquela visão até que Alex abaixou suas asas e as encolheu.

            __O que você é?—os olhos de Rayssa estavam arregalados, ela não parecia estar assustada apenas surpresa.

            __Meu nome é Alex Allen como você deve saber, eu sou um anjo.

            __Um anjo?

            __Não exatamente, na verdade eu já fui um humano, quando morri Deus cumpriu um espécie de “profecia” me usando, eu pedi para ser o anjo então me tornei o anjo.

            __Mas o que você tem de tão especial?

            __É a minha missão, eu tenho que derrotar todos os quatro cavaleiros do apocalipse para que o próprio apocalipse acontecesse. Eu já derrotei dois deles, a fome e a peste, e vim até Assis para derrotar a guerra.

            Rayssa parecia parar para pensar por um instante, tudo aquilo podia ser muita informação para ela. Alex pensou que talvez tivesse sido um erro falar tudo aquilo para ela.

            __Então você é um anjo que veio para trazer o apocalipse?

            __Sim... E eu sei falando desse jeito parece meio estranho e assustador.

            Rayssa se levantou da cadeira a abraçou Alex com força, os seus braços se enrolaram no pescoço dele, era extremamente estranho abraçar alguém de asas, Rayssa permaneceu ali por alguns instantes enterrando sua cabeça no peito de Alex, Alex retribuiu o abraço ainda confuso, não era essa a reação esperada.

            __Você pode morrer a qualquer instante e ainda faz isso? Por quê?

            __Eu não sei... Nunca me perguntei isso... Mas eu tenho uma divida com Deus, todo temos, mas ele me deu algo que eu sou muito grato, essa segunda vida, essa segunda possibilidade.

            __Segunda possibilidade? Como era sua vida humana?

            __Eu tinha uma doença que cortava qualquer contato meu com o mundo, eu era cego, mudo, surdo e o meu tato e paladar eram pouco sensíveis... Eu nunca vi a luz do sol, ou as estrelas, mas quando me tornei um anjo, eu pude tocar em ambos.

            __Que lindo Alex...

            __Você realmente acredita em tudo o que eu falo?

            __Por quê?

            __Eu apenas esperava uma resposta diferente. Você me chamar de louco ou de aberração.

            __Eu não posso fazer isso com a pessoa por quem estou apaixonada. Sempre pedi a Deus alguém diferente dos outros para amar, você é esse alguém.

            Rayssa olhou para cima e encarou Alex por um instante, ambos se olhavam nos olhos, Rayssa fechou os seus, Alex entendeu o sinal e fechou os olhos seguindo ela.

            Rayssa levantou e se manteve na ponta dos pés, Alex abaixou um pouco sua cabeça, Alex segurava forte Rayssa.

            Eles se beijaram.

            Alex sentiu um choque passando por todo o seu corpo o animando, ele nunca tinha sentido algo assim, era mais do que o calor dos lábios essa era uma sensação de ternura também sentida por Rayssa, para Rayssa era algo ainda mais apaixonante, claro que ela beijou outros além de Alex, mas algo em Alex a fazia se sentir especial.

            Os dois ficaram ali por dez segundos, mas para eles foi muito mais tempo.

            __Eu realmente preciso ir Rayssa, minha missão ainda não está pronta. Preciso enfrentar a guerra.

            __Você me promete algo?

            __Claro o que?

            __Que após você derrotar a guerra você volta para nos despedirmos?

            __Sim... Eu prometo.

            Alex abriu uma das janelas do cômodo e saiu voando, ele se virou por uma última vez para ver Rayssa que estava na janela se despedindo dele.

            Então Alex gritou.

            __Posso ser um tolo e estar dizendo isso muito rápido... Mas... Mas eu te amo Rayssa Calazans.

            Rayssa ficou vermelha diante da afirmativa e não disse nada, apenas consentiu mostrando para Alex que ela tinha ouvido o que ele tinha dito.

            Ela apenas repetia para si mesma, “apenas volte e eu direi isso a você meu anjo”.

            Alex não sabia onde a guerra estaria, mas tinha uma ideia de onde Odin estaria.

            A mitologia nórdica só se espalhou pelos bárbaros que atribuíram muito deles aos seus deuses, era verdadeiros amantes da guerra e seus deuses também, eles adoravam se embebedar e comer o que também foi levado para os seus deuses. Então onde mais estaria Odin o senhor dessa mitologia senão em uma taverna?

            Foram apenas necessários alguns minutos voando para que Alex percebe-se onde Odin estava, as suas emanações de energia pareciam estar confusas.

            Alex encontrou um bar velho e decrepto caindo aos pedaços, ales entrou e viu um homem com uma veste totalmente negra deitado no balcão soluçando, no chão havia vários copos de vidro quebrados. O bar não tinha um espaço muito grande, mas no canto dele havia uma maquina de som com um aspecto velho, Alex entrou no bar e caminhou até essa máquina, o homem ainda não o tinha percebido, a maquina parecia estar quebrada e evitando qualquer contato manual, agora tocava uma música calma e lenta de um cantor dos anos 70 ou 80 Alex caminhou e se sentou ao lado do homem que não havia mais duvida era Odin.

            O dono do bar se dirigiu a Alex com certo medo.

            __Vai querer alguma coisa.

            __Não. Só quero que o senhor saia daqui agora e não olhe para trás, eu receio em lhe dizer que terá alguns prejuízos.

            __Isso não me importa apenas quero ir embora.

            __Vá.

            Odin ainda estava deitado no balcão. O homem saiu por uma porta atrás do balcão.

            __Vejamos só isso... Um deus que já foi quase onisciente agora aqui bebendo em um bar qualquer, onde estão amor próprio?

            Odin se ergueu e logo percebeu que era Alex.

            __Eu admito pensei que você estivesse morto anjo.

            __Essa coisa de morte no meu caso Odin é um pouco complicada, mas onde está a guerra?

            __Aquela chata? Eu admito prefiro ela como evento a personificada.

            __Já que você esta dizendo quem sou eu pra questionar? Mas Odin onde ele esta?

            __Deve estar no mosteiro, e agora com o plano dele logo, logo essa cidade será destruída.

            __Que plano?

            __O exercito resistente vira pra cá, e você acha mesmo que eles viram em paz sem ferir ninguém? Claro que não anjo, eles praticamente destruíram essa cidade.

            __E toda a historia de proteção e de ir contra a guerra que esse exército tem?

            __Alex é uma guerra, as pessoas vão defender seu ponto de vista brigando, e você realmente acredita que esse exército luta por ideais justos? Se lutassem não entrariam na guerra.

            __Eu nunca entendi o seu fascínio pela guerra.

            __Nem eu... Talvez eu deva isso aos bárbaros que me criaram, é meio estranho saber que você é uma criação humana.

            __Odin por que você se aliou a Tehom? Eu não entendo seus motivos, a dias atrás, antes da reunião, você dizia não querer se intrometer no apocalipse, no nosso apocalipse, por que agora mudou de ideia?

            __Você sabe o que foi o apocalipse dos deuses nórdicos? O Ragnarok, que pra vocês anjos foram às guerras de presença, era épocas boas, vivíamos guerrilhando, bebendo e festejando, eu vivia muito bem ao lado de minha mulher, ao lado de todos os meus filhos...

            __Correção filhos de Deus, eles só te chamaram de pai de todos, mas você nunca foi pai de ninguém.

            Os olhos de Odin se dirigiram a Alex o fuzilando.

            __Perdão continue.

            __Nós tínhamos nosso próprio mundo... Nossas próprias desavenças... Era interessante todo o dia ser “onisciente” através dos meus corvos. Até que um dia vocês chegaram. Miguel foi o primeiro e veio falar comigo. Ele dizia que vinha em nome de um deus maior, o Deus, o senhor de toda a criação, ele pediu para que parássemos de fazer com que os humanos nos amassem e adorassem o que só nos dava poder, ele disse que se isso fosse feito o Deus dele nos acolheria em seu esplendor. Eu aceitei a ideia e fui chamado de fraco...

            __Fraco? Mas quem te chamou de fraco em meio a tudo isso?

            __Meus filhos... Thor e Loki... Eles queriam lutar e vencer os celestes...

            __Espera como você soube que esse sim era o Ragnarok?

            __Simples... Fomos derrotados... Todos nós fomos derrotados. Houve uma aliança entra todos nós em Asgard e nos nove reinos. Pela primeira vez nos unimos aos gigantes de gelo. Mas nada disso adiantou.

            Odin agora olhava com os olhos suplicantes para Alex até que segurou na blusa branca de Alex.

            __Você sabe o que é ver seus filhos mortos diante dos seus olhos? Lutando por sua vida.

            __Quem matou seus filhos?

            __Thor e Loki lutaram juntos contra o mensageiro divino e a cura de Deus, Rafael e Gabriel. E morreram ali diante dos meus olhos.

            __Então é  por isso que você tem ódio dos celestes?

            __Eu nunca tive ódio oi raiva pelos celestes e o seu Deus, mas eu so quero ter uma morte digna, isso é a única coisa que me importa. Você pode me dar essa morte Alex?

            __Eu? Creio que ainda não sou forte o bastante para isso.

            __Garoto você é jovem e tem energia diferente de mim que sou apenas um velho, por que não conciliamos as duas pontas da vida?

            __Como assim?

            __Me permite?

            Os dedos de Odin tocaram a testa de Alex e por um instante ele viu grandes coisas, teve a experiência de milhares de anos lutando com espadas, ele também viu coisas maravilhosas como o por do sol em Asgard, era como se toda e qualquer experiência de Odin fosse duplicada a Alex, ele tinha se tornado um mestre em espadas.

            Odin retirou seus dedos, mas as memórias ficaram em Alex.

            __Mas o que foi isso?

            __Acabei de compartilhar com você todas as minhas experiências como guerreiro.

            __Eu não sei o que dizer...

            __Não diga nada apenas acabe com esse velho guerreiro...

            __Eu não posso... Não depois do que você acabou de fazer por mim... Antes eu não tinha certeza se poderia deter a guerra com toda a sua pericia em armas, mas agora com isso não tenho dúvidas.

            __Garoto com ou sem isso não há duvida que você venceria, se tem algo que eu aprendi sobre vocês humanos é que sempre podem ir mais longe em qualquer aspecto, e se quer saber Tehom tem medo de você, ele sabe que você conseguira concluir sua missão.

            __Mas eu ainda não entendo algo, Lúcifer quer o apocalipse, por que atrasa-lo desse jeito? Além disso Tehom também parece querê-lo, então por que ambos querem atrasa-lo assim?

            __Primeira coisa que você precisa tem em mente Alex, eles não estão dos mesmo lado, você já devia ter imaginado isso, mais cedo ou mais tarde um trairia o outro, dessa vez foi Tehom que agiu primeiro, a ideia de corromper os cavaleiros foi uma sugestão de Tehom em que Lúcifer tomou como sua. Agora pare e pense o que Tehom vai querer com todos os cavaleiros? Qual e a função deles?

            __Espalhar dor e sofrimento... A princípio, mas são na verdade redenção, eu observei isso após derrotar a peste e a fome, mas a primeiro plano espalhar dor e sofrimento... Espalhar... Espalhar... É isso que Tehom quer uma arma para espalhar o seu vírus no universo, e nada melhor que em uma guerra como arma biológica.

            __Bom garoto, mas e quanto a lúcifer?

            __Ele... Não pode ser... Ele não quer que o apocalipse comece agora... ele ainda não esta pronto... Nunca esteve.

            __Admito escolhi a pessoa certa para partilhar meus conhecimentos.

            Alex sorriu ele adorava elogios.

            __Anjo acabe logo com isso.

            __Eu não posso... lute ao meu lado...

            __Eu é que não posso fazer isso, foi uma peça fora do museu, meu tempo não é esse e o máximo que eu podia fazer para lhe auxiliar eu já fiz.

            __E eu sou realmente grato por isso, não posso te matar assim.

            __Pode e vai.

            Existia um tom imperativo na voz de Odin que Alex compreendeu.

            __Quem imaginaria um dia não é... Eu que já fui o anjo briguento, que até um dia te desafiou para uma briga aqui chorando por ter que te matar... Como o universo dá voltas.

            __Eu já imaginava garoto, você sempre teve um futuro promissor.

            __Adeus querido deus, entre todos os deuses pagãos que eu conheço você é o mais justo.

            __E você o celeste mais “mole” que eu já conheci.

            ­­Alex pegou Justiceira que estava em um canto apoiada no balcão a segurou diante de si, os seus olhos encaravam a espada, ele não acreditava que podia ter tido um afeto tão grande por um deus, graças a Odin Alex tinha tido vários anos de sabedoria a mais, mas ainda era jovem. Alex segurava a espada com sua duas mãos braços junto ao corpo, mas o cotovelo formava um ângulo de 90 graus, os olhos de Alex o condenavam, Odin percebeu que ele não faria isso.

            Odin então segurou em seus cotovelos e esticou o braço de Alex, a espada entrou no peito de Odin, foi uma ferida sem muito sangramento. Alex quando percebeu retirou a lamina e correu para segurar o corpo do amigo que estava a cair no chão.

            Alex segurou seu novo amigo que estava prestes a morrer.

            __Alex... Qual é o seu sobrenome?

            __Allen... Alex Allen.

            __Alex Allen o seu nome se tornara maior que qualquer outro, se quer saber eu também tinha recebido a noticia de sua vinda através dos meus corvos, como disse já fui quase onisciente. Você quer saber o que dizia a profecia?

            __Sim...

            __Um dia vira um celeste, o celeste, aquele que partilhara da humanidade e da divindade, ele unificara verdadeiramente o mundo e o céu... Mas morrera por isso... Talvez Deus tivesse me mostrado isso, mas eu nunca vou entender porque, como eu disse antes eu já fui quase onisciente o que você é agora.

            Odin se tornou poeira que voou pelo ar. Então esse era o final de um deus? Talvez não houvesse tanto louvor para se tornar um deus.

            __Espero que o Val-Hala celeste o acolha querido amigo.

            Alex saiu do bar desconcertado, esperava uma batalha épica, sinceramente esperava quebrar meio bar, mas em vez disso ganhou anos de sabedoria e admiração por alguém em especial.

            Alex agora não tinha nem animo para voar, a única coisa que ele queria era achar a guerra e a enfrentar e voltar correndo para Rayssa, talvez o anjo estivesse sendo rápido demais quanto a isso, ele pensava isso, eles se conheceram a uma semana e ele já diz te amo assim de repente?

            Alex adentrou uma ruela, ele não sabia para onde estava indo, mas viu algo que o animou. Ao longe viu alguém com uma capa vermelha, trajava uma couraça de metal, um capuz, tinha uma espada três vezes maior em questão de grossura que justiceira.

            A posição da lua causava sombras em meio ao caminho que se seguia, os prédios ao lado eram desregulados em questão de tamanho, algo já comum para Alex eram os varais de roupas acima da sua cabeça, Alex de alguma forma sabia que era a guerra, sabia que era necessário derrotar a guerra.

            A guerra começou a correr em direção a Alex, Alex seguiu o gesto e também correu com o auxilio das asas alcançou uma velocidade maior, a guerra parecia realmente irritada.

            Alex e a guerra ergueram suas armas, Alex empunhou Justiceira e a guerra levantou sua espada.

            O impacto ocorreu. As espadas se chocaram, e causaram um grande impacto, faíscas saíram do impacto, nenhuma das espadas cederia a colisão.

            O impacto fez tremer qualquer estrutura, Alex dobrou bem os joelhos para aguentar o impacto, a guerra parecia não ligar para isso ou para qualquer técnica, ele estava na força bruta. Alex começou a cair. A força da guerra era mesmo estrondosa.

            Alex se ajoelhou defendendo a espada da guerra.

            __Então é isso anjo? É assim que você vai cair?

            “Vai ser assim que eu vou perder?” ”Não existe nada que eu possa fazer?” “Eu não vou ver a Rayssa por uma ultima vez?” Alex só conseguia pensar em Rayssa e em como ela ficaria se ele morresse ali diante da guerra.

            __Alex? Meu filho?

            __Deus é você?

            __Sou eu sim meu filho querido.

            __Deus o que eu faço agora?

            __Eu não sei... Responda-me você.

            __Eu... Eu tenho que derrotar a guerra, mas como?

            __Da mesma forma que você derrotou os outros ora.

            __Mas eu não sei se sou forte o bastante.

            __Então é falta de confiança? Quer saber a Rayssa esta tocando lindamente graças a você, a confiança que você deu a ela.

            __Deus... Eu não seio que fazer.

            __Apenas vença. Eu não quero cordeiros para mim, quero lobos que saiam e destruam o mal, quero suas costas seu sangue para edificar o meu reino, coisa que você tem feito por mim, então é hora de uma recompensa.

            Alex voltou a si.

            A guerra estava em cima de Alex que estava de joelho, Justiceira parecia pender para um lado, Alex podia perder a qualquer instante.

            As asas douradas de Alex tocavam o chão, o ouro começou a soar, vibrar, as placas que o compunham começaram a cair, as asas mais baixas estavam se decompondo, grandes pedaços de ouro caindo no chão, eles eram substituídos por penas vermelhas, o ouro começou a se rachar e em seu lugar nascia uma estrutura de asa normal, as penas vermelhas eram realmente lindas. Alex tinha pela primeira vez... Asas de verdade.

            Mas então ocorreu uma explosão e ambos foram jogados.

            Agora existia uma distancia segura entre eles.

            As asas eram vermelhas, mas tinham por cima uma armadura dourada, ela não cobria totalmente a asa apenas a parte superior. Era como uma medida de precaução.

            __Mas o que é isso? Ganhou asinhas novas?

            __Ganhei guerra, e isso acaba agora.

            __O que você pode fazer contra mim?

            A guerra sentiu uma rajada de ar passar pelo seu rosto, fechou os olhos por um instante e quando os abriu novamente Alex não estava mais lá.

            __Admito estou mais rápido do que imaginei.

            A voz assustou a guerra, era Alex e ele estava atrás dela, mas como o garoto podia se locomover tão rápido?

            A guerra virou um ataque com sua espada, mas cortou apenas o ar.

            Alex dessa vez estava em pé em cima de um varal de roupas, ele estava contra a lua de asas abertas o que causava uma grande sombra no chão, não era possível ver seu rosto ou qualquer outro aspecto do seu corpo.

            __Como você é tão rápido?

            __Eu aprendi a voar como um anjo normal com as minhas asas, agora com essas mais leves eu posso mais, muito mais.

            __E agora com toda a sabedoria de Odin mais sua força você se tornou um problema maior ainda. Aquele velho... Onde eu estava com a cabeça para escolher ele para me ajudar, ele e mesmo imprestável.

            __Cala a boca guerra.

            __Senão o que você vai fazer...

            Alex sumiu por um instante, a guerra sentiu o aço frio passando pelo seu corpo, era Justiceira, Alex reapareceu atrás dele de joelho como se acabasse de dar um último golpe.

            __Eu não creio que... Você me venceu realmente?

            __Eu refaço o selo e devolvo o cavaleiro ao cordeiro... A guerra...

            A guerra subiu aos céus, o céu tomou uma coloração vermelho ao seu toque, Alex tinha derrotado o terceiro cavaleiro do apocalipse.

            As coisas estavam acabando. Alex agora só precisava derrotar a morte e tudo isso estaria acabado, não, quando ele derrotasse a morte aí sim é que teria começado.

            Alex estava admirado com suas novas asas, eram realmente lindas, que presente maravilhoso Deus tinha lhe dado, e pensar que a uma semana atrás Alex tinha apanhado da guerra e agora tinha acabado de derrota-la sem dificuldade alguma.

            Mas um pensamento o chamava, ele era um humano, tinha corpo humano, como aquela asa estava ali? Mas logo lhe ocorria que ele estava falando do Deus do impossível, algo assim é fácil para ele.

            Alex ainda pensava em Rayssa, ele precisava cumprir a promessa e vê-la por uma ultima vez, já que logo, logo ele precisaria ir atrás da morte.

            Alex sobrevoou a cidade, ele estava a caminho da casa de Rayssa e por onde passava percebia uma onda de destruição e dor, o exército rebelde tinha passado por ali, Alex estava pensando se Rayssa estava bem, ele viu um rastro de fumaça vindo da direção onde ficava a casa de Rayssa. Ele voou mais rápido que pôde.

            Até viu que a fumaça vinha da casa de Rayssa... Ou pelo menos dos destroços, a casa estava totalmente destruída, Rayssa chorava no jardim da casa. Alex desceu e ficou perto de Rayssa, quando ela o viu abraçou ele forte e não o soltou... Alex foi o primeiro a ousar quebrar o silêncio.

            __O que houve?

            __Eles chegaram, destruíram tudo... Mataram meus pais...

            Alex segurou forte a cabeça de Rayssa contra seu peito.

            __Eu prometo que nada vai acontecer com você, eu vou cuidar de você...

                __Te amo Alex.


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