Anjos De Redenção escrita por Arthur Almeida Souza


Capítulo 20
Lembranças e motivações




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             Alexiel rasgava o céu coberto por suas asas tanto na face quanto no pé, ele estava próximo a vila dos querubins, se sentia em casa novamente, era uma sensação que não sentia já fazia algum tempo.

            Mas repentinamente ele parou no céu, flutuou no ar, suas asas medianas cobriram seus ombros. Com seus poderes gravitacionais conseguiu se manter no ar.

            __Hugin e Munin voam a cada dia sobre a terra espaçosa. Eu temo por Hugin, que ele não volte ainda mais ansioso estou por Munin.

            Alexiel proclamou isso e em segundos os dois corvos estavam em seu ombro.

            __Tenho medo desse lugar mestre.—Disse Munin.

            __Por que Munin?

            __Me recordo das guerras de presença.

            __Não temas, vocês agora estão comigo.

            __Mestre o que houve com o senhor? Quase não o reconhecemos.

            __Nada demais Hugin, agora sou um serafim.

            __Isso muda algo?

            __Claro que muda Munin! Não interrompa o mestre! Isso quer dizer que agora ele tem o poder total de Justiceira suprema em suas mãos.

            __Mas então por que o senhor quer nós aqui?

            __Desejo algo de você Munin.

            __No que posso servi-lo senhor?

            __Desejo alcançar todas as minhas memórias.

            __Você não se recorda de nada?

            __Não, mas desejo saber algo em questão, quero saber sobre a minha humanindade.

            __Você já sabe, precisa apenas se recordar.

                Munin tocou seu bico no lado direito de Alexiel.

            Alexiel agora estava dentro de uma casa, ampla e bela. Estava na copa, viu uma criança sentada em frente a parede, se perguntava por que estava ali quando percebeu não estar realmente ali.

            Ele ergueu suas mãos e pode ver através dela, tinham uma coloração azul, eram intangíveis, percebeu também que não tinha mais asas.

            Munin estava em seu lado.

            __Quem é aquela criança?

            __Você.

            Antes de assimilar a situação Alexiel viu uma mulher entrar na sala, tinha uma estatura mediana, cabelos vermelhos como fogo, era bela, mas algo a deixava com uma aparência mais velha, não seria as olheiras ou quem sabe o cansaço aparente, a dor era o que a deixava mais velha, suas roupas também não ajudavam, ela usava um vestido cinza, sem vida, sem cor.

            Ela se aproximou da criança e a pegou nos braços, o garoto era magro, seus olhos abertos encaravam o teto da casa, ele parecia não perceber nada, estava catatônico.

            Ela se aproximou dele, colocou sua face ao lado da face dele e começou a sussurrar.

            Alexiel também podia ouvir o que ela dizia.

            __Não tenha medo meu querido. Deus está olhando por você, ele não te abandonou, nem me abandonou.

            Agora Alexiel entendia, aquela era sua mãe! Então ele realmente tinha sido amado. Ouviu-se o barulho de uma porta.

            E uma voz chamou por Maria. A mãe de Alexiel respondeu dizendo onde estava, e depois de alguns segundos um homem chegou ao cômodo.

            Ele também tinha a aprência cansada, usava uma blusa de tricô azul, um par de óculos que lhe somavam mais anos na aparência. Trazia consigo uma maleta que logo jogou no sofá.

            __Vamos querida? Como está o pequeno Alex?

            __Ele está bem, não há como saber.

            A mulher deixou uma lágrima cair, o homem se aproximou beijou sua testa e acariciou Alex.

            __Vai ficar tudo bem.

            __O que os médicos disseram?

            __Teremos que colocá-lo em observação.

            __Eu sei que ele ainda está lá.

            __Eu também sei que ele está ai. Mas queria entenda, não podemos cuidar dele, não mais.

            __Eu não quero ficar longe dele.

            __Não vai.

            O homem pegou a criança nos braços e saiu pela porta, a mulher procurava algo.

            Alexiel caminhou deixando a mulher sozinha e foi em direção ao homem, saiu pela porta sem nem mesmo precisar toca-la. Olhou á volta, viu o carro onde seu pai o colocava, antes de entrar no carro também se virou e admirou a casa.

            Era velha, a tinha já desbotava, o gramado estava alto, a poeira do lugar já era tamanha que estava no ar. Alexiel ficou parado por tempo o bastante para que sua mãe ficasse pronta, ela saiu pela porta e atravessou Alexiel e Munin.

            __Que é isso? Essa dor, esse medo. Tudo por mim?

            __Talvez agora você entenda mais por que você é tão especial, foi por você ter sido tão amado.

            __Qual o meu estágio na doença?

            __Acho melhor você mesmo ver.

            O ambiente á volta de Alexiel já era embaçado, mas com a mudança de localidade e de época ficou ainda mais embaçado e confuso. Dessa vez eles estavam em um leito de hospital, parecia uma rede particular de hospital por ter um logo estampado nas toalhas do banheiro, existia um leito uma poltrona e um jarro de flores com velhas margaridas.

            Alexiel se reconheceu deitado no leito, seus olhos estavam abertos, mas as pupilas retraídas, sua pele era pálida como se nunca tivesse saído ao sol, seus cabelos vermelhos sangue diferentes dos cabelos de sua mãe que eram como raios de sol alaranjados.

            A mulher que Alexiel ter assimilado ser sua mãe estava sentada ao lado do leito, na poltrona, estava dormindo, ainda sim tinha uma aparência cansada. Na parede no quarto existia um vidro que dava para o corredor onde um médico e o pai de Alexiel conversavam.

            __Meu senhor entenda, isso não é o bastante pra cumprir as despesas.

            __Mas doutor essas são as minha últimas economias, se ele sair daqui ele pode morrer á qualquer instante. Não creio que o sistema de saúde público posso mente-lo vivo.

            __Como eu já disse á você senhor Allen, ele não está vivo, todas as suas ligações com o mundo exterior foram cortadas, ele agora dentro de suas mente deve estar em estado de tupor. Não podemos fazer mais nada além de lhe oferecer a paz.

            __Eu não cumprirei a eutanásia!—da mesma forma que ele agora dizia de forma autoritária, em sua mente existia uma duvida, não seria o certo a se fazer?

            __Senhor Allen.—Uma terceira voz se infiltrava pela conversa, era percebível que se tratava de uma mulher, uma enfermeira.— Senhor Allen a sua despesa venceu a duas semanas atrás.

            __Então eu apenas representei isso aos meus pais? Uma difuiculadade que foi esquecida ao longo dos anos?

            __Não, venha vamos mudar de tempo novamente.

            As paredes caíram ao chão e novas se levantavam, o lugar mudou novamente, e de volta á casa Alexiel viu deitada de frente á parede sua mãe, com ele em seus braços, seu pai atravessava a sala de estar e ia em direção á ela.

            Se sentou ao seu lado, nenhuma palavra foi proferida.

            __Me recordo que uma vez Miguel disse que meus pais não se importavam muito comigo, vivia apenas com minha mãe. Ele mentiu?

            __Eu não sei muito como os anjos agem, se mentem, se omitem, mas acho que ele fez isso por dois motivos. Primeiro, ele realmente não soube quem eram seus pais, e segundo, ele não queria te ferir ou que você se preocupasse demasiadamente com isso diante de uma missão tão importante para o mundo.

            __Eu, onde eu estou nesse dia?

            __Foi a primeira vez que Deus falou com você diretamente dentro de sua mente.

            __O que conversamos?

            __Sobre seu sonho, ser um anjo.

            __Apenas não entendo algo, como eu alcancei esse sonho?

            __Eu não posso te responder tudo meu caro mestre. Algumas coisas tem que ser alcançadas por você mesmo.

            __Eu... Eu não sei.

            __Sabe sim, Alexiel você tem que saber. Isso não será a mesma coisa se você apenas saber, você precisa sentir.

            __Eu não sei, não posso.

            __Pode sim! Você é mais que isso agora, é a face de Deus!

            __Espera... Você é um gênio Munin.

            Ambos se calaram ao som da voz de Maria.

            __Eu não sei como ele está. Isso é o mais triste.

            __Acalme-se Maria.

            __Como Eduardo! Estamos sem dinheiro com um filho de precisa de cuidados, como posso me acalmar com uma criança no braço sem saber se ela realmente está viva ou não?

            __Ele está respirando, e seu coração batendo. Ele esta vivo.

            __Isso é mesmo viver?! Me parece apenas cumprir necessidades corporais.

            __Maria, eu não posso fazer nada, ele também é meu filho!

            __Eu sei...

            Silêncio.

            __Munin, vamos embora daqui, não quero mais ver isso. Queria apagar de suas mentes qualquer lembranças minhas.

            __Por que você iria querer fazer isso? Nem mesmo eles quiseram esquecer você.

            __Por que você diz isso? Existe algo que eu não saiba?

            __Bem isso já não é comigo, e sim com o Hugin. Vamos sair desse devaneio e ir de encontro á ele.

            As paredes cinzas se foram com a forte ventania, Alexiel estava novamente sobrevoando o terceiro céu, no seu ombro apenas Munin pairava, depois de alguns segundos Hugin apareceu dentro de um pequeno tornada escuro que se iniciou no ombro do serafim.

            __Podemos ir logo para a batalha?! Quero muito ver isso.

            __Hugin antes de mais nada nosso mestre tem mais uma coisa a nos pedir.

            __Seus desejos são nosso desejos.

            __Bem, Hugin e Munin, desejo que vocês me demonstrem o que realmente prova que meus pais nunca quiseram me esquecer.

            __Certo.—A concordância foi quase uníssono.

            E mais uma vez Alexiel mudou seu posicionamento, mas dessa vez ele realmente não estava lá, apenas observava. Estava em um hospital, rapidamente reconheceu a mulher que estava no leito, era Maria, sua mãe, ela parecia cansada, mas estava diferente de antes, o cansaço podia ser tamanho, mas ainda não ocupava a felicidade em seus rosto.

            Eduardo passou para o outro lado do lençol do leito, em uma das mãosum bebê, poderia ser qualquer bebê, com seus cabelos negros, olhos ainda fechados que viriam a ser castanho escuro, e as delicadas dobraduras na pele, podia ser qualquer bebê, qualquer um, mas Alexiel logo percebeu que não. Eduardo entregou o bebê á Maria, ela apertou ele forte contra seu peito e por instantes observou os olhos fechados dele.

            __Então? Como será o nome dela?

            __Eu ainda não pensei nisso.

            __Eu imaginei algo como Clara.

            __Sim... Muito bonito, mas eu quero algo que nos recorde o Alex.

            As palavras pareceram pegar de surpresa Eduardo, talvez essa fosse a última coisa que ele esperaria ouvir de Maria.

            __Algo que lembre o Alex?...

            __Sim, nosso pequeno anjo que agora está com o senhor, ele nos ensinou muito não é? Além de ter sido uma benção para nós.

            __Verdade...—Algumas lembranças, doces e feiticeiras invadiram a mente de eduardo, Alex lhe causou alguns problemas, sim, mas ainda sim foi seu filho, lhe ensinou tanto, como a importância do dinheiro é baixa, além do que realmente é viver.—Você tem razão Maria, ela se chamará Alexia.

            __Lindo nome, Alexia Allen, irmã de Alex Allen.

                __Pequena Alexia, você fará coisas grandes, assim como seu irmão.—Eduardo brincava com sua filha.


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