Livro Da Perdição escrita por Alan Mcgregor


Capítulo 8
Capítulo 6 - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Segunda parte do Capítulo 6. Lembrando que eu o dividi para que a leitura não ficasse muito cansativa para vocês =) Pretendo fazer assim toda vez que um capítulo ficar muito extenso. Qualquer opinião, comentem ou mandem uma MP para mim! xD



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Assim que Daniel entrou, viu um rastro de sangue no chão. “Não, Deus, por favor, isso não...” – pensou Daniel, quando começou a seguir o rastro que começava na sala e terminava no quarto. O cheiro ruim já estava exalando do corpo de seu pai. Sandro Bloom estava caído no chão, de bruços, com a garganta cortada. Um dos braços estava esticado para frente, onde havia uma gaveta que ele provavelmente derrubara num último gesto de desespero.

Daniel segurou a boca com as duas mãos. Seus olhos ficaram marejados na mesma hora, ardendo com as lágrimas que insistentemente tentavam brotar em seus olhos. Pensou em seu irmão, nos McGregor, e pela primeira vez se perguntou onde o Alan estava. Em meio ao turbilhão de tristeza e morte, ele havia se esquecido do amigo. E agora seu pai. Seu pai também estava morto! E qual seria o motivo das pessoas estarem com tanto medo a ponto de não saírem de casa? Teriam visto aquele homem demoníaco? Será que ele foi o responsável por matar seu pai?

Daniel se aproximou do corpo de seu pai e começou a acariciar seus ralos cabelos, enquanto segurava o choro para falar algumas palavras:

– Obrigado papai, por tudo. Eu juro para você que vou descobrir quem fez isso com o senhor e vou fazê-lo pagar. Eu juro que terei força suficiente para continuar, mesmo que todos vocês já tenham partido. Eu... Eu... – Daniel se controlou mais uma vez para que nem mesmo uma gota saísse de seus olhos – Eu te amo muito, papai. Eu amo muito como você cuidou de mim, como você se preocupava com a gente. Eu te amo muito. Desculpa minhas bagunças, papai. Desculpa... Prometo ser menos bagunceiro a partir de agora, tá bem? Eu vou honrar o nosso nome. Como o senhor me falou que o Papai do Céu cuida da mamãe desde que ela me fez nascer... – mordeu os lábios inferiores e passou as mãos empoeiradas nos olhos para secá-los – eu também tenho certeza que o Papai do Céu tá cuidando de você agora, papai. Você vai ficar bem, tá? Eu te amo muito, nunca vou te esquecer...

Fechou os olhos e pensou em um lugar onde seu pai, sua mãe e seu irmão estavam juntos, sorrindo, em uma floresta muito bonita, acenando para ele, como se dissessem que está tudo bem, que estavam esperando por ele.

Ficou um pouco mais feliz ao pensar dessa forma e decidiu que também cavaria uma cova para seu pai, nos fundos da casa. Ao sair para enterrar seu pai, viu que muitos olhos o fitavam das janelas das outras casas. Mas ele não se importou com isso. As pessoas de Leimbra eram assim. E ele já se acostumava com a ideia de que teria que se virar sozinho.

Já estava anoitecendo quando terminou de enterrar seu pai. Estava exausto, morto de fome, com os olhos ardendo e seus braços e costas parecendo que iam esfarelar a qualquer momento. Mal sentia suas pernas. Sua cabeça doía de tanto que havia chorado no dia anterior. O tempo começou a fechar de novo. Depois de todo o calor que havia feito naquele dia, parecia que outro temporal viria.

Voltando para casa, começou a arrumá-la, começando pelo quarto. Pegando a gaveta que seu pai havia derrubado antes de morrer, se interessou por um pedaço de papel com seu nome, escrito com a letra do seu pai. O papel tinha manchas secas do sangue dele, fazendo com que Daniel o desdobrasse com o maior cuidado possível, com medo de danificar o seu interior.

Dentro do papel, que Daniel descobriu ser um tipo de carta ou recado, estava escrito:

“Daniel, meu filho. Finalmente estou tendo a coragem de te contar toda a verdade sobre você e sobre sua mãe. Mesmo que eu esteja escrevendo isso e não contando diretamente para você, já é um peso que tiro das costas. Provavelmente guardarei essa carta por um bom tempo, até que você tenha idade o suficiente para entender tudo o que está escrito aqui e o motivo de eu não ter te contado antes. Pelo visto vou ter que esconder bem direitinho, você tem ficado muito esperto para seus 5 anos, já está lendo tudo o que vê! E é muito esperto também, muito diferente de todas as outras crianças da sua idade. Você vê as coisas de uma maneira muito diferente delas.

Bom, então acho que devo começar te agradecendo, meu filho amado. Eu te amo muito e estou muito orgulhoso de suas conquistas. Também tenho certeza que você continuará me fazendo muito feliz por todos os anos que ainda se passarão até você ler essa carta. Papai gosta muito de você e quer que você saiba que eu sempre quero o seu bem. O que eu vou te contar agora, meu filho, é muito triste, por isso eu demorei tanto para te revelar. Eu não queria que você sofresse, que você entrasse em uma busca maluca... Também fiquei com medo de você nos abandonar, a mim e ao Jon. Vocês dois são tudo que eu mais amo e o que tenho de mais precioso nessa vida.

A verdade, Daniel, é que você não é meu filho. Digo, não é mesmo sangue do meu, apesar de ser meu filho, por ter te criado e te amado desde recém-nascido. O que realmente aconteceu, foi que a minha esposa realmente morreu no parto. Mas o nosso filho morreu junto com ela. Você não é nosso filho de sangue.

Você não sabe como fiquei mal. Você não faz ideia de como é triste perder praticamente toda sua família em apenas um dia! Senti raiva, senti ódio, senti tristeza, dor. Achei que nada mais me alegraria na vida.

Mas quando cheguei em casa, eu vi um bebê recém-nascido, envolto em panos. Tão pequeno, tão frágil! Você estava dormindo, tão quieto que nem parece o sapeca de hoje, que mal consegue parar quieto em uma cadeira.

Peguei você me meu colo, tendo a certeza de que você era um presente de Deus para aliviar a minha dor. Infelizmente, eu não sei quem o deixou na minha porta e ninguém de Leimbra comentou que viu alguém estranho no dia. Então eu acabei mentindo para todos, dizendo que você era meu filho, que minha mulher havia morrido no seu parto, e pedi para que as parteiras confirmassem tudo. Jon ficou muito triste quando soube da morte de sua mãe, mas você nos alegrava tanto, que rapidamente nos recuperamos de tudo o que havia acontecido.

Você é uma bênção em nossas vidas, Daniel. E eu quero muito ver você e seu irmão serem respeitados homens, senhores de suas vidas, constituindo outras famílias.

A única coisa que pode identificar de onde você veio, está no saco que eu te entregarei junto da carta. Eu não sei o que significa, mas se estou entregando essa carta para você, é porque tenho certeza de que já tem maturidade para saber o que fazer com tudo isso que eu te falei.

Espero que você consiga me perdoar por tudo isso, mas saiba que fiz tudo por amor, a você e ao Jon.

Te amo, filho. Conte sempre com o seu pai, farei de tudo para ver vocês dois felizes.”

(FIM DA PARTE 2)


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Notas finais do capítulo

Avaliem, por favor!

Grande abraço a todos vocês! xD



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