Tony POV

- Preparada? - perguntei a Christine.

Estávamos os dois no ar, cada um em sua armadura. Eu ainda mal conseguia acreditar que ela, uma garota que mal saiu da faculdade, conseguira montar uma armadura tão complexa. Se bem que, desde que ela começou a me ajudar, as coisas têm sido muito mais rápidas. Mas, enfim, voltando ao que eu estava contando...

- Acho que nasci preparada pra isso - ela disse.

- Boa sorte, então. Espero que você tenha um ótimo controle dessa sua armadura, não queria quebrar uma coisa que deve ter levado tanto tempo pra criar.

- Umas duas semanas e meia, pra ser exata - uau, aquilo sim me surpreendeu. Como ela fez isso em tão pouco tempo?

- Como eu disse, não quero quebrar uma coisa que demorou tanto pra ficar pronta. Então, vamos começar.

- Manda ver, Homem de Ferro.

Disparei o canhão da mão direita na direita na direção dela e ela desviou, bem rápido pra uma principiante. Fiz mais quatros disparos seguidos e ela mais uma vez desviou de todos.

- Só isso? - ela perguntou.

- Isso é o aquecimento, querida.

Disparei sete vezes em sequência, com as duas mãos, em direções diferentes. Ela girou para um lado e praticamente se dobrou no meio para evitar as duas primeiras, depois se impulsionou para cima de ponta-cabeça, evitando a terceira, e fez um giro para a esquerda para não ser atingida por outras duas. Virou um mortal exatamente como eu tinha feito há alguns minutos atrás e mergulhou uns cinco metros, evitando as duas últimas. Tudo isso em menos de dez segundos. É, a garota tem agilidade. Ela subiu outra vez e ficou de frente pra mim.

- E então, como estou me saindo?

- Poderia ser melhor.

- Então vamos lá, faz outra vez.

- A dificuldade só aumenta, querida.

E assim continuamos a testar as duas armaduras. Não sei exatamente quanto tempo durou, mas, quando paramos, o sol já estava quase se pondo.

Christine POV

Eu tinha me saído extremamente bem no teste. Nem eu mesma sabia que tinha tanta agilidade assim. Mas, é claro, o Stark vai morrer sem admitir que eu sou quase tão boa quanto ele próprio. Assim que entramos no laboratório, ele recebeu uma ligação.

- Oi, Happy - ele falou, atendendo. Não era uma ligação normal, é claro. Ele é Tony Stark, não tem um telefone normal. Era como uma videoconferência. - O que foi?

- Tem um cara aqui falando com a Pepper - ele disse, olhando para o lado.

- Não acredito que você pagou uma pessoa pra vigiar a Pepper, Tony - falei.

- Não paguei.

- Quem está aí, Tony? - Happy perguntou.

- Só a minha assistente irritante. E o que tem isso, Happy?

- Ele é bem atrevido... está mostrando o cérebro dele a ela.

- O quê? - perguntei.

- Calada, Christine. Quem é ele, Happy?

- Aldrich Killian. É um cientista rico, que veio apresentar um projeto. Tem um outro cara muito suspeito com ele.

- Deixe-me ver o que ele está fazendo.

Não consegui ver o que ele fez, mas vi Tony revirar os olhos.

- Você tem que virar a tela, Happy.

- Como se faz isso? Eu não sei como faz.

- É só virar a tela!

- Eu não sei fazer isso! O cara suspeito ta saindo, eu vou atrás dele.

- Então vai, Happy. Faça o que quiser.

- Isso mesmo, o que eu quiser. Eu não trabalho mais pra você.

Tony revirou os olhos outra vez e desligou. Digitou alguma coisa no aparelho e começou a ler.

- Aldrich Killian, blábláblá cientista, blábláblá informações inúteis. Não tem nada sobre esse cara na internet.

- Deixa o cara, ele só quer apresentar o projeto para a Pepper. Sabe, as Indústrias Stark são bem famosas pelo mundo todo.

- Eu sei, eu sei. Por que você não vai fazer um café?

- Eu sou sua assistente, não sua empregada.

- Não dá no mesmo?

- Não, não dá.

- Você é tão inútil.

- Diz isso pra sua armadura nova, que eu ajudei a construir.

- Isso não vem ao caso.

- Você é a pessoa mais egocêntrica que eu conheço, Tony. Mas até que não é tão ruim.

- Vou levar isso como um elogio, obrigado.

- Bom, eu to indo pra casa.

- Mas já?

- Já? Eu devia ter ido há duas horas.

- Ah, claro. Até amanhã.

- Até.

Peguei minhas coisas e fui para o carro. Logo que cheguei em casa, deitei no sofá e liguei a televisão. A tela exibia uma imagem terrível. Uma explosão em um museu. Tinha arrasado todo o lugar e, pelo que dizia, várias pessoas morreram. Mas não uma morte normal. Elas simplesmente "evaporaram". A explosão tinha passado dos 3.000 graus. Tudo o que restava das pessoas eram sombras na parede perto de onde elas morreram.