Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 65
Preocupação


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários. Eles me animaram bastante. E fiz um esforcinho pra postar ainda hoje.
Espero que gostem e que comentem muito.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359454/chapter/65

“No meu caso, eu tenho uma filha que está doente...”

Edgar em Lado a Lado

Por Edgar

A conversa com Laura me deixou com a mente fervendo e o coração na mão. Ainda mais que aconteceu logo após quase perdê-la definitivamente, quando eu ansiava tanto ficar com ela, e estava feliz que parecia que isso ia se concretizar. Senti como se ela tirasse o meu chão. Era muita coisa pra pensar. E muita mágoa pra me atazanar.

As lembranças do tempo em que eles estavam longe vieram a minha cabeça. O sofrimento que passei... Aquilo não podia acontecer de novo. Eu não aguentaria.

Laura me confortou ao me prometer que nunca mais iria embora. Que seria só por uns dias... A palavra dela realmente valia. E devia acreditar, mas no fundo, eu ainda era assombrado pelo sofrimento. E não era tão simples conciliar meus sentimentos. Somente a possibilidade de meus filhos e Laura irem embora novamente me tiravam o horizonte.

Eu não queria ficar longe deles, mesmo que fosse por pouco tempo como ela propunha. Esse era um momento delicado, onde Laura e eles se sentiam desprotegidos e eu sentia que devia protegê-lo. Aquele incêndio não abalara só ela, Pedrinho e Cecília. Me abalara também e não queria me afastar da minha família.

Mas eu tinha que pensar. Eu sabia da necessidade deles. Uns dias longe, respirando o ar de uma fazenda, realmente faria bem. Se eu passasse por cima disso, se me mostrasse insensível, talvez estivesse privando a minha família dos meios de se recuperar, propagando a sua agonia, eu não queria que eles continuassem angustiados, e também se agisse assim poderia botar a perder as coisas que tinha alcançado com Laura.

A ideia de ir com eles deveria trazer alento, seria maravilhoso passar esse tempo lá. Eu queria ir. Mas havia complicações. Eu tinha as minhas responsabilidades. E não falava somente das de trabalho, em relação a isso, daria um jeito. Ainda mais se fosse apenas uns dias como Laura propunha.

Eu tinha responsabilidades com Melissa, medo de deixá-la e algo acontecer. Ainda mais que havia a possibilidade das suspeitas de Laura em relação à Catarina serem verdade. Eu me sentia hesitante de ficar afastado por um tempo maior dela.

A opção de levá-la também me parecia inviável, pois ocasionaria muitos problemas com Laura, Pedrinho, Cecília e também com a própria Melissa, que era muito frágil. Não daria pra fazer isso assim de uma vez. De supetão.

Eu pensei muito sobre a situação, até que resolvi ir até a casa de Laura. Lá a ajudei com as crianças, que realmente estavam muito inseguras e nem queriam dormir em seus quartos. Com muito custo, histórias e brincadeiras, Laura e eu os convencemos. Era melhor que voltassem a essa rotina.

Após as crianças dormirem. Ela e eu fomos pra cozinha. Eu bebia um copo de água, quando ela falou:

– Eu pensei que você não viria hoje- ela parecia receosa, nem olhava pra mim.

– Laura ... eu já passei dessa fase de ficar chateado em casa depois de uma discussão com você...– ela olhou pra mim e me aproximei dela – depois de ontem, eu não podia ficar longe das crianças...

– Das crianças? – ela olhou bem em meus olhos

– E de você, meu amor. Eu não podia ficar longe de você – disse intenso

Eu a pressionei contra uma parede enquanto a beijei esfomeado. Em pouco tempo, nós estávamos no quarto e nos amamos com furor.

Já tínhamos nos amado, Laura estava de costas pra mim, e eu a admirava, ela estava linda, suas formas, suas curvas, sua pele. Era maravilhosa. E felizmente ela estava bem, quase não se queimara naquele incêndio, a parte de trás do seu corpo continuava intacta.

Comecei a passar de leve minha mão nas suas costas. Ela suspirou e me aninhei a ela, sussurrando em seu ouvido:

– Você é tão linda, meu amor.

Escutei uma leve risada sua, me deitei de costas e a coloquei em cima do meu peito. Olhava bem em seus olhos quando falei:

– Eu pensei sobre o que conversamos hoje à tarde.

– E? – ela me olhou preocupada

– Eu não quero ficar longe, mas não posso impedir uma viagem de vocês... Eu não vou ficar bravo com a viagem.

– Obrigada, meu amor- ela parecia contente e me beijou – E quanto a você ... Você vai?- essa pergunta me preocupou

– Meu amor, eu não sei se posso...

– Você tem as suas responsabilidades. – ela me interrompeu e resolvi falar a verdade

– É, não são só responsabilidades de trabalho, Laura. Tem a Melissa, ela é frágil, doente. Você mesma acha que a Catarina é uma criminosa, e eu tenho medo de ficar afastado por muito tempo dela. Não se aborreça comigo.

– Não estou aborrecida, Edgar. Eu entendo... Não se preocupe, eu e as crianças precisamos dessa viagem, por isso vou ... Mas volto. Também não quero ficar longe de você, e seria bem melhor se você fosse ... pra mim e pras crianças. Mas o fato de não ir, não vai mudar o que está acontecendo com a gente. Estamos juntos e continuaremos assim... – ela fez uma pausar e me olhou bem- De qualquer forma, o convite continua de pé. Eu gostaria que você fosse.

No dia seguinte, Laura me informou que já tinha falado com o pai e que iria pra uma fazenda próxima ao Rio 2 dias depois. As crianças pareciam animadas com essa viagem. Dava pra ver o brilho em seus olhos.

Eu pensei se devia ir, e nas providências necessárias pra isso, mas após uma visita à Melissa. Achei que devia ficar... Laura entendia ... A nossa relação não ia piorar caso não fosse. E ela prometeu que voltaria logo.

Na tarde anterior a partida, fui à casa de Laura. Era uma agitação na arrumação das coisas. Cecília estava elétrica, feliz com a ideia do passeio. Falava em nadar no rio, pescar, andar a cavalo. Pedrinho também parecia contente.

Em certo momento, minha menina até virou pra mim e falou:

– Por que você não vai, papai? Eu queria que fosse.

– Eu também queria ir, meu amor. Mas tenho compromissos! – disse com um aperto no meu peito, sentia que perderia mais momentos preciosos dos meus filhos.

Ainda não era tarde quando saí de lá. Mas é que ... era horrível vê-los arrumar as malas. Sentia uma saudade antecipada. Me sentia mal comigo mesmo por perder mais momentos deles. Me sentia mal por não estar com Laura e nossos filhos numa ocasião em que eles pareciam precisar de mim. Até mesmo, aquela velha noção que eles iriam definitivamente voltava a me assombrar.

Passei no jornal antes de ir pra casa. Falei com Guerra sobre os últimos acontecimentos, as coisas que me perturbava, e como me sentia. Ele escutou a tudo atento e depois deu seu parecer:

– Edgar, se você quer ir, vá.

– Mas eu tenho as minhas responsabilidades.

– Quando se quer alguma coisa, meu caro. Damos um jeito e pelo que você falou, não tentou tomar providência alguma pra tornar essa viagem viável.

Ao chegar em casa, eu ainda pensava nas palavras de Guerra. Já era noite quando decidi, ele tinha razão. Por ser poucos dias, não seria tão difícil desmarcar meus compromissos de trabalho...

Em relação à Melissa, podia pensar em algo que me fizesse tirar um pouco desse medo. O resto, eu teria que arriscar, nada de ruim aconteceria, ela estava bem há algum tempo, talvez estivesse sendo paranoico demais.

Laura e as crianças partiriam bem cedo, podia dar tempo de ir com eles... Pelo menos eu tinha que tentar. Tentar seria melhor do que apenas ficar lamentando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Será que Edgar vai? Será que conseguirá resolver tudo a tempo da partida?
Espero que tenham gostado e que comentem bastante. Comentários, recomendações, favoritos... Claro no caso de acharem merecidos... A participação de vocês é muito importante... Qualquer participação.... Isso sempre me anima.