Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 66
A Viagem


Notas iniciais do capítulo

Meninas, muito obrigada pelos comentários. Eles me animaram tanto, que eu me empenhei hoje, e consegui um tempinho pra escrevê-lo.
Espero que gostem e que comentem muito ( meu tempo deu uma encurtada nos últimos dias) pra me animar a escrever.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359454/chapter/66

“- Difícil, adorável e muito moderna. Agora vocês me digam. Como é que eu posso não estar apaixonado, embriagado, fervendo de amor por ela? – Edgar sobre Laura

–Diante de tanto ardor masculino e tanto calor tropical. Eu acho que, não sei, algo refrescante podia ser bom, não? - Guerra

Por Laura

Após falar com o Edgar sobre minha vontade de viajar com as crianças. Fui até o prédio da escola. Eu queria... eu precisava ver os danos que aquele incêndio terrível causara.

Foi difícil voltar ao local onde quase havia morrido. Foi difícil ver aquelas salas cheias de cinzas e coisas queimadas. Eu tinha lembranças dos momentos angustiantes que passei lá, o medo da morte, a sensação de não conseguir respirar.

Mas eu tinha que me segurar... Catarina não podia tirar o meu prazer de ter a minha escola... Eu estava viva, e decidida a montá-la. Iria encarar aquilo tudo como uma vitória. Havia passado momentos horríveis, mas estava bem. E continuaria os meus planos.

Conversei com um policial que estava olhando o lugar, ele me informou que segundo os bombeiros o incêndio fora criminoso (isso não era surpresa pra mim, eu até sabia quem era a responsável), e que eu dera sorte já que as bases do prédio eram firmes e continuavam assim.

Em relação à descoberta dos culpados, não me deu muita esperança. Ele dizia que não tinha testemunhas ... haviam poucas pistas. Não me importei com isso, já que eu mesma pretendia averiguar e quando tivesse provas passaria as autoridades.

Também conversei com os trabalhares da obra, e afirmei que podiam continuar o seu serviço. A escola seria inaugurada, eles deviam reparar os danos e fazer os ajustes que pedira antes.

Depois resolvi voltar pra casa. As crianças ainda estavam abaladas, eu precisava e queria ficar com elas. Já tinha resolvido as pendências que pretendia ao sair.

Após um tempo em casa, Edgar apareceu. Eu tinha dúvidas se ele viria. A nossa última conversa fora mais dura, e eu pedira que ele pensasse sobre a viagem. Que pra mim e pras crianças seria como uma pausa desses ataques que enfrentávamos. Um tempo pra respirar, sentir segurança e nos fortalecer pra novos desafios (que eu sabia que viriam). Eu entendia que isso despertava antigos medos nele, mas aquilo era necessário. Eu não aguentava ver os meus filhos assim, tão preocupados, tão grudados comigo. Logo eles que normalmente eram tão independentes, e encaravam tudo com tanta coragem.

Edgar foi compreensivo. Diferente do passado, ele permitiu que nos afastámos por esse tempo. Isso foi gratificante, era um avanço, não completo, mas já era... Dessa vez, ele parecia entender as nossas necessidades, mesmo que elas não fossem de encontro as suas.

Ele não queria ficar afastado da gente... A verdade é que eu também não queria isso. Queria ficar perto dele, ter o seu apoio nesse momento, isso me fazia tão bem. Eu precisava dele e nossos filhos também. Queria que ele fosse...esse tempo em família seria maravilhoso, poderíamos alcançar a paz juntos, os nossos sonhos de uma família verdadeiramente unida. Sem contar o fato que seria duro suportar a saudade.

Mas ele falava das suas responsabilidades. Da Melissa, e demonstrava o seu velho jeito super-protetor com ela. Eu entendia as suas preocupações. E tentei não forçar. Sabia que isso não funcionaria e poderia piorar as coisas.

Entretanto, às vezes, tinha dúvidas na minha mente, será que ele não percebia que a gente também precisava dele? Que independente das suas ações, ele não conseguiria afastar Melissa de todos os perigos? E que naquele momento, eu queria e precisava tanto dele conosco?

Isso me lembrava do passado, a velha barreira instransponível viera à tona. Em uma situação em que Edgar achasse que a Melissa estava insegura, e mesmo sabendo que nós também estávamos frágeis e precisávamos dele, ele optaria por ela. Ele podia ser maravilhoso, companheiro, capaz de atitudes lindas e heroicas conosco, mas se houvesse um choque de interesses, ele a escolheria.

Era difícil pensar nisso. Eu sabia que éramos importantes pra ele. Que nos amava imensamente, mas isso de colocar a Melissa sempre em primeiro lugar era doloroso. Ele achava que por ela ser doente e ter uma mãe maluca, precisava mais dele.

Mas às vezes isso me fazia sentir que nós éramos menos importantes que ela. E não podia ser assim, em relação a mim até podia compreender, mas não em relação aos nossos filhos. Afinal todos eram filhos dele.

Só que procurei deixar esses sentimentos de lado. Era melhor não pensar neles, pelo menos não nesse momento em que queria paz. Ao menos, Edgar não se chateou com a viagem.

No fundo, eu continuava desejando tremendamente que ele mudasse de ideia, que fosse com a gente, que mostrasse que éramos ao menos tão importante quanto a Melissa. Até porque mesmo sabendo que a Catarina era uma pessoa ruim, não acreditava que faria algo contra a filha.

Mas era melhor pensar nas coisas boas, eu iria sem Edgar ... eu iria... o desejo que ele fosse continuava lá, mas me empenharia em aproveitar o que tinha.

Havia chegado a manhã da partida. Eu não demonstrava, mas tinha dentro de mim o anseio de que Edgar aparecesse e viesse com a gente. A qualquer som estranho que escutava a minha volta, eu virava a cabeça, na expectativa que fosse ele.

Tínhamos colocado as malas no carro de Lauro. Ele iria nos levar até a fazenda e voltaria ao Rio no mesmo dia, retornando pra nos buscar no dia que voltaríamos.

Eu havia convidado Isabel, Neto e ele pra passarem esses dias conosco. Mas Isabel tinha compromissos no teatro, além de estarem tomando providências para o casamento deles, querendo que Neto também participasse desse processo.

Estávamos preparados pra partir, o carro na rua, e eu já chamava as crianças que se despediam de Isabel e Neto quando escutei mais um barulho e virei a cabeça. Dessa vez Edgar estava lá ... ele chegava de carro!

Meu coração acelerou, minha vontade era correr pra ele, abraçá-lo e beijá-lo. Mas me contive, pois as crianças veriam tudo. Edgar se aproximou de mim e eu disse ainda emocionada:

– Você veio se despedir?

– Não... Se não incomodar ou atrasar muito, eu vim pra ir com vocês- ele olhou bem pra mim.

– Não atrapalha ... nem incomoda... Pelo contrário. –eu estava encantada

– Que bom! – ele respirou fundo, parecia aliviado.

– E as suas responsabilidades?

– Eu dei um jeito... Desculpa por ter demorado a me decidir.

– Obrigada por ter vindo – nós olhávamos pro outro com cumplicidade e felicidade, eu peguei em sua mão e nos abraçaríamos se as crianças não viessem até a gente.

Pedrinho e Cecília também gostaram bastante da novidade. E em pouco tempo, nós colocamos nossas bagagens no carro de Edgar, nos despedimos de Isabel, Neto e Lauro e partimos pra fazenda. Agora a realidade era outra. Meu desejo reprimido tinha se realizado e íamos como uma família unida. As expectativas pra essa viagem eram melhores ainda.

Ao chegarmos à fazenda, conversei com Maria, a mulher encarregada pelas atividades domésticas de lá. Eu não queria ficar na casa principal que era muito grande e precisava de várias pessoas pra mantê-la. Queria um lugar menor, mas íntimo, pra que houvesse a sensação de uma proximidade maior entre a gente.

Havia um barracão um pouco afastado da casa principal. Ele ficava próximo a um rio, e antes tinha sido a casa de um empregado. Sendo que estava vazia há algum tempo. Eu me lembrava desse barracão, e achei perfeito pro que queria. Além de ficar num lugar mais bucólico, o que combinava com o clima de paz que desejava.

Nós ficaríamos lá, Maria se comprometeu a levar comida, e arrumar o barracão de vez em quando. Ela disse que faria tudo de forma discreta pra não atrapalhar a nossa privacidade.

Nós levamos as malas pro barracão. Ele tinha apenas 2 quartos, um com uma cama de casal e outro com 3 camas de solteiros. E eu propus:

– Vamos fazer um quarto das meninas e outro dos meninos?

– Quarto das meninas? E dos meninos? – Edgar contestou, sabia que ele queria outra divisão nos quartos, mas ainda não achava isso conveniente, já que não tínhamos conversado com as crianças sobre estarmos juntos.

– Você e Pedrinho num quarto e eu e Cecília noutro. Vai ser bom, Edgar. – me aproximei dele e falei mais baixo tentando evitar que as crianças ouvissem – Quem sabe, você não se aproxima de Pedrinho? – ele me olhou contrariado, mas parecia aceitar.

– Então crianças, o que acham? – me virei pros meus filhos

– Eu quero ficar no quarto com a cama grande – falou Cecília

– Eu quero ficar no das camas pequenas – disse Pedrinho

– Então tá decidido? Eu e Cecília ficamos com o da cama de casal, e vocês ficam no outro. Certo, Edgar?

– Certo – ele respondeu, mas depois sussurrou pra mim – Você não vai sair tão tranquila com essa estória de quartos separados não...

– Você pode tentar ... me dissuadir ... me fazer te compensar... – o desafiei com um sorriso provocante.

– Desafio aceito – ele sorriu sedutor.

Depois andamos pelas redondezas. As crianças ficaram maravilhadas com o rio, e queriam nadar nele. Eu e Edgar fomos com elas. A água estava gelada, mas com o tempo me acostumei. Em pouco tempo, estávamos fazendo competições... Quem nadava mais rápido de uma margem a outra ...Quem conseguia ficar mais debaixo da água. Por vezes, eu e Edgar deixávamos as crianças ganharem. E quando ganhavam, os jogávamos pra cima e celebrávamos os vencedores:

– Viva, Cecília. Nossa rainha do fôlego – comemorávamos, ela normalmente conseguia ficar mais tempo debaixo da água do que Pedrinho.

– Viva, Pedrinho. O nosso rei do nado! – ele nadava mais rápido que a irmã.

Em certo momento, até houve uma lutinha entre a gente, comigo colocando Pedrinho em meus ombros e Edgar colocando Cecília nos dele (mesmo ela sendo menor que Pedrinho, a dupla deles ficou bem maior). A ideia era que as crianças derrubassem o outro, enquanto eu e Edgar tentávamos segurá-los. E às vezes, os vencedores eram eu e Pedrinho, as vezes, Cecília e Edgar. Na verdade o “placar” foi bem pareado, mostrando que o “jogo” era bem disputado.

Também nadamos, boiamos e brincamos atoa ... sem competições. Em certos momentos, Edgar até mesmo me tocou em lugares mais sensíveis debaixo da água, o que me arrepiava de susto e excitação, me deixava quente, mesmo a água estando fria. Devia ser ele se empenhando no meu desafio, me provocando, me atiçando pra eu ceder.

Após algum tempo, saímos do rio e jogamos um pouco de peteca. Dessa vez, fizemos duplas diferentes, com o time das meninas versus o dos meninos.

Depois, as crianças resolveram brincar nas árvores. Eu e Edgar nos sentamos debaixo de uma, enquanto comíamos algumas frutas que colhemos. Ele me olhava com volúpia, e eu lhe sorria com um misto de acanhamento e excitação:

– Essa estória de quarto de meninos e meninas vai continuar?

– Meu amor, as crianças ainda não sabem... Precisamos conversar com Pedrinho e Cecília antes de ... - ele me interrompeu

– Antes de nos verem dormir no mesmo quarto?- ele perguntou sugestivo, se aproximando de mim.

– Isso!

– Meu amor, vai ser difícil ficar longe de você... Ainda mais te vendo assim, linda ... de roupa de banho – ele me olhou de cima abaixo, e até tocou no meu ombro

–Vamos nos comportar um pouquinho? – falei carinhosa, o tocando delicadamente – Quem sabe conseguimos uma brechinha das crianças em algum momento?

– Laura, até quando as crianças ficarão sem saber? – ele ainda me olhava com encanto, mas sabia que era uma pergunta séria, que ele me pressionava.

– Edgar... – eu parei de falar ao perceber a aproximação de Pedrinho

Eu e Edgar estávamos bem próximos do outro, e não deu tempo de nos afastar. Mas mudamos a nossa expressão e conversa. Pedrinho nos olhou bem... desconfiado. E depois fez questão de se sentar entre a gente, fazendo com que nos afastássemos, como um garoto enciumado ao ver sua mãe sendo paquerada por outro homem. Só que no caso, esse outro homem, era o próprio pai.

Realmente já estava passando da hora de iniciarmos uma conversa com as crianças. Com essa atitude de Pedrinho, eu percebi que ele devia desconfiar de alguma coisa, e tinha até ciúmes. Seria bom aproveitar essa viagem pra contar pra eles, e se o clima continuasse ameno, eu decidi que falaria até o fim dela. A vinda de Edgar contara muito pra mim, sanara muitas dúvidas minhas... E eu não queria que nossos filhos descobrissem antes de falarmos com eles.

À noite, nós jantamos, e enquanto fui tomar banho, Edgar ficou contando histórias pras crianças. Ao voltar, os três estavam dormindo no quarto dos “meninos”. Pareciam tão serenos, era uma imagem linda. Pedrinho dormia numa cama e Edgar e Cecília abraçados na outra ao lado da dele.

Eu podia deixa-los assim, mas não queria dormir sozinha. Podia levar Cecília no colo. Só que olhei pra Edgar tão encolhido naquela cama de solteiro. Ele era muito grande pra ela.

– Edgar... – o cutuquei delicadamente

– Laura? – ele abriu os olhos

– Vem. Vamos pro outro quarto.

– Tem certeza? E as crianças? – ele estava sonolento, mas também parecia surpreso.

– A gente arruma uma desculpa.

Eu e Edgar fomos pro quarto. Me deitei na cama e logo depois o senti abraçando minha cintura por trás. Ele começou a beijar a minha nuca e pescoço, enquanto eu me arrepiava por completo.

Depois me virou pra ele, nós ficamos frente a frente, nossa respiração já estava apressada, e ele me beijou com ardor, moveu a mão pra baixo, alcançando a barra da camisola, e levantando-a:

– Edgar, as crianças... – as paredes dessa casa eram mais finas e os quartos mais próximos

– Estão dormindo, meu amor – ele tirou a minha camisola completamente e começou a beijar o meu corpo.

– Pensei que você estava com sono ... – ainda tentei protestar mesmo me sentindo extasiada, mole... entregue.

– Eu estava... – ele disse ofegante – Mas o seu corpo quente perto do meu, tem a capacidade de me animar... de fazer o meu sangue ferver ... de me fazer querer senti-la por completo e sem barreiras.

Após tal declaração não consegui me conter. Meu sangue também fervia, eu o ajudei tirar o pijama e nos amamos com momentos intercalados entre a calma e o fervor, acabamos dormindo bem cansados nos braços do outro.

Ainda estava um pouco escuro quando acordei. Os braços de Edgar continuavam a minha volta, tentei não me movimentar muito pra não acordá-lo e curtir essa doce sensação. Mas ele acabou se mexendo:

– Bom dia, meu amor – ele falou já desperto.

– Bom dia. Dormiu bem?- perguntei

– Sim, bem melhor do que dormiria naquela caminha.

– Você estava tão encolhido nela – eu ri

– E você malvada ia me deixar dormir lá – ele riu e beijou o meu pescoço

– Eu não fui tão malvada assim. Não te trouxe pra cá?

– Isso porque tinha outras intenções.

– Eu não. Você é que tinha. – protestei

– Tá bom eu também tinha, mas você ...

– Tá bom, não vou mentir que chegou a passar pela minha cabeça...- ele acariciava e beijava o meu cabelo

– E agora? O que está passando pela sua cabeça? – sensual, ele se posicionou em cima de mim– Segundas intenções?

– Hum... Hum.

Nos beijamos e começamos a nos amar. Na verdade, eu pretendia ser mais silenciosa. Mas não consegui, as coisas que fazíamos me deixaram muito acesa, a sensação era intensa. Eu gemia, suspirava e Edgar também. A cama também era antiga e não estava muito firme, o que aumentava o barulho habitual. Estávamos naquela movimentação, quando escutei :

– Mãe – foi tão baixo que achei que era um devaneio, mas depois escutei mais alto – Mãe! – reconheci a voz de Pedrinho e parei

– Edgar, escuta, é Pedrinho – sussurrei

Ele parou assustado e a voz de Pedrinho parecia mais alta ainda:

– Mãe!

– Filho! – respondi

– Você tá bem? –ele perguntou

– Tô – Edgar e eu afastamos um pouco os nossos corpos ficando lado a lado na cama

– O Edgar tá com você? – essa pergunta me pegou de surpresa, mas eu não podia mentir pro meu filho.

– Tá, seu pai está comigo – falei e Edgar me olhou cúmplice, o fato de estarmos juntos viria a tona antes do que eu pensava, Pedrinho percebera antes de contarmos, não era bem isso que queria, mas era melhor que mentir...

– Ele tá batendo em você? – essa nova pergunta me assustou totalmente, meu filho chegou a cogitar que o pai batia em mim, o que ele tinha escutado? Não podia achar isso de Edgar!

– Não, Pedrinho. Seu pai não estava me batendo. Ele não faria isso, filho!

– Eu quero ver você, quero entrar!

Percebi que ele mexia na maçaneta tentando entrar. Um medo tomou conta de mim... Uma coisa era contar ao meu filho de 7 anos que eu e o pai estávamos juntos, outra coisa, era ele nos ver sem roupa na cama. Seria traumatizante pro meu menino! E extremamente vergonhoso pra mim e Edgar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Gostaram que Edgar conseguiu alcançá-los? Gostaram dos momentos familiares? E do fim? situação constrangedora, né? Qual será a reação de Pedrinho? Laura? E Edgar? O que vai acontecer? Alguma expectativa pro próximo?
Espero que tenham gostado e que comentem muito. Participem. Qualquer participação é importante pra em animar. Pra me empolgar a escrever.