Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 54
A doença de Edgar


Notas iniciais do capítulo

Meninas seus comentários, me animaram tanto. Na verdade a história passou da marca dos 1000 comentários o que me deixou tão contente. Valeu a todas que ajudaram nisso, a todas que contribuíram com seus comentários. Todos foram importantes. Também houve uma recomendação, e faço meus agradecimentos a Núbia, que recomendou a história. Valeu mesmo.
Sendo assim, eu não podia deixar hoje sem capítulo né? Meu tempo foi mais corrido, mas fiz um esforço extra e deixo esse capítulo com vocês.
Espero que gostem e que comentem muito pra me ajudar a escrever o próximo... Estou pensando em fazer algo especial por causa do comentário mil... E também preciso do incentivo de vocês nisso, dos seus comentários...



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“Eu achei notável a forma que você ensina, como envolve os alunos ...”

Edgar em Lado a Lado


Por Laura


Edgar estava doente e isso realmente tocou o meu coração. Toda aquela raiva que sentia por ele não ter ido à apresentação da nossa filha se transformou numa vontade de cuidar dele, de mimá-lo. Ele parecia tão desprotegido, tão menino, era quase um cordeirinho, precisa de carinho.

E eu estava preocupada, ele teve febre a noite toda. Tinha medo que fosse algo grave. Mas meu pai aquietou essa preocupação no dia seguinte ao confirmar que Edgar realmente estava com roséola. Que eu podia ficar cuidando dele, já que passara por essa doença na infância, mas alertou que não era bom as crianças se aproximarem. Já que Pedrinho e Cecília podiam pegar a moléstia do pai.

Enquanto Edgar dormia tranquilo, amolecido pela doença, pedi que Matilde o olhasse e fui em casa. Precisava pegar algumas coisas, falar com meus filhos, com Isabel e Lauro. Os sintomas de Edgar ainda durariam uns dias, e eu decidi ficar com ele nesse período. Ele precisaria de cuidados, e eu queria cuidar do meu marido, do meu amor.

Depois de falar com Isabel e Lauro, reuni Pedrinho e Cecília e comecei a conversar com eles. Após contar da doença de Edgar, Cecília falou incomodada:

– Eu quero ver o Edgar, mãe!

– Você vai ver, meu amor... Mas agora não pode... Pois não queremos que você fique doente também... Acredita na mamãe. Seu pai queria muito vir... Mas ele estava mal!

– E ele vai ficar bem? Tá muito dodói?- ela continuou

– Vai, logo, logo, ele melhora. Não se preocupa, a mamãe vai cuidar direitinho dele, do jeito que cuida de você e Pedrinho quando estão doentes- falei fazendo um carinho em seu rosto- Logo ele estará bom, vai poder brincar com vocês, e vai querer muito ver uma apresentação sua.

– Eu vou fazer uma apresentação mais bonita na próxima – ela disse animada

– Tenho certeza disso, meu amor, e seu pai vai adorar! – ri pra ela – Mas agora mamãe tem que ir, pra cuidar do seu pai, pra ele ficar bom logo. A tia Isabel e o Tio Lauro cuidarão de vocês –ela me parecia satisfeita, mas Pedrinho me olhava desconfiado, se mantinha calado até aquele momento, mas saindo do seu jeito reservado, ele perguntou

– Quanto tempo você vai ficar com ele?

– Não sei, meu amor. Até ele melhorar.

– Você precisa mesmo ir?

– Meu filho, eu vou cuidar do seu pai. Preciso ir.

– Outra pessoa não pode cuidar dele? – sabia onde ele queria chegar, ele estava com ciúmes, estava sendo protetor em relação a mim.

– È o pai de vocês, é o meu marido. Eu quero cuidar dele. Não ficaria bem com outra pessoa cuidando dele, filho.

– É Pedrinho, a mamãe ama o Edgar. Ela quer cuidar dele! – Cecília falou com seu jeito inocente, e eu fiquei até um pouco vermelha com essa declaração da minha menina, mas também percebi a expressão de Pedrinho se alterando, ele não gostava dessa ideia

– Meu filho, entende... Daqui a pouco eu volto. Serão só uns dias... E vou vir de vez em quando pra ver vocês – ele ainda parecia um interrogador insatisfeito com as minhas respostas, e eu o abracei para acalmá-lo.

– Mas não demora mesmo, mãe– Pedrinho apertou o abraço e eu percebi que ele estava abalado com aquilo, mas aceitava a ideia.

Voltei pra casa de Edgar, ele já estava acordado, e apesar de estar com febre, ele queria se levantar, falava em trabalhar... Apesar de saber que não podia.

Mas eu o dissuadi, fiz ele tomar um chá, e depois o convenci ficando com ele na cama. O mimava, o afagava, lhe dava beijos, ele se rendeu e nós começamos a conversar, estando ele deitado em meu colo enquanto eu acariciava os seus cabelos:

– Você falou com as crianças? – ele perguntou

– Sim.

– Cecília está chateada comigo? – percebi o temor nos olhos dele

– Não... Ela entendeu... Já tá pensando em fazer uma nova apresentação pra você.

– Que bom ... Eu não me perdoaria se ela também se magoasse comigo... Meu amor... queria tanto ter visto a apresentação...

– Eu sei... E realmente foi linda, Edgar. Ela tocou piano pela primeira vez...

– E eu perdi mais esse momento...- ele estava entristecido

– O destino quis assim, Edgar. Você verá as próximas, ainda verá Cecília tocando e cantando muitas vezes – o beijei com carinho.

– Eu te amo, sabia?

– Sim, mas é sempre bom ouvir isso... Eu amo você, Edgar– nos beijamos novamente.

– Também gosto muito de ouvir isso – ele sorriu e depois se mostrou preocupado – E Pedrinho?

– Ele não queria que eu viesse pra cá. Tá com ciúmes, desconfiado... Mas aceitou ...

– Eu me pergunto quando ele vai confiar em mim... Mas bem que ele tem motivos de ter ciúmes da mãe ... uma mãe tão linda como você ...- ele me olhava intenso

– Ele vai confiar... você vai ver... só precisa de mais tempo. Você o ama e ele vai perceber- o consolei

– Espero...

– Vamos falar de algo mais animado? Olha o lado positivo dessa doença... nós estamos juntos... você está sendo bem cuidado.

– Sim. Obrigado, meu amor. Obrigado por estar aqui comigo.

– Não precisa agradecer... Como já disse eu te amo... E pessoas que se amam fazem isso, cuidam do outro.

– Eu senti tanta falta de ser cuidado por você.

– Eu também senti falta dos seus cuidados– ele levantou a cabeça, e meus lábios encontraram os dele de maneira apaixonada, interrompemos o beijo e ele se deitou novamente.

– Espero não estar estragando a peça.

– Eles se viram uns dias sem mim.

– Quero muito ir na estreia do “Amor e o Tempo”... Se bem que devia pedir participação nos lucros e os meus direitos autorais ...– ele riu

– Devia mesmo ...

– Fiquei tão feliz de ver a nossa história sendo encenada naquele dia. Percebi que você se lembrava dos bons momentos... E foi tão bom atuar com você!- ele parecia mais animado

– Na verdade “O amor e o tempo” é um livro que escrevi enquanto estava no interior. A peça é só uma adaptação...

– Eu adoraria lê-lo. Acho que tenho esse direito, né? Afinal sou um dos personagens principais, não?

– É claro... Vou trazer pra você ler.

Eu e Edgar também acabamos conversando sobre outros planos meus, os da escola. E mesmo com a minha reputação ainda manchada, ele me estimulou a montá-la. Dizia que as coisas se ajeitariam... Que eu fundaria a melhor escola do Rio de Janeiro. Era muito bom ver em seus olhos aquela velha admiração que já tinha visto no início do nosso casamento quando falei dos meus planos profissionais.

Perto do fim da tarde, Edgar parecia bem cansado, e após tomar banho, ele acabou dormindo novamente. Eu fui em casa mais uma vez, peguei meu manuscrito do “O Amor e o Tempo”, aproveitei pra dar uma olhada nas crianças e voltei pra Edgar.

Doente, ele parecia um menino, confuso, mole pela febre, necessitando de atenção, mimos e beijos para fazer as coisas mais simples como comer e tomar líquidos. Mas como eu cedia aos seus pedidos, e ele acabava fazendo essas tarefas simples e necessárias.

Os dias se passaram, eu enchia Edgar de mimos e beijos, nós conversávamos muito, ele lia ou eu lia pra ele algumas passagens de “O amor e o tempo”, o que o encantava sempre.

Às vezes, eu me preocupava com sua febre alta e colocava compressas em seu corpo para aplaca-la ou o ajudava no banho. Edgar parecia estar melhorando. E um dia, manchas vermelhas apareceram em sua pele. Sempre que podia, eu também ia em casa pra ver as crianças.

Certa noite, Edgar estava deitado na cama, fazendo muita manha, eu me sentei ao seu lado, e acariciei seu cabelo e barba:

– O que será que você quer agora, menininho. Uma historinha? Uma canção de ninar?- brinquei

– Até que uma canção seria interessante – ele respondeu

– Você tá brincando, não? – estava surpresa

– Não. Estou falando sério. Lembro de uma música que você cantava pra Pedrinho. Se essa rua fosse minha ...

– Até hoje ele gosta que eu a cante pra ele – comentei

– Canta pra mim... – ele me pediu com candura, realmente parecia um garoto.

– Tá bom... – eu ri e entrando na brincadeira comecei a cantar – Se essa rua ... Se essa rua fosse minha ... Eu mandava ...

Durante a canção, percebi que o olhar de Edgar mudou... Ele não parecia mais um menino ... E sim um homem cheio de desejo, um lobo. Ele se sentou e começou a beijar o meu pescoço, minha nuca, meu ombro.

Eu senti uma corrente se espalhando por meu corpo, uma eletricidade percorrendo a minha espinha, me arrepiei toda.. pelo desejo. Eu estava perdida, encurralada, o lobo estava prestes a dar o bote. Assim, eu gemi baixinho, e parei de cantar:

– Continua, meu amor, continua ... – incentivou Edgar

E fazendo um esforço extra, eu continuei cantando em meio a gemidos e suspiros enquanto ele beijava o meu corpo me olhando lascívia. Edgar tirou a minha camisola, me deixando completamente nua. Ele sorria, um sorriso encantado, mas matreiro e mal intencionado.

Eu devia resistir... Pedir pra ele parar. Mas não consegui... Ainda mais que ele começou a beijar e tocar as minhas costas, e depois o meu colo... meus seios... com muito amor e carinho. O que me deixou mais sedenta por ele, mais entregue.

Eu queria o seu toque e beijos ... Eu precisava ser dele... completamente... Era algo maior que eu, maior que a minha vontade consciente. Cada parte do meu corpo ansiava por ele.

Depois que terminei a música, Edgar me beijou impetuoso, tirou o seu pijama... E respondendo ao chamado do meu corpo, me tomou por completo.

Talvez a minha mente não quisesse aquilo... Mas o meu corpo, o meu coração se sentia pleno, eu me sentia tão viva... quando Edgar e eu nos amávamos. Assim eu fiquei verdadeiramente radiante.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Edgar doentinho ... Laura de enfermeira... Gostaram?
Espero que tenham gostado e que comentem muito... participem isso sempre me ajuda a escrever...