Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 55
Extra: O Casamento de Celinha e Guerra


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários... Eles me animaram bastante... Valeu mesmo. Agradeço em especial a JFW e a Leina que recomendaram a história... Valeu...
Meninas eu não costumo postar no fim de semana... Mas eu tinha falado de uma surpresa não? Quando a história atingiu 1000 comentários, eu resolvi escrever um capítulo extra, um capítulo especial por essa marca que me deixou tão feliz... No caso, esse é o capítulo. Espero que tenham gostado da surpresa.
Ele se passa na época em que Laura e Edgar moravam juntos... Pedrinho tinha menos de 2 anos, e Laura e Edgar viviam brigando e com problemas por causa da Catarina e Melissa. Só que no casamento de Celinha, eles fizeram um acordo de paz... É nesse momento que a história se passa, espero que gostem....



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“- Acenda as luzes, por favor, Matilde. A escuridão é um perigo! – Edgar

–Ainda a pouco eu tropecei. Não foi?- Laura

– Eu mal consigo segurá-la- Edgar”

Laura e Edgar em Lado a Lado após serem pegos por Matilde ao namorarem no sofá


Por Laura


Eu estava dando o nó da gravata de Edgar, e ele sorria, não era um sorriso brilhante, já que ele ainda estava um pouco receoso com nosso acordo, um acordo onde nós esqueceríamos os problemas que nos cercava, as nossas brigas ... por aquela noite.



Era o casamento de Tia Celinha e Guerra. Nós éramos os padrinhos ... Eu estava cansada de tantas discussões e problemas, queria esquecê-los nem que fosse por uma noite ... Uma festa seria uma ótima oportunidade pra isso, precisava espairecer... e também era o casamento de pessoas tão queridas, queria que fosse repleto de felicidade.


Realmente era um bom motivo pra comemorar. Nós precisávamos de uma comemoração, algo bom, momentos gostosos pra variar:

– Então quer dizer ... que não haverá brigas, cobranças, raiva ... por hoje- Edgar falou

– Sim... Eu consigo, se você conseguir... Vamos fazer isso por tia Celinha e Guerra e ...pela gente – olhei bem em seus olhos

– É só isso que eu quero, meu amor... Viver em paz com você, amar ... Me divertir... ser feliz- ele aproximou o rosto do meu, achei que me beijaria, mas continuamos apenas nos olhando

– Então por hoje a gente terá isso – finalizei

Edgar e eu saímos de casa de braços dados e nos mantivemos como um casal exemplar e apaixonado na igreja. Sorríamos pro outro, trocávamos olhares... mostrávamos carinho mútuo.

Também demos atenção aos noivos... Os incentivamos nos momentos de nervosismo... Ficamos ao lado deles no altar... E o casamento foi lindo. Tia Celinha e Guerra pareciam extremamente felizes apesar de passarem por seus momentos de nervosismo e acontecer atrapalhadas.

E depois veio a festa, uma baita festa, cheia de pessoas importantes que eu, Edgar, Celinha ou Guerra não conhecíamos ou que tínhamos apenas trocado algumas palavras antes.... Mas a festa era oferecida e bancada, é claro, por minha mãe, que se aproveitou do casamento pra mostrar a glória da família e fazer conchavos políticos... A baronesa, queria por que queria transformar o meu pai em Senador.

Mas deixamos a baronesa ... E os desconhecidos da festa de lado... Tentamos manter um grupo familiar a nossa volta... Celinha estava tão feliz por finalmente ter realizado o seu sonho... Guerra, que antes chegou a dizer que casamento era uma prisão, parecia um prisioneiro bem empolgado. Alice se divertia longe das vistas de tia Carlota, recebendo olhares agradáveis dos rapazes e pedidos pra dançar. Luís Neto estava menos crítico que o habitual. E Jonas parecia se divertir mesmo no meio de tantas pessoas “ilustres”.

Já eu tentava esquecer aquela mulher e sua filha, as suas invasões na minha vida, a ausência de Edgar,os momentos que ele perdia do nosso filho. Eu queria e resolvi beber.

Já tinha consumido algumas taças de vinho com Edgar. Eu e ele ríamos com facilidade. Começamos a olhar em nossa volta e a notar certos convidados... Mulheres finíssimas que escondiam quitutes na bolsa... Homens que começavam a soltar a língua, falar mais alto e demais depois de beberem... Alguns que se tornavam atrevidos com convidadas que não eram as suas esposas.

E a Baronesa tentava conter esses desvios. Fingir que não existiam, acalmar os ânimos dos envolvidos, comentar que era normal. Mas sabia que interiormente devia reclamar sobre a sociedade que permitia a ascensão social, e dava poder a burguesia. Se bem que nem todos os desvios vinham de plebeus.

Mas em certo momento, Edgar parou de olhar em volta, e se focou em mim. Ele parecia admirado, até mesmo apaixonado:

– Eu não disse antes, mas você está linda, Laura. Mais linda do que quando a conheci ... do que quando nos casamos... A cada dia, você fica mais bonita.

– Acho que a bebida está te afetando, Edgar – brinquei

– Não... Ela só me deu mais coragem ... de falar a verdade. – ele sorria sedutor

– Sendo assim obrigada, Edgar...

– Meu amor... Me chama de meu amor – ele pediu

– Sim... Meu amor.

– Dança comigo ...

– Será que estamos em condições de dançar?

– Nunca estive com mais vontade de dançar com você ...

– Eu também quero muito– ele tinha razão, eu nem lembrava direito da última vez que havíamos dançado de verdade, a gente ainda era namorado, e naquele tempo éramos tão cuidadosos com a etiqueta e com lugares que poderíamos colocar e passar a mão, agora provavelmente seria diferente.

Eu e Edgar fomos pro salão de dança, e começamos a rodopiar... Certas vezes, os nossos corpos e rostos estavam tão próximos, que estivemos prestes a nos beijar. Mas tentávamos segurar os nossos impulsos, e continuar a dança.

Da minha parte eu estava fazendo um jogo de provocação com ele. Discretamente, em momentos e lugares menos visíveis, aproximava e remexia o meu corpo mais do que o costume julgava ser prudente.

E percebia, pelos olhares de Edgar o quanto aquilo o estimulava... Ele me respondia tocando delicadamente em partes que me deixavam mais acesa.

Levamos esse jogo até o limite. Em certo momento da dança, nossos lábios se tocaram, sendo afastados devido à noção de que ia contra ao rigor do comportamento exigido naquela sociedade, mesmo que já fôssemos casados, beijos e puxões, só eram admitidos entre 4 paredes.

Mas após isso, Edgar pressionou meu corpo contra uma parede, segurando firme, mais forte em minha cintura, e em seus olhos percebi o quanto ele queria deslizar suas mãos pra baixo:
– Não aguento mais, meu amor- ele disse intenso, realmente aquela brincadeira atiçara as nossas vontades, também fazia umas semanas que não amávamos, e a dança só deixou mais evidente o quanto estávamos com saudades do outro – Vamos embora?

– Vamos – respondi mal conseguindo respirar

Nós contemos um pouco os desejos, e andamos de mãos dadas na frente dos outros, íamos para saída. Sorríamos de forma discreta para não chamar atenção.

Enquanto, Edgar me auxiliava a subir no coche, ele sussurrou em meu ouvido:

– Eu amo você, Laura Vieira ... minha mulher.

Aquilo trouxe uma sensação de satisfação, de união, de paixão... Eu também o amava ... imensamente... Os problemas não conseguiram diminuir esse amor. Esse amor que eu sentia tão forte e verdadeiro em meu peito.

– Eu amo você, Edgar Vieira, meu marido – falei quando ele entrou no coche, o esperava sentada, insinuante no banco.

Edgar foi pra cima de mim como uma fera. Me beijou e me agarrou com paixão...

Eu e Edgar nem percebemos que o coche começou a andar. Estávamos fervendo... Até parecia que aquele era o nosso primeiro encontro depois de anos, dada à ânsia que nos guiava.

E ainda havia um torpor em meu corpo ... uma doce tontura em minha cabeça... Era o vinho... E o amor que sentia por Edgar, e me fazia portar de maneira tão ousada. Dando vazão as minhas vontades... Aos meus desejos mais ocultos.

E nos amaríamos ali mesmo, se o cocheiro não avisasse que tínhamos chegado em casa... Foi com muita dificuldade que levantamos, e saímos de lá. Nem tentamos nos recompor.

Eu gargalhava e Edgar também. Corri direto pra casa com Edgar me perseguindo, tentando me agarrar, beijar.

Ao chegar na sala, ele me segurou com força, me jogou no sofá, colocou seu corpo em cima do meu e prendeu as minhas mãos em cima da minha cabeça:

– Agora você não me escapa – ele disse

– Quem disse que quero escapar? – respondi

Ele liberou meus braços e me beijou com fervor. Começou a percorrer as mãos pelo meu corpo... Um pouco atrapalhados conseguimos nos livrar dos sapatos, e calças de Edgar, ele levantou o meu vestido... Me sentia em êxtase, a adrenalina percorria o meu corpo. Um sentimento de urgência. A sensação de delito era estimulante... E acabamos nos amando ali mesmo.

Depois nos abraçamos e rimos bastante... Era a sensação da travessura... O prazer inebriante que tínhamos acabado de compartilhar no nosso sofá. Até mesmo um pouco de vergonha ... Mas não existia nenhum arrependimento em meu ser... Pois tinha sido maravilhoso... Revigorante e ainda queria mais, ainda precisava de Edgar.

Me levantei correndo. Subia as escadas, e escutei Edgar gritar no andar de baixo:

– Assim não vale... Não foge de mim...

– Vem me pegar... – desafiei

– Você acha que eu não consigo? - ele perguntou

– Se consegue ... Vem me pegar...

Corri pro quarto, e acendi umas velas enquanto escutava os passos apressados de Edgar... Quando ele chegou, eu o esperava em pé... com desafio no olhar. Ele estava ofegante, e com dificuldade falou:

– Você quer me matar...

– Matar? Não é bem isso que pretendo... Na verdade, quero você bem vivo- sorri travessa.

– Bem ... se eu morrer ... Vou estar feliz .. bem feliz e apaixonado!

Ele me beijou ardorosamente... Só que dessa vez, não precisava tanta pressa... E acabamos acalmando o beijo... Que apesar de calmo se tornou mais profundo. Sentia os seus lábios devagar nos meus, o seu gosto, o suor em seu rosto.

Após o beijo, Edgar sorriu ... Olhou pra mim completamente. De cima a baixo. Eu sorri de volta. E ele começou a me tocar com calma... Prestando atenção nas minhas sensações, e eu nas dele. Nos despimos totalmente e ele disse:

– Não falei? A cada dia você fica mais linda- via em seus olhos o quanto era sincero

Ele continuou a beijar o meu corpo com carinho... Eu me sentia cada vez mais entregue... mais completa... Mais radiante. Mais apaixonada... Naquela hora não havia problemas. Somente nós dois naquele quarto, com um amor imenso em nossos peitos... Um amor que sempre nos atrairia para o outro e que não tinha como alguém destruir.

Nos amamos com calma... profundamente ... apaixonadamente... Aproveitando cada sensação, suspiro, e toque... cada reação mostrava o quanto ainda nos amávamos e nos desejávamos... A comunhão verdadeira dos nossos corpos, que só assim se sentiam completos.

Dormimos nos braços do outro, tinha a sensação de encontrar o meu lugar... Tudo tinha sido uma loucura... tórrido... inebriante... excitante... cheio de amor... e por mais que eu soubesse que os problemas ainda existiam, e que estávamos longe de resolvê-los, chegando a pensar que não tinha solução... Eu nunca me arrependeria. Aquela noite fora intoxicante e realmente inesquecível.


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Notas finais do capítulo

Gente fiquei com pouco de medo de ter passado um pouco do ponto nesse, de ter ido um pouco além na ousadia. Tenho medo de tornar as coisas vulgares... Espero não ter sido. O que eu queria é que esse momento fosse sensual, até porque eles tinham bebido um pouco kkk. Agiram pelo seus sentimentos mais profundos e escondidos de amor e pela coragem da bebida.
Assim, espero que tenham gostado dele. Espero que comentem bastante pra eu continuar a história de onde parei... Comentários e participação de vocês realmente me estimulam.
Então gostaram do capítulo? Gostaram da surpresa?