Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 30
O Destino


Notas iniciais do capítulo

Meninas sei que tem pouco tempo que eu coloquei o último capítulo, e também gostaria do último capítulo ter mais do quer 12 comenntários (acho que talvez seja o capítulo menos comentado da história, kkk). Obrigada por esses comentários.
Ahhh, a Lanefez o comentário 500 e ganhou uma pergunta que já foi respondida, dessa vez eu nem fiz propaganda, mas isso continua valendo e vai valer até o fim, viu? kkk
Meu tempo está curto hoje e como o capítulo já estava pronto, resolvi colocar, espero que dessa vez vocês comentem muito.
Esse é um capítulo menor, mas com um acontecimento importante, espero que gostem.



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“São as ironias da vida, tia. E a minha mãe entende bem disso. “

Laura em Lado a Lado

Por Laura

Há algum tempo, Cecília me perturbava querendo um cachorro. Eu tentava explicar a ela que morávamos em uma pensão, e que um cachorro não seria bem recebido pelos hóspedes.

Mas ela não tirava essa ideia da cabeça. Queria porque queria um cachorro no seu aniversário de cinco anos, que ainda estava longe. Sonhava com o animalzinho, fazia planos.

Dona Amália com coração mole que tinha. Até pensava em lhe dar o bichinho. Mas eu não permitiria. Isso iria afetar a sua pensão, não podia deixar ela se prejudicar para mais uma vez mimar a minha filha, a sua afilhada, o seu xodó.

A verdade é que os meninos também queriam. Mas a mais empolgada na história era Cecília. Se morássemos em uma casa só nossa, eu lhe daria, mas essa não era a nossa realidade.

Eu me sentia triste ao ver Pedrinho e Cecília querendo um bicho e não lhes dar devido a nossa situação. Eles estavam longe do pai,eu já me culpava por isso tantas vezes, achava que tinha feito o certo ao afastá-los daquela situação infernal, mas não tinha certeza, nunca teria. Talvez por isso eu me penalizasse mais por não lhes dá um cachorro, mas eu não podia dar tudo o que eles queriam, eles se tornariam mimados demais, e não entenderiam que o mundo nem sempre atenderia todos os seus desejos.

Assim me mantive firme nessa negativa, mesmo que doesse dizer não. Eles tinham que entender que era complicado e que não poderiam ter um cachorro na pensão. Seria melhor para eles, mas mesmo eu sendo firme, uma vez ou outra, eles ainda tentavam me convencer.

Enquanto as crianças se esforçavam nessa empreitada do cachorro. Isabel e Lauro começaram a namorar. Era um namoro singelo. Quase como se fossem dois adolescentes. Eles iam sem muita pressa, até porque Isabel queria acostumar Neto com isso.

A situação corria calma até que dona Amália adoeceu novamente. E dessa vez, ela não se recuperou rápido.

Eu, Isabel e Lauro estávamos muito preocupados e acabamos passando essa preocupação para as crianças. Elas me pareciam tão tristes, sem aquela sua vivacidade habitual.

Lauro buscou o médico na cidade mais próxima. Mas as suas palavras não foram nada consoladoras. Ele nos disse que tudo começara com uma simples gripe. Mas em idosos, uma gripe poderia virar algo muito mais grave. Isso acontecera no caso de D. Amália.

Assim com aquela sentença de morte, ele saiu da pensão. Nós estávamos abalados, mas era melhor encarar a realidade.

Conversamos com as crianças, tentando explicar sobre a morte. Foi de cortar o coração vê-los se despedindo da vovó tão querida. Dona Amália estava calma, já havia se conformado com seu destino. Ela ficou emocionada, foi carinhosa com as crianças e não as assustou.

Depois ela quis conversar comigo e Isabel juntas:

– Laura... Isabel... Eu queria lhes dizer o quanto fui feliz nesses últimos anos. Depois que vocês chegaram na pensão, de certa forma, eu realizei o meu maior sonho, eu fui mãe e também avó. Meus últimos anos foram bem melhores e felizes do eu jamais ousei sonhar.–ela estava emocionada

– D. Amália, não fale assim. A senhora ainda tem muito tempo pela frente – eu falei tentando animá-la

– Não precisa mentir, filha. Sinto que minha hora já chegou – ela parecia serena

– D. Amália ... Não desiste.- disse Isabel

– Não é questão de desistir, filha, eu não estou desistindo. Estou aceitando, é o meu destino – eu e Isabel já estávamos com os olhos cheios de lágrimas e ela continuou – Isabel, me desculpa, por ter te tratado mal quando descobri sobre você ser mãe solteira. Eu vejo o quanto fui injusta, e incompreensiva com você. Se você tivesse ido embora, eu não sei o que seria de mim.

– Não precisa se desculpar. A senhora sempre foi tão generosa com a gente- Isabel respondeu

– Me perdoa? – D. Amália chorava

– É claro, já te perdoei há muitos anos.

– Laura ... Isabel ... sei que não sou mãe de vocês de verdade, mas posso lhes chamar de filhas?

– Claro – eu e Isabel respondemos juntas, enquanto as lágrimas corriam em nossos rostos

– Então vou fazer mais um pedido. Filhas, quero que vocês coloquem em minha lápide que eu era mãe de vocês e avó das crianças. Sei que não é totalmente verdade, mas eu sinto que fui nos últimos anos.

– É claro D. Amália você foi uma mãe bem melhor do que a minha, muito mais amorosa, generosa e compreensiva. – eu respondi entre as lágrimas – Eu também sinto que sou sua filha.

– Eu não lembro da minha mãe, eu era muito nova quando ela morreu. Mas gostaria que ela fosse um pouco como a senhora, você também é como uma mãe para mim – Isabel respondeu chorando

Nós a abraçamos, a beijamos e depois ela quis falar com Lauro.

Dois dias após, durante a madrugada., D. Amália morreu cercada de paz. A enterramos no dia seguinte, e colocamos em sua lápide: “ Aqui jaz Amália, a mulher corajosa, amorosa e generosa que está nos corações saudosos dessa cidade,das suas filhas Laura e Isabel, dos seus netos Afonso, Pedro, Cecília e do amigo Lauro. A sua alma voltou aos céus”.

As crianças pareciam tão tristes e abaladas, a verdade, é que eu, Isabel e Lauro também ficamos assim.

Pedrinho ficou bem calado nos dias seguintes, mas Cecília começou a perguntar mais sobre o pai. E dessa vez, eram perguntas mais difíceis, sobre onde ele estava, se ele havia morrido como D. Amália, se gostava dela, se algum dia a veria. Eu tentava responder, e não mentia, mas a verdade é que eu não conseguia lhe dar respostas satisfatórias, pois muitas delas eu própria não sabia. Ela ainda era tão pequena para entender toda a situação.

Além disso, o nosso cenário era preocupante, nós estávamos bem tristes com a morte de D. Amália, mas eu já pensava no nosso futuro incerto. Ainda morávamos na pensão, mas não sabíamos até quando, pois não tínhamos ideia do que os herdeiros de D. Amália fariam com seus bens.

Um dia, nós arrumávamos a pensão, colocávamos os papéis, roupas e outras coisas em ordem. Até mesmo D. Emília nos ajudava nessa tarefa. Eu estava na dispensa, quando D. Emília veio até a mim:

– Laura, um advogado está na sala te procurando.

– Um advogado? – perguntei assustada, sempre que falavam em advogados, Edgar vinha a minha mente, será que era ele? Ou outro? Mas se fosse outro, o que ele podia querer comigo?


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Notas finais do capítulo

Alguém ficou emocionada com a morte da D. Amália? E agora o que vai acontecer? Quem é esse Advogado? Será o Edgar mesmo? Ou outro? O que ele quer?
Espero que tenham gostado ou que a menos estejam ansiosas e dessa vez comentem bastante para compensar o ultimo capítulo e também para me animar a escrever nesse meu tempo livre reduzido, pois sei lá com tantos comentários que tive talvez tivesse sido melhor jogar magic piano do que escrever, hein? kkk
Ahh, meninas que estão ansiosas, tá faltando pouco para o fim dessa fase, espero que gostem dessa notícia. E comentem, não deixem de comentar.



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