Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 31
Investigação


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários, esse capítulo é dedicada a todas que comentaram. Espero que gostem e comentem muito.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359454/chapter/31

“Eu achei que você nunca mais fosse falar comigo... Eu achei que você ainda tava … zangada”

Edgar para Laura em Lado a Lado

Por Edgar

Há algumas semanas, a cidade havia se deparado com uma estranha forma de jornalismo, que talvez nem pudesse ser chamada de jornalismo. Em várias residências ao amanhecer encontraram-se uma espécie de folheto de um papel barato com uma matéria de teor extremamente apelativo.

O impresso, como não podia deixar de ser, se auto intitulava " O Pasquim ". Ninguém sabia a sua origem, e ele fazia denúncias sobre um vereador da cidade. Falava de atos corruptos, mas seu principal foco não era esse. Era sim denegrir a vida pessoal do indivíduo.

Contava que o vereador vivia com duas mulheres na mesma casa, a sua esposa e a irmã dela. Mantinha um relacionamento matrimonial com as duas. Sendo que até filhos com irmã da esposa, ele tinha. E os registrava como filhos da esposa e dele.

Tirando algum exagero, pois o texto era claramente baseado em fofocas, grande parte das informações se mostraram verdadeiras. Com isso ele acabou com a vida vereador, da esposa, da cunhada e dos filhos deles. Me deixava tão aborrecido envolver crianças inocentes nisso.

Esse tipo de jornalismo, sensacionalista e com assuntos irrelevantes ao grande público e que ainda por cima feria pessoas inocentes, me enojava. Eram essas publicações que me faziam ter vergonha de alguns colegas, já que nos últimos anos eu também tinha voltado a ser jornalista.

Pensei em fazer uma investigação e escrever uma matéria para desmascarar o responsável pelo Pasquim. Mas depois deixei para lá. Isso tomaria muito tempo, e eu ainda tinha que advogar e estava empenhado na investigação para encontrar Laura e Pedrinho.

Mas de vez em quando, ainda voltavam a aparecer novas edições do Pasquim em nossas portas. Cada qual escolhia alguma pessoa como alvo, fosse um político, um artista, um escritor, um empresário, alguém da sociedade. Por assim dizer era a vítima da vez. E com isso ele humilhou e destruiu várias pessoas. Tornou muitas delas motivo de escárnio. Corria a fofoca de que quem quisesse podia pagar ao desconhecido dono do Pasquim para destruir seus inimigos ou pessoas que precisasse tirar do caminho.

Mas não era só o Pasquim que perturbava, certo dia, eu estava voltando do Jornal do Guerra quando me encontrei com Tia Jurema na Rua do Ouvidor, imediatamente lembrei de Laura e meu filho:

– Como vai, Dr. Edgar? - ela perguntou simpática

– Vou indo, não posso dizer que vou bem - respondi

– Não fique assim – ela me olhou com certa pena

– Tia Jurema, você sabe da minha situação. Há mais de 5 anos não vejo minha mulher e meu filho. Nem sei qual é a aparência dele, ou se eles estão bem.

– Laura e Pedrinho estão bem, Dr. - ela disse naturalmente e tive a impressão que ela sabia de alguma coisa

– Como a senhora sabe? Sabe onde eles estão? Tem recebido notícias deles e da Isabel? - perguntei esperançoso

– Eu tenho os meus búzios, Dr. Edgar – ela falou, mas não sei, algo em seu tom não convenceu

– Você tem recebido notícias da Isabel? Por favor, Tia Jurema, são o meu filho e a minha esposa. Se você sabe onde eles estão, me diga – pedi intenso

– Dr., eles estão bem. Fique tranquilo – ela saiu, mas eu não me dei por satisfeito

Fui atrás de Amarísio, e lhe informei sobre as minhas suspeitas. De alguma forma, tia Jurema deveria estar recebendo notícias de Isabel.

Dias depois, ele me informou que ocasionalmente, ela ia ao teatro Alheira e conversava com Diva Celeste. Então era isso, Tia Jurema era analfabeta e Isabel devia estar mandando as cartas para Diva.Fui atrás dela, e tentei apelar para a sua piedade:

– Se a senhora sabe alguma notícia de Isabel, ou de Laura e meu filho, sabe onde eles vivem, me diga, por favor. Não imagina como é ficar tanto tempo longe, não ver o meu filho crescer, não saber se ele ao menos esta bem.

– Eu fico muito comovida com a sua situação, rapaz. Mas mesmo se eu soubesse de Isabel, não poderia trair a confiança dela. Entenda. De mim, você não terá informação nenhuma – Diva via o meu abatimento- Não fique assim, pense que sua mulher e seu filho estão bem.

Eu ainda tentei insistir, mas não adiantou. Ela não me deu pista alguma. Mas uma coisa eu puder perceber pela nossa conversa, ela se correspondia com Isabel sim, e assim a minha esperança de descobrir o endereço onde Laura morava aumentou.

Amarísio ficou de investigar Diva, rastrear as cartas que ela recebia. Umas semanas depois, fui ao escritório dele e ele me informou que havia conseguido o endereço de alguém com quem ela se correspondia constantemente.

Ele teria que esperar alguns dias para ir até o lugar, pois precisava terminar uma investigação em andamento na cidade, mas iria logo após o encerramento dela.

Eu estava ansioso demais para esperar, era a primeira pista mais concreta que tinha desde que eles partiram. Então eu mesmo fui, desmarquei todos os meus compromissos e fiz a viagem.

O endereço era de uma pensão. Bati na porta e perguntei sobre o remetente da carta. Fui recebido no lugar e me indicaram a pessoa.

Era um rapaz. O pressionei sobre Laura e Pedrinho e ele dizia não saber de nada. Eu estava irritado e ele reagiu com rispidez as minhas perguntas. Em certos momentos, até pensei que haveria uma briga entre a gente.

Mas fomos nos acalmando, e acabei descobrindo que aquele rapaz que se chamava Luciano, era estudante de medicina na cidade e filho de Diva Celeste. Ele realmente não sabia nada sobre Laura, Isabel e as crianças.

Voltei ao rio desestimulado, desiludido. Me parecia uma pista tão boa e não deu em nada. Também fazia tanto tempo que eu procurava por eles, sofria com a ausência de Laura e Pedrinho, que eu me agarrava em qualquer coisa que surgia.

Entretanto minha esperança havia diminuído, mas não acabado. Eu tinha um palpite sobre aquilo. Luciano fora uma pista falsa. Mas algo me dizia que ela também se correspondia com Isabel. E pedi a Amarísio que continuasse investigando isso.

Assim, passaram semanas sem ele conseguir pista alguma, e eu continuei aflito com essa expectativa. Mas um dia recebi, um recado em casa, Amarísio me aguardava em seu escritório.

Fui correndo até lá com as minha esperança nas alturas. Quando eu cheguei, estava até ofegante:

– Dr. Edgar, tenho que admitir que achava que essa investigação não daria em nada. E que depois de tanto tempo nunca encontraria a sua mulher. Mas eu estava enganado e o senhor certo. Finalmente encontrei a sua esposa e seu filho! – ele disse sorrindo e eu mal pude ficar de pé com os sentimentos que tomavam conta de mim, aquilo era magnífico, era tudo o que eu queria ouvir!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Até que dessa vez, Edgar não pareceu sofrer tanto, né? E a pergunta sobre o capítulo anterior ainda está pendente? Quem é o Advogado? Será que Edgar encontrou mesmo Laura?
Espero que tenham gostado e que comentem muito. Meu tempo ainda está curto, assim preciso dos seus comentários, da sua participação. E antes de ir, Feliz dia dos Namorados.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lado A Lado - Novos Rumos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.